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sábado, 25 de julho de 2015

A Partida de Paulo de Éfeso para a Macedônia

Atos 20. Após o tumulto ter cessado, o perigo acabado e os manifestantes dispersos, Paulo se despede dos discípulos, os abraça, e parte para a Macedônia. Dois dos irmãos efésios, Tíquico e Trófimo, parecem tê-lo acompanhado, mantendo-se fiéis a ele em meio a todas as suas aflições. Eles são mencionados com frequência, e inclusive aparecem no último capítulo de sua última epístola, em 2 Timóteo 4.

O historiador sagrado é extremamente breve em seu registro sobre o proceder de Paulo neste momento. Toda a informação que ele dá é comprimida nas seguintes palavras: "Saiu para a macedônia. E, havendo andado por aquelas terras, exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. E, passando ali três meses..." (Atos 20:1-3). É geralmente suposto que essas poucas palavras abrangem um período de nove ou dez meses - do começo do verão de 57 d.C. até a primavera de 58 d.C. Mas esta falta de informação é, felizmente, suprida nas cartas do apóstolo. Aquelas que foram escritas durante essa jornada nos suprem com vários detalhes históricos e, o que é melhor, elas nos dão, da sua própria caneta, uma imagem viva dos profundos e dolorosos exercícios da mente e do coração pelas quais ele estava passando.

Parece que Paulo tinha combinado de se encontrar com Tito em Trôade, que lhe traria notícias direto de Corinto sobre o estado das coisas por lá. Mas semana após semana se passou, e Tito não aparecia. Sabemos alguma coisa sobre as obras dessa grande mente e coração nesse tempo pelo que ele mesmo diz: "Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor, não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a macedônia." (2 Coríntios 2:12,13). Sua ansiedade pessoal, no entanto, não o impediu de ir em frente com a grandiosa obra do evangelho. Isto é evidente nos versículos de 14 a 17.

Finalmente o há muito esperado Tito chega à Macedônia, provavelmente em Filipos. E agora a mente de Paulo é aliviada e seu coração confortado. Tito lhe traz melhores notícias de Corinto do que ele esperava ouvir. A reação é manifesta: ele se enche de louvor a Deus: "Grande é a ousadia da minha fala para convosco", diz ele, "grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações. Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito." (2 Coríntios 7:4-6)

Logo após isso, Paulo escreve sua Segunda Epístola aos Coríntios, que descobrimos ser dirigida não apenas a eles, mas a todas as igrejas em toda a Acaia. Todas elas podiam ter sido mais ou menos afetadas pela condição das coisas em Corinto. Tito é novamente o servo voluntário do apóstolo, não apenas como portador da segunda carta à igreja em Corinto, mas também tendo um papel especial nas coletas que eles faziam para os pobres. Paulo não apenas dá a Tito estritas instruções sobre as coletas, como também escreve dois capítulos sobre o assunto (capítulos 8 e 9), embora este fosse mais o trabalho de diáconos do que de apóstolos. Mas, como tinha dito ele em resposta à sugestão de Tiago, Cefas e João, de que ele deveria se lembrar dos pobres - "Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência." (Gálatas 2:10)

O espaço que o apóstolo dedica aos assuntos relacionados às coletas para os pobres é notável e merece nossa cuidadosa consideração. Pode ser que alguns de nós tenhamos ignorado este fato até agora. Observe, por exemplo, o que ele diz de uma igreja em particular. Temos boas razões para acreditar que os filipenses, desde o começo, se importavam com o apóstolo - eles o pressionaram a aceitar suas contribuições para ajudá-lo, desde sua primeira visita a Tessalônica até seu aprisionamento em Roma, além de sua generosidade para com os outros (2 Coríntios 8:1-4). Mas alguns podem imaginar, a partir disso, que eles eram uma igreja rica. Pelo contrário. Paulo nos diz: "Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade." (2 Coríntios 8:2). Eles doavam com tanta generosidade o que tinham de sua própria pobreza.

O que os filipenses são nas Epístolas, a viúva pobre é nos Evangelhos - duas moedinhas era tudo o que ela tinha. Ela podia ter dado uma e ficado com a outra; mas ela tinha um coração não dividido, e ela deu as duas. Ela, também, deu o que tinha de sua pobreza, e onde quer que o evangelho seja pregado por todo o mundo, essas coisas hão de ser contadas como um memorial da generosidade deles.

Após Paulo ter enviado a Tito e os que estavam com ele com a Epístola, ele permaneceu "naquelas partes" da Grécia fazendo a obra de um evangelista. Sua mente, no entanto, almejava fazer uma visita pessoal aos coríntios. Mas ele concedeu tempo para que sua carta produzisse seus próprios efeitos sob a bênção de Deus. Um dos objetivos do apóstolo era preparar o caminho para seu ministério pessoal entre eles. É comum o pensamento de que foi durante este período que ele pregou plenamente o evangelho de Cristo aos arredores até o Ilírico (Romanos 15:19). É provável que ele tenha alcançado Corinto no inverno, de acordo com sua expressa intensão: "E bem pode ser que fique convosco, e passe também o inverno" (1 Coríntios 16:6). Lá ele ficou por três meses.

Todos estão de acordo, podemos dizer, que foi durante esses meses de inverno que ele escreveu sua grande Epístola aos Romanos. Alguns dizem que ele também escreveu sua Epístola aos Gálatas neste mesmo período. Mas há grande diversidade de opiniões entre os cronologistas sobre este ponto. Pela ausência de nomes e saudações, como temos na Epístola aos Romanos, é difícil determinar sua data. Mas se ela não foi escrita neste tempo em particular, mesmo assim devemos mencioná-la mais cedo, e não mais tarde. O apóstolo ficou surpreso pelo antecipado abandono da verdade. "Maravilho-me", diz ele, "de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho" (Gálatas 1:6). Seu grande desapontamento é manifesto no calor do espírito no qual escreve essa Epístola.

Mas devemos retornar à história do nosso apóstolo: não nos adentraremos mais a fundo nas sutilezas da cronologia. Mas após compararmos as últimos escritos, relataremos o que acreditamos serem as datas mais confiáveis.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O Eunuco Etíope Recebe o Evangelho

Filipe é agora chamado a deixar sua feliz e interessante obra em Samaria e descer até Gaza - um deserto - e lá pregar o evangelho a uma única pessoa. Certamente há, nesse fato, uma lição da mais profunda importância para o evangelista, e uma que não podemos deixar passar sem alguma breve observação.

O pregador, em tal cenário de despertar e conversão como houve em Samaria, necessariamente torna-se muito interessado na obra. Deus está colocando seu selo sobre o ministério da Palavra, e sancionando as reuniões em Sua presença. O obra do Senhor prospera. O evangelista é cercado de respeito e afeição, e seus filhos na fé naturalmente procuram por ele para obter mais luz e instrução para seus caminhos. "Como poderia ele deixar tal campo de trabalho?", muitos perguntariam, "Seria correto partir?". Apenas, respondemos, se o Senhor chamasse Seu servo a fazer isso, como Ele fez no caso de Filipe. Mas como alguém pode saber hoje em dia, visto que anjos e o Espírito não nos falam como falavam com Filipe? Embora um cristão, hoje em dia, não seja chamado dessa forma, ele deve procurar e esperar pela orientação divina. A fé deve ser seu guia. As circunstâncias não são seguras como guias; elas podem até nos repreender e nos corrigir em nosso andar, mas é o olho de Deus que deve ser nosso guia. "Guiar-te-ei com os meus olhos", essa é a promessa, "instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir" (Salmos 32:8).

Somente o Senhor sabe o que é melhor para Seus servos e para Sua obra. O evangelista, em tal cenário, correria o risco de sentir sua própria importância pessoal. Daí o valor, se não a necessidade, da mudança do lugar de serviço.

"Levanta-te", falou o anjo do Senhor a Filipe, "e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração, regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." (Atos 8:27-29)

É bela a obediência imediata e incondicional de Filipe nesse momento. Ele não faz nenhum questionamento sobre a diferença entre Samaria e Gaza - entre sair de um amplo campo de trabalho e partir para um lugar deserto para falar com uma única pessoa sobre a salvação. Mas o Espírito de Deus estava com Filipe. E o único desejo do evangelista deveria ser de sempre seguir a direção do Espírito. A partir da falta de discernimento espiritual, um pregador poderia permanecer no mesmo lugar após o Espírito ter terminado seu trabalho ali, e assim o serviço é vão.

Deus, em Sua providência, cuida de Seu servo. Ele envia um anjo para direcioná-lo quanto à estrada que ele havia de tomar. Mas quando se trata do evangelho e do lidar com almas, o Espírito toma a direção. "E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." Não sabemos de nada, em toda a história da igreja, mais interessante que essa cena no caminho para Gaza. O anjo e o Espírito de Deus acompanham o evangelista: o primeiro representando a providência de Deus em indicar exatamente a estrada a tomar, e o último representando o poder espiritual direcionando o lidar com as almas. Assim como era, assim é agora, embora tendemos a adotar mais o hábito de pensar na orientação do Espírito do que na direção de providência. Que possamos confiar em Deus para tudo! Ele nunca muda!

O evangelho agora encontra seu caminho, na pessoa do tesoureiro da rainha, para o centro da Abissínia. O eunuco crê, é batizado, e segue seu caminho cheio de alegria. O que ele procurava, em vão, em Jerusalém, tendo seguido uma longa jornada até lá, ele encontra no deserto. Um belo exemplo da graça do evangelho! A ovelha perdida é encontrada no deserto, e águas vivas brotam de lá. O eunuco é também um belo exemplo de uma alma ansiosa. Quando sozinho e ocioso, ele lê o profeta Isaías.  Ele reflete sobre a profecia do sofrimento sem resistência do Cordeiro de Deus. Mas o momento de luz e libertação era chegado. Filipe explica o profeta: o eunuco é ensinado por Deus - ele crê: imediatamente deseja o batismo e retorna para casa, cheio das novas alegrias da salvação. Será que ele ficaria calado sobre o que encontrou quando lá chegasse? Certamente não, um homem de tal caráter e influência teria muitas oportunidades de disseminar a verdade. Mas, como tanto as Escrituras quanto a história são omissas quanto aos resultados de sua missão, não nos aventuremos além.

SUSTRIS, Lambert. "The Baptism of the Ethiopian Eunuch by the Deacon Philip"

O Espírito é ainda visto em companhia de Filipe e o leva para longe. Ele se encontra, então, em Azoto, e evangeliza todas as cidades até Cesareia.

Mas uma nova era na história da igreja começa a despontar. Um novo obreiro entra em cena: o mais notável, em muitos aspectos, que já serviu ao Senhor e à Sua igreja.

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