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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Uma Nova Jezabel no Poder (842 d.C.)

Após a morte do imperador Teófilo, Teodora, sua viúva, governou como regente durante o período de minoridade de seu filho. Seu apego dissimulado à idolatria era bem conhecido do sacerdócio, e não muito tempo após a morte de Teófilo ela se dedicou ao completo cumprimento de seu grande objetivo. Quando o caminho ficou limpo, um festival solene foi marcado para a restauração das imagens. "Todo o clero de Constantinopla, e todos os que podiam se reunir dos arredores, se encontraram diante do palácio do arcebispo e marcharam em procissão com cruzes, tochas e incenso à igreja de Santa Sofia. Ali eles se encontraram com a imperatriz e seu pequeno filho Michael. Eles fizeram o circuito da igreja, com suas tochas ardendo, prestando homenagem a cada estátua e pintura, que foram cuidadosamente restauradas, para nunca mais serem apagadas até tempos depois por iconoclastas ainda mais terríveis, os turcos otomanos."*

{* Cristianismo Latino, vol. 2, p. 202.}

Após um restabelecimento tão triunfante das imagens, o partido vitorioso sem dúvida pensou que havia chegado o tempo de propôr e tentar assegurar outro triunfo; eles agora instavam a imperatriz a empreender a total supressão dos paulicianos. Eles tinham pregado contra imagens, relíquias e a madeira podre da cruz. Eles não podiam continuar vivendo, e os católicos atingiram esse objetivo! Um decreto foi emitido sob a regência de Teodora, que decretou que os paulicianos deveriam ser exterminados por fogo e espada, ou trazidos de volta à igreja grega. Mas eles recusaram todas as tentativas que foram feitas para ganhá-los, e assim o feroz demônio da perseguição foi solto entre eles. Seus inquisidores exploraram as cidades e montanhas da Ásia menor e executaram sua comissão da maneira mais cruel possível. Os números da seita, e a severidade da perseguição, podem ser julgados pelas multidões que foram mortas pela espada, decapitadas, afogadas ou consumidas nas chamas. Afirma-se, tanto pelos historiadores civis quanto eclesiásticos, que, em um curto reinado, cem mil paulicianos foram condenados à morte. Houve alguma vez uma filha mais genuína de Jezabel do que esta? Ela nem mesmo tinha um Acabe para fazer este trabalho cruel por ela, mas com suas próprias mãos, por assim dizer -- infelizmente, as mãos de uma mulher -- por seu próprio decreto, ela assassinou cem mil santos de Deus*, restabeleceu a adoração aos ídolos, e nutriu com favor real os padres idólatras de Roma.

{* Não pretendemos afirmar que todos os que foram mortos por Teodora eram cristãos verdadeiros. Não podemos julgar o coração; mas eles professavam ser e voluntariamente morreram como mártires.}

A história da iconoclastia foi notável pela influência feminina. Helena foi a primeira a sugerir e encorajar a veneração por relíquias; Irene foi a restauradora da adoração de imagens quando ameaçada de destruição; e agora Teodora não apenas restabelece a idolatria que seu marido tinha se esforçado para suprimir, como também persegue os verdadeiros adoradores. Certamente a mulher Jezabel -- símbolo da igreja dominante na Idade das Trevas -- tem seu antítipo nessas três mulheres, especialmente as duas últimas. A semelhança é marcante demais para ser questionada. Mas todo o sistema do catolicismo respira esse terrível espírito, e é caracterizado pelas tenebrosas características do caráter de Jezabel. A palavra do Senhor não pode ser quebrada. "Ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o incitava". Este é o tipo (figura). O antítipo é: "Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria. E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu." (1 Reis 21:25, Apocalipse 2:20,21)

domingo, 15 de janeiro de 2017

Helena e Irene

Assim terminou a questão mais crítica que já tinha se erguido desde que o cristianismo tornou-se a religião do mundo romano. Pelo sétimo concílio geral a idolatria foi formal e veementemente estabelecida como a adoração do grande sistema papal, e anátemas foram denunciadas contra todos os que ousassem afastar-se disto. Daí a perseguição implacável aos assim chamados separatistas. Mas é digno de nota, de acordo com nossa visão do caráter de Jezabel, que uma mulher foi a primeira a mover-se em relação ao culto de imagens, e uma mulher foi a restauradora das imagens quando foram derrubadas. Helena, a mãe de Constantino, o Grande, foi uma mulher irrepreensível e devota, mas foi usada pelo inimigo para introduzir relíquias emocionantes e memoriais sagrados que mudaram o cristianismo de uma adoração espiritual pura para aquela forma paganizante de religião que cresceu com tanta rapidez nos séculos seguintes. A esperta Irene foi também usada por Satanás para restaurar e reestabelecer a adoração de imagens. Daquele dia até hoje ambas igrejas grega e latina aderiram a essa forma de culto, e mantiveram a santidade de suas imagens e pinturas.

Os resultados políticos da controvérsia iconoclástica foram igualmente grandes e importantes. Roma então rompeu os laços de sua conexão com o Oriente, separando-se para sempre do Império Bizantino; e o cristianismo grego, a partir de então, tornou-se uma religião separada, e o império um Estado separado. O Ocidente, recebendo uma grande adesão de poder através dessa revolução, finalmente criou seu próprio império, formou alianças com os reis francos, e colocou a coroa do império ocidental na cabeça de Carlos Magno, como já vimos anteriormente.

O Fim da Iconoclastia

Gregório II não sobreviveu muito tempo após ter escrito suas epístolas. No ano seguinte ele foi sucedido por um terceiro papa de mesmo nome. Gregório III também era zeloso na causa das imagens, e trabalhava para aumentar a popular veneração por elas. Em Roma, ele estabeleceu o exemplo de adoração de imagens na mais esplêndida escala. Um concílio solene foi convocado, consistindo de todos os bispos dos territórios lombardos e bizantinos ao norte da Itália, totalizando 93 bispos. A assembleia foi realizada na presença real das relíquias sagradas do apóstolo Pedro e teve a participação de todo o corpo do clero da cidade, dos cônsules e de uma grande multidão. Ali um decreto foi formulado, unanimemente adotado e assinado por todos os presente, com o efeito que: "Se qualquer pessoa, a partir de agora, desprezando os costumes antigos e fiéis de todos os cristãos e da igreja apostólica em particular, aparecer como um destruidor, difamador ou blasfemador das imagens sagradas de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, e de Sua mãe, a imaculada Virgem Maria, dos apóstolos benditos, e de todos os santos, seja ele excluído do corpo e do sangue do Senhor, e da comunhão da universal igreja"*.

{* Cathedra Petri, de Greenwood, vol. 3, p. 480.}

Leão, indignado pela audácia do papa, prendeu seus mensageiros e resolveu montar uma numerosa frota e exército para reduzir a Itália a uma melhor sujeição. Mas a armada grega encontrou uma terrível tempestade no Adriático, deixando a frota incapacitada, e assim Leão foi obrigado a postergar seus desígnios de forçar a execução de seus decretos contra imagens nas dependências italianas do império. Ele se indenizou, no entanto, confiscando as receitas papais na Sicília, Calábria e outras partes de seus domínios, e transferindo a Grécia e o Ilírico do patriarcado romano para o de Constantinopla. Mas aqui, com ambos, a cena se fecha, mas não a disputa. Ambos Gregório e Leão morreram em 741. O imperador foi sucedido por seu filho Constantino, cujo reino se estendeu pelo incomum período de 34 anos. Gregório foi sucedido por Zacarias, um homem de grande capacidade e profundamente imbuído do espírito do papado. Ao final de seu reinado, Constantino era implacável em sua inimizade contra os adoradores de imagens. Ele é culpado por grande crueldade contra os monges, mas ele foi, sem dúvidas, provocado até o último grau pelo comportamento violento e fanático deles.

Irene, esposa do filho e herdeiro de Constantino, uma princesa ambiciosa, intrigante e altiva, apoderou-se do governo na morte de seu fraco marido, em nome de seu filho, que tinha apenas dez anos de idade. Ela escondeu por um tempo seus desígnios pela restauração das imagens. A política e a idolatria, juntas, tomaram lugar em seu coração. Ela era ciumenta, astuta e cruel. Sua história é o registro do ódio interior e da traição com aparência exterior de cortesia. Mas estamos interessados apenas na parte religiosa de seu reinado.

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