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sábado, 5 de dezembro de 2015

A Ocupação de Paulo Durante Sua Prisão

Embora um prisioneiro, ele foi autorizado a manter livre relação com seus amigos, e foi então cercado de muitos de seus mais antigos e fiéis companheiros. Das Epístolas aprendemos que Lucas, Timóteo, Tíquico, Epafras, Aristarco e outros estavam com o apóstolo durante esse tempo. Ainda assim, devemos nos lembrar que ele estava, como prisioneiro, preso em cadeias a um soldado e exposto ao rude controle de tal. Devido ao longo atraso de seu julgamento, ele permaneceu nessa condição por dois anos, durante o qual ele pregou o evangelho e abriu as escrituras às congregações que vinham ouvi-lo. Ele também escreveu várias epístolas para as igrejas em lugares distantes.

Tendo plena e fielmente cumprido o dever que tinha para com os judeus, o povo favorecido de Deus, ele agora se dirige aos gentios, embora não deixasse totalmente de lado os judeus. Sua porta estava aberta de manhã até a noite para todos que quisessem vir e ouvir as grandes verdades do cristianismo. E, em alguns aspectos, ele nunca teve oportunidade melhor, uma vez que, sob proteção dos romanos, os judeus não tinham permissão para incomodá-lo.

Os efeitos da pregação de Paulo através da bênção do Senhor logo foram manifestos. Os guardas romanos, a família de César, e pessoas de "todos os demais lugares" foram abençoados através dele. "E quero, irmãos, que saibais", escreve ele aos filipenses, "que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; de maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares". E depois, o apóstolo diz: "Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César." (Filipenses 1:12,13; 4:22). A bênção parece ter sido primeiramente manifesta ao pretório, ou entre os guardas pretorianos. "As minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana", isto é, no alojamento dos guardas e tropas. O evangelho da glória que Paulo pregava foi ouvido por todos eles. Até mesmo o gentil prefeito romano Burrus, com seu amigo íntimo Sêneca, tutor de Nero, pode ter ouvido o evangelho da graça de Deus. Os modos corteses de Paulo, e suas grandes habilidades, tanto naturais quanto adquiridas, eram bem adequadas para atrair tanto o estadista quanto o filósofo. Sua estadia ali por dois anos lhe trouxe muitas oportunidades.

Ele deve ter ficado conhecido, podemos dizer, entre quase todos os guardas. Com cada mudança de guarda, a porta para o evangelho se abria cada vez mais. Estando constantemente preso a um dos soldados como sentinela, e sendo tal sentinela constantemente substituído, ele então se familiarizou com muitos; e com que amor, fervor e ardente eloquência ele deve ter falado com eles sobre Jesus e sobre a necessidade que tinham dEle! Mas devemos esperar até a manhã da primeira ressurreição para vermos os resultados da pregação de Paulo naquele lugar. O dia o declarará, e Deus terá toda a glória.

O apóstolo também nos faz saber que o evangelho tinha penetrado no próprio palácio. Havia santos na casa de César. O cristianismo foi plantado dentro das paredes imperiais, "e por todos os demais lugares". Sim, "por todos os demais lugares", disse o historiador sagrado. Não apenas Paulo estava trabalhando dentro dos recintos imperiais, como também seus companheiros, a quem ele chama de "cooperadores", estavam sem dúvidas pregando o evangelho "por todos os demais lugares", dentro e fora da cidade imperial, de modo que o sucesso do evangelho pudesse ser atribuído aos esforços de outros, assim como aos incansáveis esforços do grande apóstolo em seu cativeiro.

domingo, 15 de novembro de 2015

A Viagem de Paulo a Roma (60 d.C.)

Atos 27. Chegou a hora em que Paulo viajaria a Roma. Nenhum julgamento formal do apóstolo tinha acontecido. E, sem dúvidas, cansado da oposição dos judeus - com dois anos de prisão em Cesareia - e com repetidos exames diante dos governantes e de Agripa, ele tinha solicitado um julgamento perante a corte imperial. Lucas, o historiador de Atos, e Aristarco de Tessalônica, tiveram o privilégio de acompanhá-lo. Paulo foi entregue aos cuidados de um centurião chamado Júlio, da guarda imperial: um oficial que, em todas as ocasiões, tratou o apóstolo com grande gentileza e consideração.

Foi então determinado que Paulo deveria ser enviado juntamente com "alguns outros presos" pelo mar até a Itália. "E, embarcando nós", diz Lucas, "em um navio adramitino, partimos navegando pelos lugares da costa da Ásia, estando conosco Aristarco, macedônio, de Tessalônica. E chegamos no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu ir ver os amigos, para que cuidassem dele." (Atos 27:2,3). Partindo de Sidom eles foram forçados a navegar por baixo do Chipre, pois os ventos eram contrários, e chegaram a Mirra, uma cidade na Lícia. Aqui o centurião teve seus prisioneiros transferidos para um navio de Alexandria em rota para a Itália. Neste navio, após deixarem Mirra, "por muitos dias navegaram vagarosamente", pois o clima era desfavorável. Mas navegando por baixo de Creta, eles chegaram em segurança em Bons Portos.

O inverno estava próximo, e se tornou uma séria questão qual curso deveria ser tomado - se eles deviam permanecer em Bons Portos durante o inverno, ou se deveriam procurar algum porto melhor.

Aqui devemos fazer uma breve pausa e contemplar a maravilhosa posição de nosso apóstolo nessa séria consulta. Como anteriormente com Festo e Agripa, ele se põe diante do capitão, do proprietário do navio, do centurião e de toda tripulação, tendo a mente de Deus. Ele aconselha, dirige e age como se ele fosse realmente o mestre do navio, no lugar de ser um prisioneiro sob custódia de soldados. Ele aconselha para que fiquem onde estão. Ele adverte-lhes de que iriam se encontrar com um clima violento se se aventurassem ao alto mar, e que muito prejuízo seria feito ao navio e sua carga, e que colocaria em risco a vida dos que estavam a bordo. Mas o mestre e o proprietário do navio, que tinham o máximo interesse no próprio navio, se deixaram guiar pelas circunstâncias e não pela fé; eles desejavam correr o risco de buscar por um porto mais cômodo para invernar, e o centurião naturalmente cedeu ao julgamento deles. Todos estavam contra o julgamento do homem de fé - o homem de Deus - o homem que estava falando e agindo por Deus. Até mesmo as circunstâncias no cenário ao redor deles parecia favorável à opinião dos marinheiros, e não do apóstolo. Mas nada pode falsificar o julgamento da fé. Este deve ser verdade a despeito de qualquer circunstância.

Foi, portanto, resolvido pela maioria de que eles deveriam deixar Bons Portos, e navegar para Fenice como um porto mais seguro para o inverno. O vento mudou nesse exato momento. Tudo parecia favorecer os marinheiros. "E, soprando o sul brandamente...".  Eles estavam tão otimistas que Lucas nos diz que eles supunham que o propósito deles já estava realizado (v. 13). Estando em acordo, eles levantaram âncora e, com uma brisa suave vinda do sul, o navio, com suas "duzentas e setenta e seis almas" a bordo, partiu do porto de Bons Portos. Mas mal eles contornaram o Cabo Matala, uma distância de apenas quatro ou cinco milhas, e um vento forte vindo da costa pegou o navio, e o lançou de tal maneira que já não era possível para o timoneiro mantê-lo em seu curso. E, como observa Lucas, "nos deixamos ir à toa" (Atos 27:15), ou seja, eles foram obrigados a deixar o navio ser levado pelo vento.

Mas nossa principal preocupação aqui é com Paulo como o homem da fé. Quais devem ter sido os pensamentos e sentimentos de seus companheiros passageiros nesse momento? Eles tinham confiado no vento, e agora eles tinham que enfrentar a tempestade. Os solenes conselhos e avisos da fé tinham sido rejeitados. Muitos, infelizmente, sem se importarem com os avisos aqui registrados, e sob o lisonjeiro vento de circunstâncias favoráveis, se lançaram na grande viagem da vida, totalmente desatentos e independentes da voz da fé. Mas como o lisonjeiro vento que traiu o navio depois que saiu do porto, tudo logo se torna uma furiosa tempestade no agitado mar da vida.

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