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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

A Chacina e Queimada de Béziers

Raimundo-Roger, um galante jovem de vinte e quatro anos, exibiu um espírito mais corajoso do que seu tio e resolveu defender seu povo contra os cruzados. Suas duas grandes cidades, Béziers e Carcassona, eram sua principal força. Ele se colocou na última, o lugar mais forte. "Os soldados da cruz, os sacerdotes do Senhor", como se denominavam a si mesmos, apareceram diante de Béziers, que tinha sido bem provida e guarnecida pelo visconde. O bispo do lugar também estava no exército, e foi-lhe permitido, por Arnaldo, que oferecesse seu conselho e recomendasse uma rendição à cidade. "Renunciai a vossas opiniões e salvai vossas vidas", foi o conselho do bispo, mas os albigenses firmemente responderam que não renunciariam a uma fé que lhes tinha concedido o reino de Deus e Sua justiça. Os católicos se juntaram aos hereges declarando que, em vez de se renderem, sofreriam a morte em sua pior forma. "Então", disse Arnaldo, "não ficará pedra sobre pedra; o fogo e a espada devorarão os homens, as mulheres e as crianças." A cidade caiu nas mãos dos cruzados, e terrivelmente a ameaça foi cumprida. Os cavaleiros, parando nos portões, perguntaram ao abade como os soldados deveriam distinguir os católicos dos hereges; "Mate todos eles", ele respondeu, "o Senhor conhece os que são Seus." A chacina começou: homens, mulheres, crianças, clérigos, todos foram massacrados indiscriminadamente enquanto os sinos da catedral tocavam até que a matança estivesse completa. Multidões trêmulas fugiram para as igrejas, na esperança de encontrar um santuário dentro das paredes sagradas; mas nenhum ser humano foi deixado vivo. A vasta população de Béziers, que até recentemente se aglomerava nas ruas e mercados, agora jazia em corpos amontoados. Estima-se que o número de mortos foi de vinte a cem mil. Tantos que moravam no campo fugiam para as cidades em busca de refúgio nessas situações que não se pode estimar precisamente os números. A cidade foi entregue aos saqueadores e depois incendiada.

Nunca o "abade dragão" disse uma palavra tão verdadeira quanto "O Senhor conhece os que são Seus", embora ele o tenha dito com terrível escárnio, e era ele próprio totalmente estranho à parte restante do versículo: "e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade" (2 Timóteo 2:19). O Senhor certamente conhece a todos os que creem nEle, e infinitamente precioso para Ele é o mais fraco de Seus santos. Arnaldo, um dia, verá, na mesma glória juntamente com o Senhor, aqueles a quem ele denunciou como hereges e a quem matou ao fio da espada. Que dia será quando o perseguidor e o perseguido, o acusador e o acusado, estiverem face a face na presença daquEle que julga com retidão! Até lá, que possamos andar pela fé, buscando apenas agradar ao Senhor.

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