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domingo, 2 de outubro de 2022

Como Estudar a Bíblia?

"Escritura em mãos, diligência no estudo, qual é minha salvaguarda para compreendê-la? Minha própria competência? Sua adequação ao que está em mim e ao redor, o que é mais divinamente verdadeiro? Oh, não! ... Que o homem tome seu lugar de sujeição, e Deus não negará a Si mesmo -- o Espírito nunca deixa de honrar o Senhor Jesus, e está escrito: 'Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus'. Que bendito fundamento sobre o qual a alma do homem pode repousar, em contraste com o neologismo ou o fundamento infiel da competência e diligência humanas. Para o espírito de obediência e sujeição, em tudo há certeza." Querer fazer, de acordo com a palavra do Senhor, deve vir antes de saber. Deve haver prontidão para fazer Sua vontade se quisermos conhecer ou entender Sua doutrina; mas o orgulho do homem colocaria de outra forma – devo conhecer Sua palavra, antes de obedecer à Sua vontade. 

{* Veja The Present Testimony, vol. 1, pág. 52.} 

Tanto aos romanistas como aos protestantes os oráculos de Deus foram confiados, e esse Livro Sagrado será a base do julgamento dos homens diante do grande trono branco; mas, historicamente, os primeiros o mantinham guardado sob um pano, afirmando que era sagrado demais para os olhos dos homens verem ou os ouvidos dos homens ouvirem; os segundos o trouxeram à luz, difundiu-o por todas as terras e fazendo com que sua voz fosse ouvida na estrada aberta e nas ruas e becos da cidade. Assim foi realizada a Reforma. Profundamente na credulidade e devoção da multidão, Roma tinha lançado suas raízes; e ela permaneceu firme e inabalável até que as mentes das pessoas comuns tiveram acesso à Palavra de Deus. E isso foi feito pela livre circulação da Bíblia. "O movimento veio de cima, pela grande graça de Deus. O Espírito, ainda testificando de Jesus, Senhor de todos, deu sua língua e voz à Palavra. Deus estava com ela nos vasos que Ele havia preparado para a obra: e seja ao vivificar, lançando luz sobre o caminho para a glória, e sobre aqueles que viajavam nesse caminho; ou convencendo e descobrindo sobre Satanás, com seus escravos em sua marcha descendente de rebelião em direção ao inferno, era o Espírito Santo o poder do entendimento, e proclamação, e aplicação da palavra." Voltemos agora à história de Lutero. 

Repetidas vezes Lutero voltou à biblioteca do mosteiro. Com crescente deleite, ele examinou as páginas imaculadas da Bíblia em latim e desejou em seu coração que algum dia pudesse possuir tal tesouro. Ele ficou surpreso com a massa de conhecimento que continha e preso por suas narrativas simples, especialmente a história de Ana e do jovem Samuel. Mas, por mais atraente que a palavra de Deus se tornasse para ele, e por mais que gostasse de lê-la, ele estava longe de ver o caminho da salvação. O trabalho excessivo que lhe permitiu passar nos exames com honras ocasionou uma doença perigosa. Quando a morte parecia se aproximar, qual era o seu refúgio? "Ó Maria, ajuda-me!", clamava ele alto durante a noite. Ele não conhecia um salvador mais poderoso do que a Virgem Maria. "Se eu tivesse morrido naquela época", disse ele anos depois, "teria morrido confiando em Maria". O verdadeiro fundamento do perdão e salvação de um pecador nunca lhe foi apresentado; e ele havia recebido a educação mais perfeita que o lar e a igreja, com suas universidades, podiam lhe dar.  

domingo, 1 de novembro de 2020

Reflexões sobre o Caráter do Concílio

O leitor não pode deixar de julgar os princípios que governam os católicos romanos em seu tratamento para com os protestantes, ou assim chamados hereges, tendo o Concílio de Constança diante de si. O caráter de Jezabel nunca muda: como era antes, é hoje e sempre será. A única questão é a oportunidade de sua exibição. E devemos ter em mente que a queima daqueles dois veneráveis ​​arautos da Reforma não foi sob um édito papal, ou um decreto da corte de Roma, mas por um concílio eclesiástico representando toda a igreja de Roma -- na verdade, todos os poderes do mundo romano, tanto civil como eclesiástico. 

O total desprezo pela retratação do enfraquecido Jerônimo e a violação descarada do salvo-conduto do imperador para com Hus são igualmente iníquos e pérfidos. Que confiança pode ser colocada na palavra, na promessa ou no juramento mais sagrado, mesmo de uma cabeça mitrada, mantendo tais princípios? Devemos deixar o leitor julgar por si mesmo; mas que linguagem poderia expressar adequadamente o caráter covarde e traidor de tais princípios e ações? Verdade, retidão, honra, justiça, humanidade, todos são sacrificados publicamente no altar do domínio eclesiástico. 

A heresia de Hus e Jerônimo nunca foi claramente definida. Eles parecem ter conservado até o fim suas primeiras impressões sobre a transubstanciação, a adoração aos santos e à Virgem Maria. Eles testemunharam contra o poder do clero, que por tanto tempo governou e escravizou as mentes dos homens, e expuseram sua avareza e corrupção. Com esses apelos públicos, eles atingiram os próprios alicerces de todo o sistema papal, pelo qual também foram honrados com a coroa do martírio. Mas Deus, que está acima de tudo, estava também acima desses eventos para a propagação do evangelho há muito oculto, e para o amadurecimento da Europa para as mudanças que se aproximavam em quase todas as relações da Igreja e do Estado que foram realizadas no século XVI. Devemos agora olhar por um momento para os efeitos terríveis dos decretos deste concílio geral.

domingo, 29 de julho de 2018

O Culto a Maria

A adoração à Virgem Maria originalmente nasceu do espírito ascético que tornou-se prevalente no século IV. Antes desse período, não há registros de adoração a Maria. Por volta da mesma época -- o final do século IV -- foi descoberto e circulava a ideia de que havia, no templo em Jerusalém, virgens consagradas a Deus, dentre as quais Maria cresceu e fez votos de virgindade perpétua. Essa nova doutrina levou à veneração de Maria como o próprio ideal do estado celibatário, e sancionou a profissão da castidade religiosa. Pouco tempo depois, tornou-se costume aplicar à virgem a designação de "Mãe de Deus", o que deu origem à controvérsia nestoriana. Mas, apesar da toda a oposição, a adoração a Maria prevaleceu; e, no século V, imagens e belas pinturas da virgem segurando o menino Jesus em seus braços foram colocadas em todas as igrejas. Assim introduzidas, elas rapidamente tornaram-se um objeto de adoração direta, e a mariolatria tornou-se a paixão governante da igreja romana. O serviço diário de devoção a Maria, e os dias e festivais que foram dedicados a sua honra, foram confirmados por Urbano II no Concílio de Clermont, em 1095.

A reverência pela bendita virgem tornou-se, então, uma doutrina e prática estabelecida na igreja de Roma, e assim continua até os dias atuais. Os romanistas podem negar que honram Maria com a adoração devida somente a Deus, mas em seus livros de devoção, orações à virgem ocupam um lugar de proeminência. Nenhuma oração, cremos, é de uso tão constante quanto o "Ave Maria", na qual, após a citação de uma passagem da saudação do anjo Gabriel à virgem, acrescentam-se as palavras: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós os pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém". Novamente, em outra oração, a virgem é assim invocada: "À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita". Outra diz assim: "Salve-Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, Salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Ela, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei", e assim por diante. Ela também é chamada de "Arca da Aliança", "Porta do Céu", "Estrela da Manhã", "Refúgio dos Pecadores", e muitos outros termos semelhantes, que mostram claramente o lugar de idolatria que Maria ocupa nas devoções da igreja católica.*

{* Para detalhes, veja "Mariolatry" em Faiths of the World, de Gardner, vol. 2, p. 372. E Vidas dos Santos, de Butler -- o grande livro católico romano sobre esse assunto. }

O Rosário, isto é, uma série de orações acompanhadas de um colar de contas (pequenas esferas) pelas quais as orações são contadas, consiste em quinze dezenas. Cada dezena contém dez Ave Marias, marcadas pelas contas pequenas, precedidas por um Pai Nosso, marcado por uma conta maior, e concluída por um Glória ao Pai. Também no Breviário Romano, o grande livro universal de devoção, o qual todo padre deve ler em privado uma porção a cada dia, sob pena de pecado mortal se não o fizer, usa a seguinte forte linguagem no que diz respeito à virgem: "Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria. Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria. Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria. Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despencar no abismo do desespero, pensa em Maria. Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria". Assim a adoração a Maria tornou-se, completamente, a adoração da Cristandade, e toda catedral, e quase todas as igrejas espaçosas, tinha sua "Capela de Nossa Senhora".

É certamente mais que evidente, a partir dessas citações, que Maria é invocada não apenas como uma intercessora com seu Filho, mas como o primeiro e mais elevado objeto de adoração. E essas citações são exemplos calmos e sóbrios comparados à linguagem bravia de uma adoração ardente, que pode ser encontrada em hinos, saltérios e breviários. Os atributos de Deus são atribuídos a ela, que é representada como a Rainha do Céu, sentada entre querubins e serafins. O dogma da Imaculada Conceição (ou "Imaculada Concepção") foi o resultado natural dessa crescente adoração a Maria, e tem sido reafirmado como um artigo de fé na igreja católica pelos papas atuais, e aceito pelos fiéis em geral.

domingo, 16 de outubro de 2016

Anastácio e a Mariolatria

Anastácio, um presbítero que tinha acompanhado Nestório desde a Antioquia, e que era seu amigo íntimo, atacou, em um discurso público, o uso da expressão "Mãe de Deus", que era aplicada à virgem Maria. O termo então posto em oposição tão violentamente tinha do seu lado a autoridade do uso consagrado pela tradição e muitos nomes de grande peso para com o povo. Nestório aprovou o discurso, apoiou seu amigo, e em vários discursos explicou e defendeu seu ataque. Muitos ficaram satisfeitos com esses discursos, e muitos se despertaram contra Nestório e seu amigo: a agitação em Constantinopla foi imensa,  os gritos de "Heresia, heresia!" se ergueram e as chamas de uma grande e dolorosa controvérsia se acenderam.

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