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sábado, 1 de outubro de 2016

Reflexões sobre os Princípios do Asceticismo

É realmente triste refletir sobre os muitos e sérios erros dos grandes doutores, ou dos primeiros "pais", como são usualmente chamados. Não sabemos de nada mais grave e solene do que o fato de que eles enganaram muito as pessoas de então, e que por meio de seus escritos eles têm enganado a igreja professa desde então. Quem é capaz de estimar as terríveis consequências de tais ensinos pelos últimos 1400 anos, pelo menos? A má interpretação e má aplicação da Palavra de Deus é evidentemente a regra para esses líderes, e ensinar a sã doutrina é a exceção. E ainda assim eles são o orgulho e a alegada autoridade para uma grande porção da Cristandade até hoje.

Sobre o assunto do asceticismo, qualquer um com conhecimento comum das Escrituras pode enxergar a ignorância que tinham da mente de Deus, e o quanto pervertiam Sua Palavra. Somos exortados, por exemplo, a "mortificar as obras do corpo", mas nunca a mortificar o próprio corpo. O corpo é do Senhor, e deve ser cuidado. "Não sabeis vós", diz o apóstolo, "que os vossos corpos são membros de Cristo?". Verdadeiramente, devem ser reduzidos à servidão, mas este é o modo mais sábio de cuidar do corpo (Romanos 8:13, 1 Cor 6:15, 9:27). Novamente, o apóstolo diz: "Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra", e então ele explica o que são esses membros: "a fornicação, a impureza, o afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria" (Colossenses 3:5). Estas são as obras do corpo que devemos mortificar -- que devemos entregar à morte de maneira prática; e isto sobre o fundamento de que a carne foi condenada à morte na cruz. "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências" (Gálatas 5:24). Observe que o versículo não diz que estão crucificando, ou que deveriam crucificar a carne, mas que já a crucificaram. Deus a colocou fora de Sua vista pela cruz, e devemos mantê-la fora de nossa vista pelo auto-julgamento. O corpo, pelo contrário, tem no Novo Testamento um lugar muito importante como o templo do Espírito Santo, mas a tendência do asceticismo é de maltratar o corpo e alimentar a carne. "As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne" (Colossenses 2:23).

Os "pais" parecem ter se esquecido que o asceticismo era fruto da filosofia pagã, e de modo nenhum do cristianismo divino, mas eles parecem nunca terem olhado com cuidado para as Escrituras para conhecerem a mente de Deus sobre esses assuntos. Não tendo entendido a total ruína do homem na carne, eles em vão pensavam que ela podia ser melhorada, e foram assim desviados de inumeráveis maneiras, especialmente quanto à obra de Cristo, o julgamento da carne por Deus, o verdadeiro princípio da adoração, e todo o caminho do serviço cristão.

Tendo visto o estabelecimento do grande sistema monástico que exerceria uma influência tão poderosa em conexão com o cristianismo, a literatura e a civilização através da idade das trevas, deixemos o assunto por enquanto e retornemos à nossa história geral.

sábado, 10 de setembro de 2016

Qual é o Ensino de João 3:5?

Cremos que a expressão "nascer da água" não poderia, de forma alguma, se referir ao batismo. O novo nascimento é o tema do Salvador, sem o qual homem nenhum pode ver ou entrar no reino de Deus. Não havia ainda se tornado visível -- "o reino de Deus não vem com aparência exterior" (Lucas 17:20) -- mas estava lá entre eles, como a nova esfera de poder e bênção de Deus. A carne nunca poderia perceber esse reino. Cristo não tinha vindo para ensinar e melhorar a carne, como Nicodemos parece ter pensado; mas que o homem poderia ser participante da natureza divina que é transmitida pelo Espírito. Nenhum mero ritual exterior é capaz de admitir alguém ao reino. Deve haver uma nova natureza, ou uma nova vida, adequada à nova ordem de coisas. "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3). Então o Senhor mostra a Nicodemos o único caminho para entrar no reino: "Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus". A água é aqui usada como um símbolo do poder purificador da Palavra de Deus, como em Pedro: "Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade". Aqui, a verdade é mencionada como o instrumento, e o Espírito como o agente do novo nascimento, como ele continua dizendo: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus". Duas coisas são necessárias - a Palavra e o Espírito (1 Pedro 1:22,23).

A passagem obviamente indica a aplicação da Palavra de Deus no poder do Espírito -- operando no coração, consciência, pensamentos e ações -- nos trazendo, assim, uma nova vida de Deus, na qual temos Sua mente e Seus pensamentos sobre o reino. As seguintes passagens farão com que isto fique ainda mais claro: "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tiago 1:18). "Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra" (Efésios 5:26). "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" (João 15:3). Aqui temos a purificação moral da alma pela aplicação da Palavra através do Espírito, que julga todas as coisas, e que opera em nós novos pensamentos e afeições adequados à presença e glória de Deus.

Como uma questão de interpretação, então, não vemos alusão alguma ao batismo em João 3:5: o batismo manifesta o que já foi transmitido, porém o batismo em si mesmo não transmite nada. Por outro lado -- de acordo com os comentários inspirados nas Epístolas -- o batismo é o sinal da morte, não de dar vida, como os "pais" uniformemente afirmavam. "Ou não sabeis", diz o apóstolo, "que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte" (Romanos 6:3-4, Colossenses 2, 1 Pedro 3). Além disso, é perfeitamente claro que Nicodemos não podia saber qualquer coisa sobre o batismo cristão, já que ele não foi instituído por nosso Senhor até depois de Ele ter ressuscitado dentre os mortos.

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