terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Apóstolo Pedro (Parte 1)

Vamos, agora, passar brevemente as vistas a cada um dos doze. 

O primeiro, em ordem, é o apóstolo Pedro. Não pode haver dúvida de que Pedro esteve em primeiro lugar entre os doze. O Senhor lhe deu tal posição. Ele é o primeiro a ser mencionado em todas as listas dos apóstolos. Essa precedência, como sabemos, não veio por ter conhecido o Senhor primeiro, pois ele não tinha sido nem o primeiro nem o último. André, e provavelmente João, conheceram o Senhor antes de Pedro. Vamos aqui observar, com o mais profundo interesse, o primeiro encontro desses amigos que iriam ser unidos para sempre. Leia João 1:29-51.

João Batista presta testemunho a Jesus como o Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo. Dois dos discípulos de João o deixam e seguem Jesus. "Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus." (João 1:40-42). Essa foi a primeira introdução de Pedro ao Senhor - àquele que havia de ser a fonte de sua felicidade para sempre. E quão significante foi esse primeiro encontro! "E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)." (João 1:42). Naturalmente impulsivo, rápido em se valer de um objetivo, mas pronto demais para desistir pela força de qualquer pressão, ele tem, pela graça do Senhor, a firmeza que lhe foi dada, embora vez ou outra seu caráter natural aparece.

A primeira coisa que leva Pedro à grande proeminência é sua nobre confissão de Cristo como o Filho do Deus vivo (Mateus 16). O Senhor, então, o honrou com as chaves do reino dos céus, e deu-lhe um lugar de proeminência entre seus irmãos. Mas essa parte da história de Pedro, somados a alguns dos primeiros capítulos de Atos, já consideramos anteriormente. Portanto, nos referiremos somente aos pontos que ainda não tocamos.

Ainda não nos referimos ao quarto capítulo de Atos, embora estejamos dispostos a pensar que ali é apresentado o dia mais brilhante da história do apóstolo, enquanto o batismo de Cornélio apresenta o dia culminante de seu ministério. Como ali é constantemente demonstrado, no grande apóstolo, uma mistura de força e fraqueza, de excelências e defeitos, é profundamente interessante que tracemos seu caminho através dos primeiros temporais que assolaram a recém-nascida igreja. Mas não devemos nos esquecer que o grande segredo da ousadia, sabedoria e poder dos apóstolos não vinham de seu caráter natural, mas sim da presença do Espírito Santo. Ele estava com eles e neles, e trabalhando por eles. O Espírito Santo era a força do testemunho deles.

Observe, em particular, os benditos efeitos da presença do Espírito Santo em quatro aspectos distintos:

1. Na coragem demonstrada por Pedro e pelos outros. "Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo, e vós, anciãos de Israel, visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo, e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4:8-12) A grande e solene questão entre Deus e os governantes de Israel é aqui formalmente declarada. Nada pode ser mais simples. O testemunho de Deus não está mais com os dirigentes do templo, mas com os apóstolos do exaltado Messias.

2. Em Sua presença com os discípulos reunidos (em assembleia). "E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus." (Atos 4:31) Esse versículo claramente ensina o que têm sido tantas vezes falado quanto ao Espírito estar com os discípulos e neles. O lugar onde eles estavam reunidos foi chacoalhado; isto prova Sua presença com eles. Mas eles também estavam cheios do Espírito Santo - tão cheios, cremos, que naquele momento não havia espaço para a carne agir.

3. Em grande poder quanto ao serviço. "E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça." (Atos 4:33) Prontidão e energia agora caracterizam os apóstolos.

4. Dedicação de todo o coração. "Todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos." (Atos 4:34) No capítulo dois, os ricos davam, eles mesmos, aos pobres: algo que dificilmente poderia ser feito sem atribuir importância ao doador. Mas no capítulo quatro, os ricos deixavam o dinheiro aos pés dos apóstolos. Deveríamos aceitar este fato como um claro sinal de aumento de humildade, e de grande devoção.

É também nesse completo e instrutivo capítulo que temos a famosa resposta de Pedro e João ao conselho. "Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus." (Atos 4:19) Daquele dia em diante os verdadeiros confessores do nome de Jesus encontram, nessas palavras, uma resposta adequada a seus inquisidores e opressores. Que diferença, podemos exclamar, entre o homem que sentou ao fogo no pátio do sumo sacerdote (Mateus 26:69-75) e o homem que toma a dianteira em Atos 4 - entre o homem que caiu diante da acusação de uma criada e o homem que faz a nação tremer com seus apelos! "Mas como essa diferença pode ser explicada?", alguns podem perguntar. A explicação completa para isso é a presença e poder de um Espírito Santo não entristecido ou extinto. E a fraqueza ou poder de muitos hoje em dia pode ser explicada pelo mesmo princípio. O Espírito de Deus é o único poder no cristão. Que possamos conhecer a bem-aventurança de viver, andar e trabalhar no poder salvador e santificador do Espírito Santo! "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30)

sábado, 13 de setembro de 2014

Os Doze Apóstolos

Eram eles: Simão Pedro, André, Tiago e João (filhos de Zebedeu), Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão o Zelote, e Matias, que foi escolhido para substituir Judas Iscariotes. Veja Mateus 10, Lucas 6, Marcos 3 e Atos 1.

Paulo também foi um apóstolo por chamado direto do Senhor, no sentido mais elevado, como já vimos. Havia outros que eram chamados de apóstolos, mas eram mais especificamente apóstolos das igrejas. Os doze e Paulo eram proeminentemente os apóstolos do Senhor. Compare 2 Coríntios 8:23, Filipenses 2:25 e Romanos 16:7.

O nome oficial, "apóstolo", significa "enviado". "Jesus enviou estes doze." (Mateus 10:5). Esse nome foi dado aos doze pelo próprio Senhor. "Chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos" (Lucas 6:13). Conhecê-Lo pessoalmente e tê-Lo acompanhado por todo o seu ministério era a original e necessária qualificação de um apóstolo. Isso foi afirmado por Pedro antes da eleição de um sucessor para o traidor Judas. "É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição." (Atos 1:21-22). Por essa relação pessoal com o Senhor eles foram particularmente indicados para serem as testemunhas de Sua trajetória sobre a Terra. Ele mesmo os descreve como "os que têm permanecido comigo nas minhas tentações" (Lucas 22:28)

Acreditamos que o número doze marca nitidamente sua relação com as doze tribos de Israel. As fantasias dos pais (cristãos proeminentes do início da história da igreja) quanto ao significado do número aqui escolhido mostra o quão pouco suas mentes eram governadas pelo contexto. Santo Agostinho "acha que a menção de nosso Senhor aos quatro cantos do mundo, aos quais os apóstolos foram chamados a pregar o evangelho, e que, ao multiplicar por três, como denotando a Trindade, resulta em doze." Ao não enxergar a distinção entre Israel e a igreja, existe muita confusão por parte de tais escritores.
 
Cremos que o número doze nas Escrituras significa a completude administrativa no homem. Daí as doze tribos, os doze apóstolos, e a promessa a estes, de que se sentariam em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mateus 19:28). Mas aqui, nos termos mais claros possíveis, o Senhor limita a missão dos doze às ovelhas perdidas da casa de Israel. Não era nem mesmo para eles irem visitar os samaritanos, nem os gentios. A missão se restringia aos judeus. "Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10:5-6). Certamente nada poderia ser mais claro. O chamado da igreja não é mencionado aqui. Isto aconteceu depois, quando um outro extraordinário apóstolo foi escolhido, tendo em vista especialmente os gentios. Depois os doze teriam seu próprio lugar na igreja, mas Paulo foi seu divinamente chamado e qualificado ministro.

Há uma noção geral de que os doze eram completamente analfabetos, com a qual não podemos concordar. A expressão "homens sem letras e indoutos", como usada pelo conselho em Atos 4:13, apenas denotava pessoas que não tinham sido ensinadas na tradição rabínica dos judeus. Seria a mesma ideia do termo "leigo", isto é, homens de educação regular, em contrate com aqueles que foram especialmente treinados nas escolas de eruditos, ou homens que não participam de "ordens sagradas". Assim, Pedro e João podem ter sido completamente familiarizados com as Sagradas Escrituras e com a história de seu país e de seu povo, e ainda assim serem considerados, pelo conselho, como "homens iletrados e indoutos". Tiago e João, pelo menos, tinham todas as vantagens do ensinamento de uma mãe fiel e devota, que muitas vezes fez grandes coisas para a igreja de Deus.

Vamos, agora, passar brevemente as vistas a cada um dos doze.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Capítulo 4: Os Primeiros Missionários da Cruz

Em vez de passar por cima dos capítulos restantes de Atos, achamos que pode ser mais interessante e igualmente instrutivo para nossos leitores considerá-los em conexão com a história dos apóstolos, especialmente com a história dos dois grandes apóstolos. O livro de Atos é quase inteiramente ocupado com os atos de Pedro e de Paulo, embora, é claro, sob a direção do Espírito Santo: o primeiro como o grande apóstolo dos judeus, e o segundo como o grande apóstolo dos gentios. Mas seria também de interesse abraçar a presente oportunidade para observar brevemente os primeiros companheiros e missionários pessoalmente escolhidos por nosso bendito Senhor - os doze apóstolos.

Mas, antes de tentarmos um esboço dessas interessantes vidas, parece bem declarar qual objetivo temos em vista ao fazê-lo. Estamos saindo um pouco do curso que estávamos seguindo. Em nenhuma das publicações sobre a história da igreja que conhecemos a vida dos apóstolos é apresentada de forma ordenada, e é estranho que os grandes fundadores da igreja não achem seus lugares em sua história. 

Ao mesmo tempo, no que diz respeito aos apóstolos, temos que ter em mente que, além da narrativa sagrada, há bem pouco material sobre o qual possamos nos apoiar. O tradicional e o bíblico, o certo e o incerto, são quase desamparadamente misturados nos escritos dos Pais da Igreja. Cada raio de luz histórico distinto é de grande valor, mas são somente as Escrituras que podemos tomar por totalmente corretas. Ainda assim, as poucas notas que temos ali espalhadas, de alguns dos apóstolos, quando reunidas, podem dar ao leitor uma ideia da pessoa e individualidade de cada um. Outros, também notamos, além dos apóstolos, aparecerão em conexão com eles, especialmente com Paulo. Assim nossos leitores terão, de maneira conveniente, um breve resumo de quase todos os nobres pregadores, professores, confessores e mártires do Senhor Jesus que são mencionados no Novo Testamento.

sábado, 6 de setembro de 2014

O Apostolado de Paulo

A lei e os profetas foram até João; após João o próprio Senhor, em Sua própria Pessoa, oferece o reino a Israel, mas "os Seus não O receberam". Eles crucificaram o Príncipe da vida, mas Deus O ressuscitou dentre os mortos, fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais. Temos então os doze apóstolos. Eles são dotados com o Espírito Santo, e levam o testemunho da ressurreição de Cristo. Mas o testemunho dos doze é desprezado, o Espírito Santo é resistido, Estêvão é martirizado, a oferta final de misericórdia é rejeitada, e agora o tratamento de Deus com Israel como um povo é encerrado por um tempo. As cenas de Siló são encenadas novamente, Icabode é escrito em Jerusalém, e uma nova testemunha é convocada, como nos dias de Samuel. (Leia 1 Samuel 4)

Chegamos agora ao grande apóstolo dos gentios. Ele é como um nascido fora do tempo e fora de seu devido lugar. Seu apostolado não tinha nada a ver com Jerusalém ou com os doze. Era fora de ambos. Seu chamado era extraordinário e vindo direto do Senhor no Céu. Ele tem o privilégio de trazer a novidade: o caráter celestial da igreja - que Cristo e a igreja são um, e que o Céu é seu lar em comum (Efésios 1,2). Enquanto Deus estava tratando com Israel, essas benditas verdades estavam guardadas em segredo em Sua própria mente. "A mim,", diz Paulo, "o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo." (Efésios 3:8-9)

Não podia haver dúvidas sobre o caráter do chamado do apóstolo quanto à sua autoridade divina. "Não da parte dos homens, nem por homem algum", como diz ele em sua Epístola aos Gálatas, "mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos" (Gálatas 1:1). Isto é,  não era "da parte dos homens", quanto à sua fonte, nem de qualquer Sínodo* de homens oficiais. "Nem por homem algum", foi como veio sua comissão. Ele não era apenas um santo, mas um apóstolo por chamado: e esse chamado era por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que O ressuscitou dentre os mortos. Em alguns aspectos, seu apostolado foi ainda de mais alta ordem do que o dos doze. Estes tinham sido chamados por Jesus quando na Terra; aquele tinha sido chamado pelo Cristo ressuscitado e glorificado no Céu. E, sendo seu chamado vindo do Céu, não necessitava nem da sanção nem do reconhecimento dos outros apóstolos. "Mas, quando aprouve a Deus ... revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco." (Gálatas 1:15-17)

A forma como Saulo foi chamado para apóstolo é digna de nota especial, pois bate de frente com a raiz do orgulho judaico, e pode também ser vista como o golpe mortal à vã noção de sucessão apostólica. Os apóstolos, a quem o Senhor tinha escolhido e nomeado quando estava na Terra, não eram nem a fonte nem o canal, de maneira alguma, da nomeação de Paulo. Eles não lançaram sortes para ele, como fizeram no caso de Matias (Atos 1). Ali eles estavam apenas em terreno judeu, o que pode explicar sua decisão por sorteio. Era um antigo costume, em Israel, descobrir a vontade divina por esses modos. Mas estas enfáticas palavras: "Paulo, apóstolo, não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo", excluem completamente a intervenção do homem sob qualquer forma. A sucessão apostólica é descartada. Somos santos por chamado e servos por chamado. E tal chamado deve vir do Céu. Paulo está diante de nós como um verdadeiro padrão para todos os pregadores do evangelho, e para todos os ministros da Palavra. Nada pode ser mais simples que o terreno que ele toma como pregador, sendo o grande apóstolo que era. "E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos." (2 Coríntios 4:13)

Imediatamente após ser batizado e fortalecido, ele começou a confessar sua fé no Senhor Jesus e a pregar nas sinagogas de que Ele era o Filho de Deus. Isto é algo novo. Pedro pregava que Ele tinha sido exaltado à destra de Deus - que Ele tinha sido feito tanto Senhor quanto Cristo, mas Paulo prega uma doutrina mais elevada sobre Sua glória pessoal - "que Ele é o Filho de Deus". Em Mateus 16, Cristo é revelado pelo Pai aos discípulos como "o Filho do Deus vivo". Mas agora Ele é revelado, não apenas a Paulo, mas em Paulo. "Aprouve a Deus ... revelar seu Filho em mim" (Gálatas 1:15-16), disse ele. Mas quem é suficiente para falar dos privilégios e bênçãos daqueles a quem o Filho de Deus é, pois, revelado? A dignidade e segurança da igreja descansa sobre essa bendita verdade, e também sobre o evangelho da glória, que foi especialmente confiado a Paulo, e que ele chama de "meu evangelho".

"Sobre o Filho assim revelado", disse alguém docemente, "paira tudo o que é peculiar ao chamado e glória da igreja - suas santas prerrogativas - aceitação no Amado com perdão dos pecados por meio de Seu sangue - entrada para os tesouros da sabedoria e do conhecimento, de modo a tornar conhecido, a nós, o mistério da vontade de Deus - herança futura nEle e com Ele, no qual todas as coisas nos céus e na Terra serão congregadas - e o presente selo e penhor dessa herança, o Espírito Santo. Tal brilhante sequência de privilégios é escrita pelo apóstolo desta maneira: "bênçãos espirituais nos lugares celestiais"; e assim são elas; bênçãos através do Espírito fluindo e nos ligando a Ele, que é o Senhor nos céus." * (Efésios 1:3-14)

{* Veja mais detalhes sobre esse assunto em John Gifford Bellet, Christian Witness [Testemunho cristão], v. 4, p. 221; William Kelly, Introductory Lectures on Galatians [Estudos introdutó­rios sobre Gálatas], cap. 1}

Mas a doutrina da igreja - o mistério do amor, da graça e do privilégio - não tinha sido revelada até Paulo a ter declarado. O Senhor tinha falado dela quanto ao efeito que teria a presença do Consolador, dizendo: "Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós." (João 14:20). E novamente, quando Ele diz aos discípulos após a ressurreição: "Eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (João 20:17). Dessa "sequência brilhante" de bênçãos Paulo foi, especial e caracteristicamente, o apóstolo.

Devemos agora deixar um pouco de lado a história de Saulo e voltar a Pedro, que ocupa o campo até que Paulo comece seu ministério público em Atos 13.

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