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domingo, 16 de outubro de 2022

Lutero em Heidelberg

Na primavera de 1518, uma assembleia geral da ordem agostiniana foi realizada em Heidelberg: Lutero, a convite, estava presente. Seus amigos, conhecendo os desígnios e a traição dos dominicanos, tudo fizeram para dissuadi-lo de ir; mas Lutero não era o homem a ser impedido pelo medo do perigo de cumprir o que ele acreditava ser seu dever. Sua confiança estava no Deus vivo. Uma oportunidade tão favorável para pregar o evangelho, a propagação da verdade e a difusão de suas proposições não deveria ser negligenciada. Partiu no dia 13 de abril, com um guia que o ajudou a carregar sua bagagem, e fez a maior parte do trajeto a pé. 

A curiosidade geral, o nome de Lutero e a fama de suas teses atraíram grandes multidões à cidade e à universidade de Heidelberg. Aqui, diante de uma grande assembleia, ele discutiu com cinco outros doutores em divindade sobre uma variedade de assuntos, mas relacionados principalmente à teologia e à filosofia. Seu conhecimento das Escrituras, dos dogmas tradicionais da igreja, sua falta de respeito pelo nome e sistema de Aristóteles, seu grande poder argumentativo, provavam aos seus oponentes que ele era uma polêmica fora do comum. Ele voltou para Wittemberg, bem protegido e acompanhado por muitos amigos. 

O efeito maravilhoso produzido por essas controvérsias levou Tetzel a tentar responder ao ataque de Lutero à venda de indulgências. Cheio de vanglória e blasfêmia, ele afirma e reafirma o poder do papa, e do clero, como delegado por ele, para perdoar totalmente e para sempre todos os pecados. Em resposta a essas ousadas afirmações, Lutero escreveu mais uma série de proposições que denominou "Resoluções", ou explicações de suas teses anteriores. Nesse tratado, o Reformador é visto mais distintamente. Ele apresenta com destaque a grande verdade da Reforma – que o homem é justificado somente pela fé, sem obras da lei. "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21). 

Lutero agora desafia a decisão do próprio papa. Ele lhe enviou uma cópia de suas Resoluções, acompanhada de uma carta muito humilde, datada de 30 de maio de 1518. Totalmente descuidado como Leão realmente era quanto aos interesses da religião, ele não podia tratar com total indiferença a carta de Lutero; especialmente porque o imperador Maximiliano havia solicitado sua interferência na mesma época. Ele ordenou que Lutero fosse enviado a Roma e lá respondesse por sua audácia. Lutero recusou-se a obedecer à convocação, declarando, no entanto, sua prontidão para comparecer e defender sua causa perante juízes piedosos, imparciais e instruídos na Alemanha. O papa, descobrindo que Lutero estava sob a proteção de Frederico, eleitor da Saxônia, escreveu a esse príncipe desejando que ele entregasse o monge herético ao cardeal Tomás Caetano, que tinha instruções completas sobre como agir em relação ao doutor desobediente. Mas, para louvor daquele príncipe singularmente sábio e excelente, recusou-se a obedecer às ordens do papa e protegeu Lutero. O papa então foi obrigado a propor medidas menos precipitadas, menos sanguinárias e mais formais. Assim, a citação a Roma foi transformada em uma convocação a Augsburgo, à qual Lutero declarou sua intenção de obedecer. 

domingo, 9 de outubro de 2022

Lutero visita Roma

Tendo surgido algumas disputas entre o vigário-geral e vários dos mosteiros agostinianos, Lutero foi escolhido como uma pessoa apta para representar todo o assunto perante Sua Santidade em Roma. Era necessário, na sabedoria de Deus, que Lutero conhecesse Roma. Como monge no norte, ele só pensava no papa como o pai santíssimo e em Roma como a cidade dos santos; e esses preconceitos e ilusões só podiam ser dissipados pela observação pessoal: as informações não circulavam naquela época como agora. 

No ano de 1510, sem um tostão e descalço, Lutero cruzou os Alpes. Uma refeição e uma noite de descanso ele pedia nos mosteiros ou nas casas de fazenda enquanto caminhava. Mas mal havia descido os Alpes, quando encontrou mosteiros de mármore e os monges alimentando-se da comida mais suntuosa. Tudo isso era novo e surpreendente para o frugal monge de Wittemberg. Mas quando chegou a sexta-feira, qual foi seu espanto ao encontrar as mesas dos beneditinos repletas de carnes saborosas? Ele ficou tão indignado que se aventurou a dizer: "A Igreja e o papa proíbem essas coisas". Por este protesto, alguns dizem, ele quase pagou com sua vida. Tendo recebido um convite amigável para se retirar, ele deixou o mosteiro, viajou pelas quentes planícies da Lombardia e chegou a Bolonha, gravemente doente. Aqui o inimigo fez com que ele voltasse seus pensamentos para si mesmo, deixando-o muito perturbado com o senso de sua própria pecaminosidade, pois a perspectiva da morte o enchia de medo e terror. Mas as palavras do apóstolo, "o justo viverá pela fé", como um raio de luz do céu, afugentou as nuvens escuras, mudou a corrente de seus pensamentos e restaurou sua paz de espírito. Com o retorno de suas forças, retomou sua jornada, e depois de passar por Florença, e labutando sob um opressivo sol italiano pela longa extensão dos Apeninos, ele finalmente se aproximou da cidade das sete colinas*. 

{* N. do T.: Roma. } 

Devemos prefaciar a entrada de Lutero em Roma lembrando aos nossos leitores que, embora ele tivesse recebido a verdade do evangelho, ele ainda era um papista, e que sua devoção ao papado partilhava da veemência do fanatismo. Roma, para o rude alemão, era a cidade santa, santificada pelos túmulos dos apóstolos, pelos monumentos dos santos e pelo sangue dos mártires. Mas, infelizmente, a Roma da realidade era muito diferente da Roma de sua imaginação. Ao se aproximar dos portões, seu coração batia violentamente. Ele caiu de joelhos e, com as mãos levantadas para o céu, exclamou: "Santa Roma, eu te saúdo! Bem-aventurada Roma, três vezes santificada pelo sangue de teus mártires!" Com todo tipo de termos afetuosos e respeitosos ele saudou assim a metrópole da Cristandade. E sob a influência desse grande entusiasmo ele se apressou para os lugares sagrados, ouvindo todas as lendas pelas quais eles são consagrados; e tudo o que ele viu e ouviu, ele creu com muita devoção. Mas seu coração logo adoeceu com a profanação dos padres italianos. Um dia, quando ele estava repetindo a missa com grande seriedade, ele descobriu que os padres em um altar adjacente já haviam repetido sete missas antes que ele terminasse uma. "Rápido, rápido!" exclamou um deles, "devolva a Nossa Senhora o seu Filho", fazendo uma alusão ímpia à transubstanciação do pão no corpo e sangue de Jesus Cristo. A profanação dificilmente poderia alcançar um tom mais alto. O desencanto de Lutero foi completo, e o propósito de Deus em sua educação foi cumprido. 

Lutero esperava encontrar em Roma uma religião austera. "Sua fronte rodeada de dores, repousando sobre a terra nua, saciando sua sede com o orvalho do céu, vestida como os apóstolos, andando por caminhos pedregosos, e o evangelho debaixo do braço; mas em lugar disso ele viu a triunfal pompa do pontífice; os cardeais em liteiras, a cavalo ou em carruagens, brilhando com pedras preciosas e cobertos do sol por um dossel de penas de pavão. As igrejas esplêndidas, os rituais mais esplêndidos e o esplendor pagão das pinturas eram para Lutero, cujo coração estava pesado com os pensamentos das profanações dos padres, totalmente insuportáveis. O que era a Roma de Rafael, de Michelangelo, de Perugino e de Benvenuto, para o pobre monge alemão, que havia percorrido quatrocentas léguas a pé, esperando encontrar aquilo que aprofundaria sua devoção e fortaleceria sua fé? 

No entanto, tal era o poder da superstição que Lutero recebeu em sua educação, não obstante seu conhecimento das Escrituras e seu amargo desapontamento por Roma, que um dia, desejando obter uma indulgência prometida pelo papa a todos os que subissem de joelhos o que é chamado de escada de Pilatos, lá estava ele humildemente subindo aqueles degraus, que lhe disseram terem sido milagrosamente transportados de Jerusalém para Roma. Foi então que ele pensou ter ouvido uma voz, alta como um trovão, clamando: "O justo viverá pela fé". Espantado, ele se levanta dos degraus pelos quais arrastava o corpo; envergonhado de ver a que profundidade a superstição o havia mergulhado, ele foge com toda a pressa da cena de sua loucura. 

Tendo resolvido o negócio para o qual foi enviado, ele virou suas costas para a cidade pontifícia, para nunca mais lá voltar. "Adeus! Roma", disse ele; "que todos os que desejam levar uma vida santa afastem-se de Roma. Tudo é permitido em Roma, exceto ser um homem honesto." Ele não pensava ainda em deixar a igreja católica romana, mas, perplexo e perturbado, voltou para a Saxônia. 

Logo após o retorno de Lutero a Wittemberg, a pedido urgente de Staupitz, ele obteve o grau de Doutor em Divindade. O Senado também lhe deu o púlpito da igreja paroquial, o que lhe abriu imediatamente uma esfera da maior utilidade. Mas Lutero, alarmado com a responsabilidade, mostrou alguma relutância em aceitar uma dignidade de tal importância espiritual. Como o seu amigo vigário procurou tirar-lhe a hesitação, forçando-o a esse serviço, submeteu-se, e no desempenho das suas funções de púlpito teve a rara oportunidade de pregar a Palavra de Deus e o Evangelho de Cristo nos claustros do seu convento, na capela do castelo, e na igreja colegiada. Sua voz, diz a história, era boa, sonora, eletrizante; suas gesticulações eram simples e nobres. Uma ousada originalidade sempre marcou a mente de Lutero, encantando muitos por suas novidades e dominando outros por sua força. Ele adquirira nos últimos quatro ou cinco anos um conhecimento respeitável tanto do grego quanto do hebraico; ele havia lido profundamente o Novo Testamento; ele estava plenamente seguro de que a justificação pela fé era a verdadeira doutrina do evangelho; que a Palavra de Deus era o meio primário e fundamental para o reavivamento e reforma da igreja. 

Do ano de 1512 ao memorável ano de 1517, Lutero foi um arauto intrépido da Palavra de vida. Em todas as coisas ele desejava apenas conhecer a verdade, livrar-se e expulsar de si as falsidades e superstições de Roma. E assim deixamos Lutero por um tempo, engajado em sua gloriosa obra, enquanto nos voltamos por alguns momentos ao estado de coisas na igreja que trouxe Johann Tetzel e suas indulgências para as redondezas de Wittemberg.* 

{*D'Aubigné, vol. 1. Short Studies, de Froude, vol. 1. Reformation, de Waddington, vol. 1. Universal History, vol. 6, de Bagster e Filhos.} 

(Fim do Capítulo 33)

Lutero – Um Sacerdote e Professor

Ele passou três anos agitados no claustro de Erfurt. Mas para ele esses anos não foram perdidos. O cultivo geral de sua mente, a disciplina de sua alma, seu estudo do hebraico e do grego: eram muitos ramos da educação necessária para sua futura carreira no serviço do Senhor. Além disso, foi o lugar de seu nascimento espiritual e o lugar onde ele ouviu pela primeira vez sobre a justificação pela fé – aquela doutrina divina sobre a qual grande parte de seu trabalho subsequente foi construído. 

No ano de 1507 foi ordenado padre, cerimónia em que o seu pai estava presente, embora ainda insatisfeito com o curso de vida do filho. Lutero tinha então recebido poder do bispo para oferecer sacrifícios pelos vivos e pelos mortos, e para converter, murmurando algumas palavras, o pão sem fermento no “verdadeiro corpo e sangue do Senhor”. Lutero submeteu-se e aceitou essas pretensões papistas, embora contra suas convicções, e com medo e tremor, mas sua alma nunca chegou a se recuperar completamente dos efeitos dessa ordenança blasfema. Uma cegueira de juízo quanto à simplicidade escriturística da Ceia do Senhor se estabeleceu em sua mente. Ele foi capacitado, pela graça de Deus, a se livrar e denunciar muitas das superstições de Roma, mas nunca totalmente de seu ápice: a transubstanciação. 

Staupitz, o fiel amigo e patrono de Lutero, colocou-o, aos vinte e cinco anos de idade, em uma posição adequada para a exibição de sua mente poderosa e ativa, e para o posterior desenvolvimento de seu caráter. Ele foi convidado pelo príncipe-eleitor Frederico*, por sugestão do vigário-geral, a ocupar uma cadeira de filosofia na universidade que tinha fundado. Assim, mudou-se para Wittemberg no ano de 1508. Mas, embora chamado para ser professor, não deixou de ser monge; ele se hospedou em uma cela no convento agostiniano. Os assuntos sobre os quais ele foi designado a lecionar foram a física e a dialética de Aristóteles. Este era um emprego desagradável para alguém que estava faminto e sedento pela Palavra de Deus. Nem a ciência física nem a filosofia moral se adequavam ao espírito de sua mente. Mas, novamente, podemos dizer, era parte de sua educação necessária. Aquele que passou pelo claustro deve agora ocupar por um tempo a cadeira de filosofia escolástica, para que possa se tornar mais apto a expor os males e combater os erros de ambos os sistemas, e assim emancipar as mentes dos homens de sua influência. 

{* Eleitores ou príncipes-eleitores (em alemão é Kurfürst, plural Kurfürsten) foram os membros do colégio eleitoral do Sacro Império Romano-Germânico, tendo desde o século XIII, a função de eleger o Rei dos Romanos, ou, a partir de meados do século XVI em diante, diretamente o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%ADncipe-eleitor } 

Nesse meio tempo, embora atraísse os jovens de Wittemberg pela força e estilo de suas palestras, dedicava-se zelosamente ao estudo do grego e do hebraico. Seu desejo era beber na fonte, e Aquele que viu o grande desejo de seu coração e o trabalho de sua vida lhe abriu o caminho. Poucos meses depois de sua chegada à universidade, obteve o grau de Bacharel em Divindade, que o habilitava a dar palestras sobre teologia ou sobre a Bíblia. Ele agora se sentia em sua esfera adequada e determinado a comunicar apenas o que aprendeu da Palavra de Deus. Seus primeiros discursos foram sobre os Salmos, e então ele passou para a Epístola de Paulo aos Romanos. 

Suas preciosas meditações sobre essas porções em sua cela silenciosa, tanto em Erfurt quanto em Wittemberg, deram um caráter totalmente novo às suas palestras. Ele falava, não apenas como um estudante eloquente, mas como um cristão que sentia o poder das grandes verdades que ensinava. Quando ele alcançou, em suas exposições, a última sentença de Romanos 1:17, “o justo viverá pela fé”, uma luz, podemos dizer, além do brilho do sol, encheu toda a sua alma. O Espírito de Deus revestiu as palavras de luz e poder ao entendimento e ao coração de Lutero. A grande doutrina da justificação pela fé ele recebeu em seu coração como vinda da voz de Deus. Ele agora via que a vida eterna deveria ser obtida não pela penitência, mas pela fé. Toda a história da Reforma alemã está ligada a estas poucas palavras. À luz delas, ele explicou as escrituras do Antigo e do Novo Testamento; por sua verdade, expôs as falsidades do papado, emocionou o coração da Europa, pôs fim ao reino da impostura e realizou a grande Reforma. Sozinho ele ficou em pé diante de toda autoridade – diante de todo o mundo – na verdade da Palavra de Deus: “o justo viverá pela fé”. A palavra de Deus é verdadeira, o papado é uma mentira; um deve cair, o outro deve triunfar. A verdade é saúde para a alma, a mentira é um veneno mortal. Esses princípios de justiça eterna estavam agora firmemente fixados no coração de Lutero pelo Espírito de Deus; e, por mais simples que pareçam, ele foi capacitado, pela fé na Palavra de Deus, a triunfar sobre papas, bispos, clérigos, reis e imperadores, levantando a bandeira da salvação pela fé no Senhor Jesus Cristo, sem obras de lei. 

A grande obra estava agora iniciada, mas o obreiro ainda tinha algumas lições a aprender.  

domingo, 22 de novembro de 2020

Reflexões Sobre a Vida de Savonarola

O prior de São Marcos é citado na história como a mais fiel testemunha pública de Cristo que já apareceu na Itália; mas havia muitas coisas em sua conduta que eram contrárias ao espírito e à vocação de um verdadeiro cristão, especialmente por misturar política com religião. Diz-se que ele pensou em combinar os personagens de Jeremias e Demóstenes -- chorar pelo pecado e denunciar os julgamentos de Deus como um, e incitar o povo a lutar por suas liberdades como o outro. Este foi o seu erro, devido à sua ignorância sobre ensino do Novo Testamento; e o que levou à sua desonra e queda. Mas grande consideração deve ser feita por sua educação, circunstâncias e espírito de sua época. Muitos dos reformadores posteriores caíram na mesma armadilha. Eles não tinham aprendido, naqueles tempos revolucionários, que a vocação do cristão é celestial -- que enquanto o judeu foi abençoado com todas as misericórdias temporais em uma terra agradável, o cristão é abençoado com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Eles não viram que o propósito de Deus no período atual é reunir dentre as nações um povo para o Seu nome pela pregação do evangelho (Atos 15). Mas quão poucos, mesmo nos dias atuais, veem que a igreja de Deus é um chamado para fora e, portanto, deve andar em separação do mundo!

O maior bem que o pregador pode realizar por seus semelhantes é reuni-los para fora do mundo ao rejeitado Salvador. Mas tais pregadores não são populares nem compreendidos, mesmo no último quarto do século XIX*. De fato, podemos levantar a questão: O estado das "igrejas" em geral, no que diz respeito à política, está à frente das ideias de Savonarola? Ele interferiu na direção dos negócios públicos para que a república de Florença fosse para a honra de seu Senhor e Mestre. Seus motivos eram sem dúvida bons, mas ele estava totalmente enganado ao pensar que poderia unir as coisas celestiais e terrenas. Sua grande ideia é vista no fato de que uma das moedas cunhadas enquanto Florença estava sob sua influência trazia a inscrição: "Cristo nosso rei". Mas não apenas este homem notável desejava ver uma grande Reforma tanto na Igreja quanto no Estado, ele também ansiava pela salvação de almas, enquanto seu próprio coração se regozijava na gloriosa doutrina da justificação somente pela fé. 

{*N. do T.: Este livro foi escrito no século XIX.}

O seguinte trecho de suas meditações sobre o Salmo 31 durante sua prisão dará ao leitor uma ideia de seus pensamentos mais íntimos guiados pelo Espírito Santo de Deus. “Ninguém pode se gabar de si mesmo; e se na presença de Deus, a pergunta fosse feita a todo pecador justificado: ‘Você foi salvo por sua própria força?’ todos a uma só voz exclamariam: ‘Não a nós, Senhor, mas a Teu nome seja a glória!’ Portanto, ó Deus, procuro a Tua misericórdia e não trago a Ti a minha própria justiça: no momento em que me justificas pela Tua graça, a Tua justiça me pertence; pois a graça é a justiça de Deus. Até quando, ó homem, como tu não crês, tu estás, por causa do pecado, privado da graça. Ó Deus, salva-me pela Tua justiça, isto é, por Teu Filho, o único que foi achado justo diante de Ti.” Conforme ensinado por Deus, com que pensamentos santos e elevados sua mente deve ter sido preenchida com o estudo, na prisão, daquele tão lindo salmo de tristeza e louvor triunfante!* 

{* J.C. Robertson, vol. 4, pág. 548. Waddington, vol. 3, pág. 383. Universal History, Bagster and Sons, Londres, vol. 6, pág. 173.} 

Ah! mais bela cidade, que viste expirar 
Três mártires escolhidos no fogo devorador, 
Que, unidos, em meio ao desprezo e à dor, 
Ao morrer sorriu, e provou que "morrer é ganho:" - 
Teu rico e honrado rio, em cujo seio largo 
Aquelas benditas cinzas, como seu tesouro se escondem, 
Verão o chefe tirano finalmente expirar. 
E todo infiel destruído pelo fogo; 
Verá todos os vícios e males virem a nada, 
E saudarem nova luz trazida das regiões celestiais.

domingo, 10 de junho de 2018

O Martírio de Arnaldo (1155 d.C.)

O novo papa era um inglês de grande habilidade, e o único inglês que já se sentou no trono papal. Ele era originalmente um monge de Santo Albans, mas foi obrigado a deixar seu lar por causa da severidade de seu pai. Após viajar por algum tempo no continente, estudar teologia e lei canônica com grande ardor e sucesso, e subir de classe em classe na ordem eclesiástica, ele foi, com o tempo, elevado à mais alta ordem da grandeza eclesiástica pelo nome de Adriano IV. Seu nome inglês era Nicolas Breakspeare.

Uma oportunidade então surgiu para que se livrassem do ousado reformador. O imperador Frederico Barbarossa estava a caminho para receber das mãos de Adriano a coroa imperial. Ele enviou uma embaixada de três cardeais para se encontrarem com o imperador, e para solicitar, como preço de sua coroação, a rendição de Arnaldo de Bréscia em suas mãos. Para um homem que pensava tão pouco sobre a vida humana como Frederico, pareceu de fato algo leve de se executar, obrigando então os amigos de Arnaldo a entregá-lo nas mãos dos emissários papais. Não havia tempo a perder, para que seus amigos não ouvissem sobre isso e tentassem resgatá-lo. A igreja tomou por si mesma a responsabilidade pela sumária condenação e execução do rebelde, sem empregar, como de costume, a espada secular. Antes do dia amanhecer, o oficial do papa já tinha sujado suas mãos no sangue de sua vítima; seu corpo foi queimado até as cinzas, que foram jogadas no rio Tibre, para que o povo não coletasse a adorasse as relíquias de seu amigo martirizado. O clero triunfou em sua morte, mas sua memória viveu nas mentes dos romanos. "E nas cinzas da pilha fúnebre de Arnaldo", diz Milman, "o fogo ardeu durante séculos, o que levou, com o tempo, a uma explosão irresistível de violência".

Bernardo, o grande Antagonista de Abelardo e de Arnaldo, tinha falecido em paz em Claraval, no ano de 1153. O santo, o filósofo e o reformador passaram para outro mundo, para serem julgados, não pelos decretos papais, mas pelo trono de eterna justiça e imaculada santidade. A fé no Senhor Jesus Cristo é o único fundamento do perdão e aceitação aos olhos de Deus. Não há purgatório, mas sim o precioso sangue de Sua cruz. Mas, que misericórdia! Esse sangue pode tornar limpo o mais vil! "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve" (Salmos 51:7). Nada além do sangue de Jesus pode tornar a alma mais branca do que a neve e apta para o céu. Todos os outros meios nada mais são do que uma zombaria, uma ilusão de Satanás que apenas aprofunda e perpetua a culpa da alma. "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7). A salvação é pela fé somente, sem as obras da lei. Cristo é a única videira; os crentes são os ramos. "Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1 João 2:6). Aparte de uma verdadeira e viva fé em Cristo, não há perdão, nem salvação, nem felicidade, e nem o céu; "bem-aventurados todos aqueles que nele confiam" (Salmos 2:12).

Retornemos agora a nossa história, e primeiro tomaremos nota sobre o encontro entre Adriano e Frederico.

domingo, 9 de abril de 2017

Os Fundamentos e o Edifício do Papado

Tais, infelizmente, foram os fundamentos do grande edifício papal. E não estamos errados em sofrer vendo eles serem estabelecidos. Se fôssemos caracterizar as pedras de fundação separadamente, poderíamos nos referir a elas como as mais extravagantes pretensões, a mais insultante arrogância, as mais descaradas falsificações, o mais abertamente confessado -- e até mesmo desafiador da morte -- amor à idolatria, a mais inescrupulosa apropriação de território roubado, o mais implacável espírito de perseguição, e, o que pode ser dito como a pedra (assim como a fundação) mais elevada: o mais desordenado amor pela soberania secular. Mas se olharmos dentro da casa, o que encontramos ali? É cheia de blasfêmias, os piores tipos de corrupções, e concentração de todas as atrações para a carne (Ap 18:12,13). As próprias essências do cristianismo -- tais como o sacrifício, o ministério e o sacerdócio -- ou foram corrompidas ou rejeitadas. A obra consumada de Cristo foi substituída pela missa; o ministério do Espírito de Deus pelo ensino dogmático da igreja; e o comum sacerdócio de todos os crentes, e sim, até mesmo o sacerdócio do Próprio Cristo, foi substituído pelo grande sistema eclesiástico do sacerdócio, ou melhor, pelo poder sacerdotal.

A Ceia do Senhor foi gradualmente modificada, da simples lembrança de Seu amor e anúncio de Sua morte para a ideia de um sacrifício. Muitas superstições foram praticadas com o pão consagrado, ou melhor, as hóstias*. Supunha-se que esse "sacrifício" servia tanto para os vivos quanto para os mortos; daí a prática de dar a hóstia aos mortos e enterrá-la com eles. A destrutiva doutrina do purgatório, que tinha sido sancionada por Gregório, o Grande, então se espalhou por toda a parte. Parece ter criado raízes especialmente na igreja inglesa antes do século IX. Mas o engano é manifesto, pois não há purgatório senão o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus; como disse o apóstolo João: "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7). Graças a Deus, não há limite para o poder purificador {N. do T.: "purgatório" significa "purificador") do sangue de Jesus, Seu Filho. Todos os que têm fé nesse sangue são mais alvos que a neve -- perfeitamente preparados para a presença de Deus. Mas a doutrina do purgatório atinge a própria raiz dessa verdade fundamental, e tornou-se um poderoso instrumento nas mãos dos padres para extorquir dinheiro dos moribundos, e para assegurar grandes legados à igreja; mas quase tudo era, então, feito em subordinação a esses objetivos básicos. A verdade de Deus, a obra de Cristo, o caráter da igreja, as almas e corpos dos homens, foi tudo prontamente sacrificado para o engrandecimento da Sé de Roma, e para o engrandecimento do clero em subordinação ao sistema papal.

{*N. do T.: hóstia significa "vítima expiatória", e traz a ideia de que Cristo é sacrificado novamente em cada missa, anulando a consumada obra expiatória de Cristo, "feita uma vez" (Hebreus 10:10). }

As vidas ímpias daqueles a quem foi confiado o governo da igreja e o cuidado pelas almas são também questões de amarga queixa de todos os historiadores honestos, tanto daqueles tempos como dos atuais. Mas aqui pode ser interessante introduzir um historiador que é bom em relatos -- Mosheim -- como uma testemunha e confirmação do que temos dito sobre esse período.

sábado, 10 de janeiro de 2015

A Primeira Viagem Missionária de Saulo (por volta de 48 d.C.)

Antes de nos ocuparmos com os apóstolos em sua viagem, cabe aqui uma observação sobre como as coisas mudaram. Eles partiram, devemos observar, não do velho centro, Jerusalém, mas da Antioquia, uma cidade de gentios. Isto é significativo. Jerusalém e os doze perderam a posição quanto à autoridade e poder para com o exterior. O Espírito Santo chama a Barnabé e Saulo para a obra, os prepara para isto, e os envia, sem a jurisdição dos doze.

Não será de esperar que em um livro, cujo conteúdo se propõe a ser resumido, possamos tomar nota dos vários eventos ocorridos nas viagens de Paulo. O leitor os encontrará em Atos e nas Epístolas. Propomos meramente traçar um esboço e dar destaque a determinados pontos de referência, pelos quais o leitor será capaz de traçar, por si mesmo, as várias jornadas do maior dos apóstolos - o maior dos missionários - o maior dos obreiros que já viveu, com exceção do bendito Senhor. Mas em primeiro lugar, gostaríamos de observar seus companheiros e seu ponto de partida.

Barnabé foi, por algum tempo, o companheiro mais próximo de Saulo. Ele era um levita da ilha de Chipre. Ele tinha sido chamado logo no início da história da igreja para seguir a Cristo, e "possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos." (Atos 4:37). Comparando sua liberalidade com o belo testemunho que o Espírito Santo dá sobre ele, ele permanece diante de nós com um amável e requintado caráter. E, a partir de seu apego a Paulo desde o início, e de sua cordialidade em apresentá-lo aos outros apóstolos, podemos julgar que ele era mais franco e tinha um coração maior do que aqueles que tinham sido treinados na estreiteza do judaísmo; mas faltava-lhe ainda, quanto ao serviço, o rigor e a determinação de seu companheiro Saulo.

João Marcos era um parente próximo de Barnabé - "o sobrinho de Barnabé" (Colossenses 4:10). Sua mãe era uma certa Maria que morava em Jerusalém, e cuja casa parece ter sido um local de reunião para os apóstolos e primeiros cristãos. Quando Pedro foi liberto da prisão, ele foi direto para "a casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos" (Atos 12:12). Supõe-se que ele tenha sido convertido por meio de Pedro, pois depois Pedro fala dele como "meu filho Marcos" (1 Pedro 5:13)

A partir disso aprendemos que ele não era nem um apóstolo nem um dos setenta - que ele não havia acompanhado o bendito Senhor durante Seu ministério público. Mas podemos supor que ele estava ansioso para servir a Cristo, pois se uniu a Barnabé e Saulo, embora mais tarde pareça que sua fé não era páreo para as dificuldades da vida missionária. "E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém." (Atos 13:13). Supõe-se que Marcos tenha escrito seu Evangelho por volta do ano 63 d.C.

A Antioquia, a antiga capital dos selêucidas, foi fundada por Seleuco Nicator por volta de 300 a.C. Foi uma cidade que só ficava atrás de Jerusalém no que diz respeito ao início da história da igreja. O que Jerusalém tinha sido para os judeus, a Antioquia era agora para os gentios. Era um ponto central. Nessa época ocupava um lugar de grande importância na propagação do cristianismo entre os pagãos. Aqui a primeira igreja gentia foi plantada (Atos 11:20,21). Aqui os discípulos de Cristo foram primeiramente chamados de cristãos (Atos 11:26). E aqui nosso apóstolo começou seu trabalho ministerial público.

Retornemos agora à missão.

Barnabé e Saulo, com João Marcos como auxiliar no ministério, são então enviados pelo Espírito Santo. Os judeus, em virtude de sua conexão com as promessas, tiveram o evangelho primeiramente pregado a eles; mas a conversão de Sérgio Paulo marca, de maneira especial, o início do trabalho entre os gentios. Também marca uma crise na história do apóstolo. Aqui seu nome é mudado de Saulo para Paulo; e agora - com exceção de Jerusalém (Atos 15:12-22) - não vemos mais "Barnabé e Saulo", mas sim "Paulo e os que estavam com ele" (Atos 13:13). Ele toma a dianteira; os outros são apenas aqueles que estão com Paulo. Mas o cenário tem ainda um caráter típico.

O procônsul era, evidentemente, um homem prudente e pensativo, e sentiu a necessidade de sua alma. Ele chama a Barnabé e a Saulo, e deseja ouvir a Palavra de Deus. Mas Elimas, o encantador, resiste a eles. Ele sabia bem que, se o governador recebesse a verdade que Paulo pregava, ele perderia sua influência na corte. Ele, portanto, procura afastar o deputado da fé. Mas Paulo, em dignidade consciente e no poder do Espírito Santo, "fixando os olhos nele" (Atos 13:9), e em palavras de mais fulminante indignação, o repreende na presença do governador. "Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor." (Atos 13:10-12). O poder de Deus acompanha a palavra de Seu servo, e a sentença pronunciada é executada no mesmo instante. O deputado fica tomado pela glória moral da cena, e se submete ao evangelho.

"Eu não duvido", disse alguém, "que neste miserável Barjesus (Elimas) vemos uma figura dos judeus no tempo presente, acometidos de cegueira por algum tempo, por causa dos ciúmes da influência do evangelho. A fim de preencher a medida de sua iniquidade, eles resistiram à pregação do evangelho aos gentios. A condição deles é julgada; sua história é dada na missão de Paulo. Em oposição à graça e buscando destruir seus efeitos sobre os gentios, eles foram acometidos de cegueira; no entanto, apenas por um tempo." *

(* Synopsis of the Books of the Bible, volume 4, página 53,54. [Segunda Edição, Janeiro de 1950])

Durante essa primeira missão entre os gentios, um grande e abençoado trabalho foi feito. Compare Atos 13 e 14. Muitos lugares foram visitados, igrejas foram plantadas, anciãos foram nomeados, a hostilidade dos judeus manifestada, e a energia do Espírito Santo demonstrada no poder e progresso da verdade. Em Listra, o cristianismo foi confrontado, pela primeira vez, com o paganismo; mas em todo lugar o evangelho triunfa, e os vários dons de Paulo como obreiro aparecem de maneira abençoada. Seja ao abordar os judeus, que conheciam as Escrituras, ou bárbaros ignorantes, ou cultos gregos, ou multidões enfurecidas, ele prova ser um vaso divinamente escolhido para sua grande obra.

A Antioquia, na Pisídia, merece atenção especial pelo que aconteceu na sinagoga. Embora haja uma grande semelhança no discurso de Paulo comparado aos de Pedro e Estêvão nos primeiros capítulos de Atos, ainda podemos notar certos toques estritamente paulinos em seu caráter. Seu estilo conciliador de abordagem, o modo como ele apresenta a Cristo, e sua ousada proclamação de justificação pela fé somente, podem ser consideradas como típicas de suas póstumas abordagens e Epístolas. Nenhum dos escritores sagrados fala da justificação pela fé como Paulo fala. Seu apelo final tem sido um texto evangelístico favorito de muitos pregadores em todas as eras. Em poucas palavras, ele afirma a bem-aventurança de todos que recebem a Cristo, e a terrível desgraça daqueles que O rejeitarem, provando assim que não poderia haver um meio-termo ou terreno neutro quando Cristo está em questão. "Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas: Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis, se alguém vo-la contar." (Atos 13:38-41)

Tendo sido cumprida a missão deles, eles retornam à Antioquia na Síria. Quando os discípulos ouviram o que o Senhor tinha feito, e que a porta da fé foi aberta aos gentios, eles deviam apenas louvar e bendizer Seu santo nome. Devemos agora retornar, por um momento, a Jerusalém.

O efeito da primeira missão de Paulo sobre os discípulos em Jerusalém levou a uma grande crise na história da igreja. O ciúme e a mente farisaica estava tão excitada que uma divisão entre Jerusalém e Antioquia foi ameaçada naquele período inicial da história da igreja. Mas Deus governou em graça, e o problema quanto à Antioquia foi felizmente resolvido. Mas o fanatismo dos crentes judeus era insaciável. Na igreja em Jerusalém eles ainda conectavam ao cristianismo os requisitos da lei, e procuravam impor esses requisitos aos crentes gentios.

Alguns dos cristãos judeus de cabeça mais fechada desceram à Antioquia, e asseguraram aos gentios que, a menos que eles fossem circuncidados segundo o costume de Moisés, e que guardassem a lei, eles não poderiam ser salvos. Paulo e Barnabé não tiveram pequena discussão e contenda com eles; mas como era uma questão muito pesada para ser resolvida pela autoridade apostólica de Paulo, ou por uma resolução da igreja em Antioquia, foi decidido que uma delegação deveria subir à Jerusalém e pôr a questão diante dos doze apóstolos e dos anciãos. A escolha de quem deveria levar a questão, naturalmente, caiu sobre Paulo e Barnabé, já que tinham sido os mais ativos na propagação do cristianismo entre os gentios.

Chegamos agora à terceira visita de Paulo a Jerusalém.

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