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sábado, 8 de julho de 2017

O Celibato e a Simonia

A promulgação desse decreto produziu, bem como concebeu, a maior agitação e angústia possíveis por toda a extensão da Cristandade. Até esse tempo, certo ou errado, o casamento tinha sido a regra, e o celibato a exceção. E a injustiça do decreto o tornou intolerável, pois o fez cair severamente da posição mais virtuosa para a mais viciosa e estigmatizou a todos como culpados de concubinato. Deixaremos que o leitor imagine o efeito de tal decreto em milhares e dezenas de milhares de famílias felizes. Os detalhes encheriam volumes. O decreto dissolveu os mais honráveis casamentos, rasgou o que Deus tinha unido, espalhou maridos, esposas e filhos, deu origem às mais lamentáveis discussões, e espalhou por todo lugar as piores calamidades. Esposas, especialmente, foram levadas ao desespero e expostas às mais amargas tristezas e vergonhas. Mas quanto mais veemente a oposição, mas altas as anátemas contra qualquer atraso na execução plenária dos comandos do pontífice. Os desobedientes eram entregues aos magistrados civis para serem perseguidos, privados de suas propriedades, e sujeitos a indignidades e sofrimentos de vários tipos. Parte de uma das cartas do papa fala sobre esse ponto: "Aquele cuja carne e sangue mover-se à dúvida ou ao atraso é carnal; este já está condenado; este não tem parte na obra do Senhor; este é um ramo podre, um cão estúpido, um membro cancroso, um servo infiel, um servo do tempo, e um hipócrita."

Mas como nenhum dos soberanos da Europa estavam dispostos a lutar pelas esposas do clero, o papa logo tinha todo o assunto sob seu controle, e muitos dos padres não lamentaram ser libertados das obrigações de seus maus caminhos.

Simonia*. O conflito decorrente da lei gêmea para a supressão da simonia era mais difícil de lidar; e, tendo sido prolongada por muitos anos, envolvia tanto a igreja quanto o Estado em muitas e grandes calamidades.

{*simonia: compra ou venda ilícita de coisas espirituais (como indulgências e sacramentos) ou temporais ligadas às espirituais (como os benefícios eclesiásticos). }

sábado, 13 de dezembro de 2014

O Apóstolo Judas, irmão de Tiago

Este apóstolo também é chamado de Judas Tadeu, ou Lebeu. Estes diferentes nomes têm diferentes nuances quanto ao significado, mas o exame de tais sutilezas está fora do escopo deste livro. Judas era filho de Alfeu, e um dos parentes de nosso Senhor, como lemos em Mateus 13:55: "não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?"

Quando, ou como, ele foi chamado para o apostolado, disto não somos informados; e não há praticamente nenhuma menção a ele no Novo Testamento, exceto nas várias vezes em que os doze apóstolos são nomeados. Seu nome só aparece uma vez na narrativa do Evangelho, quando ele faz a seguinte pergunta: "Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?" (João 14:22). É evidente, a partir desta pergunta, que ele ainda imaginava, assim como seus condiscípulos, a ideia de um reino temporal, ou a manifestação do poder de Cristo na terra de modo que o mundo pudesse percebê-lo. Mas eles não entendiam ainda a dignidade de seu próprio Messias. Eles eram estranhos à grandeza do Seu poder, à glória da Sua Pessoa, e à espiritualidade do Seu reino. Seus súditos são libertos, não apenas deste mundo perverso, mas do poder de Satanás e do domínio da morte e da sepultura: "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13). A resposta de Cristo para a questão de Judas é o mais importante. Ele fala das bênçãos da obediência. O discípulo verdadeiramente obediente certamente conhece a doçura da comunhão com o Pai e com o Filho, na luz e no poder do Espírito Santo. Aqui não se trata da questão do amor de Deus em graça soberana para com um pecador, mas das relações do Pai com Seus filhos. Por isso, é no caminho da obediência que a manifestação do amor do Pai e do amor de Cristo são encontrados. (Veja João 14:23-26)

Mas devemos ter em mente, quando comentamos sobre as perguntas ou sobre as palavras dos apóstolos, que o Espírito Santo ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado. Os pensamentos, sentimentos e expectativas dos apóstolos, depois desse evento, foram completamente alterados. Assim, encontramos nosso apóstolo, assim como seu irmão Tiago, intitulando-se "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago" (Judas 1:1). Ele não chama a si mesmo de apóstolo, nem de irmão do Senhor. Isto é humildade verdadeira, fundada em um verdadeiro senso da mudança de relacionamento com o Senhor exaltado. No dia de Pentecostes foi proclamado: "Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo." (Atos 2:36)

Nada é sabido com certeza sobre o restante da história de nosso apóstolo. Alguns dizem que ele pregou primeiramente na Judeia e na Galileia, e depois da Samaria até a Idumeia, e em cidades da Arábia. Mas, próximo ao fim de sua jornada, a Pérsia foi o local de seus labores e o cenário de seu martírio.

Com base em 1 Coríntios 9:5, podemos razoavelmente inferir que ele era um dos apóstolos que eram casados: "Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?"
Existe uma tradição sobre dois de seus netos, que é interessante e aparentemente verdadeira. Tal tradição foi transmitida por Eusébio de Hegésipo, um judeu convertido. Domiciano, o Imperador, tendo ouvido sobre a existência de alguns da linhagem de Davi, e parentes de Cristo ainda vivos, movido pela inveja, ordenou que fossem apreendidos e levados a Roma. Dois netos de Judas foram trazidos diante dele. Eles confessaram francamente que eram da linhagem de Davi, e parentes de Cristo. Ele os questionou sobre suas possessões e propriedades. Eles lhe contaram que não tinham nada além de alguns hectares de terra, cuja produção servia para o pagamento de impostos e para sustento próprio. Suas mãos foram examinadas, sendo encontradas ásperas e cheias de calos por causa do trabalho. Ele, então, perguntou-lhes acerca do reino de Cristo, e quando e onde ele viria. Então eles responderam que se tratava de um reino celestial e espiritual, e não de um reino temporal, e que ele não seria manifesto até que chegasse o fim deste mundo. O Imperador, satisfeito pelo fato de que eles eram homens pobres e inofensivos, os dispensou e cessou sua perseguição geral contra a igreja. Quando retornaram à Palestina, foram recebidos pela igreja com muito carinho, por serem parentes do Senhor e por terem confessado nobremente Seu nome - Seu reino, poder e glória.

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