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domingo, 7 de maio de 2017

Os Nórdicos

Se não acreditássemos que esses poderosos inimigos do cristianismo -- os nórdicos, ou piratas das regiões do Norte -- fossem instrumentos nas mãos de Deus para a punição da apóstata igreja de Roma, não estaria em nossos planos apresentá-los. Mas como eles aparecem como nada mais do que o juízo de Deus contra o completo mundanismo de todas as ordens do sacerdócio católico, vamos tomar uma breve nota.

Originalmente, eles vieram das margens do Báltico, na Dinamarca, Noruega e Suécia. Provavelmente eles era uma mistura dos godos, dinamarqueses, noruegos, suecos e frísios. Mas, embora compostos de tantas diferentes tribos, todos concordavam quanto ao mesmo objetivo principal -- saquear e matar. Seus pequenos reis e chefes eram piratas experientes, e os mais ousados que já infestaram os mares ou as margens da Cristandade Ocidental. Eles empurravam seus barcos leves rio acima até onde podiam ir, queimando, matando e saqueando onde quer que chegassem.

"Das margens do Báltico", diz Milman, "das ilhas escandinavas, dos golfos e lagos, suas frotas velejavam para onde a maré ou a tempestade os levassem. Eles pareciam desafiar, em suas embarcações mal formadas, o mais selvagem clima, a fim de poderem desembarcar nas margens mais inacessíveis, a fim de encontrar seu caminho até os riachos mais estreitos e os rios mais rasos. Nada estava seguro, nem mesmo no coração do país, da repentina aparição desses selvagens implacáveis". Eles foram chamados de "os árabes do mar", mas, diferente dos muçulmanos, eles não lutavam uma guerra religiosa. Eles eram pagãos ferozes, e seus deuses, assim como eles próprios, eram guerreiros e piratas. O saque, e não a propagação da fé, era o objetivo deles. O castelo ou o monastério, o senhor nobre, o bispo ou o monge, eram todos iguais aos seus olhos, desde que se pudesse obter um rico montante. As propriedades religiosas, especialmente na França, foram as que mais sofreram. A riqueza e a posição indefesa dos monastérios os tornavam os principais objetivos de ataque.

Um dia de retribuição tinha chegado. A mão de Deus pesava sobre aqueles que chamavam a si mesmos de Seu povo. Sua ira parecia queimar. A igreja tinha agora de pagar caro por sua grandeza e glória mundana. Tinha sido sua ambição por séculos, e Carlos Magno tinha elevado o clero a grande riqueza e honra mundana. Mas, mal eles sentaram em seus palácios e a maré de invasão bárbara começou a assolar o império e a depredar os edifícios religiosos. Quanto mais rica a abadia, mais tentadora a presa, e mais implacável era a espada do bárbaro. Ignorantes das diferentes ordens do clero, eles massacravam indiscriminadamente. Fogo e espada eram as armas que usavam ao longo de suas carreiras. "A França estava coberta de bispos e monges que fugiam de seus claustros arruinados, seus monastérios incendiados, suas igrejas desoladas, levando consigo as preciosas relíquias dos seus santos, e assim aprofundando o pânico universal, e pregando o desespero por onde quer que fossem."

A fim de obter paz com os normandos, que forçaram seu caminho até o rio Sena, e por dois anos sitiaram a cidade de Paris, Carlos, o Simples, da França, cedeu o ducado da Normandia ao líder deles, Rollo, em 905. Assim o pirata do Báltico abraçou a religião cristã, tornou-se o primeiro Duque da Normandia e um dos doze nobres associados da França. William, conquistador da Inglaterra em 1066, foi o sétimo Duque da Normandia.

A Inglaterra, assim como a França, foi muito assediada e desolada pelos nórdicos. A primeira descida, que foi severamente sentida, aconteceu por volta do ano 830. Desde aquele tempo essas invasões foram incessantes. E ali, assim como na França, encontraram o mais rico saqueio nos monastérios indefesos. Os santuários foram degradados com fogo e espada. Com o tempo, após a vitória conquistada por Alfredo sobre Guthrum em 878, um grande território foi cedido aos dinamarqueses no Leste da Inglaterra, sob a condição de que abraçassem o cristianismo e vivessem sob leis iguais com os habitantes nativos. Mas a paz assim obtida duraria apenas por um tempo.*

{*Robertson, vol. 2, p. 360}

domingo, 11 de dezembro de 2016

Os Primeiros Pregadores do Cristianismo na Irlanda

Supõe-se que Patrício (ou Patrick), o apóstolo da Irlanda, nasceu por volta do ano 372 nas margens do rio Clyde. Conta-se que Kilpatrick* tenha adotado seu nome por causa dele. Seus pais eram cristãos sinceros; seu pai era um diácono, e seu avô era um presbítero. Sua mãe, que buscava instilar em seu coração as doutrinas do cristianismo, era irmã do celebrado Martinho, arcebispo de Tours. Mas o jovem Succath, seu nome original, não era seriamente inclinado para a religião. Algum tempo depois, seus pais deixaram a Escócia e se estabeleceram na Britânia. Aos dezesseis anos, quando Succath e suas duas irmãs estavam brincando à beira do mar, alguns piratas irlandeses, comandados por O'Neal, levaram os três para seus barcos e os venderam como escravos na Irlanda. Por seis anos ele foi empregado em cuidar do gado.

{* N. do T.: Provavelmente a referência é a uma região da Irlanda chamada de Kilpatrick ou ao sobrenome irlandês Kilpatrick.}

Durante o período de sua escravidão ele suportou muitas e grandes dificuldades. Mas a consciência de seu pecado veio à tona. Ele ficou sério e pensativo. Quando tinha mais ou menos quinze anos ele havia cometido algum grande pecado que então pressionava pesadamente sobre sua consciência, noite e dia. Ele orava com frequência e chorava muito; de fato, tal era o fervor dentro de sua alma que ele ficou insensível ao frio, à chuva e a outas inconveniências às quais ele era exposto. Ele então pensava em seu lar, nas ternas palavras e sinceras orações de sua mãe; e Deus graciosamente usou a lembrança do evangelho que ela lhe ensinava para abençoar sua alma. Ele nasceu de novo. "Eu tinha dezesseis anos", ele diz, "e não conhecia o Deus verdadeiro; mas naquela ilha estranha o Senhor abriu meus olhos incrédulos e, embora tardiamente, ponderei sobre meus pecados e fui convertido com todo o meu coração ao Senhor meu Deus, que se importou comigo em meu triste estado, teve piedade de minha juventude e ignorância, e que me consolou como um pai consola seus filhos. O amor de Deus aumentou cada vez mais em mim, com fé e temor do Seu nome. O Espírito me incentivou em tal nível que eu me derramava em orações umas cem vezes por dia. E, durante a noite, nas florestas e nas montanhas, quando cuidava do meu rebanho, a chuva, a neve, as geadas e os sofrimentos que eu suportei me impeliam a buscar a Deus. Naquela época eu não sentia a indiferença que agora sinto; o Espírito fermentava o meu coração".*

{* D'Aubigne, vol. 5, p. 25}

Se podemos confiar que essas palavras saíram dos lábios de Succath, elas apresentam um testemunho muito mais puro da verdade do evangelho do que o que encontramos na igreja de Roma. Elas apresentam uma alma exercitada em relacionamento estreito com o Próprio Deus. As formas e o sacerdócio do romanismo destroem esta comunhão bela, pessoal e direta com Deus e com Seu Cristo através da graça e poder do Espírito Santo. Mas tal, sem dúvida, era o cristianismo dessas Ilhas Britânicas antes de ser corrompida pelos emissários papais.

No decorrer do tempo Succath ganhou sua liberdade e, após viajar e pregar muito, ele retornou a sua família. Mas ele logo sentiu um desejo irresistível de voltar à Irlanda e pregar o evangelho aos pagãos, entre os quais ele tinha encontrado o Salvador. Em vão seus pais e amigos tentaram detê-lo. Ele rompeu todos os obstáculos, e com o coração cheio do zelo cristão partiu para a Irlanda. Ele tinha então mais de 40 anos de idade e, de acordo com alguns escritores, tinha sido ordenado presbítero, e foi então consagrado bispo da Irlanda. Por causa disso ele é conhecido como São Patrício. Ele devotou o resto de sua vida à Irlanda, e trabalhou entre eles com grande efeito, embora em meio a muitas dificuldades e perigos. A conversão da Irlanda é atribuída aos seus esforços. O ano de sua morte é incerto.

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