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domingo, 28 de agosto de 2016

A História Religiosa de Teodósio

Vamos agora olhar, por um momento, para alguns dos principais eventos na história do grande Teodósio. Nas circunstâncias desses eventos poderá ser encontrado o melhor comentário sobre a vida do imperador, o poder do clero, e o caráter daqueles tempos.

Teodósio era espanhol. O cristianismo, bem cedo, tinha se estabelecido na Península, que era famosa por sua firme aderência às doutrinas de Atanásio durante toda a controvérsia trinitariana. Hosius, um bispo espanhol, foi o presidente do concílio de Niceia. Perto do fim do primeiro ano de seu reinado, Teodósio foi advertido, por causa de uma séria doença que tinha, a não adiar seu batismo, como era a prática então. Ele chamou o bispo de Tessalônica e foi imediatamente batizado. Alguns dizem que ele foi o primeiro dos imperadores a serem batizados no nome completo da Santíssima Trindade. Sua admissão na igreja foi imediatamente seguida por um decreto que proclamava sua própria fé e prescrevia a religião de seus súditos. "É nosso desejo que todas as nações que são governadas por nossa clemência e moderação possam aderir firmemente à religião que foi ensinada por São Pedro aos romanos... De acordo com a disciplina dos apóstolos, e a doutrina do evangelho, cremos na única divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sob igual majestade, e em uma piedosa Trindade... Além da condenação da justiça divina, eles deverão esperar sofrer as severas penalidades que nossa autoridade, guiada pela sabedoria celestial, julgar conveniente infligir sobre os tais."

Tal era a ortodoxia severa e intransigente de Teodósio. Firmemente, embora enganado, ele acreditava que este era seu dever para que pudesse governar como um imperador cristão, e os bispos que ele consultava eram mais inclinados a aumentar do que suavizar sua severidade. Em uma ocasião, seu senso de justiça o determinou a ordenar que alguns cristãos reconstruissem, a suas próprias custas, uma sinagoga judaica, que, em um tumulto, tinha sido destruída. Mas o vigoroso bispo de Milão interferiu e prevaleceu sobre ele para que anulasse a sentença, com o fundamento de que não era certo que os cristãos construíssem uma sinagoga judaica. Aqui, o bispo evidentemente falhou em uma questão de justiça comum. Ele era menos justo do que seu mestre imperial.

domingo, 17 de julho de 2016

A Primeira Impressão de Constantino sobre a Controvérsia

A dissensão logo se tornou tão violenta que julgou-se necessário apelar ao imperador. Ele, a princípio, considerou a questão toda como totalmente insignificante e sem importância. Ele escreveu uma carta a Alexandre e Ário em conjunto, na qual ele os reprova por contender sobre questões ociosas e diferenças imaginárias, e recomenda que eles suprimissem todos os sentimentos profanos de animosidade, e que vivessem em paz e unidade*. É mais que provável que o imperador não tivesse ideia da séria natureza da disputa, ou não teria falado dela como insignificante e sem importância: mas se a carta foi elaborada por Hosius, bispo de Córdova, como  muitos acreditam, ele não podia alegar ignorância de seu caráter, e deve ter escrito o documento de acordo com os sentimentos expressos por Constantino, e não de acordo com seu próprio julgamento. A carta foi altamente exaltada por muitos como um modelo de sabedoria e moderação, e, se não fosse a questão de maior abrangência que fixar a data da Páscoa, realmente mereceria tal elogio. Mas a Divindade e a glória de Cristo estavam em questão e, consequentemente, a salvação da alma.

{* Veja a Carta em Vida de Constantino, de Eusébio, vol. 2}


Hosius foi enviado ao Egito como o comissário imperial, a quem a resolução do caso foi confiada. Mas ele descobriu que a dissensão ocasionada pela controvérsia tinha se tornado tão séria que ambas as partes se recusaram a ouvir as advertências do bispo, mesmo acompanhado da autoridade do soberano.

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