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domingo, 20 de setembro de 2020

Reflexões Sobre a Morte de Bonifácio

Quinhentos e setenta e dois anos passaram desde que Bonifácio morreu por seu próprio curso suicida*. Que tempo para reflexão, reprovação, remorso, desespero! Por que, oh, por que os homens, homens inteligentes, arriscariam uma eternidade de miséria por alguns poucos anos de glória terrena, ou gratificação própria, ou qualquer forma de amor a si mesmos? Mas, infelizmente, as advertências mais solenes são desconsideradas; os mais graciosos convites de misericórdia são rejeitados, na busca ansiosa de seu próprio objetivo egoísta. E quando eles o alcançam, o que é? Quanto eles desfrutam disso? Por quanto tempo eles o possuem? Apenas nove anos Bonifácio reinou como supremo pontífice e, para garantir aquele brilho sombrio de glória, ele executou em particular o assassinato de seu predecessor Celestino, a quem ele havia suplantado. Mas, assim como o homem semeia, também deve colher. Celestino tem a compaixão e a simpatia da posteridade; mas sobre o túmulo de Bonifácio toda a posteridade escreveu: "Ele subiu na cadeira como uma raposa, reinou como um leão, morreu como um cachorro". E assim foi, sem as consolações da misericórdia de Deus e sem os ternos ministérios do homem, ele morreu. Quando a porta do quarto foi aberta, ele foi encontrado frio e rígido. Seus cabelos brancos estavam manchados de sangue, a ponta de seu cetro tinha as marcas de seus dentes e estava coberto de espuma.

{* Este livro foi escrito no século XIX}

Quão bem-aventurados -- estamos prontos a exclamar -- os que têm uma herança incorruptível, imaculada e que não se desvanece, reservada no céu para todos cuja fé e esperança estão firmemente fixadas em Cristo somente. Eles são filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; eles pertencem à família real do céu; eles não precisam buscar glória terrena; eles são herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo. Eles têm um trono que nunca pode ser abalado, uma coroa que nunca pode ser lançada ao chão, um cetro que nunca pode ser arrancado de suas mãos, uma herança que nunca pode ser alienada. Mesmo assim, eles são capazes de lamentar o fim melancólico de um companheiro pecador com profunda piedade, e procurar transformar aquela cena de tristeza tão sombria e profunda em uma ocasião de ganho espiritual para outros. Um olhar de fé para o Salvador teria sido vida para sua alma, embora ele fosse o principal pecador, e o primeiro olhar de fé é a vida eterna para o principal dos pecadores hoje. "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." (Isaías 45:22)

Mas devemos agora retornar à nossa história.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Atanásio, Bispo de Alexandria

No concílio de Niceia, Atanásio participou de modo distinto; seu zelo e habilidades logo o designaram como a cabeça do partido ortodoxo, e como o mais poderoso antagonista dos arianos. Após a morte de Alexandre, no ano 326, ele foi elevado à Sé de Alexandria pela voz universal de seus irmãos. Ele tinha então apenas trinta anos de idade, e sabendo algo sobre os perigos assim como sobre as honras do ofício, ele teria preferido uma posição menos responsável; porém ele acabou cedendo aos mais sinceros desejos de uma congregação afetuosa. Ele se manteve como bispo por quase meio século. Sua longa vida foi devotada ao serviço do Senhor e de Sua verdade. Ele continuou firme na fé e inflexível em seu propósito até sua última hora de vida, do mesmo modo como a posição nobre que ele demonstrou no concílio de Niceia. A divindade de Cristo não era para ele uma mera opinião especulativa, mas a fonte e força de toda sua vida cristã. E em nenhum outro lugar ela pode ser encontrada por qualquer outro, como o apóstolo nos assegura. "E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." (1 João 5:11,12). Essa vida habita no Filho unigênito do Pai. Ele é "a vida eterna". E esta vida, para o louvor da glória da graça de Deus, é dada a todos que creem no verdadeiro Cristo de Deus. Ao receber a Cristo, recebemos a vida eterna e nos tornamos filhos de Deus -- herdeiros de Deus -- e co-herdeiros com Cristo. Esta vida não é propriedade de qualquer mera criatura, por mais exaltada que possa ser. Os anjos santos possuem uma existência muito bendita e incessante pelo poder de Deus, mas o cristão tem vida eterna através da fé em Cristo, pela graça de Deus. Nada pode ser mais fatal ao bem-estar da alma humana do que a doutrina de Ário. Mas vamos retornar à nossa história.

Enquanto o avanço de Atanásio à Sé de Alexandria dava grande alegria e esperança aos seus amigos, também encheu seus inimigos com o mais amargo ressentimento. Eles agora viam como o grande líder dos católicos* o bispo daquela igreja da qual Ário tinha sido expulso, e que foi apoiado pelas afeições de seu povo e por uma centena de bispos que juraram fidelidade ao grande bispo de Alexandria. Eles sabiam de seu poder e zelo incansável em defesa dos decretos do Concílio Niceno, e podem ter julgado de forma correta que, se sua sua influência tinha sido tão grande quando em âmbito restrito, o que poderia-se esperar quando ele foi colocado em posição tão eminente? Dessa forma, eles deixaram de lado seus planos e uniram forças para derrotá-lo.

{* O termo "Igreja Católica", como dado por Constantino, aqui significa simplesmente "a igreja estabelecida".}

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