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domingo, 22 de maio de 2016

A Mão Julgadora do Senhor

Grandes e importantes mudanças começaram a acontecer na soberania do império. Mas a Cabeça da igreja vigiava sobre tudo. Ele tinha limitado e definido o período de seu sofrimento, e nem as hostes do inferno, nem as legiões de Roma, poderiam estendê-lo em uma hora sequer. Os inimigos dos cristãos foram feridos com as mais terríveis calamidades. Parecia que Deus estava requerendo o sangue derramado. Galério, o verdadeiro autor da perseguição, no décimo oitavo ano de seu reinado e no oitavo da perseguição, expirou de uma enfermidade repugnante. Como Herodes Antipas e Filipe II da Espanha, ele foi "comido de bichos". Médicos foram procurados, oráculos foram consultados, mas tudo em vão; os remédio aplicados apenas agravaram a virulência da doença. O palácio inteiro estava tão infectado pela natureza de sua aflição que ele foi abandonado por todos os seus amigos. As agonias que ele sofreu o forçaram a clamar por misericórdia, e também por um sincero pedido para que os cristãos intercedessem pelos sofrimentos do imperador em suas súplicas ao seu Deus.

De seu leito de morte ele emitiu um decreto que, ao mesmo tempo que condescendia pedindo desculpas pelas severidades passadas contra os cristãos, sob o argumentos falacioso de respeito pelo bem-estar público e unidade do estado, também admitia plenamente a total falha das severas medidas para a supressão do cristianismo, e estabelecia a liberdade e exercício público da religião cristã. Alguns dias após a promulgação do decreto, Galério expirou. Por cerca de seis meses as misericordiosas ordens desse decreto foram seguidas, e um grande número foi libertado das prisões e das minas; mas infelizmente, trazendo as marcas de torturas corporais à beira da morte. Esta breve cessação da perseguição mostrou, ao mesmo tempo, seu temível caráter e alarmante extensão.

Mas Maximino, que sucedeu Galério no governo da Ásia, buscou reviver a religião pagã em todo o seu esplendor original e suprimir o cristianismo com renovada e implacável crueldade. Ele comandou que todos os oficiais de seu governo, desde os mais altos até os mais baixos, tanto do serviço civil quanto do militar, que todos os homens e mulheres, todos os escravos, e até mesmo as crianças, deveriam sacrificar e até mesmo participar do que era oferecido nos altares pagãos. Todos os legumes e provisões no mercado deveriam ser aspergidos com a água e o vinho utilizados nos sacrifícios, para que os cristãos fossem assim forçados ao contato com as ofertas idólatras.

Novas torturas foram inventadas, e torrentes frescas de sangue cristão fluíram em todas as províncias do Império Romano, com a exceção da Gália. Mas a mão do Senhor foi novamente posta pesadamente tanto sobre o império quanto sobre o imperador. Todo tipo de calamidade prevaleceu. Opressão, guerra, pestilência e fome despovoaram as províncias asiáticas. Ao longo dos domínios de Maximino, as chuvas de verão não caíram; uma fome desolou todo o Oriente, muitas famílias opulentas foram reduzidas à mendicância, e outras venderam seus filhos como escravos. A fome foi acompanhada de suas usuais pestilências. Pústulas surgiram sobre todo o corpo daqueles atingidos pela enfermidade, mas especialmente sobre os olhos, de modo que multidões se tornaram cegas impotentes e incuráveis. Todos desanimavam, e todos os que conseguiam fugiam das casas infectadas, de modo que miríades foram deixadas a perecer em um estado de abandono absoluto. Os cristãos, movidos pelo amor de Deus em seus corações, começaram a exercer os bondosos ofícios da humanidade e misericórdia. Eles cuidavam dos vivos, e decentemente enterravam os mortos. O medo caiu sobre todos. Os pagãos concluíram que suas calamidades eram uma vingança do céu por perseguirem seu povo favorecido.

Maximino ficou alarmado, e esforçou-se, tarde demais, para refazer os seus passos. Ele emitiu um decreto admitindo os princípios de tolerância, e comandando a suspensão de qualquer medida violenta contra os cristãos, recomendando apenas meios suaves e persuasivos para reconquistar esses apóstatas da religião de seus antepassados. Tendo sido derrotado na batalha contra Licínio, ele voltou sua ira contra os sacerdotes pagãos. Ele os acusou de o terem enganado com falsas esperanças de vitória sobre Licínio, e do império universal no Oriente, e então vingou seu desapontamento por meio de um promíscuo massacre de todos os sacerdotes pagãos ao seu alcance. Seu último ato imperial foi uma promulgação de outro decreto ainda mais favorável aos cristãos, no qual ele proclamava liberdade irrestrita de consciência e restaurava as propriedades confiscadas de suas igrejas. Mas a morte veio e encerrou o sombrio catálogo de seus crimes, e também a sombria linha de imperadores perseguidores que morreram pelos mais excruciantes tormentos sob a divina mão do julgamento divino. Muitos nomes de grande fama, tanto por posição quanto por caráter, estão entre os mártires desse período, e muitos milhares, desconhecidos e despercebidos na terra, mas cujo registro está nas alturas, e cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro.

Assim encerra-se o mais memorável de todos os ataques dos poderes das trevas contra a igreja cristã, e assim encerra-se a última esperança do paganismo em manter-se pela autoridade do governo. O relato da mais violenta, mais variada, mais prolongada e mais sistemática tentativa de exterminar o evangelho já conhecida bem merece o espaço que a destinamos, de modo que não nos desculpamos por sua extensão neste texto. Vimos o braço do Senhor erguido de modo gracioso e solene para castigar e purificar Sua igreja, para demonstrar a imperecível verdade do cristianismo, e para cobrir com eterna vergonha e confusão seus audazes mas impotentes inimigos. Como Moisés, podemos exclamar: "E eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça" (Êxodo 3:2-4). Assim vemos o porquê da sarça não se queimar, ou o porquê de Israel não ter sido consumido no Egito , ou o porquê da igreja neste mundo não ter sido exterminada: Deus estava no meio da sarça, Ele está no meio de Sua igreja - ela é a habitação de Deus pelo Espírito. Além disso, Cristo disse claramente, referindo-se a Ele mesmo em Seu exaltado poder e glória: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18).

sábado, 16 de abril de 2016

O Tratamento do Clero pelo Senhor

Mal as novas "igrejas" foram construídas, e os bispos recebidos na corte, e a mão do Senhor se voltou contra eles. Aconteceu dessa maneira:

Maximino, um rude camponês da Trácia, subiu ao trono imperial. Ele tinha sido o principal instigador da morte, se não o verdadeiro assassino, do virtuoso Alexandre. Ele começou seu reinado mandando prender e matar todos os amigos do último imperador. Aqueles que tinham sido seus amigos ele tornou seus próprios inimigos. Ele ordenou que os bispos, e particularmente aqueles que tinham sido amigos íntimos de Alexandre, fossem executados. Sua vingança caiu mais ou menos sobre todas as classes de cristãos, mas principalmente sobre o clero. Não era, no entanto, pelo cristianismo que eles sofreram nessa ocasião, uma vez que Maximino não se importava com qualquer religião, mas por causa da posição que eles tinham alcançado no mundo. Pode haver reflexão mais dolorosa do que esta?

Por volta dessa época destrutivos terremotos em várias províncias reacenderam o ódio popular contra os cristãos em geral. A fúria do povo sob tal imperador era irrestrita e, encorajados por governantes hostis, incendiaram as recém-construídas "igrejas" e perseguiram os cristãos. Mas, felizmente, o reinado desse selvagem imperador teve curta duração. Ele se tornou intolerável pelas pessoas. O exército se amotinou e o matou no terceiro ano de seu reinado, e uma época mais favorável para os cristãos retornou.

O reinado de Gordiano I, de 238 a 244 d.C., e o de Filipe, de 244 a 249, foram amigáveis para com a igreja. Mas repetidamente percebemos que um governo favorável aos cristãos era imediatamente seguido por outro que os oprimia. Foi particularmente o caso nessa época. Sob os sorrisos e o patrocínio de Filipe, o Árabe, a igreja desfrutou de grande prosperidade exterior, mas estava na véspera de uma perseguição mais terrível e mais generalizada do que qualquer outra que já tinha se passado.

Uma das causas que podem ter contribuído para isso foi a ausência dos cristãos nas cerimônias nacionais que comemoravam o milésimo ano de Roma, em 247 d.C. Os jogos seculares foram celebrados com grandiosidade sem precedentes por Filipe, mas como ele era favorável aos cristãos, eles escaparam da fúria dos sacerdotes pagãos e do populacho. Os cristãos eram agora um corpo reconhecido no Estado, e por mais cuidado que tivessem de evitar se misturar às facções políticas ou às festividades populares, eles eram considerados inimigos de prosperidade do Estado e a causa de todas as calamidades. Chegamos agora a uma mudança completa de governo - um governo que afligiu toda a igreja de Deus.

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