Mostrando postagens com marcador Santo Agostinho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Santo Agostinho. Mostrar todas as postagens

domingo, 18 de outubro de 2020

O Concílio Envergonhado

No dia seguinte, Hus se apresentou pela terceira vez ao concílio. Trinta e nove proposições foram produzidas e lidas, alegando erros que ele havia avançado em seus escritos, suas pregações e suas conversas privadas. Hus, como a maioria dos reformadores, defendia a doutrina da salvação pela graça sem as obras da lei. Ele afirmou que ninguém poderia ser membro da verdadeira igreja de Cristo, qualquer que fosse sua dignidade, papas ou cardeais, se fossem ímpios. "A verdadeira fé na Palavra de Deus", disse ele, "é o fundamento de todas as virtudes." Ele apelou ao honrado nome de Agostinho nesses pontos; e sustentava que o único título de clérigo, prelado ou papa para a sucessão apostólica era possuir as virtudes dos apóstolos. "O pontífice que não vive a vida de São Pedro não é vigário de Cristo, mas o precursor do anticristo." Ele citou uma frase de São Bernardo que deu grande peso a este ditado solene: "O escravo da avareza não é o sucessor de São Pedro, mas de Judas Iscariotes." O concílio ficou envergonhado, pois nenhum clérigo se aventuraria a ridicularizar as palavras de tais honrados Pais. 

As proposições tratavam principalmente de duas coisas: (1) a falsa teologia de Roma -- Hus havia denunciado a doutrina papista da salvação pelas obras, nas muitas maneiras que a igreja a prescreve; e (2) o falso sistema eclesiástico do papado com seus abusos flagrantes -- esses ele expôs e condenou nos termos mais implacáveis. Mas sua condenação parece ter dependido de sua afirmação ousada de que nenhum oficial, rei ou sacerdote, tinha valor aos olhos de Deus, se o rei ou o sacerdote vivesse em pecado mortal. Quando interrogado sobre este ponto pelo cardeal de Cambraia, que viu sua posição perigosa na presença do imperador, Hus repetiu suas palavras em voz alta: "Um rei em pecado mortal não é rei diante de Deus." Essas palavras selaram seu destino. "Nunca existiu", disse Sigismundo, "um herege mais pernicioso." "O que!" exclamou o cardeal, "não estás contente em degradar o poder eclesiástico? Expulsarias os reis de seus tronos?" "Um homem", argumentou outro cardeal, "pode ​​ser um verdadeiro papa, prelado ou rei, embora não seja um verdadeiro cristão." "Por que, então", disse Hus, "depuseste João XXIII?" O imperador respondeu: "Por seus crimes notórios." Hus agora era culpado de outro pecado -- desconcertando e deixando seus adversários perplexos. 

Seria tedioso e desinteressante tomar nota de todas as falsas acusações e calúnias que se amontoaram sobre ele, e das respostas firmes que deu; mas o que segue pode ser considerado como a substância de seu longo julgamento. Ele foi veementemente pressionado a se retratar de seus erros, a assumir a justiça das acusações, a se submeter incondicionalmente aos decretos do concílio, e a renunciar a todas as suas opiniões. Mas nem promessas nem ameaças o comoveram. "Abjurar", disse ele, "é renunciar a um erro que foi sustentado. Quanto às opiniões imputadas a mim que nunca tive, a estas não posso retratar, quanto às que realmente professo, estou pronto a retratá-las -- para renunciá-las de todo o coração -- quando eu for melhor instruído pelo concílio." Os padres responderam à integridade de consciência de sua vítima: "A competência do concílio não é instruir, mas decidir, ordenar a obediência às suas decisões ou fazer cumprir a pena." Os “ternos” pastores de Constança agora exigiam em alta voz uma retratação universal, ou que se queimasse vivo o atroz herege. O imperador condescendeu em discutir com ele, o mais hábil e sutil dos doutores, tanto em filosofia quanto em teologia, e tentar raciocinar com ele; mas Hus respondeu com firme humildade que buscava instrução; que ele não podia abjurar erros dos quais não estava convencido. Ele foi levado de volta para a prisão; o fiel cavaleiro da Boêmia -- John de Chlum -- um verdadeiro Onesíforo -- seguiu para consolar seu cansado amigo. "Oh, que consolo para mim", disse Hus, "ver que esse nobre não desdenharia de estender o braço a um pobre herege acorrentado, que todo o mundo, por assim dizer, havia abandonado."

domingo, 6 de setembro de 2020

Os Beneditinos

Antes da morte de Bento, que ocorreu em 543, sua ordem havia sido estabelecida na França, na Espanha e na Sicília. Ela se espalhou rapidamente por toda parte. Para onde quer que os monges viajassem, eles convertiam o deserto em um país cultivado; eles derrubaram florestas, drenaram pântanos, criaram abadias majestosas com suas próprias mãos, civilizaram populações rudes, e buscaram a criação de gado e os trabalhos agrícolas de todas as formas. Eles também cultivavam o aprendizado e tinham escolas para os jovens. Mas embora os beneditinos logo se tornassem uma grande comunidade e se espalhassem por vários países, todos estavam sujeitos a uma mesma regra. A época em que essa ordem entrou na Inglaterra é bem conhecida. Santo Agostinho e seus monges eram beneditinos, além de Gregório, que os enviou. Mas embora geralmente seja atribuído a eles o crédito de reduzirem os resíduos utilizando-os na fertilização no cultivo, eles também têm o crédito de escolherem, quando tiveram a oportunidade, os melhores locais da terra para seus assentamentos. "Em cada vale rico", diz Milman, falando da Inglaterra, "ao lado de cada córrego claro e profundo, erguia-se uma abadia beneditina. O trabalho dos monges de plantar, cultivar, projetar jardins ensolarados ou encher as colinas de árvores podem ter adicionado muito à graça pitoresca desses cenários; mas, em geral, se for realizada uma pesquisa sobre algum distrito na Inglaterra, é bem provável que se descubra que o local mais conveniente, mais fértil e mais pacífico fora o local de um abadia beneditina."*

{*Latin Christianity, vol. 1, p. 426. English Monasticism, de Hill, p. 71. Faiths of the World, de Gardner, vol. 1, p. 318. Neander, vol. 3, p. 351.}

A primeira intenção de São Bento não era fundar uma ordem monástica, mas simplesmente prescrever regras para os monges italianos, de acordo com a prática dos anacoretas e reclusos da igreja primitiva. Mas os monges de Monte Cassino logo se tornaram famosos por sua inteligência superior, vida pacífica, hábitos corretos e zelo fervoroso. Em um país e em uma época em que a contenda, a rapina, a ignorância e os costumes dissolutos eram universais, o tranquilo e sagrado mosteiro representava um convidativo refúgio, onde, durante o breve período da vida, o homem poderia cumprir seus deveres religiosos e encerrar seus dias em paz com o céu e com a humanidade. O jovem espírito ardente que entrava no mundo tinha poucas opções de vida; praticamente se resumia a uma escolha entre uma vida de guerra, violência e maldade -- uma vida de alegrias e tristezas ferozes -- ou de reclusão, humildade, obediência e trabalho abnegado. As naturezas mais pensativas e tímidas deram as boas-vindas ao novo refúgio de descanso. Homens de todas as classes deixaram seu luxo ou pobreza e se juntaram à nova comunidade; e assim foi aumentando, até que sua riqueza e poder fossem incríveis. As estatísticas a seguir darão ao leitor uma idéia melhor da opulência dessas antigas abadias beneditinas do que meras descrições.

"A propriedade pertencente ao mosteiro pai de Monte Cassino, com o tempo, passou a incluir quatro bispados, dois ducados, trinta e seis cidades, duzentos castelos, trezentos territórios, trinta e três ilhas e mil seiscentos e sessenta e duas igrejas. O abade assumiu os seguintes títulos: Patriarca da Santa Fé; Abade do Santo Mosteiro de Cassino; Chefe e Príncipe de todos os Abades e Casas Religiosas; Vice-chanceler das Sicílias, de Jerusalém e da Hungria; Conde e Governador da Campânia e Savona e das Províncias Marítimas; Vice-Imperador; e Príncipe da Paz."*

{*Dictionary of Christian Churches and Sects, de Marsden, p. 635.}

domingo, 29 de julho de 2018

O Purgatório

Conta-se que Agostinho, bispo de Hipona, foi o primeiro a sugerir a doutrina de um estado intermediário, mas suas opiniões são vagas e incertas. A ideia não foi formalmente recebida como um dogma da igreja de Roma até a época de Gregório, o Grande, no ano de 600. Ele tem a reputação de ter sido o descobridor do fogo do purgatório. Ao discutir a questão sobre o estado da alma após a morte, ele distintamente afirmou: "Devemos crer que, para algumas transgressões leves, existe um fogo purgatório antes do dia do juízo". Mas, como o crescimento dessa doutrina por centenas de anos é extremamente difícil de traçar, nos referiremos de uma vez ao Concílio de Trento, a grande e indiscutível autoridade sobre o assunto.

"Existe um purgatório", diz o concílio, "e as almas ali detidas são auxiliadas pelos sufrágios dos fiéis, mas especialmente pelo sacrifício aceitável da Missa. Este santo concílio ordena a todos os bispos que se esforcem diligentemente para que a sã doutrina no que diz respeito ao purgatório, entregue a nós pelos veneráveis pais e concílios sagrados, seja crida, mantida, ensinada, e pregada em todo o lugar pelos fiéis a Cristo... No fogo do purgatório, as almas dos homens justos são purificadas por uma punição temporária, para que sejam admitidos a sua morada eterna, na qual não entra nada que contamina... O sacrifício da Missa é oferecido por aqueles que estão mortos em Criso, mas não inteiramente expurgados."*

{* Council of Trent, de Paul, p. 750. Veja também, para detalhes, End of Controversy, de Milner, Carta 43.}

Os escritores católicos romanos tentam suportar esse terrível dogma a partir de várias passagens das Escrituras, mas principalmente dos apócrifos e da tradição. Com os dois últimos nada temos a tratar. Qualquer coisa que agrade aos homens pode ser provado com base em tais fontes incertas; mas nada pode ser mais ousado, e ao mesmo tempo mais fútil, do que a má aplicação das Escrituras sobre esse assunto. Veja dois textos que eles utilizam: 1. "Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil" (Mateus 5:26). Aqui, os católicos são inconsistentes com eles mesmos, pois se os pecados veniais* são perdoados no purgatório, a passagem fala do último centavo sendo pago. Certamente não podemos falar de um dívida sendo perdoada e, ao mesmo tempo, tendo que ser paga pelo indivíduo até o último centavo**. 2. "Vivificado pelo Espírito, no qual [claramente, 'em cujo Espírito'] também foi, e pregou aos espíritos em prisão" (1 Pedro 3:18,19). Esta passagem não pode fazer referência à suposta prisão do purgatório, pois de acordo com a própria doutrina católica, aqueles que são culpados de pecado mortal não vão para lá, o que é estranhamente inconsistente, visto que os antediluvianos (que são os espíritos em prisão mencionados; ver versículo 20) eram "incrédulos", culpados do pecado mortal. E, como vimos nos extratos citados anteriormente, o purgatório seria apenas para "aqueles que estão mortos em Cristo, mas não inteiramente expurgados". A passagem também ensina que Cristo não pregou em pessoa. Ele pregou pelo Espírito por meio de Noé aos antediluvianos que estão agora em prisão. Os alegados textos estão tão pouco em favor do purgatório, que católicos romanos mais pensativos se esforçam em suportar o dogma apenas pela autoridade da igreja.

{* N. do T.: Pecado venial, de acordo com o catolicismo romano, é um pecado menor que não resulta em uma separação completa de Deus e na condenação eterna no inferno (Fonte: Wikipedia). }

{** N. do T.: Além disso, devemos nos lembrar que todos os nossos pecados foram pagos na cruz, o que acaba com qualquer ideia de um salvo ter ainda que pagar por eles. Ver Romanos 8:1, João 5:24, 1 Pedro 2:24, Apocalipse 5:9, Isaías 53:6,11,12, etc.}

Há muita imprecisão nos escritores romanistas, e até mesmo no Concílio de Trento, quanto a onde está o purgatório e o que ele realmente é. A opinião geral parece ser de que ele estaria debaixo da terra e adjacente ao inferno -- que seria um lugar intermediário entre o céu e o inferno, no qual as almas passam através do fogo da purificação antes de entrarem no céu.

Mas como o fogo material pode purificar um espírito, os escritores católicos têm sido cuidadosos em não definir. Aqueles no estado intermediário -- diz o Concílio de Florença de 1439 -- estão em um lugar de tormento, "mas se é fogo, ou tempestade, ou qualquer outra coisa, sobre isso não contendemos". Ainda assim, parece que a voz geral é de que o purgatório é uma prisão, na qual a alma é detida e torturada assim como purificada, e que, não por angústia ou remorso mental, mas por um fogo real, ou pelo que o fogo produz. E ainda assim tão variadas são as opiniões de seus melhores teólogos, que alguns já representaram os tormentos como uma repentina transição do calor extremo ao frio extremo. Mas as especulações vagas de Agostinho, e os aventurosos dogmas de Gregório, foram logo "autenticados" por sonhos e visões. Na idade das trevas, houve muitos viajantes para aquelas regiões subterrâneas, que inspecionaram e relataram os segredos do purgatório. Tomemos um dos relatos como exemplo, o mais suave e menos ofensivo que podemos escolher.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Linha Prateada da Graça Soberana

Capítulo 16: Europa (653 d.C. - 855 d.C.)


A monarquia papal está agora estabelecida. A corte da França e o papado estão unidos. Roma está agora separada do Oriente, e se torna o centro de influência sobre todo o Ocidente. Mas tendo traçado as tenebrosas linhas da apostasia no cristianismo latino desde o início do século IV até o início do século IX, voltemo-nos um pouco e esforcemo-nos em traçar a linha prateada da soberana graça de Deus naqueles que se separaram da comunhão da igreja latina durante o mesmo período. Se Satanás estava ativo em corromper a igreja no sentido exterior, Deus estava ativo na coleta dos Seus em meio a massa corrupta, e em fortalecê-los como Suas próprias testemunhas especiais. Desde os dias de Agostinho [de Hipona], a nobre testemunha de Sua graça contra o pelagianismo na Cristandade ocidental, até a Reforma, pode ser traçada uma linhagem de testemunhas fiéis que testificaram contra a idolatria e tirania de Roma, e que pregavam a salvação por meio da fé em Cristo Jesus sem obras de mérito*. Além de multidões que se alimentavam às escondidas, tanto em conventos quanto em famílias, da simples verdade do evangelho, observamos brevemente alguns dos mais proeminentes que formam um importante elo na grande cadeia de testemunhas, especialmente ligados à história da igreja na Europa.

{* Veja Hora Apocalyptica, de E. B. Elliot, vol. 2, p. 219.}

domingo, 9 de outubro de 2016

Agostinho e a Graça Divina

Agostinho, o famoso bispo de Hipona, a grande luz evangélica* do Ocidente, e o mais influente de todos os escritores cristãos latinos, começou por volta dessa época a refutar, com sua pena, as doutrinas de Pelágio e Celéstio. E principalmente a ele é dado, como sendo um instrumento de Deus, o crédito de impedir o crescimento dessa seita naquele tempo. Por uma marcante conversão, e por profundo exercício de alma, ele tinha sido treinado sob a disciplina do Senhor para realizar essa grande obra. Foi assim que o todo-sábio Deus secretamente levantou um testemunho em oposição a Pelágio, e, por meio de sua heresia, pôs em evidência mais visões do evangelho da graça do que tinha sido ensinado desde os tempos dos apóstolos, e também visões mais plenas da verdade, santidade e humildade cristã. As igrejas ocidentais, conduzidas por Agostinho, continuaram perseverantemente resistindo às falsas doutrinas com concílios, livros e cartas. Os gauleses, os bretões, e até mesmo os palestinos, por seus concílios, e os imperadores por suas leis e penalidades, até então tinham esmagado a controvérsia logo em seu início. Mas os princípios fundamentais do pelagianismo em suas muitas formas e níveis permanecem até o tempo presente. No entanto, em vez de rastrear a história dessa heresia, vamos brevemente nos referir ao que as Escrituras ensinam sobre os dois principais pontos do assunto.

{*N. do T.: aqui não se refere ao que conhecemos hoje como "denominações evangélicas", mas simplesmente no sentido puro da palavra, isto é, daquilo que defende o evangelho.}

domingo, 25 de setembro de 2016

Os Monastérios e o Pontífice Romano

Até quase o final do quinto século, os monastérios eram colocados sob a superintendência dos bispos; os monges eram considerados simplesmente como leigos e não tinham qualquer pretensão de serem classificados entre a ordem sacerdotal. Circunstâncias, no entanto, no decorrer do tempo, levaram os monges a assumir um caráter clerical. Muitos deles se ocupavam no trabalho de ler e expor as Escrituras, e todos eles deveriam estar envolvidos no cultivo da vida espiritual mais elevada. Assim, a população os tinham em muita estima, especialmente quando eles começaram a exercer suas funções clericais além dos confinamentos de suas celas. Invejas logo surgiram entre os bispos e os abades: o resultado foi que os abades, para se libertarem da dependência que tinham de seus rivais espirituais, fizeram uma petição para que tivessem a proteção do Papa de Roma. A proposta foi aceita com prazer, e logo todos os monastérios, grandes e pequenos, abadias, mosteiros e conventos se submeteram à autoridade da Sé de Roma. Isto foi um imenso passo em direção ao poder pontifical de Roma.

O Papa podia agora estabelecer, em quase qualquer canto, uma espécie de polícia espiritual, que agia como uma rede de espiões sobre os bispos, assim como sobre as autoridades seculares. Este evento deve ser observado com cuidado se quisermos acompanhar os caminhos e meios da ascensão do poder, e da derradeira supremacia, do Pontífice Romano.

O sistema monástico logo se espalhou para além dos limites do Egito: e todos os grandes mestres da época, tanto no Oriente quanto no Ocidente, advogavam a causa do celibato e monasticismo. São Jerônimo, em particular, o homem mais erudito de seus dias, é considerado o elo de ligação entre as duas grandes divisões da igreja -- a grega e a romana, ou a oriental e a ocidental. Ele foi o meio pelo qual o celibato e monasticismo foram fortemente levados adiante, especialmente entre as mulheres. Muitas senhoras romanas de classe se tornaram freiras através de sua influência. Ambrósio exaltava tanto a virgindade em seus sermões que as mães de Milão impediam que suas filhas assistissem seu ministério; mas multidões de virgens de outros cantos se reuniam em torno dele para receberem a consagração. Basílio introduziu a vida monástica em Ponto e Capadócia; Martinho, na Gália; Agostinho, na África; e Crisóstomo foi impedido pela sabedoria de sua mãe a se retirar, em sua juventude, a um eremitério remoto na Síria.

Antes de terminarmos este assunto pode ser interessante, de uma vez por todas, tomar nota sobre o crescimento e estabelecimento dos conventos.

domingo, 11 de setembro de 2016

A Origem da Comunhão Infantil

Quando a superstição em geral toma o lugar da fé, e as noções humanas tomam o lugar da Palavra de Deus, até que ponto homens, mesmo que sejam sérios e iluminados, podem ser levados! Agostinho defendeu firmemente a prática da comunhão infantil. Pensava-se que isso era uma consequência necessária do batismo infantil. Os "pais" afirmavam que a graça de Deus derramada sobre os batizados era dada sem medida, e sem qualquer limitação quanto à idade. Assim, eles raciocinaram e chegaram à conclusão que a ceia do Senhor podia ser consistentemente administrada a todos que tinham sido batizados, sejam crianças ou adultos. O costume prevaleceu por muitas eras, e é ainda observada pela igreja grega, mas nos absteremos dos detalhes. Em geral, o significado espiritual intrínseco e o verdadeiro projeto da ceia do Senhor foi grandemente perdido de vista, e a mais supersticiosa reverência foi expressa para os símbolos exteriores da ordenança.

Postagens populares