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sábado, 12 de julho de 2014

O Chamado Dirigido aos Gentios

Cornélio, o centurião, um homem devoto, e aqueles que estavam com ele, são agora recebidos na igreja de Deus. Pedro havia dado a entender tal chamado em seu primeiro discurso. Ele é agora convocado por Deus, de um modo especial e com indicações especiais de Seu propósito, para abrir a porta àqueles gentios tementes a Deus. Até esse momento a igreja consistia principalmente, se não exclusivamente, de judeus. Mas Deus tratou carinhosamente com seu povo antigo, considerando seus preconceitos nacionais. "Cornélio, ... piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus." (Atos 10:1-2). Eles não podiam ter qualquer objeção, de modo pessoal, quanto a receber tal pessoa. Assim, Deus é gracioso, terno e misericordioso. Mas nenhuma dúvida foi deixada na mente de Pedro quanto à vontade divina. Deus graciosamente silenciou seus raciocínios, e venceu sua relutância com a suave repreensão: "Não faças tu comum ao que Deus purificou".

Pedro agora procede, embora lentamente. Era um novo tipo de trabalho para ele. Mas nada parece mais surpreendente a Pedro do que o fato de que os gentios deveriam ser trazidos à benção sem ao menos se tornarem judeus ou se submeterem a qualquer ordenança judaica. Isto, para Pedro, para os gentios, e em si mesmo, foi um imenso passo. Isso ataca a própria raiz do papado, do puseísmo*, da sucessão apostólica, e de qualquer sistema de ordenanças. Nesse fato, uma enxurrada de luz é derramada sobre o caráter da presente dispensação. "E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo." (Atos 10:34-35). Claramente, não era mais necessário se tornar judeu ou se submeter aos ritos e cerimônias externas do judaísmo para desfrutar das mais ricas bênçãos do Céu. Sem a imposição das mãos apostólicas - embora o próprio Pedro, em poder e autoridade divina, estivesse presente - e antes de serem batizados com água, eles foram batizados com o Espírito Santo. Enquanto a palavra de Deus saía dos lábios de Pedro, o Espírito Santo desceu sobre todos que o ouviam. Antes disso, no entanto, uma obra abençoada, por meio da graça de Deus, vinha acontecendo no coração de Cornélio: ele era uma alma divinamente vivificada.

As operações de vivificação do Espírito são bem distintas de ser selado com o Espírito. Antes que o Espírito Santo possa selar, deve haver algo para Ele selar. Ele não pode selar nossa velha natureza. Deve haver uma nova natureza para Ele selar. Portanto, deve haver um momento na história de cada cristão quando ele é vivificado, mas não ainda selado. Porém, mais cedo ou mais tarde a obra estará completa (Efésios 1:13). Por exemplo, o filho pródigo foi vivificado, ou convertido, quando ele deixou o país distante, mas ele ainda era estranho ao amor e graça do Pai e, consequentemente, ainda não tinha fé para descansar calmamente em Cristo como a fonte de toda a bênção. Ele era ainda um incrédulo, embora vivificado. Certamente ele não foi selado com o Espírito, quanto ao seu perdão e aceitação, até o momento em que recebeu o beijo de reconciliação, ou o anel, o símbolo do eterno amor. O Evangelho da salvação é mais que uma preocupação pela alma, ainda que seja legítima. A incredulidade, que desonra a Cristo, pode acompanhar, por um certo tempo, uma obra genuína do Espírito de Deus na alma. O filho pródigo tinha uma certa crença de que havia algo de bom no coração de seu Pai, o que o leva a se aproximar, mas certamente ainda carecia da plena fé no evangelho. "Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro." (João 3:33). Onde quer que haja fé em Cristo e em Sua obra, lá está o selo de Deus. O próprio Paulo esteve, pelo menos, três dias no mais profundo exercício de alma, sem a paz e o descanso que o selo do Espírito Santo proporciona. "E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu." (Atos 9:9)

Retornemos, agora, ao ponto principal que temos diante de nós.

{* Puseísmo: Movimento religioso renovador, promovido pelo teólogo inglês Eduardo Pusey, que levou para o catolicismo uma fração da Igreja anglicana. }

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