domingo, 2 de outubro de 2022
A Conversão de Lutero
domingo, 6 de setembro de 2020
As Primeiras Ordens Monásticas e as Posteriores
Temos plena consciência de que todos os sistemas humanos devem ser examinados pela Palavra de Deus se quisermos compreender corretamente seu verdadeiro caráter. Não é contrastando o último com o anterior que podemos descobrir o quão longe eles podem ter se distanciado da mente do Senhor. A Palavra do Deus vivo, pela qual todos serão finalmente julgados, deve ser nosso único padrão agora. Pouco importa quais melhorias podem ser encontradas em um sistema em comparação com outro, se ambos são o resultado de invenção humana. Isso é verdade para todas as pessoas e também para todos os sistemas. A Palavra de Deus deve ser a única regra do cristão, e o próprio Cristo a única cabeça e centro, poder e autoridade, no sistema que Ele possui -- a igreja, a assembleia de Deus*. Mas, como em diferentes ocasiões examinamos as escrituras sobre esses pontos, iremos agora, em poucas palavras, falar sobre a diferença entre os sistemas monásticos anteriores e posteriores. **
{*N. do T.: a expressão “assembleia de Deus” aqui não se
refere a uma denominação cristã que adotou este nome (tal denominação nem mesmo
existia à época do autor), mas sim à igreja de Deus, a universal assembleia
(Hebreus 12:23), composta por todos aqueles que pela graça foram salvos e
acrescentados a essa igreja (Atos 2:47) ao crerem em Jesus como Salvador.}
{** Ver "Reflexões sobre os Princípios da Asceticismo", Cap. 12.}
O principal, senão o objetivo exclusivo dos primeiros
eremitas, anacoretas e ascetas de todos os nomes, era sua própria perfeição
religiosa. A instrução ou salvação de outros não fazia parte de seu credo. O
isolamento do mundo perigoso e a reclusão em alguma cela solitária, com todas
as suas privações, eram considerados necessários para esse fim. À medida que o
halo da santidade deles atraía e seduzia outras pessoas, foram construídas
casas e cultivadas grandes extensões de terra para as necessidades desta vida.
Esses pequenos começos muitas vezes se tornaram os assentamentos mais
imponentes de um país. E durante a longa e escura noite da Idade Média, com sua
barbárie e feudalismo, os mosteiros frequentemente se mostravam uma grande
misericórdia para os doentes, os pobres e os viajantes. Todos devem reconhecer
este fato com gratidão. Durante os cinco ou seis séculos que se seguiram à
subversão do império ocidental, o sistema monástico tornou-se um poderoso
instrumento para corrigir os vícios da sociedade e proteger as classes mais
baixas da opressão sem lei do senhor feudal. Hospitalidade, ou o entretenimento
de estrangeiros e peregrinos, era um dos usos importantes dos mosteiros naquele
tempo. As estalagens para a recepção de viajantes parecem não ter existido
antes do século XI. Praticamente os dois únicos edifícios imponentes que
chamavam a atenção do viajante naquela época eram o castelo do poderoso barão e
a abadia dos monges em oração. Um era guerra, e o outro paz. A religião, o
aprendizado e a ciência encontraram um refúgio atrás das paredes do mosteiro, e
a verdadeira piedade podia trabalhar pacificamente ali, escrevendo,
transcrevendo, coletando e preservando informações úteis.
"Os beneditinos", diz Travers Hill, "eram os
depositários do saber e das artes; eles reuniam livros e os reproduziam no
silêncio de suas celas, e preservavam dessa forma não apenas os volumes das
escrituras sagradas, mas muitas das obras de tradição clássica. Eles começaram
a arquitetura gótica; só eles tinham os segredos da química e da ciência
médica; eles inventaram muitas cores; foram os primeiros arquitetos, artistas,
pintores de vidro, entalhadores e trabalhadores de mosaico nos tempos
medievais. Foi um sistema poderoso e fez um bom trabalho no mundo, mas seguiu o
caminho de coisas e instituições humanas, ficou intoxicado com seu poder,
cegado por seu próprio esplendor e corrompido por sua própria riqueza; seus
abades tornaram-se avarentos , seus monges voluptuosos; eles perderam sua
simplicidade original; o governo de seu fundador não existia mais na atividade
de seus lavradores, seus estudiosos e seus artistas, mas só era encontrado nas
palavras mecanicamente lidas na capela. O [HH1] monasticismo
engendrou sua própria corrupção, e dessa corrupção veio a morte."
A magnífica abadia de Glastonbury já chegou a cobriu
sessenta acres. Antes da queda dos mosteiros na Inglaterra, os comissários
reais relatam a esse respeito; que eles nunca tinham visto uma casa tão grande,
boa e principesca, com quatro parques contíguos, um grande pesqueiro de cinco
milhas, bem abastecido com lúcios, percas, douradas e leuciscos; quatro
solares, além da capela, hospital, tribunal, escolas e a grande portaria.
Muitas das casas de Glastonbury foram construídas com materiais desta outrora
soberba abadia.*
{*Gazetteer, de Johnston.}
Os hábitos dos monges modernos contrastavam perfeitamente com os anteriores. Em lugar de morar dentro das paredes de uma abadia soberba, toda a cristandade em um curto período de tempo foi inundada por hostes de dominicanos e franciscanos. Eles vinham de todos os países e falavam, portanto, todas as línguas e dialetos. Eles pregaram a velha fé em seu mais completo rigor inflexível medieval, em quase todas as cidades e vilas. Lealdade inabalável ao papa e a extirpação da heresia eram seus grandes temas. E os pontífices em troca os protegiam e conferiam a eles os mais altos privilégios e vantagens. Antes de encerrar o século, os mosteiros e conventos da ordem minorita atingiram o surpreendente número de oito mil e eram habitados por pelo menos duzentos mil internos.
sábado, 18 de julho de 2020
Monges Antigos e Modernos
domingo, 27 de maio de 2018
A Degeneração das Regras Monásticas
São Bernardo e o Monasticismo
São Bernardo, Abade de Claraval
domingo, 18 de junho de 2017
O Pontificado de Gregório VII
Capítulo 19: O Papa Gregório VII (1049 - 1085 d.C.)
No ano 1049, Bruno, bispo de Toul, vestido com todo o esplendor de um pontífice eleito, e acompanhado pelo séquito*, chegou em Cluny e exigiu a hospitalidade e homenagem dos monges. Bruno era primo de Henrique III, imperador da Alemanha, e tinha sido nominado por ele para preencher o lugar vago na Sé de Roma. Hildebrando, o prior** de Cluny, logo adquiriu grande influência sobre a mente de Bruno. Ele o convenceu de que tinha tomado um passo em falso ao ter aceitado a indicação das mãos de um leigo, e sugeriu-lhe que deixasse de lado as vestimentas pontificais que ele tinha assumido prematuramente, viajasse a Roma como peregrino, e ali recebesse do clero e do povo esse ofício apostólico que nenhum leigo tinha o direito de conceder. Bruno concordou. As visões sublimes de Hildebrando sobre a dignidade eclesiástica prevaleceram sobre a mente mais genial de seu novo amigo. Ele seguiu seu conselho: tirou suas vestes e, tomando o monge como seu companheiro, seguiu sua jornada a Roma com a simplicidade de um peregrino.
A impressão produzida foi grande, e toda em favor de Bruno. Nenhuma demonstração sacerdotal ou imperial podia ter tido o mesmo poder sobre o povo. Dizem que milagres acompanharam seu caminho, e por suas orações rios caudalosos se contiveram em seus limites naturais. Ele foi aclamado com aclamações universais como Papa Leão IX. Hildebrando foi imediatamente recompensado por seus serviços. Ele foi elevado à classe de cardeal, e recebeu os ofícios de subdiácono de Roma com outros preferenciais. Desde esse tempo ele era praticamente um papa -- o verdadeiro diretor do papado.
domingo, 18 de dezembro de 2016
A Missão de Columba
{* Para detalhes interessantes, veja "The Church History of Scotland from the commencement of the Christian era to the present time", de John Cunningham, ministro de Crieff A. and C. Black Edinburgh. 1859.}
Pensa-se que um bom número de cristãos já tinha encontrado um refúgio naquela rocha estéril. Naquele tempo ela devia ser quase completamente isolada das moradas dos homens. As águas das Hébridas são tão tempestuosas que a navegação em barcos abertos deve ter sido extremamente perigosa. O nome Iona significa "A Ilha das Ondas". Além de suas ondas transversais, suas correntes e seus recifes, a pesada maré do Atlântico rola sobre as suas praias. A respeito dos monges de Iona, falaremos de cada um; mas ainda não terminamos com a Irlanda.
Columbano, outro monge de grande santidade, parece ter deixado sua cela cerca de sessenta anos após Columba. Ele nasceu em Leinster, e treinou no grande monastério de Bangor na costa de Ulster. Uma sociedade de 3000 monges, sob o governo de seu fundador, Comgal, foi gerada nesse convento. A igreja na Irlanda ainda era livre; não tinha sido ainda escravizada pela igreja de Roma. Eles eram simples e sinceros em seu cristianismo comparado às formas sem vida e ao elemento sacerdotal do papado. Nem mesmo as construções religiosas desse período se assemelham aos conventos papistas de épocas posteriores. Mesmo assim, eles já tinham viajado para muito além da simplicidade do cristianismo apostólico.
A Palavra de Deus não era o único guia deles. O cristianismo não tinha existido no mundo por 600 anos sem ter contraído muitas corrupções. Ele passou através de muitos eventos de grande importância na história da igreja. O gnosticismo, o monasticismo, o arianismo e o pelagianismo eram gigantescos males naqueles dias; mas o monasticismo era a instituição popular ao final do século VI.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
A Caridade Fervente de Gregório
A riqueza da Sé romana permitiu-lhe exercitar extensas caridades. Como administrador dos fundos papais, Gregório tem a reputação de ser justo, humano e muito laborioso. Mas seu biógrafos são tão volumosos em seus relatos sobre suas boas obras que chega a ser difícil tentar um breve esboço. No entanto, como podemos estimá-lo como um crente em Cristo, apesar da falsa posição em que estava e sua consequente cegueira quanto ao verdadeiro caráter da igreja, nos deleitamos em demorar um pouco mais em sua memória, e também traçar a linha prateada da graça de Deus apesar da ímpia mistura das coisas seculares e sagradas.
Na primeira segunda-feira de cada mês ele distribuía grandes quantidades de provisões a todas as classes. Os doentes e enfermos eram superintendidos por pessoas designadas para inspecionar todas as ruas. Antes de sentar-se à sua própria refeição, uma porção era separada e enviada aos famintos à sua porta. Os nomes, idades e moradias daqueles que recebiam o alívio papal encheram um grande volume. Tão severa era a caridade de Gregório que, certo dia, ao ouvir sobre a morte de um homem pobre pela fome, condenou-se a si mesmo a uma dura penitência pela culpa de negligência como administrador da divina graça. Mas sua ativa benevolência não se limitava à cidade de Roma; era algo quase mundial. Ele entrava em todas as questões que afetavam o bem-estar de todas as classes, e prescrevia minuciosas regulamentações para todas, para que os pobres não fossem expostos à opressão dos ricos, ou os fracos fossem oprimidos pelos fortes. Mas isto ficará mais evidente quando tomarmos nota da posição eclesiástica e temporal de Gregório.
domingo, 13 de novembro de 2016
Gregório I, Apelidado de "o Grande" (590 d.C.)
Gregório nasceu em Roma por volta do ano 540, sua família sendo de classe senatorial, e ele próprio sendo o bisneto de um papa chamado Félix, de modo que, em sua descendência, ele herdou tanto a dignidade civil quanto a eclesiástica. Pela morte de seu pai ele se tornou possuidor de grande riqueza, que ele imediatamente dedicou a usos religiosos. Ele fundou e manteve sete monastérios: seis na Sicília, e a outra, que era dedicada a Santo André, na mansão de sua família em Roma. Ele liquidou em dinheiro suas roupas e joias caras e seus móveis e distribuiu aos pobres. Quando tinha cerca de 35 anos ele deixou de lado seus compromissos civis, assumiu sua residência no monastério romano e começou uma vida estritamente ascética. Embora fosse seu próprio convento, ele começou com os mais baixos deveres monásticos. Todo seu tempo era gasto em oração, lendo, escrevendo, e fazendo os mais abnegados exercícios. A fama de sua abstinência e caridade se espalhou por toda a parte. Com o decorrer do tempo ele se tornou abade de seu monastério; e, com a morte do papa Pelágio, ele foi escolhido pelo senado, clero e povo para preencher a cadeira vazia. Ele se recusou, e esforçou-se por vários meios a escapar das honras e dificuldades do papado. Mas ele foi forçadamente ordenado, pelo amor do povo, como bispo supremo.
Tirado da quietude de um claustro e de suas pacíficas meditações ali, Gregório via-se então envolvido no gerenciamento dos mais variados e desconcertantes assuntos tanto da igreja como do Estado. Mas ele estava evidentemente preparado para o grande e árduo trabalho que tinha diante de si. Vamos tomar nota, primeiramente, da fervente caridade de Gregório.
sábado, 1 de outubro de 2016
Reflexões sobre os Princípios do Asceticismo
domingo, 25 de setembro de 2016
Os Monastérios e o Pontífice Romano
O Papa podia agora estabelecer, em quase qualquer canto, uma espécie de polícia espiritual, que agia como uma rede de espiões sobre os bispos, assim como sobre as autoridades seculares. Este evento deve ser observado com cuidado se quisermos acompanhar os caminhos e meios da ascensão do poder, e da derradeira supremacia, do Pontífice Romano.
O sistema monástico logo se espalhou para além dos limites do Egito: e todos os grandes mestres da época, tanto no Oriente quanto no Ocidente, advogavam a causa do celibato e monasticismo. São Jerônimo, em particular, o homem mais erudito de seus dias, é considerado o elo de ligação entre as duas grandes divisões da igreja -- a grega e a romana, ou a oriental e a ocidental. Ele foi o meio pelo qual o celibato e monasticismo foram fortemente levados adiante, especialmente entre as mulheres. Muitas senhoras romanas de classe se tornaram freiras através de sua influência. Ambrósio exaltava tanto a virgindade em seus sermões que as mães de Milão impediam que suas filhas assistissem seu ministério; mas multidões de virgens de outros cantos se reuniam em torno dele para receberem a consagração. Basílio introduziu a vida monástica em Ponto e Capadócia; Martinho, na Gália; Agostinho, na África; e Crisóstomo foi impedido pela sabedoria de sua mãe a se retirar, em sua juventude, a um eremitério remoto na Síria.
Antes de terminarmos este assunto pode ser interessante, de uma vez por todas, tomar nota sobre o crescimento e estabelecimento dos conventos.
domingo, 18 de setembro de 2016
A Primeira Sociedade de Ascetas
Pacômio, que era, como Antônio, um nativo de Tebas, se converteu ao cristianismo no início do século IV. Após praticar austeridades por algum tempo, foi informado por um anjo em seus sonhos de que ele tinha feito um progresso suficiente na vida monástica, e que agora deveria se tornar um mestre para outros. Pacômio fundou, então, uma sociedade na ilha do Nilo. Assim começaram os ascetas a viver em associação. A instituição logo se estendeu de tal forma que, antes da morte do fundador, chegou a oito monastérios, com 3000 monges; e no começo do século seguinte o número de monges já passava dos 50000. Eles viviam em células que, cada uma, continham três monges. Eles eram comprometidos à obediência absoluta dos comandos de Aba, ou pai. Eles vestiam uma roupa peculiar, sendo seu principal artigo uma pele de cabra, em imitação a Elias que, como João Batista, era tido como um exemplo da condição monástica. Eles nunca podiam se despir: eles dormiam com suas roupas, e em cadeiras construídas de tal forma que os mantivessem numa postura quase vertical. Eles rezavam muitas vezes por dia em jejum no quarto e sexto dia da semana, e se comunicavam no sábado e no dia do Senhor (domingo). Suas refeições eram feitas em silêncio, e com capuzes sobre seus rostos, de modo que ninguém pudesse ver seu vizinho. Eles dedicavam-se à agricultura e variadas formas de indústria, e tinham todas as coisas em comum, à imitação dos primeiros cristãos após o dia de Pentecostes*. Pacômio fundou sociedades similares para mulheres.
{* Robertson, volume 1; Neander, volume 3; Crenças do Mundo, de Gardner, volume 2.}
As Virtudes e Falhas de Antônio
domingo, 11 de setembro de 2016
A Origem e Crescimento do Monasticismo
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