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sábado, 21 de maio de 2016

Um Exame da Condição da Igreja (ano 303 d.C.)

Diocleciano ascendeu ao trono em 284. Em 286, ele se associou a Maximiano, como Augusto, e em 292 Galério e Constâncio foram adicionados ao número de príncipes com o título inferior de César. Assim, quando começou o quarto século, o império romano tinha quatro soberanos. Dois levavam o título de Augusto; e dois, o título de César. Diocleciano, embora supersticioso, não nutria nenhum ódio contra os cristãos. Constâncio, o pai de Constantino, o Grande, era amigável a eles. No início, os assuntos cristãos pareciam ser vistos de forma razoavelmente brilhante e feliz, mas os sacerdotes pagãos estavam raivosos, e conspiravam contra os cristãos. Eles viam sua ruína nos triunfos da grande disseminação do cristianismo. Por plenos cinquenta anos a igreja tinha sido muito pouco incomodada pelo poder secular. Durante esse período os cristãos tinham atingido um grau de prosperidade sem precedentes; mas era algo apenas exterior: eles tinham declinado profundamente da pureza e simplicidade do evangelho de Cristo.

Igrejas tinham surgido na maioria das cidades do império, e com uma certa demonstração de esplendor arquitetural. Vestimentas e utensílios sagrados de prata e ouro começaram a ser usados. Convertidos eram reunidos de todas as classes da sociedade; até mesmo a esposa do Imperador e sua filha Valéria, casada com Galério, aparentemente estiveram entre esses convertidos. Os cristãos ocupavam altos cargos no estado e na casa imperial. Eles ocupavam posições de distinção, e até de suprema autoridade, nas províncias e no exército. Mas, infelizmente, esse longo período de prosperidade exterior tinha produzido suas usuais consequências. A fé e o amor decaíram; o orgulho e ambição aumentaram. A dominação sacerdotal começou a exercer seus poderes usurpados, e o bispo a assumir a linguagem e a autoridade de vigário de Deus. Invejas e dissensões distraíam as comunidades pacíficas, e disputas às vezes prosseguiam até a violência aberta. A paz dos cinquenta anos tinha corrompido toda a atmosfera cristã: o relâmpago da ira de Diocleciano foi permitido por Deus para refiná-la e purificá-la.

Tal é a confissão melancólica dos próprios cristãos que, de acordo com o espírito dos tempos, analisavam os perigos e as aflições aos quais eram expostos sob a luz dos julgamentos divinos.*

{* Milman, vol. 2. 261.}

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