Mostrando postagens com marcador vândalos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vândalos. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de setembro de 2017

O Incêndio da Roma Antiga

"O cavalo normando", diz Milman, "entrou pelas ruas, mas os romanos lutaram em vantagem na posse de suas casas e de seu conhecimento do terreno. Eles começaram a ganhar superioridade, e os normandos se viram em perigo. O impiedoso Guiscardo deu a ordem de incendiar as casas. De todos os lados as chamas queimavam furiosamente: casas, palácios, conventos, igrejas, à medida que a noite escurecia, foram vistas em terrível conflagração. Os distraídos habitantes precipitaram-se descontroladamente pelas ruas, não mais tentando defender a si mesmo, mas tentando salvar suas famílias. Centenas morreram. Os sarracenos aliados do papa, que haviam sido os primeiros na pilhagem, eram agora também os primeiros na conflagração e no massacre."*

{* History of Latin Christianity, vol. 3, p. 197}


Conta-se que Gregório esforçou-se nesse terrível momento, infelizmente não para salvar seu assim chamado rebanho da crueldade dos normandos, mas sim para salvar algumas das principais igrejas da conflagração geral. Guiscardo já tinha se tornado mestre da cidade -- ou melhor, das ruínas da Antiga Roma -- mas sua vingança ainda não tinha se apaziguado. Milhares de romanos foram vendidos publicamente como escravos, e milhares levados como prisioneiros. Supõe-se que nem os godos, nem os vândalos, nem os gregos nem alemães, jamais trouxeram tamanha desolação sobre a cidade como foi nesse episódio com os normandos. E que o leitor observe cuidadosamente que isso demonstra o verdadeiro espírito do papado, quando o fervoroso Guiscardo foi subornado por Gregório a se tornar seu aliado, seu libertador, seu protetor e seu vingador. As misérias, os massacres e a ruína de Roma foram justamente atribuídas à obstinação do papa nessa época, e tem sido desde então essa a opinião de todos os escritores imparciais. E ninguém jamais foi tão plenamente persuadido desse fato como o próprio Gregório. Ele não confiou nem sua pessoa nem suas fortunas à proteção fortificada dos muros de Santo Ângelo após a partida de seus aliados normandos.

Postagens populares