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domingo, 13 de setembro de 2020

A Difusão do Cristianismo

Desde a época de Inocêncio III, os escritores católicos romanos se gabam do zelo missionário das ordens mendicantes. Eles são considerados os mais assíduos em visitar prisões, hospitais e lugares de perigo iminente, em cuidar das necessidades espirituais dos pobres, e que também foram os servos mais ativos da igreja na propagação do Cristianismo entre nações remotas e selvagens. Até agora, parece ter sido esse o caso nos séculos XIII e XIV; mas, como toda a história vai provar, que esses mendicantes foram os agentes mais zelosos da Santa Sé em todos os seus ambiciosos esquemas e piores práticas em toda a Cristandade, torna-se então difícil dar-lhes crédito por esse suposto puro zelo cristão. Pelos métodos que buscavam e os resultados de suas missões, é mais do que óbvio que eles tinham em vista principalmente seu próprio avanço ou a extensão da soberania papal. Ainda assim, pode ter havido homens piedosos entre eles, que eram animados por motivos superiores e trabalhavam com devoção desinteressada; e como os vícios dos mendicantes em geral são notórios, devemos ficar contentes de registrar todo o bem que pudermos.

Desde o tempo das guerras religiosas de Carlos Magno até as guerras exterminadoras em Languedoque, os missionários romanos geralmente pregavam o evangelho da paz à frente de um exército liderado por bispos e abriam caminho para sua recepção à espada; mas, no século XIII, bandos de missionários piedosos de dominicanos e franciscanos foram enviados pelos pontífices romanos aos chineses, aos tártaros e aos países adjacentes. Um grande número dessas nações professava a fé cristã. João de Monte Corvino, um franciscano, distinguiu-se pelo sucesso de seus trabalhos, e em 1307, Clemente V erigiu uma sé arquiepiscopal em Cambalu, isto é, Pequim, a atual capital da China. O mesmo pontífice enviou sete outros bispos, também franciscanos, para essas regiões; e esse distante ramo da hierarquia foi cuidadosamente nutrido pelos pontífices seguintes. "Enquanto durou o império tártaro na China, não apenas os latinos, como também os nestorianos, tiveram liberdade de professar sua religião livremente em todo o norte da Ásia e de propagá-la por toda a parte. Mas o mais poderoso imperador dos tártaros, Timurbec, tendo abraçado o islamismo, perseguiu com violência e com a espada todos os que aderiam à religião cristã. A nação dos tártaros, na qual muitos outrora professavam o cristianismo, se submeteram universalmente ao Alcorão. Assim, a religião cristã foi derrubada naquelas partes da Ásia habitada por chineses, tártaros, mongóis e outras nações, cuja história ainda é imperfeitamente conhecida. Pelo menos nenhuma menção foi encontrada de qualquer cristão latino residente nesses países após o ano de 1370. Mas dos nestorianos vivos na China, alguns vestígios podem ser encontrados, embora não muito claros, até o século XVI. "

Entre os príncipes europeus, Jagello, duque da Lituânia, Polônia, foi praticamente o único que ainda aderiu à idolatria de seus ancestrais. E ele, no ano de 1386, abraçou os ritos cristãos, foi batizado e persuadiu seus súditos a fazerem o mesmo. O que restou das antigas religiões da Prússia e da Livônia foi extirpado pelos cavaleiros e cruzados teutônicos com guerras e massacres. Na Espanha, os sarracenos ainda detinham a soberania de Granada, Andaluzia e Múrcia; e contra eles os reis cristãos de Castela, Aragão e Navarra travaram uma guerra perpétua; e, embora com dificuldade, triunfou e tornou-se o único senhor da Espanha no século XV sob o reinado de Fernando e Isabel.*

{* Waddington, vol. 3, pág. 358; Mosheim, vol. 2, pág. 592.}

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Os Lugares Sagrados

Desde os primórdios da cristandade, peregrinações à Terra Santa tornaram-se uma paixão dominante entre os mais devotos e supersticiosos. Jerome fala de multidões que, vindos de todos os lados, se aglomeravam nos lugares sagrados. Mas a suposta descoberta do verdadeiro sepulcro, o local de enterro da verdadeira cruz, e a magnifica igreja construída sobre o sepulcro pela devota Helena e seu filho Constantino, despertaram em todas as classes um entusiasmo selvagem de visitar a Terra Santa. Desde essa época (326 d.C.), o fluxo de peregrinações continuou, aumentando cada vez mais, até o período em que Jerusalém foi capturada pelos muçulmanos sob o califa Omar, em 637. Os peregrinos eram protegidos e cuidados pelo caminho quando encontravam as privações e perigos de uma longa viagem. Mas sob o governo muçulmano eles foram impedidos de entrarem na cidade santa, a menos que comprassem o privilégio pagando tributo aos califas. A partir desse momento, os piedosos logo começaram a se juntar em números reduzidos para realizar suas devoções no santo sepulcro.

Por volta do ano 1067, uma nova raça de conquistadores ganhou a posse da Palestina, que provaram ser mestres ainda mais duros que os sarracenos. Estes eram os seljúcidas, uma tribo de tártaros, hoje familiarmente conhecidos como turcos. Eles vieram originalmente de Tartária. Eles abraçaram a religião islâmica, e tornaram-se então islâmicos mais fanáticos do que os árabes que seguiam o 'profeta'. No entanto, ao zelo intolerante de recém-convertidos ao Islã eles combinaram a tirania e desumanidade dos bárbaros. Sob esses novos senhores da Palestina, a condição dos habitantes e peregrinos cristãos foi grandemente alterada para pior. No lugar de serem tratados meramente como súditos tributários, eles foram desprezados como escravos, e os peregrinos expostos a severas perseguições.

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