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sábado, 26 de março de 2016

A Origem da Distinção entre Clérigos e Leigos

O cristianismo, no início, não tinha qualquer ordem sacerdotal. Seus primeiros convertidos iam por toda a parte anunciando o Senhor Jesus. Eles foram os primeiros a disseminar em outros países as boas novas da salvação, antes mesmo dos próprios apóstolos terem deixado Jerusalém (Atos 8:4). No decorrer do tempo, quando eram encontrados convertidos o suficiente em algum lugar para formar uma assembleia, eles se reuniam ao nome do Senhor no primeiro dia da semana para partir o pão e edificarem uns aos outros em amor (Atos 20:7). Quando surgia a oportunidade de visita de um apóstolo a tais reuniões, ele escolhia anciãos para assumir a supervisão do pequeno rebanho; diáconos eram escolhidos pela assembleia. Assim era toda constituição das primeiras igrejas. Se o Senhor levantasse um evangelista, e almas fossem convertidas, elas eram batizadas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isto acontecia, é claro, fora da assembleia, e não era um ato eclesiástico. Após devido exame espiritual quanto à genuinidade dos resultados da obra do evangelista, estando a assembleia satisfeita, os novos crentes eram recebidos à comunhão.

Percebe-se, a partir desse breve esboço da ordem divina nas igrejas, que não havia distinções tais como "o clero" e "o leigo". Todos estavam no mesmo patamar quanto ao sacerdócio, adoração e proximidade de Deus. Como os apóstolos Pedro e João dizem: "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo." (1 Pedro 2:5). E assim a assembleia inteira podia cantar: "Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém." (Apocalipse 1:5,6). O único sacerdócio, então, na igreja de Deus, é o comum sacerdócio de todos os crentes. O mais humilde servo no palácio de um arcebispo, se lavado no sangue de Cristo, é mais branco que a neve, e pronto para entrar no lugar santíssimo e adorar além do véu.

Não há mais adoração no pátio exterior. A separação de uma classe privilegiada - uma ordem sacerdotal - é desconhecida no Novo Testamento. A distinção entre clero e leigo era sugerida pelo judaísmo, e a invenção humana logo a tornou algo grandioso; mas foi a ordenação episcopal que estabeleceu a distinção e ampliou a separação. O bispo gradualmente assumiu o título de pontífice. Os presbíteros, e até mesmo os diáconos, se tornaram, assim como os bispos, uma ordem sagrada. O lugar de mediação e de grande proximidade de Deus foi assumida pela casta sacerdotal, e também de autoridade sobre os leigos. No lugar de Deus falando diretamente ao coração e consciência por Sua própria Palavra, e sendo o coração e a consciência trazidos diretamente à presença de Deus, apareceu o sacerdócio se colocando entre eles. Assim a Palavra de Deus foi perdida de vista, e a fé ficou à mercê das opiniões dos homens. O bendito Senhor Jesus, como o Grande Sumo Sacerdote de Seu povo, e como o Mediador entre Deus e os homens, foi então praticamente deslocado e deixado de lado. *

{* Uma das maiores autoridades sobre a ordem episcopal é da opinião de que a distinção entre clero e leigo é derivada do Antigo Testamento: que assim como o sumo sacerdote tinha seu ofício atribuído a ele, e os sacerdotes também tinham suas atribuições próprias, e os levitas seus serviços peculiares; assim também os leigos estavam da mesma maneira sob as obrigações próprias aos leigos. Ele também afirma que o comum sacerdócio de todos os crentes é ensinado no Novo Testamento, mas que os Pais desde os tempos mais antigos formaram a igreja no sistema judaico. - Gingham on the Antiquity of the Christian Church, vol. 1, p. 42.}

Assim, infelizmente, vemos na igreja o que tem sido verdade para o homem desde Adão. Tudo o que foi confiado ao homem falhou. Desde o tempo em que a responsabilidade de manter a igreja como a coluna e firmeza da verdade caiu nas mãos humanas, não houve nada além de falha. A Palavra de Deus, no entanto, permanece a mesma, e sua autoridade nunca pode falhar, bendito seja o Seu nome. Um dos principais objetivos deste livro é chamar a atenção do leitor aos princípios e à ordem da igreja, como ensinada no Novo Testamento. "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." (João 4:24). Isto é, devemos adorá-Lo e servi-Lo de acordo com a verdade, e sob a direção e unção do Espírito Santo, se for para glorificar Seu nome, e adorá-Lo e servi-Lo de maneira aceitável.

Quase todos os escritores eclesiásticos afirmam que nem o Próprio Senhor nem Seus apóstolos forneceram quaisquer preceitos quanto à ordem e governo da igreja - que tais coisas foram deixadas para a sabedoria e prudência de seus líderes, e ao caráter das épocas. Por essas suposições muita coisa foi entregue à vontade humana. Sabemos as consequências. O homem procurou a sua própria glória. A simplicidade do Novo Testamento, o caminho humilde do Senhor e de Seus apóstolos, o zelo e abnegação de Paulo, tudo isso foi ignorado, e as grandezas mundanas logo se tornaram o objeto e ambição do clero. Um breve resumo do ofício de um bispo irá deixar claro essas coisas e, sem dúvida, será de grande interesse aos leitores.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

As Causas Ostensivas da Perseguição

Os romanos professavam tolerar todas as religiões, e que a comunidade não tinha nada a temer. Esta era a vangloriosa liberalidade que professavam. Até mesmo aos judeus eram permitidos viver de acordo com suas próprias leis. O que foi que aconteceu então, podemos nos perguntar, que pode ter causado toda a severidade deles contra os cristãos? Tinha a comunidade algo a temer deles? Havia algo a temer daqueles cujas vidas eram irrepreensíveis, cujas doutrinas era a pura verdade do céu, e cuja religião era propícia ao bem-estar das pessoas, tanto de modo público como privado?

Os seguintes pontos podem ser considerados como algumas das inevitáveis causas da perseguição, olhando para os dois lados da questão:

1. O cristianismo, ao contrário de todas as religiões que a precederam, era agressivo em seu caráter. O judaísmo era exclusivo: a religião de uma nação só. O cristianismo era proclamado como a religião da humanidade, ou do mundo todo. Isto era algo inteiramente novo na terra. "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15), este era o mandamento do Senhor para seus discípulos. Eles deviam prosseguir e guerrear contra o erro em todas as suas formas e em todas as suas obras. A conquista a ser feita era o coração para Cristo. "As armas da nossa milícia", diz o apóstolo, "não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo." (2 Coríntios 10:4,5). Nessa guerra de agressão contra as instituições existentes, e contra os hábitos corruptos dos pagãos, os discípulos de Jesus tinham pouco a esperar além de resistência, perseguição e sofrimento.

2. A religião pagã, a qual o cristianismo estava rapidamente prejudicando e destinando à queda, era uma instituição do Estado. Ela estava tão intimamente entrelaçada com todo o sistema civil e social que atacar esta religião era entrar em conflito com ambos os sistemas civil e social. E foi exatamente isto que aconteceu. Se a igreja primitiva fosse tão acomodada com o mundo como é a cristandade hoje, muita perseguição poderia ter sido evitada. Mas a hora não tinha chegado para tal frouxo acomodamento. O evangelho que os cristãos então pregavam, e a pureza da doutrina e da vida que mantinham, abalaram o próprio fundamento da velha e profundamente enraizada religião do Estado.

3. Os cristãos naturalmente se separavam dos pagãos. Eles se tornaram um povo separado e distinto. Eles não podiam fazer nada além de condenar e abominar o politeísmo como algo totalmente oposto ao único e verdadeiro Deus, e ao evangelho de Seu Filho Jesus Cristo. Isto deu aos romanos a ideia de que os cristãos eram hostis à raça humana, vendo que condenavam todas as religiões, menos a sua própria. Portanto, diz-se que eles eram chamados de "ateus", pois não acreditavam nas divindades pagãs e ridicularizavam a adoração pagã.

4. Simplicidade e humildade caracterizavam a adoração cristã. Eles pacificamente se reuniam antes do sol nascer ou após o sol se pôr para evitar ofender os demais. Eles cantavam hinos a Cristo como Deus, eles partiam o pão em memória de Seu amor ao morrer por eles, eles edificavam-se uns aos outros e comprometiam-se a uma vida de santidade. Mas eles não tinham templos bonitos, nem estátuas, nem ordens sacerdotais, e nem vítimas para oferecer em sacrifício. O contraste entre a adoração deles e a de todos os outros no império se tornou muito claro. Os pagãos, em sua ignorância, concluíram que os cristãos não tinham nenhuma religião, e que suas reuniões secretas tinham o pior dos propósitos. O mundo agora, assim como naquela época, diria daqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade que "essas pessoas não tem nenhuma religião". A adoração cristã, em verdadeira simplicidade, sem o auxílio de templos e sacerdotes, ritos e cerimônias, não é muito melhor compreendida agora pela cristandade professa do que era pela Roma pagã daquela época. Continua sendo verdade que "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." (João 4:24)

5. Pelo progresso do cristianismo, os interesses temporais de um grande número de pessoas foram seriamente afetados. Isto era uma fonte fecunda e amarga de perseguição. Uma incontável multidão de sacerdotes, fabricantes de imagens, comerciantes, adivinhos, augures e artesãos ganhavam uma boa vida pela existência da adoração de tantas divindades.

6. Todos estes, vendo seu trabalho e fonte de renda em perigo, se levantaram em força unida contra os cristãos, e procuraram por todos os meios deter o progresso do cristianismo. Eles inventaram e disseminaram as mais vis calúnias contra tudo o que era cristão. Os astutos sacerdotes e adivinhos facilmente persuadiam os vulgares e a mente do público em geral de que todas as guerras, tempestades e doenças que afligem a humanidade foram enviadas sobre eles por deuses raivosos, porque os cristãos que desprezavam a autoridade deles eram tolerados em todo lugar. *

{* Veja História Eclesiástica, de Mosheim, vol. 1, página 67; e os primeiros capítulos de Cristianismo Primitivo, de Cave. }

Muitas outras coisas poderiam ser mencionadas, mas estas eram, em todo lugar, as causas diárias dos sofrimentos dos cristãos, tanto publicamente quanto em privado. Da verdade desses fatos um momento de reflexão é capaz de convencer qualquer leitor. Mas a fé podia ver a mão do Senhor e ouvir Sua voz em tudo: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos... eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios... Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada." (Mateus 10:16-34) *

{* N. do T.: Apesar do capítulo 10 de Mateus, assim como Marcos 16:15, dizerem respeito à comissão dos judeus e ao evangelho do reino, é evidente que muitos pontos podem ser aplicados também aos cristãos, e descrevem muito bem o sofrimento e perseguição sofridas por causa do nome de Cristo. O caráter judaico e a pregação do evangelho do reino (e não o evangelho da graça de Atos 16:31) de Mateus 10 podem ser facilmente observados por uma leitura atenciosa e em oração: "Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus... E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem." (Mateus 10:5-7, 22-23).
Para mais detalhes sobre o caráter judaico dos evangelhos e sobre a diferença entre o evangelho do reino e o evangelho da graça, acesses estes links: 
}

Tendo falado bastante sobre a grande oposição que a igreja primitiva teve que lutar contra, será necessário olhar por um momento para a verdadeira causa das causas e dos meios para o rápido progresso do cristianismo.

sábado, 22 de novembro de 2014

O Apóstolo Tomé

'Apostle Thomas', Nicolaes Maes, 1656,
 oil on canvas, Staatliche Museen, Kassel, Germany
O apóstolo Tomé foi convocado por nosso Senhor para o apostolado, sendo mencionado em várias listas apostólicas. Não somos informados de seu local de nascimento ou sobre seus pais nas Escrituras, mas a tradição diz que ele nasceu na Antioquia. Tudo o que sabemos dele com certeza é relatado por João. Mas embora nosso conhecimento sobre Tomé seja limitado, não há um caráter entre os apóstolos mais distintamente marcante do que o dele. De fato, seu nome se tornou, tanto na igreja quanto no mundo, um sinônimo de dúvida e incredulidade. Um famoso artista, tendo sido designado a produzir um retrato do apóstolo Tomé, o desenhou com uma régua na mão, no sentido de que ele media as evidências e argumentos. Sua mente era pensativa, meditativa, demorada para acreditar. Ele olhava para todas as dificuldades de uma questão e se inclinava a tomar o lado negro das coisas. Mas vamos olhar, por um momento, para o retrato que a pena da inspiração divina desenhou pelas seguintes três passagens:

1. Em João 11, seu verdadeiro caráter aparece distintamente. Ele evidentemente via a viagem proposta por nosso Senhor até a Judeia com os mais sombrios pressentimentos. "Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele." (João 11:16) Em vez de acreditar que Lázaro seria ressuscitado dos mortos, ele temeu que tanto o Senhor quanto Seus discípulos encontrariam suas próprias mortes na Judeia. Ele não conseguia ver nada em tal viagem além de um completo disastre. Isso também é característico. Ele tinha profunda afeição pelo Senhor, e tal era sua devoção que, embora a viagem pudesse custar a vida de todos eles, ele desejava ir.

2. A segunda vez em que ele é referenciado é após a Última Ceia (João 14). Nosso Senhor falava de sua partida, do lar que Ele iria preparar para eles no Céu, e que Ele viria de novo e os receberia para Ele mesmo, de modo que onde Ele estivesse eles estivessem também. "Mesmo vós sabeis para onde vou", acrescentou Ele, "e conheceis o caminho" (João 14:4). Mas para a mente do nosso apóstolo essas belas promessas apenas despertaram pensamentos sombrios sobre o invisível, o desconhecido e o futuro. "Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?" (João 14:5). Evidentemente, ele estava ansioso para ir, e sincero em seus questionamentos, mas ele desejava ter certeza do caminho antes de dar o primeiro passo. "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6). Contanto que o olho esteja fixo em Cristo, é impossível darmos um passo em falso. É apenas o olho que recebe a luz dos céus que lança seu brilho sobre todo o caminho.

3. A terceira vez foi após a ressurreição (João 20). Ele estava ausente quando o Senhor ressurreto apareceu pela primeira vez aos discípulos. Quando contaram a ele que eles tinham visto o Senhor, ele obstinadamente se recusou a acreditar no que eles diziam. Pelo que ele diz, podemos razoavelmente concluir que ele tinha visto o Senhor na cruz, e que tal esmagadora visão havia produzido uma profunda impressão em sua mente. "Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei." (João 20:25). No seguinte dia do Senhor (domingo), quando os discípulos estavam reunidos, Jesus apareceu no meio deles - Seu lugar apropriado como o centro da reunião. Novamente os saudou com as mesmas palavras de paz: "Paz seja convosco" (João 20:26). Mas logo Ele se dirige a Tomé. "Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente." (João 20:27). O efeito em Tomé foi imediato: todas as suas dúvidas foram removidas, e em verdadeira fé exclamou: "Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:28) "Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram." (João 20:29)

Alguns têm pensado que a fé de Tomé, neste caso, se eleva muito acima da fé dos outros discípulos, e que nunca um testemunho tão elevado saiu dos lábios de um apóstolo. Esta opinião, embora seja comum, não pode ser fundada dado o contexto geral. Cristo, em resposta a Tomé, pronuncia que são mais abençoados aqueles que, não tendo visto, ainda assim creram. A fé de Tomé, naquele momento, mal podia ser chamada de fé cristã, como nosso Senhor evidentemente sugere. A fé cristã é crer naquEle que não temos visto - andando pela fé, e não pela vista.

Tomé, sem dúvidas, representa a mente devagar e incrédula dos judeus nos últimos dias, que acreditarão apenas quando verem (Zacarias 12). Ele não estava presente na primeira reunião dos santos após a ressurreição. O motivo nós não sabemos. Mas quem pode estimar a bênção que pode ser perdida pela ausência nas sancionadas reuniões dos santos? Ele perdeu as benditas revelações de Cristo quanto ao relacionamento com o Pai: "Meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (João 20:17). Sua fé não está conectada com sua posição de filho. "Ele não tinha ainda apreendido a eficácia da obra do Senhor", disse alguém, "e do relacionamento com Seu Pai ao qual Jesus conduziu a Sua igreja. Talvez Tomé tivesse paz, mas ele perdeu de vista toda a revelação da posição da igreja. Quantas almas - até mesmo almas salvas - se encontram nessas duas condições!"

Os futuros trabalhos apostólicos de Tomé, e o fim de sua vida, são tão cheios de tradições e lendas que não podemos saber nada com certeza. Alguns dizem que ele esteve na Índia e alguns que ele esteve na Pérsia. Seu martírio, dizem, foi ocasionado por uma lança, e até hoje se comemora isto, em 21 de dezembro pela igreja latina, em 6 de outubro pela igreja grega, e em 1º de julho pelos indianos.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Esse Princípio do Governo na Igreja Ainda é Aplicável

Mas "como esses princípios podem ser realizados em nossos dias?" é ainda a questão e a dificuldade de muitos. Bem, basta voltarmos à palavra de Deus. Devemos ser capazes e dispostos a dizer: "Nada podemos contra a verdade, senão pela verdade." (2 Coríntios 13:8)

A autoridade e poder administrativos da qual falamos não foram dados apenas a Pedro e aos outros apóstolos, mas também à igreja. Em Mateus 18 temos a elaboração do princípio estabelecido no capítulo 16: "... dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu... Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mateus 18:17-20)

Assim aprendemos que os atos de dois ou três reunidos ao nome de Cristo têm a mesma aprovação divina que a administração de Pedro. E novamente, em João 20, o Senhor ressurreto apresenta o mesmo princípio do governo aos discípulos, e não apenas aos apóstolos, onde a assembleia está vividamente unida a Cristo como o Homem ressuscitado. Isto é totalmente importante. O espírito da vida de Jesus Cristo torna os discípulos livres - todos eles - da lei do pecado e da morte. A igreja é construída sobre "esta pedra" - Cristo em ressurreição, e as portas do hades* não podem prevalecer contra ela. "Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos." (João 20:19-23)

Podemos dizer que aqui o Senhor estabelece e dá início à nova criação. Os discípulos estão cheios e vestidos de paz, e com o Espírito da vida de Cristo Jesus. Eles devem seguir adiante como Seus mensageiros, partindo de Seu túmulo vazio devido à ressurreição, levando a bendita mensagem de paz e vida eterna a um mundo inclinado ao pecado, à tristeza e à morte. O princípio de seu próprio governo interno é também claramente estabelecido, e sua devida administração sempre dará à assembleia cristã um caráter distintivo e celestial, tanto na presença de Deus quanto na presença do homem.

{* Leia mais sobre o hades e outros termos relacionados à vida após a morte aqui: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2013/05/a-morte-o-estado-intermediario.html }

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