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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

As Causas Ostensivas da Perseguição

Os romanos professavam tolerar todas as religiões, e que a comunidade não tinha nada a temer. Esta era a vangloriosa liberalidade que professavam. Até mesmo aos judeus eram permitidos viver de acordo com suas próprias leis. O que foi que aconteceu então, podemos nos perguntar, que pode ter causado toda a severidade deles contra os cristãos? Tinha a comunidade algo a temer deles? Havia algo a temer daqueles cujas vidas eram irrepreensíveis, cujas doutrinas era a pura verdade do céu, e cuja religião era propícia ao bem-estar das pessoas, tanto de modo público como privado?

Os seguintes pontos podem ser considerados como algumas das inevitáveis causas da perseguição, olhando para os dois lados da questão:

1. O cristianismo, ao contrário de todas as religiões que a precederam, era agressivo em seu caráter. O judaísmo era exclusivo: a religião de uma nação só. O cristianismo era proclamado como a religião da humanidade, ou do mundo todo. Isto era algo inteiramente novo na terra. "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15), este era o mandamento do Senhor para seus discípulos. Eles deviam prosseguir e guerrear contra o erro em todas as suas formas e em todas as suas obras. A conquista a ser feita era o coração para Cristo. "As armas da nossa milícia", diz o apóstolo, "não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo." (2 Coríntios 10:4,5). Nessa guerra de agressão contra as instituições existentes, e contra os hábitos corruptos dos pagãos, os discípulos de Jesus tinham pouco a esperar além de resistência, perseguição e sofrimento.

2. A religião pagã, a qual o cristianismo estava rapidamente prejudicando e destinando à queda, era uma instituição do Estado. Ela estava tão intimamente entrelaçada com todo o sistema civil e social que atacar esta religião era entrar em conflito com ambos os sistemas civil e social. E foi exatamente isto que aconteceu. Se a igreja primitiva fosse tão acomodada com o mundo como é a cristandade hoje, muita perseguição poderia ter sido evitada. Mas a hora não tinha chegado para tal frouxo acomodamento. O evangelho que os cristãos então pregavam, e a pureza da doutrina e da vida que mantinham, abalaram o próprio fundamento da velha e profundamente enraizada religião do Estado.

3. Os cristãos naturalmente se separavam dos pagãos. Eles se tornaram um povo separado e distinto. Eles não podiam fazer nada além de condenar e abominar o politeísmo como algo totalmente oposto ao único e verdadeiro Deus, e ao evangelho de Seu Filho Jesus Cristo. Isto deu aos romanos a ideia de que os cristãos eram hostis à raça humana, vendo que condenavam todas as religiões, menos a sua própria. Portanto, diz-se que eles eram chamados de "ateus", pois não acreditavam nas divindades pagãs e ridicularizavam a adoração pagã.

4. Simplicidade e humildade caracterizavam a adoração cristã. Eles pacificamente se reuniam antes do sol nascer ou após o sol se pôr para evitar ofender os demais. Eles cantavam hinos a Cristo como Deus, eles partiam o pão em memória de Seu amor ao morrer por eles, eles edificavam-se uns aos outros e comprometiam-se a uma vida de santidade. Mas eles não tinham templos bonitos, nem estátuas, nem ordens sacerdotais, e nem vítimas para oferecer em sacrifício. O contraste entre a adoração deles e a de todos os outros no império se tornou muito claro. Os pagãos, em sua ignorância, concluíram que os cristãos não tinham nenhuma religião, e que suas reuniões secretas tinham o pior dos propósitos. O mundo agora, assim como naquela época, diria daqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade que "essas pessoas não tem nenhuma religião". A adoração cristã, em verdadeira simplicidade, sem o auxílio de templos e sacerdotes, ritos e cerimônias, não é muito melhor compreendida agora pela cristandade professa do que era pela Roma pagã daquela época. Continua sendo verdade que "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." (João 4:24)

5. Pelo progresso do cristianismo, os interesses temporais de um grande número de pessoas foram seriamente afetados. Isto era uma fonte fecunda e amarga de perseguição. Uma incontável multidão de sacerdotes, fabricantes de imagens, comerciantes, adivinhos, augures e artesãos ganhavam uma boa vida pela existência da adoração de tantas divindades.

6. Todos estes, vendo seu trabalho e fonte de renda em perigo, se levantaram em força unida contra os cristãos, e procuraram por todos os meios deter o progresso do cristianismo. Eles inventaram e disseminaram as mais vis calúnias contra tudo o que era cristão. Os astutos sacerdotes e adivinhos facilmente persuadiam os vulgares e a mente do público em geral de que todas as guerras, tempestades e doenças que afligem a humanidade foram enviadas sobre eles por deuses raivosos, porque os cristãos que desprezavam a autoridade deles eram tolerados em todo lugar. *

{* Veja História Eclesiástica, de Mosheim, vol. 1, página 67; e os primeiros capítulos de Cristianismo Primitivo, de Cave. }

Muitas outras coisas poderiam ser mencionadas, mas estas eram, em todo lugar, as causas diárias dos sofrimentos dos cristãos, tanto publicamente quanto em privado. Da verdade desses fatos um momento de reflexão é capaz de convencer qualquer leitor. Mas a fé podia ver a mão do Senhor e ouvir Sua voz em tudo: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos... eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios... Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada." (Mateus 10:16-34) *

{* N. do T.: Apesar do capítulo 10 de Mateus, assim como Marcos 16:15, dizerem respeito à comissão dos judeus e ao evangelho do reino, é evidente que muitos pontos podem ser aplicados também aos cristãos, e descrevem muito bem o sofrimento e perseguição sofridas por causa do nome de Cristo. O caráter judaico e a pregação do evangelho do reino (e não o evangelho da graça de Atos 16:31) de Mateus 10 podem ser facilmente observados por uma leitura atenciosa e em oração: "Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus... E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem." (Mateus 10:5-7, 22-23).
Para mais detalhes sobre o caráter judaico dos evangelhos e sobre a diferença entre o evangelho do reino e o evangelho da graça, acesses estes links: 
}

Tendo falado bastante sobre a grande oposição que a igreja primitiva teve que lutar contra, será necessário olhar por um momento para a verdadeira causa das causas e dos meios para o rápido progresso do cristianismo.

domingo, 12 de julho de 2015

O Tumulto em Éfeso

Um grande e abençoado trabalho tinha agora sido cumprido pela poderosa energia do Espírito de Deus, por meio de Seu servo escolhido, Paulo. O evangelho tinha sido pregado na capital da Ásia, e tinha sido espalhado por toda a província. O apóstolo agora sentia que seu trabalho tinha terminado ali, e planeja ir a Roma, a capital do Ocidente e metrópole do mundo. A Grécia e a Macedônia já tinham recebido o evangelho, mas ainda faltava Roma. "E, cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, importa-me ver também Roma." (Atos 19:21)

Mas enquanto Paulo fazia os arranjos para a próxima viagem, o inimigo planejava um novo ataque. Seus recursos ainda não tinham sido esgotados. Demétrio excita a multidão ignorante contra os cristãos. Um grande tumulto começa, sendo as paixões dos homens despertadas contra os instrumentos do testemunho de Deus. Os oficiais de Demétrio levantaram o clamor de que não somente a profissão deles corria perigo, como também que o templo da grande deusa Diana corria o risco de ser desprezado. Quando a multidão ouviu essas coisas, se encheram de raiva e gritaram, dizendo: "Grande é a Diana dos efésios." (Atos 19:28). A cidade inteira estava agora imersa em confusão, mas Paulo misericordiosamente - pelos seus irmãos, e por alguns dos principais governantes da Ásia que eram seus amigos - se abstém de comparecer ao teatro.

Os judeus evidentemente começaram a temer que a perseguição se voltasse contra eles, pois a maioria das pessoas não sabia com que propósito tinham ali se ajuntado. Eles, então, põem um certo Alexandre diante da multidão, provavelmente com a intenção de transferir a atenção para cima dos cristãos; mas no momento em que os pagãos descobriram que ele era um judeu, a fúria deles aumentou: o grito de guerra foi novamente levantado, e por duas horas inteiras as pessoas gritavam: "Grande é a Diana dos efésios.". Felizmente, para todas as partes, o escrivão da cidade era um homem de grande tato e admirável política. Ele acalmou e dissolveu a aglomeração. Mas, para a fé, era Deus usando a eloquência persuasiva de um oficial pagão para proteger Seus servos e Seus muitos filhos que estavam ali.

O tão afamado templo de Diana foi contado pelos antigos como uma das maravilhas do mundo; o sol, diziam, não via nada em seu curso mais magnífico que o templo de Diana. Era construído com o mais puro mármore, e levou 220 anos para ser terminado. Mas com a disseminação do cristianismo, se afundou em decadência, e quase nada dele agora sobrou para nos mostrar como era. O comércio de Demétrio era a confecção de pequenos modelos em prata do santuário da deusa. Estes eram colocados nas casas, guardados em memoriais e carregados em viagens. Mas como a introdução do cristianismo necessariamente afetou as vendas desses modelos, os artesãos pagãos foram instigados por Demétrio a levantar um clamor popular em favor de Diana contra os cristãos.

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