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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Cruel Reinado de Domiciano

Domiciano, o irmão mais novo de Tito, ascendeu ao trono em 81 d.C. No entanto, ele tinha um temperamento totalmente diferente de seu pai e de seu irmão. Estes toleravam os cristãos, mas ele os perseguia. Seu caráter era covarde, suspeitoso e cruel. Ele levantou uma perseguição contra os cristãos por causa de um certo temor vago e supersticioso que ele nutria sobre a possível aparição de uma pessoa nascida na Judeia, da família de Davi, e que deveria obter o império do mundo. Domiciano não poupou nem os romanos de nascimento da mais ilustre e alta posição que tinham abraçado o cristianismo. Alguns foram martirizados de imediato, outros foram banidos para serem martirizados no exílio. Sua própria sobrinha, Domitila, e seu primo Flávio Clemente, para quem tinha sido dada em casamento, foram vítimas de sua crueldade por terem abraçado o evangelho de Cristo. Assim vemos que o cristianismo, pelo poder de Deus, apesar de exércitos e imperadores, fogo e espada, estava se espalhando, não apenas entre os de classe média e baixa, mas também entre as classes mais altas.

"Domiciano", diz Eusébio, o pai da história eclesiástica, "tendo exercido sua crueldade contra muitos, e injustamente matando não poucos homens nobres e ilustres de Roma, e tendo, sem causa, punido um vasto número de homens honráveis com o exílio e a confiscação de suas propriedades, por fim estabeleceu a si mesmo como o sucessor de Nero em termos de ódio e hostilidade contra Deus." Ele também seguia Nero ao endeusar a si mesmo. Ele comandou que sua própria estátua fosse adorada como um deus, reviveu a lei da traição, e pôs em temeroso vigor suas terríveis provisões: sob tais circunstâncias, cercado de espiões e informantes, quão terrível deve ter sido essa segunda perseguição aos cristãos!*

{* Veja História Romana, Enciclopédia Britânica, vol. 19, página 406.}

Mas o fim desse tirano fraco, vão e desprezível se aproximava. Ele tinha o hábito de escrever em um rolo os nomes daquelas pessoas que ele destinava à morte, mantendo-o cuidadosamente aos seus próprios cuidados. E, de modo a desviar a atenção de suas futuras vítimas, ele os tratava com a mais lisonjeira atenção. Mas esse rolo fatal foi um dia tomado de debaixo de uma almofada em que ele estava dormindo por uma criança que estava brincando no apartamento, que então o levou à imperatriz. Ela foi atingida com espanto e alarme ao encontrar seu próprio nome na lista negra, juntamente com os nomes de outros que eram aparentemente elevados em seu favor. Assim, a imperatriz comunicou o conhecimento de seu perigo, e não obstante toda a precaução que a covardia e astúcia podia sugerir, ele foi expulso por dois oficiais de sua própria casa.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O Apóstolo João

João era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão mais novo de Tiago. Embora seu pai fosse um pescador, eles aparentemente estavam em boas circunstâncias de acordo com a narrativa do Evangelho. Alguns dos antigos falam da família como sendo rica, e até mesmo de conexão nobre. Porém, tais tradições não são reconciliáveis com os fatos relatados nas Escrituras. Lemos, no entanto, de seus "jornaleiros", e eles podem ter tido mais do que apenas um barco. Quanto a Salomé, sem dúvidas, foi uma daquelas mulheres honradas que serviam ao Senhor com o que tinham. E João tinha sua própria casa (Lucas 8:3; João 19:27). A partir desses fatos, podemos inferir, com segurança, que a situação deles era consideravelmente acima da pobreza. Como muitos têm sido extremos ao falar dos apóstolos como pobres e analfabetos, é interessante observar algumas poucas dicas nas escrituras sobres esses assuntos.

Do caráter de Zebedeu nada sabemos. Ele não fez objeções a seus filhos quando o deixaram ao chamado do Messias. Mas não ouvimos mais sobre ele depois disso. Frequentemente encontramos a mãe em companhia dos seus filhos, mas não há menções ao pai. É provável que ele tenha morrido pouco depois do chamado de seus filhos.

O evangelista Marcos, ao enumerar os doze apóstolos (Marcos 3:17), quando menciona Tiago e João, diz que nosso Senhor "pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão." O que nosso Senhor particularmente pretendeu, com esse título, não é facilmente determinado. Conjecturas têm havido muitas. Alguns supõem que seria porque esses dois irmãos eram da mais furiosa e resoluta disposição, e de um temperamento mais feroz e ardente do que o resto dos apóstolos. Mas não vemos motivo para tal suposição na história narrada nos Evangelhos. Sem dúvida, em uma ou duas ocasiões o zelo deles era intemperado, mas isso foi antes de entenderem o espírito de seu chamado. É mais provável que nosso Senhor os tenha apelidado em profecia ao zelo ardente deles ao proclamar aberta e corajosamente as grandes verdades do evangelho, após tê-lo conhecido plenamente. Estamos certos de que João, em companhia de Pedro nos primeiros capítulos de Atos, demonstrou uma coragem que não temia ameaças, e não era intimidado por nenhuma oposição.

Supõe-se que João era o mais novo de todos os apóstolos e, a julgar por seus escritos, parece ter sido possuído por uma disposição singularmente carinhosa, suave e amável. Ele foi caracterizado como "o discípulo a quem Jesus amava". Em várias ocasiões, ele foi admitido a uma livre e íntima relação com o Senhor (João 13).

"O que distinguia João", diz Neander, "era a união das mais opostas qualidades, como temos muitas vezes observado em grandes instrumentos do avanço do reino de Deus - a união de uma disposição inclinada à silente e profunda meditação, com um ardente zelo, embora não impulsionado a uma grande e diversificada atividade no mundo exterior; não um zelo apaixonado, como supomos que tenha enchido os peitos de Paulo antes de sua conversão. Mas havia também um amor, não suave e flexível, mas um que se agarrava com tudo o que podia, e firmemente retia o objetivo para o qual se dirigia - vigorosamente repelindo qualquer coisa que desonrasse esse objetivo, ou tentasse arrancá-lo de sua posse; tal era sua principal característica."

E a história de João está tão intimamente conectada com as histórias de Pedro e Tiago, as quais já abordamos, que podemos agora ser bastante breves. Esses três nomes raramente são vistos separados na história dos Evangelhos. Mas há uma cena em que João aparece sozinho e que é digna de nota. Ele era o único apóstolo que seguiu Jesus ao lugar de Sua crucificação. E lá ele foi especialmente honrado com o respeito e confiança de seu Mestre. "Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa." (João 19:26-27)

Após a ascensão de Cristo e a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, João se tornou um dos principais apóstolos da circuncisão. Mas seu ministério continua até o final do primeiro século. Com sua morte, a era apostólica naturalmente se encerra.

Há uma tradição muito difundida e geralmente aceita de que João permaneceu na Judeia até depois da morte da virgem Maria. A data do evento é incerta. Mas logo depois ele prosseguiu para a Ásia Menor. Lá ele plantou e cuidou de várias igrejas em diferentes cidades, mas fez de Éfeso seu centro. De lá ele foi banido para a Ilha de Patmos, perto do final do reinado de Domiciano. Ali ele escreveu o livro de Apocalipse (ou Revelação) (Apocalipse 1:9). Em sua libertação do exílio, pela ascensão de Nerva ao trono imperial, João retornou a Éfeso, onde escreveu seu Evangelho e suas Epístolas. Ele morreu por volta do ano 100 d.C., no terceiro ano do imperador Trajano, e com mais ou menos cem anos de idade.*

(* Veja Introdução ao Novo Testamento de Horne}

Das muitas tradições sobre o próprio João, selecionamos apenas uma, que pensamos ser a mais interessante e a mais provável de que seja verdade. Como um que foi incansável em seu amor e cuidado para com as almas dos homens, ele estava profundamente entristecido pela apostasia de um rapaz pelo qual ele tinha especial interesse. Ao revisitar o lugar onde ele o tinha deixado, ouviu que ele tinha se unido a um bando de ladrões e se tornado o capitão deles. Seu amor por ele era tão grande que se determinou a encontrá-lo. Assim, foi ao encalço dos ladrões e deixou-se capturar, implorando que o levassem à presença do capitão deles. Quando ele viu a venerável  aparência do velho apóstolo, sua consciência foi despertada. A lembrança dos dias passados foi maior do que ele podia suportar, de modo que fugiu, em consternação, de sua presença. Mas João, cheio de amor paternal, foi atrás dele. Ele pediu que o rapaz se arrependesse e retornasse à igreja, e o encorajou pela certeza do perdão de seus pecados no nome do Senhor Jesus. Sua maravilhosa afeição para com o rapaz e sua profunda preocupação pela sua alma o venceram por completo. Ele se arrependeu, retornou, foi restaurado e, posteriormente, se tornou um digno membro da comunidade cristã. Que possamos buscar a fazer o mesmo na restauração de desviados!

Chegamos agora ao que podemos chamar de segundo grupo de quatro apóstolos; e, assim como Pedro encabeçava o primeiro grupo, o segundo é liderado pelo apóstolo Filipe.

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