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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Paulo Comparece Diante de Agripa e Berenice

Aconteceu nessa época que Agripa, rei dos judeus, e sua irmã Berenice, foram fazer uma visita de cortesia a Festo. E como Festo não sabia como levar o caso de Paulo ao Imperador, ele aproveitou a oportunidade de consultar Agripa, que estava mais bem informado que ele sobre os pontos em questão. O príncipe judeu, que devia saber algo sobre o cristianismo, e que sem dúvidas havia ouvido falar de Paulo, expressou o desejo de ouvi-lo falar. Festo prontamente acedeu ao pedido. "Amanhã", disse ele, "o ouvirás" (Atos 25:22).

O apóstolo teria agora o privilégio de levar o nome de Jesus diante da mais digníssima assembleia que ele já tinha abordado. Reis judeus, governadores romanos, oficiais militares e comandantes da Cesareia se reuniram "com grande pompa" para ouvir o prisioneiro dar conta de si mesmo a Agripa. Não era uma audiência qualquer, e está perfeitamente claro que eles não consideravam o prisioneiro como uma pessoa qualquer. Festo, tendo reconhecido a dificuldade na qual se encontrava, remeteu a questão ao melhor conhecimento do rei judeu. Agripa cortesmente deu sinal a Paulo, permitindo que falasse. Chegamos agora a um dos momentos mais interessantes em toda a história de nosso apóstolo.

A dignidade de seus modos perante seus juízes, embora preso por correntes a um soldado, deve ter impressionado profundamente sua audiência. A profundidade de sua humilhação apenas manifestava mais acentuadamente a elevação moral de sua alma. Ele não pensava nem em suas correntes nem em sua pessoa. Perfeitamente feliz em Cristo, e ardente de amor por aqueles ao seu redor, o bem-estar e as circunstâncias foram completamente esquecidas. Com uma digna consideração para com a posição daqueles ao seu redor, levantou-se, na honesta declaração de uma boa consciência, infinitamente acima de todos. Ele se dirigiu à consciência de sua audiência, com a ousadia e retidão de um homem acostumado a andar com Deus, e de agir por Ele. O caráter e conduta dos governadores são lançadas em doloroso contraste com o caráter e conduta do apóstolo, e nos mostra o que o mundo é quando desmascarado pelo Espírito Santo.

Certo autor escreveu: "Não mencionarei a vaidade mundana que se revela em Lísias e Festo por meio da conjectura de toda classe de boas qualidades e boa conduta - mistura de uma consciência tocada e falta de princípios nos líderes - e do desejo de agradar os judeus pela sua própria importância, ou de facilitar seu governo sobre um povo rebelde. A posição de Agripa e todos os detalhes da história têm o extraordinário cunho da verdade, cujos vários personagens são apresentados de maneira tão vívida que parece que estamos presenciando a cena aqui descrita, e vendo as pessoas se movendo nela. Além do mais, essa é uma característica marcante dos escritos de Lucas”.

Capítulo 26. Paulo se dirige ao rei Agripa como alguém bem versado nos costumes e questões que prevalecem entre os judeus. E assim ele relata sua miraculosa conversão e sua subsequente carreira de modo a agir na consciência do rei. Pela clara e direta narrativa do apóstolo, ele não estava longe de ser convencido. Sua consciência foi despertada. Mas o mundo e suas próprias paixões estavam no caminho. Festo ridicularizou. Para ele não passava de um entusiasmo extravagante - um delírio. Ele interrompeu o apóstolo abruptamente e "disse em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar." (Atos 26:24). A resposta do apóstolo foi digna e segura de si, mas intensamente séria e, com grande sabedoria e discernimento, ele apela por fim a Agripa: "Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um são juízo. Porque o rei, diante de quem também falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto." (Atos 26:25,26)

Então, voltando-se ao rei judeu, que se sentava ao lado de Festo, ele fez este direto e solene apelo:

"Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês." (Atos 26:27)

"E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!" (Atos 26:28)

No momento, o rei foi levado pelo poder do discurso de Paulo, e pela afiada picada de seus apelos. Então Paulo deu sua resposta - uma resposta que se sobressai. É caracterizada pelo zelo piedoso, pela cortesia cristã, pelo ardente amor pelas almas, e por grande alegria pessoal no Senhor:

"E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias." (Atos 26:29)

Com a expressão deste nobre desejo, a conferência foi encerrada. A reunião foi dissolvida. Agripa não queria ouvir mais. Os apelos tinham sido tão penetrantes e tão pessoais, ainda que misturados com dignidade, afeição e solicitude, que ele não aguentou mais. Então "levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles estavam assentados." (Atos 26:30). Após uma breve consulta, Festo, Agripa e sua companhia chegaram à conclusão de que Paulo não era culpado de nada digno de morte ou mesmo prisão. "Bem podia soltar-se este homem", disse Agripa, "se não houvera apelado para César." (Atos 26:32)

Este era o cuidado do Senhor para com Seu amado servo. Ele teria sua inocência provada e reconhecida por seus juízes, e plenamente estabelecida perante o mundo. Sendo isto cumprido, o rei e sua companhia retomam seus lugares no mundo e seus divertimentos, e Paulo retorna à sua prisão. Mas nunca seu coração esteve mais feliz ou mais cheio do Espírito de Seu Mestre do que naquele momento.

Paulo Comparece Diante de Festo e Agripa

Imediatamente após a chegada de Festo à província, ele visitou Jerusalém. Lá, os líderes judeus aproveitaram a oportunidade para exigir o retorno de Paulo. Seus argumentos, sem dúvida, era de que ele deveria novamente ser julgado perante o Sinédrio, mas a verdadeira intenção deles era matá-lo no caminho. Festo recusou o pedido. No entanto, ele os convidou a ir com ele para a Cesareia e acusá-lo lá. O julgamento ocorreu e assemelhou-se ao que ocorreu diante de Félix. É bem evidente que Festo viu claramente que a verdadeira ofensa de Paulo estava ligada às opiniões religiosas dos judeus, e que ele não tinha cometido ofensa alguma contra a lei. Mas ao mesmo tempo, tendo desejo de agradar os judeus, pergunta a Paulo se ele não iria a Jerusalém para ser ali julgado. Isto era apenas um pouco melhor do que uma proposta de sacrificá-lo ao ódio judaico. Paulo, estando bem consciente disso, apelou de vez ao Imperador - "Eu apelo para César" (Atos 25:11).

Festo estava sem dúvidas surpreso com a dignidade e independência de seu prisioneiro. Mas era seu privilégio como cidadão romano ter sua causa transferida ao supremo tribunal do Imperador de Roma. "Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César? para César irás." (Atos 25:12).

Até onde os olhos do homem podem enxergar, este era o único recurso de Paulo sob tais circunstâncias. Mas a mão e propósito do Senhor estava nisto. Paulo deveria dar testemunho de Cristo e da verdade também em Roma. Jerusalém tinha rejeitado o testemunho aos gentios; Roma também deve ter tido sua porção na rejeição ao mesmo testemunho, se tornando também a prisão do testemunho. Mas em tudo isso Paulo é altamente favorecido pelo Senhor. Sua posição lembra a de seu bendito Senhor, quando Ele foi entregue aos gentios pelo ódio dos judeus. Apenas o Senhor foi perfeito em tudo isto, e Ele estava em Seu verdadeiro ligar diante de Deus. Ele veio para os judeus - esta era Sua missão. Paulo foi enviado dos judeus - tal era a diferença. Cristo se entregou a Si mesmo, como lemos: "Que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus" (Hebreus 9:14). Parte da comissão de Paulo é assim: "Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio" (Atos 26:17). Mas Paulo retornou àquele "povo" (os judeu) na energia de suas afeições humanas, após ter sido colocado fora deles na energia do Espírito Santo. Jesus tinha tirado ele de ambos judeus e gentios para exercer um ministério que unia ambos em um só corpo em Cristo. Como o próprio Paulo diz: "Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne" (2 Coríntios 5:16). Em Cristo Jesus não há judeu nem grego.

Vamos agora retomar a história do grande apóstolo.

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