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domingo, 13 de setembro de 2020

O Papado como um Sistema

A Palavra de Deus, que pode tornar os homens sábios para a salvação, foi tirada do povo. Nem mesmo os bispos se envergonhavam de confessar que nunca haviam lido nenhuma parte das Escrituras Sagradas, exceto as que encontravam em seus missais. O serviço religioso era murmurado em uma língua morta, que muitos dos padres não entendiam, e alguns deles mal podiam ler; e o maior cuidado foi tomado para evitar que até mesmo catecismos, compostos e aprovados pelo clero, caíssem nas mãos dos leigos. O sacrifício da missa era representado como a obtenção do perdão dos pecados aos vivos e aos mortos; e as consciências dos homens foram privadas do precioso sacrifício, a obra consumada do Senhor Jesus Cristo. E em vez disso foi colocada uma confiança ilusória nas absolvições sacerdotais, perdões papais e penitências voluntárias.

"Eles eram ensinados", disse o eminente historiador de John Knox, "que se regularmente dissessem suas aves e credos, se confessassem a um sacerdote, pagassem pontualmente seus dízimos e ofertas à igreja, comprassem uma missa, fossem em peregrinação ao santuário de algum santo célebre, se abstivessem de carne às sextas-feiras, ou realizassem algum outro ato prescrito de mortificação corporal, a salvação deles estaria infalivelmente garantida em seu devido tempo; enquanto aqueles que eram tão ricos e tão piedosos a ponto de construir uma capela ou um altar e doá-lo para o sustento de um sacerdote, para realizar missas, obituários e hinos fúnebres, proporcionava uma amenização das dores do purgatório para eles ou para seus parentes na proporção da extensão de sua generosidade. É difícil para nós conceber o quão vazios, ridículos e miseráveis ​​eram os discursos que os monges faziam em seus sermões. Contos lendários sobre o fundador de alguma ordem religiosa, sua maravilhosa santidade, os milagres que ele realizou, seus combates com o diabo, suas penitências, jejuns, flagelações; as virtudes da água benta, crisma, sinal da cruz e exorcismo; os horrores do purgatório, e os números daqueles liberados disso por meio da intercessão de algum santo poderoso; isso tudo, com gracejos baixos, discursos de vanglória e escândalos constituíam os tópicos favoritos dos pregadores e eram servidos ao povo no lugar das doutrinas puras, salutares e sublimes da Bíblia.

"Os leitos dos moribundos eram sitiados, e seus últimos momentos perturbados, por padres avarentos que labutavam para extorquir heranças para si próprios ou para a igreja. Não satisfeitos com a cobrança do dízimo dos vivos, uma exigência foi feita aos mortos: mal o pobre lavrador tivesse dado o último suspiro, o vigário voraz logo vinha e levava consigo seu corpo presente – isto é, um presente do cadáver para o vigário, o que ele fazia sempre que a morte visitava a família.* As censuras eclesiásticas eram fulminadas contra aqueles relutantes em fazer esses pagamentos, ou que se mostrassem desobedientes ao clero. O serviço divino era negligenciado; e, exceto em dias de festas, as igrejas, em muitas partes do país, não eram mais utilizadas para fins sagrados, mas serviam como santuários para malfeitores, locais de tráfico ou resorts para passatempos.

{* O corpo presente era o privilégio do vigário em caso de morte. Nas paróquias rurais, consistia na melhor vaca que pertencia ao falecido e na cobertura superior de sua cama, ou nas melhores roupas da pessoa morta. E esta exigência, que era feita com grande rigor na Escócia e em outros lugares, era separada das taxas comuns exigidas para o enterro do corpo e para a libertação da alma do purgatório. N. do. T.: Esse costume não deve ser confundido com a “missa de corpo presente” adotada pela Igreja Católica no Brasil.}

"A perseguição e a supressão do livre questionamento foram as únicas armas pelas quais seus partidários interessados ​​foram capazes de defender esse sistema de corrupção e impostura. Todas as vias pelas quais a verdade pudesse entrar foram cuidadosamente guardadas. O aprendizado foi rotulado como o pai da heresia. Se qualquer pessoa que tivesse atingido um certo grau de iluminação em meio à escuridão geral começasse a sugerir insatisfação com a conduta dos religiosos e a propor a correção dos abusos, era imediatamente estigmatizado como herege e, se não garantisse sua segurança por meio da fuga, era aprisionado em uma masmorra, ou entregue às chamas. E quando finalmente, apesar de todas as suas precauções, a luz que brilhava ao redor irrompeu e se espalhou por toda a nação, o clero preparou-se para adotar as mais desesperadas medidas sangrentas para sua extinção."

Será agora desnecessário rastrear a origem e o progresso do papado em outras terras. O esboço acima da condição das coisas na Escócia, do século XIII ao século XVI, pode ser suficiente para ilustrar o estado de toda a Europa, e para o propósito da história. Como sistema, é o mesmo em todas as eras e em todos os países. Seu grande dogma sempre foi: a Unidade da Igreja Católica Romana. Seja nas vizinhanças imediatas de Roma ou nas regiões distantes do norte, seu espírito é o mesmo, e deve ser assim até que chegue ao seu fim pelo julgamento direto do próprio Senhor do céu. “Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.” (Apocalipse 18: 7-8)

domingo, 29 de julho de 2018

Os Usos do Purgatório

Historicamente, o uso que foi feito dessa superstição satânica pelo sacerdócio católico foi o de agir sobre o medo e as afeições da humanidade. O que a jovem senhora mencionada na seção anterior, ou seus queridos pais, não dariam para se salvarem de seus 500 anos de tormento naquela terrível morada? Rezar para que as almas saiam do purgatório, pelas Missas feitas em seu favor, tornou-se uma fonte de tesouro incalculável para a igreja. Com um homem rico moribundo, que não podia levar consigo sua riqueza e que temia os tormentos do purgatório, o padre podia fazer tudo nos seus próprios termos. Além disso, a partir dessa superstição, surgiu o escandaloso comércio de indulgências papais para mitigar as dores da passagem intermediária.

Mas há ainda um outro ponto de iniquidade conectado a esse dogma, que nos faz admirar que o coração do homem ou de Satanás tenha sido capaz de conceber: a autoridade do padre sobre sua vítima após estar morto e enterrado. Ele faz a alma que parte acreditar que ainda estará dependente de sua influência, sua intervenção; de que ele tem a chave do purgatório, e que sua condenação depende da palavra vinda dos lábios do padre. Certamente estas são as profundezas de Satanás -- trememos ao buscarmos perscrutá-las. Mas todas não passam de mentiras, e é a mais terrível blasfêmia para qualquer homem dizer que as chaves do céu, do inferno e do purgatório lhe foram confiadas.

"Não temas", disse o bendito Senhor a João, "tenho as chaves da morte e do inferno [hades]". Somente Ele tem poder e autoridade sobre o mundo invisível, e as Escrituras deixam totalmente claro para a fé que Deus "nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor". Aqui é ensinado claramente que o crente não está apenas perdoado e salvo, como também está agora liberto de todo o reino das trevas, e agora transportado ao reino do querido Filho de Deus. A linguagem é inconfundível: "quem nos tirou" -- não quem tirará, ou quem pode tirar -- mas "quem nos tirou", é verdadeiro agora, e a verdade deve ser desfrutada agora. Não há poder senão nas mãos do Senhor ressurreto, e nenhum purgatório* além de Seu precioso sangue, a menos que seja também o lavar da água pela Palavra. "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve" (Apocalipse 1:17,18; Colossenses 1:13; Salmos 51:7; João 13, 15; 1 João 5)

{* N. do T.: Purgatório tem o sentido de purificação, o que na verdade foi feito pelo sangue de Jesus.}

As igrejas gregas abissínias e as igrejas armênias rejeitam a doutrina de nome "purgatório", mas a mantém em sua essência. Orações e missas são feitas para os mortos, e incenso é queimado sobre as sepulturas dos mortos.*

{* Faiths of the World, de Gardner, p. 721. Milman, vol. 6, p. 428.}

O Purgatório

Conta-se que Agostinho, bispo de Hipona, foi o primeiro a sugerir a doutrina de um estado intermediário, mas suas opiniões são vagas e incertas. A ideia não foi formalmente recebida como um dogma da igreja de Roma até a época de Gregório, o Grande, no ano de 600. Ele tem a reputação de ter sido o descobridor do fogo do purgatório. Ao discutir a questão sobre o estado da alma após a morte, ele distintamente afirmou: "Devemos crer que, para algumas transgressões leves, existe um fogo purgatório antes do dia do juízo". Mas, como o crescimento dessa doutrina por centenas de anos é extremamente difícil de traçar, nos referiremos de uma vez ao Concílio de Trento, a grande e indiscutível autoridade sobre o assunto.

"Existe um purgatório", diz o concílio, "e as almas ali detidas são auxiliadas pelos sufrágios dos fiéis, mas especialmente pelo sacrifício aceitável da Missa. Este santo concílio ordena a todos os bispos que se esforcem diligentemente para que a sã doutrina no que diz respeito ao purgatório, entregue a nós pelos veneráveis pais e concílios sagrados, seja crida, mantida, ensinada, e pregada em todo o lugar pelos fiéis a Cristo... No fogo do purgatório, as almas dos homens justos são purificadas por uma punição temporária, para que sejam admitidos a sua morada eterna, na qual não entra nada que contamina... O sacrifício da Missa é oferecido por aqueles que estão mortos em Criso, mas não inteiramente expurgados."*

{* Council of Trent, de Paul, p. 750. Veja também, para detalhes, End of Controversy, de Milner, Carta 43.}

Os escritores católicos romanos tentam suportar esse terrível dogma a partir de várias passagens das Escrituras, mas principalmente dos apócrifos e da tradição. Com os dois últimos nada temos a tratar. Qualquer coisa que agrade aos homens pode ser provado com base em tais fontes incertas; mas nada pode ser mais ousado, e ao mesmo tempo mais fútil, do que a má aplicação das Escrituras sobre esse assunto. Veja dois textos que eles utilizam: 1. "Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil" (Mateus 5:26). Aqui, os católicos são inconsistentes com eles mesmos, pois se os pecados veniais* são perdoados no purgatório, a passagem fala do último centavo sendo pago. Certamente não podemos falar de um dívida sendo perdoada e, ao mesmo tempo, tendo que ser paga pelo indivíduo até o último centavo**. 2. "Vivificado pelo Espírito, no qual [claramente, 'em cujo Espírito'] também foi, e pregou aos espíritos em prisão" (1 Pedro 3:18,19). Esta passagem não pode fazer referência à suposta prisão do purgatório, pois de acordo com a própria doutrina católica, aqueles que são culpados de pecado mortal não vão para lá, o que é estranhamente inconsistente, visto que os antediluvianos (que são os espíritos em prisão mencionados; ver versículo 20) eram "incrédulos", culpados do pecado mortal. E, como vimos nos extratos citados anteriormente, o purgatório seria apenas para "aqueles que estão mortos em Cristo, mas não inteiramente expurgados". A passagem também ensina que Cristo não pregou em pessoa. Ele pregou pelo Espírito por meio de Noé aos antediluvianos que estão agora em prisão. Os alegados textos estão tão pouco em favor do purgatório, que católicos romanos mais pensativos se esforçam em suportar o dogma apenas pela autoridade da igreja.

{* N. do T.: Pecado venial, de acordo com o catolicismo romano, é um pecado menor que não resulta em uma separação completa de Deus e na condenação eterna no inferno (Fonte: Wikipedia). }

{** N. do T.: Além disso, devemos nos lembrar que todos os nossos pecados foram pagos na cruz, o que acaba com qualquer ideia de um salvo ter ainda que pagar por eles. Ver Romanos 8:1, João 5:24, 1 Pedro 2:24, Apocalipse 5:9, Isaías 53:6,11,12, etc.}

Há muita imprecisão nos escritores romanistas, e até mesmo no Concílio de Trento, quanto a onde está o purgatório e o que ele realmente é. A opinião geral parece ser de que ele estaria debaixo da terra e adjacente ao inferno -- que seria um lugar intermediário entre o céu e o inferno, no qual as almas passam através do fogo da purificação antes de entrarem no céu.

Mas como o fogo material pode purificar um espírito, os escritores católicos têm sido cuidadosos em não definir. Aqueles no estado intermediário -- diz o Concílio de Florença de 1439 -- estão em um lugar de tormento, "mas se é fogo, ou tempestade, ou qualquer outra coisa, sobre isso não contendemos". Ainda assim, parece que a voz geral é de que o purgatório é uma prisão, na qual a alma é detida e torturada assim como purificada, e que, não por angústia ou remorso mental, mas por um fogo real, ou pelo que o fogo produz. E ainda assim tão variadas são as opiniões de seus melhores teólogos, que alguns já representaram os tormentos como uma repentina transição do calor extremo ao frio extremo. Mas as especulações vagas de Agostinho, e os aventurosos dogmas de Gregório, foram logo "autenticados" por sonhos e visões. Na idade das trevas, houve muitos viajantes para aquelas regiões subterrâneas, que inspecionaram e relataram os segredos do purgatório. Tomemos um dos relatos como exemplo, o mais suave e menos ofensivo que podemos escolher.

domingo, 9 de abril de 2017

Os Fundamentos e o Edifício do Papado

Tais, infelizmente, foram os fundamentos do grande edifício papal. E não estamos errados em sofrer vendo eles serem estabelecidos. Se fôssemos caracterizar as pedras de fundação separadamente, poderíamos nos referir a elas como as mais extravagantes pretensões, a mais insultante arrogância, as mais descaradas falsificações, o mais abertamente confessado -- e até mesmo desafiador da morte -- amor à idolatria, a mais inescrupulosa apropriação de território roubado, o mais implacável espírito de perseguição, e, o que pode ser dito como a pedra (assim como a fundação) mais elevada: o mais desordenado amor pela soberania secular. Mas se olharmos dentro da casa, o que encontramos ali? É cheia de blasfêmias, os piores tipos de corrupções, e concentração de todas as atrações para a carne (Ap 18:12,13). As próprias essências do cristianismo -- tais como o sacrifício, o ministério e o sacerdócio -- ou foram corrompidas ou rejeitadas. A obra consumada de Cristo foi substituída pela missa; o ministério do Espírito de Deus pelo ensino dogmático da igreja; e o comum sacerdócio de todos os crentes, e sim, até mesmo o sacerdócio do Próprio Cristo, foi substituído pelo grande sistema eclesiástico do sacerdócio, ou melhor, pelo poder sacerdotal.

A Ceia do Senhor foi gradualmente modificada, da simples lembrança de Seu amor e anúncio de Sua morte para a ideia de um sacrifício. Muitas superstições foram praticadas com o pão consagrado, ou melhor, as hóstias*. Supunha-se que esse "sacrifício" servia tanto para os vivos quanto para os mortos; daí a prática de dar a hóstia aos mortos e enterrá-la com eles. A destrutiva doutrina do purgatório, que tinha sido sancionada por Gregório, o Grande, então se espalhou por toda a parte. Parece ter criado raízes especialmente na igreja inglesa antes do século IX. Mas o engano é manifesto, pois não há purgatório senão o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus; como disse o apóstolo João: "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7). Graças a Deus, não há limite para o poder purificador {N. do T.: "purgatório" significa "purificador") do sangue de Jesus, Seu Filho. Todos os que têm fé nesse sangue são mais alvos que a neve -- perfeitamente preparados para a presença de Deus. Mas a doutrina do purgatório atinge a própria raiz dessa verdade fundamental, e tornou-se um poderoso instrumento nas mãos dos padres para extorquir dinheiro dos moribundos, e para assegurar grandes legados à igreja; mas quase tudo era, então, feito em subordinação a esses objetivos básicos. A verdade de Deus, a obra de Cristo, o caráter da igreja, as almas e corpos dos homens, foi tudo prontamente sacrificado para o engrandecimento da Sé de Roma, e para o engrandecimento do clero em subordinação ao sistema papal.

{*N. do T.: hóstia significa "vítima expiatória", e traz a ideia de que Cristo é sacrificado novamente em cada missa, anulando a consumada obra expiatória de Cristo, "feita uma vez" (Hebreus 10:10). }

As vidas ímpias daqueles a quem foi confiado o governo da igreja e o cuidado pelas almas são também questões de amarga queixa de todos os historiadores honestos, tanto daqueles tempos como dos atuais. Mas aqui pode ser interessante introduzir um historiador que é bom em relatos -- Mosheim -- como uma testemunha e confirmação do que temos dito sobre esse período.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Quem Eram os Culdees?

Culdees eram uma espécie de reclusos religiosos que viviam em lugares afastados. A comunidade cristã de Iona foi chamada de Culdees. E este é, provavelmente, o motivo pelo qual aquele ponto isolado foi fixado por Columba como o local de seu monastério. Embora totalmente livres das corrupções dos grandes monastérios no continente, a vida e as instituições de Columba eram estritamente monásticas. E, a partir de fragmentos de informação recolhidos da história, parece bem certo de que "eles se gloriavam em seus milagres, respeitavam relíquias, praticavam penitências, jejuavam às quartas e sextas-feiras, tinham algo bem similar às confissões auriculares, às absolvições e às missas para os mortos; mas é certo que eles nunca se submeteram aos decretos do papado em relação ao celibato". Muitos dos culdees eram homens casados. São Patrício era filho de um diácono e neto de um sacerdote.*

{* Cunningham, vol. 1, p. 94.}


Mas, embora esses homens bons e santos fossem tão infectados pela superstição dos tempos, a situação remota em que se encontravam, a simplicidade de seus modos, e a pobreza de seu país devem tê-los preservado muito das influências romanas e dos vícios predominantes dos monastérios mais opulentos. Prefiramos pensar no monastério deles como um seminário, nos quais homens eram treinados para a obra do ministério. Em anos posteriores os monges foram frequentemente perturbados, e algumas vezes abatidos, por piratas. No século XII passou a ser posse dos monges romanos. "Sue fé pura e primitiva", diz Cunningham, "havia partido; seu renome por causa da piedade e erudição se foi; mas a memória deles sobreviveu, e era então considerada com maior reverência supersticiosa do que nunca. Muito antes disso o monastério foi usada como sepulcro da realeza, numerosas peregrinações foram feitas até ele, e agora reis e chefes começaram a enriquecê-lo com doações de dízimos e terras. As paredes que então estavam desmoronando foram consertadas; e os viajantes podem apreciar essas veneráveis ruínas eclesiásticas se erguendo de um cais em meio ao vasto oceano com sentimentos parecidos com aqueles com os quais é possível considerar os templos de Tebas meio enterrados, mas ainda em pé, no meio das areias do deserto".

Vamos agora deixar de lado por um tempo as Ilhas Britânicas. A primeira introdução da cruz na Inglaterra, Escócia e Irlanda, e o triunfo final de Roma nesses países, são eventos do mais profundo interesse por si só; mas por terem acontecido em nosso próprio país* eles têm direito à nossa atenção especial. A partir desse momento poucas mudanças exteriores aconteceram na história da igreja, embora possam ter havido muitas lutas internas a partir dos numerosos abusos e das exigências audaciosas de Roma. 

{*N. do T.: o autor vivia na Inglaterra}

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