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domingo, 28 de dezembro de 2014

A Primeira Visita de Saulo a Jerusalém (por volta de 39 d.C.)

O apóstolo está agora em Jerusalém - a cidade santa de seus pais - a metrópole da religião judaica, e o reconhecido centro do cristianismo. Mas quanto mudou sua própria posição desde que ele começou sua memorável jornada a Damasco!

Podemos aqui fazer uma breve pausa e observar, de passagem, a antiga cidade de Damasco. Tal cidade está intimamente conectada à conversão, ministério e história de nosso apóstolo. Além disso, ela é notável no decorrer de toda a Escritura.

Supõe-se que Damasco seja a cidade mais antiga do mundo. De acordo com Josefo (Ant. 1. 6, 4), ela foi fundada por Uz, o filho de Arã, e neto de Sem (Gênesis 10:23). Ela é mencionada pela primeira vez nas Escrituras em conexão a Abraão, cujo mordomo era um nativo do lugar: "o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer" (Gênesis 15:2). A cidade é, portanto, um elo entre a era patriarcal e os tempos modernos. Sua beleza e riqueza têm sido proverbiais por quatro mil anos. Os reis de Nínive, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma a conquistaram, e ela prosperou sob cada dinastia, e sobreviveu a todas elas; mas ela deve seu principal brilho e seu eterno memorial ao nome do Apóstolo Paulo. *

{* Para os mais recentes e melhores relatos sobre a cidade e suas cercanias, indicamos Cinco Anos em Damasco, de Porter.}

Retornemos agora a Jerusalém. Após passar quinze dias com Pedro e Tiago argumentando com os gregos, os irmãos "o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso. Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo." (Atos 9:30-31). Por enquanto o adversário é silenciado. A paz reina por meio da bondade de Deus. A perseguição cumpriu os propósitos de Sua graça. Os dois grandes elementos da bênção - o temor do Senhor e a consolação do Espírito Santo - prevaleciam em todas as assembleias. Andando no temor do Senhor, e no consolo do Espírito Santo, eles são edificados, e seu número aumenta significativamente.

Enquanto Saulo estava em Tarso, sua terra natal, a boa obra do Senhor estava fazendo grande progresso na Antioquia. Dentre aqueles que foram dispersos pela perseguição que se levantou por causa de Estêvão, havia "homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor." (Atos 11:20-21). Uma nova ordem de coisas começa aqui. Até o momento, o evangelho tinha sido pregado "senão somente aos judeus" (Atos 11:19). Quando a notícia dessa bendita obra de Deus entre os gentios chegou a Jerusalém, Barnabé foi enviado pela igreja em uma missão especial até a Antioquia. "O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor." (Atos 11:23-24)

À medida que a obra aumentava, Barnabé - sem dúvida, sentindo a necessidade de ajuda - pensou em Saulo; e, guiado pelo Senhor, partiu à sua procura. Tendo-o encontrado, o trouxe à Antioquia; e ali eles trabalharam juntos por "todo um ano", tanto nas assembleias dos crentes quando entre o povo. Barnabé ainda assume a liderança, pois lemos de "Barnabé e Saulo". Mais tarde, a ordem muda e lemos "Paulo e Barnabé".

Uma oportunidade de mostrar a afeição pelos irmãos de Jerusalém logo apareceu para os jovens convertidos na Antioquia. Um profeta, "por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo." (Atos 11:28-30)

sábado, 23 de agosto de 2014

A Conversão de Saulo de Tarso

Nenhum evento no progresso da história da igreja a afeta tão profundamente, ou tão felizmente, quanto a conversão de Saulo de Tarso. De principal dos pecadores ele se tornou o principal dos santos - do mais violento opositor de Cristo ele se tornou o mais zeloso defensor da fé - como inimigo e perseguidor do nome de Jesus na Terra, ele era o "principal"; todos os outros, em comparação a ele, eram subordinados (Atos 9; 1 Timóteo 1).

É bastante evidente, a partir do que ele fala sobre si mesmo, que ele acreditava que o judaísmo era não só divino, mas a perpétua e imutável religião de Deus para o homem. Seria difícil explicar a força de seus preconceitos judaicos sobre qualquer outro princípio. Portanto, todas as tentativas de pôr de lado a religião dos judeus, e de introduzir outra, ele considerava como sendo algo do inimigo, devendo ser arduamente combatidas. Ele tinha ouvido o nobre discurso de Estêvão - ele tinha testemunhado sua morte triunfante - mas sua subsequente perseguição aos cristãos mostrou que a glória moral daquela cena não o havia impressionado de maneira séria em sua mente. Ele foi cegado pelo zelo; mas o zelo pelo judaísmo agora era um zelo contra o Senhor. Neste exato momento ele estava "respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor" (Atos 9:1).

Ouvindo que alguns dos santos perseguidos haviam encontrado um abrigo em Damasco, uma antiga cidade da Síria, ele se convenceu a ir até lá e trazê-los de volta a Jerusalém como criminosos. Para este fim, ele recebeu cartas do sumo sacerdote e do conselho de anciãos, de que ele poderia trazê-los presos a Jerusalém para serem punidos (Atos 22, 26). Ele, então, se torna o próprio apóstolo da malícia judaica contra os discípulos de Jesus - ignorantemente, sem dúvida, mas ele se fez o missionário voluntário deles.

Com sua mente forjada até o tom mais violento do zelo perseguidor, ele segue em sua memorável jornada. Inabalável em seu apego fervoroso pela religião de Moisés, e determinado a punir os convertidos ao cristianismo como apóstatas da fé de seus ancestrais, ele se aproxima de Damasco. Mas lá, na plena energia de sua louca carreira, o Senhor Jesus o detém. Uma luz dos céus, mais forte que a luz do sol, brilha em torno dele, e o subjuga com seu brilho ofuscante. Ele cai por terra - com a vontade quebrada, a mente subjugada, o espírito humilhado, e completamente mudado. Seu coração é agora sujeito à voz que fala com ele. Raciocínio, extenuação e auto-justificação não têm lugar na presença do Senhor.

Uma voz da magnífica glória disse-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues." (Atos 9:4-5). Então o Senhor Jesus, mesmo estando no Céu, declara que Ele próprio é ainda identificado com Seus discípulos na Terra. A unidade da igreja com Cristo, sua Cabeça nos céus, a semente da bendita verdade do "um só corpo", é resumida nessas poucas palavras: "Saulo, Saulo, por que me persegues? ... Eu sou Jesus, a quem tu persegues." Estar em guerra contra os santos é o mesmo que estar em guerra contra o próprio Senhor. Que bendita verdade para o crente, mas quão solene para o perseguidor!

A visão que Saulo tinha visto e a terrível descoberta que ele tinha feito o absorveram completamente. Ele fica cego por três dias, e não pode comer nem beber. Então ele entra em Damasco, cego, quebrantado e humilhado pelo solene juízo do Senhor! Quão diferente daquilo que ele pretendia! Ele agora se une à companhia daqueles que ele tinha resolvido exterminar. No entanto, ele entra pela porta, e humildemente toma seu lugar entre os discípulos do Senhor. Ananias, um discípulo fiel, é enviado para confortá-lo. Ele recebe sua vista de volta, é cheio do Espírito Santo, é batizado, e então é alimentado e fortalecido.

Alguns pensam que o Senhor dá, na conversão de Paulo, não somente uma amostra de Sua longanimidade, como em todo o pecador que é salvo, mas também um sinal da futura restauração de Israel. Paulo nos conta, ele próprio, ter obtido misericórdia porque ele fez tudo aquilo em ignorante incredulidade - e tal será a mesma situação de Israel nos últimos dias quando receber misericórdia. Como nosso próprio Senhor orou por eles: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Pedro também diz: "E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes" (Atos 3:17)

Mas, como o apostolado de Paulo difere, em muitos aspectos, do apostolado dos doze, será necessário observá-lo mais um pouco. A menos que essa diferença seja compreendida, o verdadeiro caráter da presente dispensação poderá não ser apreendida de maneira tão consistente.

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