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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Linhagem Real Herodiana

Não seria fora de propósito ou tedioso para o leitor se observarmos por um momento a linhagem real herodiana. Eles frequentemente aparecem, tanto na vida de nosso Senhor quanto no começo da história da igreja. Os temos associados em nossas mentes, desde cedo, com o massacre das crianças em Belém e Herodes, o rei da Judeia, embora seja de certo modo notável que Josefo, o principal historiador de Herodes, não menciona esse evento. Em geral pensa-se que o assassinato de algumas crianças em uma vila obscura, em comparação com outros atos sanguinários de Herodes, não era muito importante aos olhos de Josefo para ser registrado. Mas não sucedia o mesmo na mente de Deus: tanto o engano quanto a crueldade do traiçoeiro coração do rei estão registrados na narrativa sagrada. O olho de Deus vigiava o "Menino nascido" a Israel - a única fonte de esperança para todas as nações. O cruel desígnio de Herodes foi, assim, derrotado.

Herodes, o Grande, o primeiro rei idumeu de Israel, recebeu o reino do Senado de Roma através da influência de Marco Antônio. Isto ocorreu cerca de trinta e cinco anos antes do nascimento de Cristo (35 a.C.), e cerca de trinta e sete anos antes de sua própria morte. Esses idumeus eram uma ramificação dos antigos edomitas que, enquanto os judeus estavam no cativeiro babilônico, e sua terra desolada, tomaram posse tanto da parte sul da mesma, que fazia parte de toda a herança da tribo de Simeão, quanto de metade da terra que tinha sido a herança da tribo de Judá; e ali eles permaneceram até então. No decorrer do tempo, os idumeus foram conquistados por João Hircano e levados ao judaísmo. Após sua conversão, eles receberam a circuncisão, se submeteram às leis dos judeus, e se incorporaram à nação judaica. Desse modo, se tornaram judeus, embora não fizessem parte da linhagem original de Israel. Isto aconteceu por volta de 129 a.C.  Eles eram audaciosos, espertos e cruéis como príncipes: tinham grande visão política, cortejavam a favor de Roma, e se preocupavam apenas com o estabelecimento de sua própria dinastia. Mas, pela vontade de Deus, com a destruição de Jerusalém, a dinastia idumeia acabou, e até mesmo o próprio nome de Herodes parece ter perecido entre as nações.

Além do massacre das crianças em Belém, que aconteceu pouco antes da morte de Herodes, ele também tinha encharcado suas mãos no sangue de sua própria família, e no sangue de muitas pessoas nobres da linhagem asmoneia. Sua cruel inveja em relação àquela família nunca dormia. Mas um de seus últimos atos foi assinar a sentença de morte de seu próprio filho. No leito de morte - o que evidentemente foi um juízo de Deus, tal como aconteceu com seu neto, Herodes Agripa - ele conseguiu se levantar da cama para dar o mandato de execução de Antípatro e nomear Arquelau como seu sucessor no trono. Feito isso, caiu para trás e expirou.

Dessa forma, infelizmente, os monarcas muitas vezes morriam: distribuindo mortes com uma mão e reinos com a outra. Mas, e depois? Na realidade nua a crua de sua própria condição moral, eles devem comparecer ante o tribunal de Deus. O manto púrpura não mais poderá protegê-los. Uma justiça inflexível rege aquele trono. Julgados de acordo com as obras feitas no corpo, eles devem ser banidos eternamente para além do "abismo" que foi "posto" pelo juízo de Deus (Lucas 16:26). Ali lembrarão, em tormentos, cada momento de sua história passada - dos privilégios que abusaram, das oportunidades que perderam, e de todo mal que fizeram. Que o Senhor possa salvar cada alma que olha para estas páginas do terrível peso destas palavras: "lembrar"; "tormento"; "posto". Elas descrevem e caracterizam o futuro estado das almas impenitentes (Lucas 16).

A seita dos herodianos provavelmente era composta dos partidários de Herodes e tinha caráter principalmente político, tendo, como principal objetivo, a manutenção da independência nacional dos judeus em face do poder e ambição romanos. Eles devem ter pensado em usar Herodes para o cumprimento dessa finalidade. Na história narrada nos evangelhos, eles são lembrados por agir com astúcia para com o bendito Senhor, e em conspirar com os fariseus. (Mateus 22:15,16; Marcos 12:12, 14).

Vamos agora retornar à história de nossos apóstolos.

Em Atos 15, após uma ausência de mais ou menos cinco anos, Pedro aparece novamente. No entanto, durante aquele tempo não sabemos nada sobre sua morada ou trabalho. Ele tem um papel ativo na assembleia em Jerusalém, e parece ter mantido seu antigo lugar entre os apóstolos e anciãos.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Apóstolo Pedro (Parte 2)

Chegamos agora à última seção na narrativa sagrada da história de Pedro. Do versículo 32 do capítulo 9 ao versículo 18 do capítulo 11 de Atos temos um relato de suas pregações e milagres. Ali o vemos mais uma vez em plena autoridade apostólica, e o Espírito Santo trabalhando com ele. Sua missão nesse momento foi grandemente abençoada, tanto nas cidades de Israel quanto na Cesareia. Toda a cidade de Lida e o distrito de Sarona parecem ter sido despertados. Os milagres feitos por Pedro, e o evangelho por ele pregado, foram usados por Deus para a conversão de muitos. Assim, lemos: "E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor." (Atos 9:35). A benção era geral. "Se converter ao Senhor" é a ideia de conversão encontrada nas Escrituras. E em Jope também, pela ressurreição de Dorcas, havia grande agitação e benção. "E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor." (Atos 9:42)

No capítulo 10 - que já consideramos - os gentios são trazidos à igreja. E agora Pedro, tendo terminado sua missão por essas bandas, retorna a Jerusalém. Após o relato de sua libertação do poder de Herodes no capítulo 12, não temos mais relatos sobre a história do apóstolo da circuncisão em Atos.

Como Herodes Agripa, o rei idumeu, tem papel tão proeminente nessa história, pode ser interessante tomar nota sobre ele. Ele professava grande zelo pela lei de Moisés e mantinha um certo respeito para com sua observância externa. Desse modo, ele ficou do lado dos judeus contra os discípulos de Cristo, sob um fingido zelo religioso. Esta era sua política. Era uma figura do rei adversário.

Foi por volta de 44 d.C. que Herodes buscou se insinuar com seus súditos judeus, perseguindo os inofensivos cristãos. Não que houvesse qualquer amor entre Herodes e os judeus, posto que se odiavam de coração; mas aqui eles se uniram, pois ambos odiavam o testemunho celestial. Herodes matou Tiago com a espada e lançou Pedro na prisão. Era sua intenção perversa mantê-lo lá até depois da Páscoa, e então, quando uma grande quantidade de judeus de todas as partes estivessem em Jerusalém, fariam um espetáculo público de sua execução.  Mas Deus preservou e libertou Seu servo em resposta às orações dos santos. Eles têm armas de guerra que os governantes do mundo não conhecem. Deus permitiu que Tiago selasse seu testemunho com seu sangue, mas preservou Pedro para que pudesse ser testemunha na Terra por mais tempo. Assim nosso Deus governa sobre tudo. Ele é o Governador entre as nações, seja qual for o orgulho e a vontade do homem. O poder pertence a Ele. Débil, de fato, é o poder de cada inimigo quando Ele interfere. Herodes, tornando-se perplexo e confuso diante das manifestações de um poder que ele não podia entender, condena os guardas da prisão à morte, e deixa Jerusalém. Mas ele nem imaginava que sua própria morte precederia a de seus próprios prisioneiros.

Em Cesareia, a sede gentia de sua autoridade, ele ordenou que se fizesse uma festa magnífica em honra ao Imperador Cláudio. Somos informados de que multidões da mais alta hierarquia, vindas de todos os cantos, foram reunidas. Na segunda manhã de festividades, o rei apareceu em um manto prateado de grande esplendor, que brilhava com os raios do sol, de modo que ofuscava os olhos de toda a assembleia e provocava admiração geral. Ao fazer um discurso ao povo, de seu trono, alguns de seus bajuladores levantaram um grito: "É a voz de um deus!". Herodes, em vez de reprimir tal ímpia adulação, que se espalhou pelo teatro, a aceitou. Mas um senso do julgamento de Deus, naquele momento, atravessou o coração do rei. Em tom de profunda melancolia ele disse: "Seu deus irá, em breve, sofrer da comum sina da mortalidade". Na força da linguagem das Escrituras, está escrito assim: "E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou." (Atos 12:23). Ele foi, então, tomado de intensas dores violentas, e levado do teatro a seu palácio. Ali ele permaneceu por cinco dias, e morreu na maior agonia, e na mais humilhante e repugnante condição possível. 

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