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domingo, 23 de outubro de 2022

Lutero Aparece perante a Assembleia

Para alguém que foi educado e treinado no claustro, a visão de tal assembleia deve ter sido avassaladora. Lá estava Carlos, soberano de meio mundo. E ali, de cada lado dele, estavam dispostos os pares e potentados do Império Romano-Germânico – bispos e arcebispos, cardeais em seus mantos escarlates, núncios papais em sua magnificência oficial, embaixadores dos mais poderosos reinos da Cristandade, para não falar de deputados e oficiais. Tal foi a assembleia dos Estados Gerais em Worms. E reunidos -- o leitor pode perguntar -- para quê? Era de fato para ouvir e julgar o filho de um pobre mineiro. Vestido com seu manto e capuz de monge, pálido e desgastado com as fadigas e os perigos de sua vida recente, ele permaneceu quieto e seguro de si no meio de mais de cinco mil espectadores. "No entanto, como um profeta solitário, se levantou, com palavras destemidas e altas", respondendo a todas as perguntas com força e modéstia. 

Após um momento de intensa quietude, o chanceler de Tréveris dirigiu-se a ele em voz alta, primeiro em latim e depois em alemão: "Martinho Lutero, foste chamado por sua majestade imperial para responder a duas perguntas: primeiro, admites tu que esses livros", apontando para cerca de vinte volumes colocados sobre uma mesa, "foram escritos por ti? Em segundo lugar, estás preparado para te retratares por esses livros e seu conteúdo, ou persistes nas opiniões que ali apresentou?" Então Lutero respondeu: Que, em relação à primeira pergunta, ele sem dúvida reconhecia esses livros, e nunca negaria nenhum deles. Quanto ao segundo, ele pediu que lhe fosse concedido mais algum espaço para consideração, para que ele pudesse formular sua resposta de modo a não ofender a Palavra de Deus nem pôr em perigo sua própria alma. Um dia foi concedido. Qualquer que tenha sido a razão de Lutero para esse pedido, não precisamos nos demorar muito indagando: uma coisa é certa, que isso foi usado por Deus para descobrir e revelar as fontes secretas da força e coragem de Lutero, e a força e coragem da fé em todas as épocas. Aquela oração maravilhosa que foi oferecida pouco antes de sua segunda aparição é o documento mais precioso em toda a história da Reforma. Recolheremos o relato da história registrada por D'Aubigné. 

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