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domingo, 23 de abril de 2017

O Despertar da Educação

Embora a ambição sanguinária e a vida dissoluta de Carlos Magno nos impeçam de pensar que ele era possuidor de qualquer princípio cristão, no entanto, é justo reconhecermos que ele foi usado por Deus para o avanço da educação em casa, e para a disseminação do cristianismo em outros países. Escolas foram erguidas, universidades foram fundadas, homens eruditos foram procurados na Itália, Inglaterra e Irlanda, visando elevar seus súditos a um nível moral, religioso e intelectual mais elevado. Próximo ao fim de seu longo reinado, ele estava cercado, em sua residência real em Aix-la-Chapelle, por homens letrados de todas as nações. Os estudiosos, gramáticos e filósofos da época eram recebidos no grande Sala de Audiência. Mas o principal entre esses era o monge anglo-saxão Alcuíno, um nativo da Nortúmbria, e tutor da família imperial.

Alcuíno foi o mais importante, tanto por sua erudição quanto pela extensão de seus trabalhos como um mestre entre os francos. Mas o que é ainda mais importante, ele parece ter tido alguns pensamentos corretos sobre o cristianismo. Ele frequentemente protestava com o imperador contra a imposição dos dízimos aos saxões recém-convertidos, e contra a administração compulsória e indiscriminada do batismo. "A instrução", diz ele, "sobre os grandes pontos da doutrina e prática cristã deve ser primeiramente dada, e então devem seguir-se os sacramentos. O batismo pode ser forçado aos homens, mas não a fé. O batismo recebido sem fé ou entendimento por uma pessoa capaz de raciocinar não passa de um lavagem do corpo sem proveito algum."*

{*Robertson, vol. 2, p. 131.}

Que refrigério para o espírito, e quão verdadeiramente gratos estamos em encontrar tais atos simples e honestos do grande imperador. Isto nos mostra que o Senhor tinha Suas testemunhas em todos os tempos e em todos os lugares. Tenhamos esperança de que ele possa ter sido usado pelo Senhor para a disseminação da verdade e para a benção de almas naqueles círculos superiores.

O fim do grande Carlos se aproximava. Embora ele tivesse se cercado com literatura, música e tudo o que pudesse agradar e gratificar todos os seus gostos e paixões; e embora -- dizem -- suas antecâmaras estivessem cheias com os monarcas caídos de territórios conquistados, aguardando para suplicar seu favor, ou buscando restauração de seus legítimos domínios; apesar de tudo isso, ele teve de ceder ao golpe do qual ninguém pode desviar. Ele morreu em 28 de janeiro de 814, na idade avançada de 72 anos, e após um longo reinado de 43 anos. Ele nomeou seu filho, Luís, como seu sucessor.

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