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sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Princípio de Receber Pessoas no Início da Igreja

Como o princípio apresentado é a base adequada para todas as reuniões cristãs, pode ser interessante olhar por um momento para sua operação nos dias dos apóstolos. Certamente eles entendiam seu significado e como aplicá-lo.

No dia de Pentecostes, e algum tempo depois, não parecia que os jovens convertidos eram submetidos a qualquer prova quanto à realidade de sua fé. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas" (Atos 2:41). Assim, receber a palavra já os colocavam no terreno do batismo e da comunhão; mas a obra estava, até então, inteiramente nas próprias mãos de Cristo. "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." (Atos 2:47). Podemos também mencionar a tentativa de enganar os apóstolos por Ananias e Safira, que foi detectada de imediato. Pedro age em seu lugar de direito, mas o Espírito Santo estava lá em majestade e poder. Por isso ele diz a Ananias: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?" (Atos 5:3)

Mas tal estado virgem das coisas logo acabou. A falha se instala - o Espírito Santo foi entristecido, e tornou-se necessário examinar aqueles interessados em estar em comunhão a fim de verificar se seus motivos, objetivos e estado de alma estavam de acordo com a mente de Cristo. Estamos agora na condição das coisas descrita em 2 Timóteo 2. Devemos estar em comunhão apenas com "os que, com um coração puro, invocam o Senhor" (2 Timóteo 2:22).

Depois que a igreja se tornou tão misturada com adeptos meramente nominais, um grande cuidado tornou-se necessário ao receber pessoas à comunhão. Não é suficiente que a pessoa diga que é convertida e exija admissão na assembleia com base em suas próprias declarações: ela deve se submeter ao exame por parte de cristãos experientes. Quando alguém professa ter sido despertado para a consciência do pecado, e ter sido levado ao arrependimento diante de Deus, e fé no Senhor Jesus Cristo, sua confissão deve ser examinada por aqueles que passaram, eles próprios, pelos mesmos tipos de experiência. E mesmo onde a conversão é manifestamente genuína, um cuidado piedoso e gentil deve ser exercido na recepção, pois algo desonroso para Cristo, prejudicial e enfraquecedor para a assembleia, pode acabar entrando, mesmo inconscientemente. É necessário discernimento espiritual aqui. E esta é a mais verdadeira demonstração de bondade para com o requerente, e nada mais do que um cuidado necessário para a honra de Cristo e a pureza da comunhão. A comunhão cristã acabaria se pessoas fossem recebidas com base apenas em suas próprias opiniões sobre elas mesmas.

Em Atos 9 vemos esse princípio na prática no caso do próprio apóstolo Paulo. E, certamente, se ele não podia ser aceito sem testemunho adequado, quem deveria reclamar? É verdade que seu caso foi peculiar, porém ainda assim pode ser tomado como uma ilustração prática do nosso assunto.

Encontramos aqui tanto Ananias em Damasco, quanto a igreja em Jerusalém questionando a realidade da conversão de Saulo, mesmo tendo sido miraculosa. É claro que ele tinha sido um inimigo aberto do nome de Cristo, e isto deve ter tornado os discípulos ainda mais cuidadosos. Ananias hesitou em batizá-lo até que estivesse plenamente convencido de sua conversão. Ele consulta o Senhor sobre o assunto, e depois de ouvir Sua vontade, ele vai diretamente a Saulo, e garante a ele que foi enviado pelo mesmo Jesus que lhe tinha aparecido no caminho para Damasco, confirmando a verdade sobre o que tinha acontecido. Saulo é grandemente confortado, volta a ver, e é batizado.

Então, sobre a ação da igreja em Jerusalém lemos: "E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus." (Atos 9:26-27) Paulo é um modelo de homem para a igreja em muitas coisas, e também nisso. Ele é recebido na assembleia - como todos os requerentes deveriam ser recebidos - com base no testemunho adequado quanto à genuinidade de seu cristianismo. Mas, enquanto todo o cuidado piedoso deve ser tomado para que os "Simãos Magos" {*ver Atos 8} possam ser detectados, toda a ternura e paciência devem ser exercidas com os mais tímidos e hesitantes. De qualquer modo, a vida em Cristo e a consistência com a mesma deve ser sempre procurada (Veja Rom 14, 15;... 1 Cor 5 e 2 Cor 2). O caminho da igreja é sempre estreito.

O papado tem demonstrado sua desesperada iniquidade no mau uso que tem feito da prerrogativa da igreja de reter ou remir pecados, resultando em todas as abominações da absolvição sacerdotal. O protestantismo tomou o outro extremo - provavelmente temendo a própria aparência do papado - e tem praticamente posto de lado completamente a disciplina. O caminho da fé, por outro lado, é somente seguir a palavra do Senhor.

Tendo sido, então, apurado o terreno dos grandes princípios fundamentais da igreja e do reino, chegamos ao dia de Pentecostes - o primeiro momento da história da igreja na Terra. A menos que entendamos os princípios do cristianismo, jamais poderemos compreender sua história.

Esse Princípio do Governo na Igreja Ainda é Aplicável

Mas "como esses princípios podem ser realizados em nossos dias?" é ainda a questão e a dificuldade de muitos. Bem, basta voltarmos à palavra de Deus. Devemos ser capazes e dispostos a dizer: "Nada podemos contra a verdade, senão pela verdade." (2 Coríntios 13:8)

A autoridade e poder administrativos da qual falamos não foram dados apenas a Pedro e aos outros apóstolos, mas também à igreja. Em Mateus 18 temos a elaboração do princípio estabelecido no capítulo 16: "... dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu... Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mateus 18:17-20)

Assim aprendemos que os atos de dois ou três reunidos ao nome de Cristo têm a mesma aprovação divina que a administração de Pedro. E novamente, em João 20, o Senhor ressurreto apresenta o mesmo princípio do governo aos discípulos, e não apenas aos apóstolos, onde a assembleia está vividamente unida a Cristo como o Homem ressuscitado. Isto é totalmente importante. O espírito da vida de Jesus Cristo torna os discípulos livres - todos eles - da lei do pecado e da morte. A igreja é construída sobre "esta pedra" - Cristo em ressurreição, e as portas do hades* não podem prevalecer contra ela. "Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos." (João 20:19-23)

Podemos dizer que aqui o Senhor estabelece e dá início à nova criação. Os discípulos estão cheios e vestidos de paz, e com o Espírito da vida de Cristo Jesus. Eles devem seguir adiante como Seus mensageiros, partindo de Seu túmulo vazio devido à ressurreição, levando a bendita mensagem de paz e vida eterna a um mundo inclinado ao pecado, à tristeza e à morte. O princípio de seu próprio governo interno é também claramente estabelecido, e sua devida administração sempre dará à assembleia cristã um caráter distintivo e celestial, tanto na presença de Deus quanto na presença do homem.

{* Leia mais sobre o hades e outros termos relacionados à vida após a morte aqui: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2013/05/a-morte-o-estado-intermediario.html }

sábado, 21 de junho de 2014

O Princípio Divino do Governo na Igreja

Deus não apenas dá a Pedro as chaves que poderiam abrir as portas da nova dispensação, mas também lhe confia sua administração interna. Esse princípio é totalmente importante  no que tange à igreja de Deus. As palavras da comissão são estas: "E tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." A questão é, o que estas palavras significam? Claramente cremos que é a autoridade e o poder do Senhor a ser exercitada na igreja, porém limitada, em seu resultado, a este mundo. Não há nas palavras do Senhor pensamentos sobre a igreja decidindo qualquer coisa nos céus. Esta é a falsa interpretação e o poder nefasto da apostasia. A igreja na terra pode não ter nada a dizer ou fazer sobre o que é feito nos céus no que diz respeito a ligar e desligar. A esfera de sua ação está dentro de seus próprios limites e, quando feita de acordo com a comissão de Cristo, há a promessa da ratificação nos céus.

Também não há aqui qualquer pensamento sobre a igreja, ou qualquer de seus oficiais, estando no papel de intermediários entre uma alma e Deus no que diz respeito ao perdão eterno ou juízo eterno. Essa é a ousada blasfêmia de Roma. "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" Ele reserva esse poder somente a Ele mesmo. Além disso, os indivíduos que estão sujeitos ao governo da igreja já são perdoados, ou, ao menos, têm direito ao perdão. "Não julgais vós os que estão dentro?" Isto apenas se aplica àqueles que estão dentro dos limites da igreja. "Mas Deus julga os que estão fora" (1 Coríntios 5:12-13). De cada crente no amplo campo da Cristandade é dito: "Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados." (Hebreus 10:14). Assim, a retenção ou remissão dos pecados por parte da igreja vale apenas para o tempo presente, e é estritamente administrativa em seu caráter. É o princípio divino de receber pessoas na assembleia de Deus {*aqui no sentido da igreja de Deus, e não de uma denominação que possa levar esse nome}, com base no testemunho adequado de suas conversões, solidez na doutrina e santidade de vida; e também de colocar para fora os ofensores impenitentes até que sejam restaurados pelo verdadeiro arrependimento.

Mas alguns de nossos leitores podem ter a comum impressão de que esse poder foi dado apenas a Pedro e ao resto dos apóstolos, e consequentemente deixou de existir após eles. Isto é um erro. Realmente, isso foi dado a Pedro em primeira instância, como já vimos, e sem dúvida um poder maior foi exercitado durante os dias dos apóstolos como nunca foi visto depois, mas não havia uma autoridade maior. A igreja possui a mesma autoridade agora, em relação à disciplina na assembleia, embora com menos poder. A palavra do Senhor permanece intacta. Apenas um apóstolos, nós cremos, poderia falar como Paulo falou em 1 Coríntios 5: "Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus." Isto era poder espiritual em um indivíduo, e não o julgamento da igreja {* ver nota de rodapé}. O mesmo apóstolo, em referência ao mesmo caso, diz à assembleia: "Tirai pois dentre vós a esse iníquo." (1 Coríntios 5:13). O ato de tirar foi o ato, não somente do apóstolo, mas de toda a assembleia. Nesse caso, e dessa maneira, os pecados da pessoa excomungada foram retidos, embora seja, evidentemente, um homem convertido. Na Segunda Epístola, capítulo 2, o encontramos totalmente restaurado. Seu arrependimento é aceito pela assembleia e seus pecados são remidos. O transbordamento do coração do apóstolo nessa ocasião, e suas exortações à igreja, são lições valiosas para todos os que estão envolvidos com o governo da igreja, e se destinam a remover a terrível desconfiança com a qual na maioria das vezes que os irmãos que erraram são recebidos de volta aos privilégios da assembleia. "Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor." (2 Coríntios 2:6-8). Aqui temos um caso pontual, ilustrativo do governo da assembleia de acordo com a vontade de Cristo. "Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".

{* "Entregar a Satanás é um ato de poder; expulsar uma pessoa é um dever ligado à fidelidade da assembleia. Sem dúvida, a exclusão da assembleia de Deus é algo muito sério e nos deixa expostos à tristeza e vários transtornos vindos do inimigo. Mas entregar diretamente a Satanás é um ato de poder positivo. Isso foi feito no caso de Jó para seu bem. Também foi feito por Paulo em 1 Coríntios 5, embora agindo no contexto de uma assembleia estabelecida, e para a destruição da carne. E outra vez, sem referência à assembleia, em 1 Timóteo 1, quanto à Himeneu e Alexandre, para que aprendessem a não blasfemar. Toda a disciplina é para a correção do indivíduo, e também para a manutenção da santidade da casa de Deus, e da pureza da consciência dos próprios santos" - trecho extraído do livro Present Testimony, volume 1}

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