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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Reflexões sobre o Cativeiro de Lutero

Aqui podemos fazer uma pausa e aprender uma lição útil. Como uma águia acorrentada, Lutero passa o dia todo no meio das sombrias florestas da Turíngia, meditando sombriamente sobre o estado degradado da igreja e do clero, e agitado violentamente quanto aos resultados da dieta de Worms, ao bem-estar de seus amigos e ao progresso da verdade. A corrente o fere; ele não a aceitou do Senhor; sua saúde sofre; ele passa noites inteiras sem dormir; as tendências melancólicas de sua mente aumentam, e ele imagina que é incessantemente atacado por Satanás. "Acredite em mim," escreve ele, "fui entregue a mil demônios de Satanás nesta solidão; e é muito mais fácil lutar contra demônios encarnados—ou seja, homens—do que contra espíritos malignos nos lugares elevados." Ele anseia por liberdade, e por estar na linha de frente da batalha; e, temendo ser acusado de abandonar o campo, exclamou: "Eu preferiria ser esticado sobre brasas do que ficar aqui meio morto." E toda a humanidade poderia dizer: "Uma crise chegou; os esforços ativos, os apelos irresistíveis de Lutero são mais necessários agora do que nunca; pois se o líder deste grande movimento for forçado a se retirar em um momento como este, a causa da verdade acabará por sofrer, e seus inimigos triunfarão." Mas, apesar de todo o raciocínio humano, o Mestre diz: "Não. Meus caminhos não são os seus caminhos, nem meus pensamentos os seus pensamentos. O cativeiro do Meu servo será a liberdade de milhões." E assim foi. Nenhum evento em sua história contribuiu tanto para enriquecer sua mente ou amadurecer suas opiniões sobre a natureza e extensão da reforma que a situação ao seu redor exigia quanto os livros que ele escreveu e as Escrituras que ele traduziu. Que possamos aprender a nos inclinar, bem satisfeitos, quando as ordens do Mestre são para ficarmos quietos, assim como quando Ele diz: Vá e sirva no campo para o qual Eu te chamei, e para o qual Eu te preparei. Moisés em Midiã, Paulo na Arábia e João em Patmos são lições divinas para todos os servos do Senhor.

domingo, 2 de julho de 2017

Gregório e a Independência Clerical

Ainda vai chegar o dia em que o homem, o anticristo de 2 Tessalonicenses 2, energizado e conduzido por Satanás e que "se levanta [se exalta a si mesmo] contra tudo o que se chama Deus, ou se adora", mas certamente na vida e no caráter de Gregório temos uma sombria prefiguração dessa obra-prima do inimigo. Se não fosse pela prova e ilustração das Escrituras sobre os desígnios que Hildebrando alcançou, certamente pularíamos a sua história. Nenhuma linha prateada da graça, nenhum amor humano ou divino, podem ser traçados em um único ato de sua administração pública; mas com grandes palavras inchadas da mais ousada blasfêmia, ele chama a si mesmo de sucessor de São Pedro, e seguidor de Jesus, e aquele que fala como a boca de Deus. Ao mesmo tempo, é evidente para todos que ele era a própria encarnação do orgulho, arrogância e intolerância anticristã. Sua linguagem às vezes dá a entender que ele assumia ser divino, e quase se aproximava da blasfêmia do homem do pecado.

Desde o momento em que ele entrou em Roma na companhia de Bruno até seu avanço para a cadeira pontifical -- um período de 24 anos -- ele foi o espírito dominante no Vaticano; mas ele não tinha pressa pela preferência. Com mais do que sagacidade humana ele estava estudando a condição e relações da Igreja com o Estado; ele estava adquirindo um conhecimento sobre o homem e sobre os assuntos de toda a Europa; ele estava amadurecendo um esquema elevado, porém ousado, de uma vasta autocracia espiritual na pessoa do Papa. Tudo isso se manifestou quando subiu ao trono, e assumiu em sua própria pessoa a responsabilidade do poder que ele tinha conduzido a tanto tempo, embora em uma posição inferior. Seu alegado objetivo desde o início era a absoluta liberdade e independência do clero da interferência imperial e de todos os leigos, seja para nominar ou para consagrar um eclesiástico; e, sobre a base de sua liberdade, ele ousadamente afirmou que a autoridade espiritual era mais elevada e mais legítima que a temporal [ou secular]. Essas orgulhosas pretensões levaram a igreja de Roma, na pessoa de seu pontífice, a usurpar domínios sobre o império ocidental e sobre todos os reinos da Europa -- ou melhor, do mundo inteiro. Nada melhor para confirmar essas afirmações do que os ditados citados a seguir.

domingo, 2 de outubro de 2016

A Influência Degenerativa do Ritualismo

A tendência de todo o ritualismo eclesiástico é produzir um espírito de superstição que subverte a fé: do mero formalismo que substitui a direção do Espírito Santo, e de descansar em nossas próprias boas obras em rejeição à obra consumada de Cristo. A Palavra de Deus é assim praticamente deixada de lado, o Espírito Santo é entristecido, e o coração é aberto para as incursões de Satanás. Quando a fé se encontra em vivo exercício, a Palavra de Deus é estritamente seguida, e a prometida direção do Consolador é confiada, a alma é forte e vigorosa na vida divina, e as sugestões do inimigo passam despercebidas. Satanás é um atento observador dos diferentes estados da alma do crente e da igreja professa. Ele sabe quanto será bem-sucedido em suas tentativas contra o crente individual ou contra a igreja; ele espera o tempo certo -- ele aguarda uma oportunidade. Quando ele vê a mente tomando uma direção errada, ele sussurra, bajula, estimula. Que pensamento solene para todos nós!

domingo, 25 de setembro de 2016

A Cerimônia dos Votos

O espírito cruel e impiedoso do papado é sentido dolorosamente até mesmo por seus próprios membros na consagração de uma freira. Isso não é natural, nem bíblico: é um ultraje para todo sentimento de nossa humanidade, ruinoso tanto para a alma quanto para o corpo, e submeter-se a isso só é possível pelo poder que Satanás tem de cegar as pessoas. Que misericórdia é estarmos longe de sua influência inexplicável e ilusões fatais! Ligeiramente abreviada, a seguinte descrição do cerimonial de uma noviça a tomar os votos vem da pena de uma testemunha ocular da cena que ocorreu em Roma:

"Por favores particulares foram-nos dados os melhores assentos, e, após esperarmos cerca de meia hora, dois criados em ricas texturas abriram caminho para a jovem condessa, que entrou na igreja lotada vestida da cabeça aos pés, com cabelos negros brilhando com diamantes. Apoiada por sua mãe, ela avançou até o altar. O sacerdote oficiante era vicário, o discurso do púlpito foi pronunciado por um monge dominicano, que a apresentou como a esposa prometida de Cristo -- uma santa na terra, uma que renunciou às vaidades do mundo por uma antecipação das alegrias do céu.

"Tendo o sermão terminado, a própria doce vítima, ajoelhando-se diante do altar aos pés do cardeal, solenemente abjurou do mundo cujos prazeres e afeições ela parecia tão calculadamente desfrutar, e pronunciou aqueles votos que a separariam dele para sempre. Enquanto sua voz suavemente cantava aquelas palavras fatais, eu acredito que mal havia um olho em toda a imensa igreja que não estivesse cheio de lágrimas. Os diamantes que brilhavam em seus cabelos foram arrancados, e suas longas e belas tranças caíram luxuriantemente sobre seus ombros.

"A grade que a sepultaria foi aberta. A abadessa e sua negra fileira de freiras apareceram. Suas vozes corais cantavam uma sequência de boas-vindas, que dizia, ou parecia dizer 'espírito irmão, venha para fora!'. Ela renunciou a seu nome e título e adotou uma nova denominação, recebendo a bênção solene do cardeal e os últimos abraços de seus amigos em pranto, e então atravessou o ponto de seu destino do qual jamais retornaria. Um painel atrás do outro se abriu, e ela apareceu na grade novamente. Ali ela foi despojada de seus ornamentos e de seu traje esplêndido, seus belos cabelos foram impiedosamente cortados pelas tesouras fatais das irmãs, o que foi o suficiente para fazer toda a congregação estremecer. Assim que foi tosquiada de sua cobertura natural, as irmãs apressaram-se em vesti-la com as roupas sóbrias de freira, a touca branca e o véu de noviça.

"Ao longo de toda a cerimônia ela mostrou grande calma e firmeza, e não foi até que tudo tivesse terminado que seus olhos se encheram de lágrimas de emoção natural. Mais tarde, ela apareceu na pequena porta dos fundos do convento para receber a simpatia, os louvores e congratulações de todos os seus amigos e conhecidos, e até mesmo de estranhos, todos esperando pagar seus cumprimentos à nova esposa do céu."*

{* Crenças do Mundo, de Gardner.}

A descrição dada aqui refere-se à profissão de uma freira na tomada do véu branco, um passo que simboliza o início do noviciado, ou ano de teste, ainda não irrevogável. A cerimônia de tomada do véu preto no final do ano é ainda mais solene e terrível, e quando terminada, a freira passa a ser reclusa para o resto da vida, e pode apenas ser libertada de seu voto pela morte. Aos olhos da lei romana, tanto civil quanto eclesiástica, o passo dado estaria além de qualquer revogação. Prisão, tortura e morte temporal e eterna são tidas como as punições pela desobediência. E quem pode dizer, de fora dos muros dos conventos, quais crueldades refinadas e prolongadas não são praticadas lá dentro? O poder é despótico; não há apelação, até que enganador e enganado, perseguidor e vítima indefesa, estejam lado a lado diante do justo tribunal de Deus.

domingo, 26 de junho de 2016

A Condição na Qual Constantino Encontrou a Igreja

Até esse tempo a igreja tinha sido perfeitamente livre e independente do Estado. Ela tinha uma constituição divina direta dos céus - e fora do mundo. Ela trilhava seu caminho, não pelo patrocínio do Estado, mas por poder divino, contra qualquer influência hostil. Em vez de receber apoio do governo civil, ela tinha sido perseguida desde o início como um inimigo estrangeiro, como uma obstinada e pestilenta superstição. Dez vezes foi permitido ao diabo levantar contra ela todo o mundo romano, que dez vezes teve que confessar sua fraqueza e derrota. Se ela tivesse mantido em mente o dia de suas bodas e o amor daquEe que diz "Nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja" (Efésios 5:29), ela nunca teria aceitado a proteção de Constantino ao custo de sua fidelidade a Cristo. Mas a igreja como um todo estava agora muito misturada com o mundo, e muito longe de seu primeiro amor.

Já vimos que, desde os dias dos apóstolos, houve um crescente amor pelo mundo e por sua pompa exterior. Por causa desta tendência, tão natural a nós todos, o Senhor permitiu, em amor, que Satanás a perseguisse. Mas a igreja, em vez de aceitar a prova como um castigo vindo da mão do Senhor, e desejando o mundanismo, se cansou de seu lugar e caminho de rejeição, e pensando que ainda assim poderia agradar e servir ao Senhor, passou a andar sob a luz do mundo. Esta ilusão satânica foi cumprida por Constantino, embora ele não soubesse o que estava fazendo. "Quaisquer que fossem os motivos de sua conversão", diz Milman, "Constantino, sem dúvida, adotou uma política prudente e criteriosa, ao garantir a aliança, em vez de continuar a luta, com um adversário que dividia a riqueza, o intelecto, se não também a propriedade e a população do império."

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