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domingo, 22 de novembro de 2020

A Primeira Bíblia Impressa

Todos os historiadores parecem concordar que Gutenberg, tendo passado quase dez anos levando seus experimentos à perfeição, empobreceu tanto que achou necessário convidar algum capitalista para se juntar a ele. Johann Faust, o rico ourives de Mainz, a quem revelou seu segredo, concordou em fazer parceria com ele e fornecer os meios para a execução do projeto. Mas não parece que Gutenberg e seus associados, Schoeffer e Faust, foram movidos por qualquer motivo mais elevado na execução desta obra gloriosa do que o de realizar uma grande soma de dinheiro por meio da empresa. As letras eram uma imitação tão exata dos melhores copistas que pretendiam fazê-las passar por excelentes cópias manuscritas e, assim, obter os altos preços usuais. Os empregados na obra estavam sujeitos ao mais estrito sigilo. A primeira edição parece ter sido vendida a preços de manuscrito sem que o segredo tivesse sido revelado. Uma segunda edição foi lançada por volta de 1462, quando Johann Faust foi a Paris com várias cópias. Ele vendeu uma ao rei por setecentas coroas e outra ao arcebispo por quatrocentas coroas. O prelado, encantado com uma cópia tão bela e a um preço tão baixo, havia a mostrado ao rei. Sua majestade então comprou a sua, pelo qual pagou quase o dobro do dinheiro; mas qual foi seu espanto ao descobrir que eram idênticos, mesmo nos traços e pontos mais minuciosos? Eles ficaram alarmados e concluíram que deviam ser produzidos por magia, e estando as letras maiúsculas em tinta vermelha, eles supuseram que era sangue, e não duvidaram mais que ele estava aliado ao diabo e auxiliado por ele em sua arte mágica.

A informação foi imediatamente fornecida à polícia contra Johann Faust; seus aposentos foram revistados e suas Bíblias apreendidas, e outras cópias que ele havia vendido foram coletadas e comparadas. Descobrindo eles que eram exatamente iguais, ele foi declarado um mágico. O rei ordenou que fosse lançado na prisão e logo teria sido lançado nas chamas, mas ele se salvou confessando o engano e revelando completamente o segredo de sua arte. O mistério foi então revelado, os operários não estavam mais vinculados ao sigilo, os impressores se dispersaram, levando o segredo de sua arte aonde quer que fossem bem-vindos, e o som das prensas logo foi ouvido em muitos países. Por volta de 1474, a arte foi introduzida na Inglaterra por William Caxton; e em 1508 foi introduzido na Escócia por Walter Chepman.

Antes da época da impressão, muitos livros valiosos existiam em manuscrito, e seminários de aprendizagem floresceram em todos os países civilizados, mas o conhecimento era necessariamente confinado a um número comparativamente pequeno de pessoas. Os manuscritos eram tão raros e caros que só podiam ser comprados por reis e nobres, por instituições colegiadas e eclesiásticas. "Uma cópia da Bíblia custava de quarenta a cinquenta libras apenas para ser escrita, pois um copista experiente precisava de cerca de dez meses de trabalho para fazer uma." Embora vários outros livros tenham saído das novas prensas, a Bíblia latina era o livro favorito. Eles geralmente iniciavam as operações, onde quer que fossem, publicando uma edição da Bíblia em latim. Eram os mais procurados e saíam a preços altos. Desta forma, as Bíblias em latim se multiplicaram rapidamente. Os tradutores começaram então seu trabalho; e por reformadores individuais em diferentes países, a palavra de Deus foi traduzida em várias línguas no decorrer de alguns anos. "Assim, uma versão italiana apareceu em 1474, uma boêmia em 1475, uma holandesa em 1477, uma francesa em 1477 e uma espanhola em 1478; como se anunciassem a aproximação da Reforma vindoura."


sábado, 4 de julho de 2015

A Terceira Viagem Missionária de Paulo (por volta de 54 d.C.)

Capítulo 6

A Terceira Viagem Missionária de Paulo (por volta de 54 d.C.)

 

Tendo passado "algum tempo" na Antioquia, Paulo deixa o centro gentio e parte para outra viagem missionária. Nada é dito sobre seus companheiros nesta ocasião. Ele "passou sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, confirmando a todos os discípulos" (Atos 18:23), e também dando instruções para a coleta em favor dos santos pobres em Jerusalém (1 Coríntios 16:1,2). Em pouco tempo ele chegou ao centro de sua obra na Ásia.

Éfeso. Nesta época era a maior cidade da Ásia Menor, e a capital da província. Devido à sua posição central, era o ponto de encontro comum de várias personagens e classes de homens. Por esta altura, Apolo tinha partido para Corinto, mas ainda havia outros doze discípulos de João em Éfeso. Paulo fala com eles sobre seu estado e posição. Devemos tomar uma rápida nota do que ocorreu.

O batismo de João requeria o arrependimento, mas não a separação da sinagoga judaica. O evangelho ensina que o cristianismo é fundamentado na morte e ressurreição. O batismo cristão é um símbolo significativo e expressivo dessas verdades. "Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos." (Colossenses 2:12) Como esses homens eram inteiramente ignorantes sobre as verdades fundamentais do cristianismo, supomos que eles nunca tinham se misturado com cristãos. O apóstolo, sem dúvida, explicou para eles sobre a eficácia da morte e ressurreição de Cristo, e sobre a descida do Espírito Santo. Eles creram na verdade e receberam o batismo cristão. Então Paulo, por sua capacitação apostólica, impõe suas mãos sobre eles, e eles são selados com o Espírito Santo, "e falavam línguas, e profetizavam" (Atos 19:6).

Imediatamente após a menção desse importante acontecimento, nossa atenção é direcionada às obras do apóstolo na sinagoga. Durante três meses ele pregou a Cristo ousadamente lá, disputando e persuadindo seus ouvintes "acerca do reino de Deus." (Atos 19:8). Os corações de alguns "se endureceram", enquanto outros se arrependeram e creram; mas enquanto muitos dos judeus tomaram o lugar dos adversários, e "falaram mal do Caminho perante a multidão" (Atos 19:9), Paulo age da forma mais definitiva possível. Ele "separou os discípulos" da sinagoga judaica e deles formou uma nova assembleia, se reunindo com eles "diariamente na escola de um certo Tirano" (Atos 19:9). Este é um ato profundamente interessante e instrutivo por parte do apóstolo, mas ele age conscientemente no poder e na verdade de Deus. A igreja em Éfeso é agora perfeitamente distinta, tanto em relação aos judeus quanto em relação aos gentios. Aqui vemos ao que o apóstolo, em outro lugar, se refere em sua exortação: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus." (1 Coríntios 10:32). Onde esta importante distinção não é vista haverá grande confusão de pensamento tanto quanto à Palavra quanto aos caminhos de Deus.

O apóstolo agora aparece como o instrumento do poder de Deus de forma notável e marcante. Ele comunica o Espírito Santo aos doze discípulos de João, separa os discípulos de Jesus e formalmente funda a igreja em Éfeso. Seu testemunho ao Senhor Jesus é ouvido em toda a Ásia, tanto pelos judeus quanto pelos gregos; milagres extraordinários são operados por suas mãos e enfermidades fugiam de muitos apenas ao tocar a borda de suas vestes. O poder do inimigo desaparece diante do poder que está em Paulo; as consciências dos pagãos são alcançadas, e o domínio do inimigo sobre eles se vai. O medo caiu sobre muitos que "seguiam artes mágicas", e eles mesmos queimaram seus livros de magia que, no total, custariam hoje em dia cerca de R$1.300.000,00. "Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia." (Atos 19:20). Assim o poder do Senhor foi demonstrado na pessoa e na missão de Paulo, e seu apostolado estabelecido de forma inquestionável.

O apóstolo havia agora passado cerca de três anos de incessante trabalho em Éfeso. E ele mesmo diz, ao se dirigir aos anciãos em Mileto: "Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós." (Atos 20:31). É também suposto que, durante este período, ele tenha feito uma rápida visita e tenha escrito a Primeira Epístola aos Coríntios.

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