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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Os Anabatistas

Após a morte de Müntzer e a destruição ou dispersão dos camponeses, surgiu outra seita, comumente chamada de Anabatistas, porque imergiam todos os seus convertidos, mesmo após já terem sido batizados. Esta seita causou grande inquietação e perplexidade aos Reformadores. O que os gnósticos foram para os Pais da Igreja, o que os maniqueístas foram para os católicos, os Anabatistas foram para os Reformadores. Eram puramente fanáticos. "Os líderes reivindicavam o dom da inspiração imediata, o privilégio de uma comunicação direta e frequente com a Divindade; e seus seguidores iludidos acreditavam neles. Tinham visões e revelações do passado e do futuro; seus números aumentavam rapidamente, e seguiam por toda parte na decorrer do progresso da Reforma." Por toda parte, o grito desses entusiastas era: "Sem tributo, sem dízimos, todas as coisas em comum, sem magistrados, o reino de Cristo está próximo, o batismo de crianças é uma invenção do diabo." Eles testavam severamente o espírito de Lutero, pois se apresentavam como os verdadeiros e completos Reformadores. Ele observa sobre eles: "Satanás está enfurecido; os novos sectários chamados de Anabatistas aumentam em número e exibem grandes aparências externas de rigor de vida, além de grande coragem na morte, seja por fogo ou por água."

No decorrer de dois anos, esses fanáticos se espalharam em número considerável pela Silésia, Baviera, Suábia e Suíça. Mas, como alguns de seus princípios tendiam a subverter a ordem social, foram emitidos decretos políticos contra eles. A perseguição começou; e como tanto os Reformadores saxões quanto os suíços se opunham a eles, foram por toda parte castigados pelo poder civil com as maiores severidades. No entanto, suportaram seus sofrimentos com uma fortaleza inabalável. Nem espada, nem fogo, nem forca os moviam à retratação ou a demonstrar medo. Com a captura e execução de seus líderes em Münster, em 1536, a seita parece ter sido suprimida.

domingo, 18 de dezembro de 2016

As Características de um Monge Superior

Cria-se que um proficiente na piedade mística daqueles dias podia operar milagres, proferir profecias e desfrutar de visões divinas. Ele era tão cercado por uma espécie de santidade temerosa que ninguém ousava tocar no homem de Deus. Ele saía de sua cela como se viesse de um outro mundo, com ele mesmo e suas vestes cobertas de poeira e cinzas. Ele ousadamente repreendia os vícios dos reis, confrontava os mais cruéis tiranos, ameaçava o derrube de dinastias, e assumia um tom elevado de superioridade sobre todas as dignidades seculares.

Assim era Columbano. Com uma colônia de monges ele partiu de barco da Irlanda por volta do ano 590. Ele pretendia pregar o evangelho para além dos domínios francos, mas aportou na Gália. A fama de sua piedade chegou aos ouvidos de Guntram, rei da Borgonha, que o convidou a se estabelecer naquele país. Recusando a oferta do rei, o abade solicitou permissão para se retirar a algum ermo inacessível. Ele se estabeleceu nos Vosges. Por um tempo os missionário tiveram que suportar grandes dificuldades. Eles frequentemente tinham, por dias, nenhuma outra comida além de ervas selvagens, cascas de árvores e, provavelmente, peixes do córrego. Mas, gradualmente, eles causaram uma impressão favorável sobre as pessoas dos arredores. Todas as classes olhavam para eles com reverência. Provisões lhes eram enviadas, especialmente por aqueles desejosos de lucrar pelas orações daqueles homens santos. O suprimento era descrito como miraculoso. A piedade e poderes maravilhosos do abade logo reuniram muitos ao seu redor. Monastérios se ergueram em diferentes locais, e os devotos se aglomeravam para enchê-los.

Columbano presidiu como abade sobre todas essas instituições. Seu modo de governo foi provavelmente o mesmo que tinha em Bangor, na Irlanda. Embora seu deleite sempre fosse vagar pelos bosques selvagens, ou habitar por dias em sua caverna solitária, ele ainda exercia uma estrita superintendência sobre todos os monastérios que ele tinha formado. O trabalho, a dieta, a leitura, o tempo para oração, e o estabelecimento das punições eram todos ditados por ele mesmo. Com o tempo, ele caiu em disputas com seus vizinhos quanto ao dia de guardar a Páscoa. Ele escreveu sobre o assunto ao Papa Gregório e a Bonifácio, colocando a igreja de Jerusalém acima da de Roma, como sendo o local da ressurreição do Senhor. Ele também trabalhou em Meltz, Suíça e Itália. Após fundar muitos monastérios, ele morreu em Roma no ano 610.

O mais celebrado seguidor do grande abade foi seu conterrâneo São Galo, que o acompanhara em todo o seu destino; mas, ficando doente quando seu mestre passava pela Itália, não pôde mais segui-lo e foi deixado em Helvétia. Mais tarde, ele pregou ao povo em sua própria língua, fundou o famoso monastério que leva seu nome, e é honrado como o apóstolo da Suíça. Ele morreu por volta do ano 627. Da época de São Patrício até a metade do século XII a igreja na Irlanda continuou a afirmar sua independência de Roma, e a manter sua posição como um ramo vivo e ativo da igreja, sem possuir qualquer chefe (ou cabeça) terreno*. Vamos nos voltar agora para a Escócia.

{* Faiths of the World, de Gardner, vol. 1, p. 150.}

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