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sábado, 16 de abril de 2016

Os Primeiros Edifícios Públicos para Assembleias Cristãs

Um importante ponto na história da igreja, e que prova sua posição alterada no Império Romano, agora aparece diante de nós pela primeira vez. Foi durante o reinado desse excelente príncipe (Alexandre Severo) que as primeiros edifícios públicos foram levantados para as assembleias de cristãos. Uma pequena circunstância conectada a uma pequena porção de terra em Roma mostra o verdadeiro espírito do imperador e o crescente poder e influência dos cristãos. Esse terreno, considerado de uso geral, foi escolhido por uma congregação como o lugar para uma igreja, mas uma companhia de abastecedores reivindicava que tinha prioridade sobre o uso do terreno. O caso foi julgado pelo imperador, que decidiu conceder o terreno aos cristãos, sob a alegação de que era melhor dedicá-lo à adoração a Deus em qualquer forma do que aplicá-lo a um uso profano e indigno.

Edifícios públicos - chamadas de "igrejas cristãs" - começavam agora a aparecer em diferentes partes do império, e a possuir propriedades na terra. Os pagãos nunca conseguiam entender porque os cristãos não tinham templos nem altares. Suas assembleias religiosas, até essa época, eram realizadas de modo privado. Até mesmos os judeus tinham suas sinagogas públicas, mas os cristãos não se reuniam em algum edifício separado e distinto. A casa particular, as catacumbas, o cemitério de seus mortos, eram os lugares em que ocorriam suas pacíficas congregações. A  privacidade deles, que muitas vezes era, naqueles turbulentos tempos, sua segurança, estava agora passando. Por outro lado, deve também ser observado que essa confidencialidade era muitas vezes utilizada contra eles. Nós vimos como, no princípio, os pagãos não conseguiam entender uma religião sem um templo, e então eram facilmente persuadidos de que essas reuniões privadas e misteriosas, que pareciam evitar a luz do dia, serviam apenas para o pior dos propósitos.

A condição exterior do cristianismo estava agora mudando de maneira incrível - mas infelizmente, não em favor da saúde e crescimento espiritual, como veremos em breve. Havia agora edifícios bem conhecidos nos quais os cristãos se reuniam, cujas portas podiam ficar bem abertas para toda a gente. O cristianismo era agora reconhecido como uma das várias formas de adoração que o governo não proibia. Mas a tolerância aos cristãos durante este período teve o apoio favorável apenas de Alexandre. Nenhuma mudança foi feita nas leis do império em favor dos cristãos, de modo que seu tempo de paz teria um fim com a morte do imperador. Uma conspiração foi formada contra ele pela desmoralizada soldadesca, que não podia suportar a disciplina que o imperador procurava restaurar. E assim o jovem imperador foi morto em seu quarto, aos vinte e nove anos de idade e no décimo terceiro ano de seu reinado.

A Posição Alterada do Cristianismo na Sociedade

Após a morte de Septímio Severo - exceto durante o curto reinado de Maximino - a igreja desfrutou de uma temporada de relativa paz até o reinado de Décio, no ano 249 d.C. Porém, durante o favorável reinado de Alexandre Severo, uma mudança considerável aconteceu na relação do cristianismo com a sociedade. Por toda a sua vida, Alexandre esteve sob a influência de sua mãe, Julia Mamea, que é descrita por Eusébio como "uma mulher distinta por sua piedade e religiosidade." Ela chamou Orígenes, sobre cuja fama ela tinha ouvido falar muito, e aprendeu dele algo sobre as doutrinas do evangelho. Ela se tornou, mais tarde, favorável aos cristãos, mas não há muitas evidências de que ela também tenha sido cristã.

Alexandre tinha uma disposição religiosa. Ele tinha muitos cristãos em sua casa, e bispos eram admitidos até mesmo na corte em caráter reconhecidamente oficial. Ele frequentemente usava as palavras de nosso Salvador: "E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também." (Lucas 6:31). Ele tinha essas palavras escritas nas paredes de seu palácio e em outros edifícios públicos. Mas todas as religiões eram consideradas para ele como quase a mesma coisa, e sobre este princípio ele deu ao cristianismo um lugar em seu eclético sistema.

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