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sábado, 8 de novembro de 2014

O Apóstolo Bartolomeu

Em geral, acredita-se, tanto pelos antigos quanto pelos modernos, que a história de Bartolomeu está oculta sob outro nome. Que ele foi um dos doze apóstolos está perfeitamente claro na narrativa dos Evangelhos, embora nada mais seja dito sobre ele além da mera noção de seu nome. Nos três primeiros Evangelhos, Filipe e Bartolomeu são mencionados juntos; no Evangelho de João, vemos Filipe e Natanael. Tal circunstância tem dado origem a uma suposição muito comum: que na verdade sejam diferentes nomes para a mesma pessoa. Isso era muito comum entre os judeus. Por exemplo, Simão Pedro é chamado de "Bar-jonas", que simplesmente significa: o filho de Jonas. "Bar-timeu", também, significa "filho de Timeu"; e "Bar-tolomeu" parece ser um nome do mesmo tipo. Esses são apenas nomes relativos, e não próprios. Dada a generalidade desse costume entre os judeus, muitas vezes é extremamente difícil identificar as pessoas na história dos Evangelhos.

Assumindo, então, que Natanael de João é o Bartolomeu dos Evangelhos sínóticos, prosseguimos com o que sabemos de sua história. Como o resto dos apóstolos, ele era um galileu; ele era "de Caná da Galileia". Vimos anteriormente que ele foi primeiramente conduzido a Cristo por meio de Filipe. Ao se aproximar, ele foi saudado pelo Senhor com a mais honrada distinção: "Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo." (João 1:47). Ele era, sem dúvidas, um homem de verdadeira simplicidade e integridade de caráter, e um que "esperava pela redenção em Israel". Surpreso com tão graciosa saudação de nosso Senhor, e se perguntando como Ele poderia conhecê-lo à primeira vista, "disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira." (João 1:48). Solene e bendito pensamento! Ele estava diante dAquele - um homem - neste mundo que conhecia os segredos de seu coração e de seus caminhos. Natanael estava agora plenamente convencido da absoluta divindade do Messias, e O reconhece em Sua maior glória como "o Filho de Deus", assim como "o rei de Israel".

O caráter de Natanael e seu chamado são considerados por muitos como uma figura do remanescente de Israel sem dolo nos últimos dias. A alusão à figueira - um conhecido símbolo de Israel - confirma tal visão dessa passagem; e assim declara seu belo testemunho: "Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel." (João 1:49). O remanescente disperso, visto e conhecido pelo Senhor, irá então confessar sua fé nEle, como os profetas mostraram tão plenamente. E todos aqueles que então reconhecerem o Messias verão Sua glória universal como o Filho do homem, de acordo com o Salmo 8. Aquele dia vindouro de ampla glória é antecipada por nosso Senhor em Suas conclusivas observações a Natanael: "Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem." (João 1:51). Então os céus e a terra serão unidos, como podemos lembrar da escada de Jacó. Mas devemos agora retornar à história de nosso apóstolo.

A mais distinta e conclusiva passagem quanto ao seu apostolado se encontra em João 21. Ali o encontramos em companhia dos outros apóstolos, a quem nosso Senhor apareceu no Mar da Galileia após Sua ressurreição. "Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos" que provavelmente eram André e Filipe.

Há uma tradição geralmente aceita de que Bartolomeu viajou até a Índia pregando o evangelho - provavelmente àquela parte da Índia mais próxima da Ásia. Após ter viajado a diferentes lugares, buscando disseminar o cristianismo, ele finalmente chegou a Albanópolis na Armênia Maior, um lugar infestado pela idolatria. Lá ele foi preso pelo governador do lugar, e condenado à crucificação. A data não é conhecida com exatidão.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Apóstolo Filipe

Nos três primeiros Evangelhos ele é apresentado nessa ordem. Ele é mencionado como sendo de Betsaida, a cidade de André e Pedro (João 1:44). É mais que provável que ele estivesse entre os galileus daquele distrito que se reuniram para ouvir a pregação de João Batista. Embora nenhuma parte da Palestina tenha sido tão mal falada como a Galileia, foi destes desprezados, mas simples, sinceros e devotos galileus que nosso Senhor escolheu Seus apóstolos. "Examina", disseram os fariseus, "e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu" (João 7:52). Mas afirmações muito generalizadas, em geral, costumam ser falsas. "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" é uma amostra desse caráter.

Nada é dito na história do Evangelho sobre os pais de Filipe ou sua ocupação. O mais provável é que ele tenha sido um pescador, o comércio geral daquele lugar. A partir da similaridade da linguagem utilizada por Filipe e André, e por serem repetidamente mencionados juntos, podemos concluir que nosso apóstolo, assim como os filhos de Jonas e Zebedeu, eram amigos íntimos, e que eles todos estavam procurando e esperando pelo Messias. Mas, de todo o círculo dos discípulos de nosso Senhor, Filipe tem a honra de ser o primeiro a ser chamado. Os três primeiros tinham vindo a Cristo e conversado com Ele antes de Filipe, mas depois disso eles voltaram às suas ocupações e não foram chamados para seguir o Senhor até cerca de um ano mais tarde. Mas Filipe foi chamado de uma vez por todas. "No dia seguinte quis Jesus ir à Galileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me." (João 1:43). Estas palavras, tão cheias de significado e rica bênção para a alma, "Segue-me", (cremos) que tenham sido as primeiras ditas a Filipe. Quando os doze foram especialmente separados de seus ofícios, Filipe foi contado entre eles.

Imediatamente após seu chamado, ele encontra Natanael e o leva a Jesus. É evidente, pela feliz surpresa que respira em sua informação, que eles já tinham conversado sobre essas coisas antes. Seu coração estava agora seguro de sua verdade, daí a alegria expressa nestas palavras: "Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José." (João 1:45). Há uma evidente sinceridade de coração em Filipe, embora pouco seja dito sobre ele nos Evangelhos. Nossa última menção a ele, assim como a primeira, é profundamente interessante. Tendo ouvido o Senhor se referir repetidamente ao Seu Pai em João 12, 13 e 14, Filipe manifestou um forte desejo de conhecer mais sobre o Pai. As comoventes palavras de nosso Senhor sobre Seu Pai parecem ter causado uma profunda impressão e admiração em seu coração. "Pai, salva-me desta hora" (João 12:27); "Pai, glorifica o teu nome" (João 12:28); "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João 14:2); sem dúvida, tais palavras penetraram profundamente nos corações de todos os discípulos. Mas há uma bela simplicidade sobre Filipe, embora carente de inteligência. "Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta." (João 14:8). Há uma evidente repreensão, se não uma reprovação, na resposta do Senhor a Filipe: "Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras." (João 14:9-10). Ele era a revelação do Pai em Sua própria Pessoa, e Filipe deveria sabê-lo. Ele já estava a muito tempo com Seus discípulos, e eles deveriam ter visto que Ele estava no Pai, e o Pai nEle, e que Ele iria para o Pai. Eles tinham tanto as "palavras" quanto as "obras" do Filho para convencê-los de que o Pai habitava nEle. Eles tinham ouvido Suas palavras, eles tinham visto Suas obras, eles tinham testemunhado Seu caráter, e essas coisas foram ajustadas e destinadas para trazer o Pai diante deles. Sua própria Pessoa era a resposta para qualquer pergunta. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Ele é o caminho - o único caminho ao Pai. Ele era a verdade: a verdade quanto a tudo e todos, como são, é apenas conhecida por Ele. Ele é a vida - "aquela vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada". Mas é apenas pelo ensino e poder do Espírito que Ele, que é "o caminho, a verdade e a vida", é conhecido e desfrutado. E deve haver sujeição de coração a Cristo se desejamos conhecer o ensino do Espírito.

Após tal profundamente interessante e instrutiva conversa com o Senhor, tudo é incerto quanto ao resto da história de Filipe - seu nome desaparece da narrativa dos Evangelhos. Ele estava ainda entre os apóstolos em Atos 1:13. A tradição tem confundido, tão frequentemente, o Filipe evangelista com o Filipe apóstolo, que tudo é incerto. Sem dúvidas seus dias restantes foram gastos no serviço devoto ao seu Senhor e Salvador, mas em que lugar é difícil determinar. Alguns pensam que a Ásia foi o cenário de seus primeiros labores, e que no final de sua vida ele esteve em Hierápolis, na Frígia, onde sofreu um cruel martírio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O Eunuco Etíope Recebe o Evangelho

Filipe é agora chamado a deixar sua feliz e interessante obra em Samaria e descer até Gaza - um deserto - e lá pregar o evangelho a uma única pessoa. Certamente há, nesse fato, uma lição da mais profunda importância para o evangelista, e uma que não podemos deixar passar sem alguma breve observação.

O pregador, em tal cenário de despertar e conversão como houve em Samaria, necessariamente torna-se muito interessado na obra. Deus está colocando seu selo sobre o ministério da Palavra, e sancionando as reuniões em Sua presença. O obra do Senhor prospera. O evangelista é cercado de respeito e afeição, e seus filhos na fé naturalmente procuram por ele para obter mais luz e instrução para seus caminhos. "Como poderia ele deixar tal campo de trabalho?", muitos perguntariam, "Seria correto partir?". Apenas, respondemos, se o Senhor chamasse Seu servo a fazer isso, como Ele fez no caso de Filipe. Mas como alguém pode saber hoje em dia, visto que anjos e o Espírito não nos falam como falavam com Filipe? Embora um cristão, hoje em dia, não seja chamado dessa forma, ele deve procurar e esperar pela orientação divina. A fé deve ser seu guia. As circunstâncias não são seguras como guias; elas podem até nos repreender e nos corrigir em nosso andar, mas é o olho de Deus que deve ser nosso guia. "Guiar-te-ei com os meus olhos", essa é a promessa, "instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir" (Salmos 32:8).

Somente o Senhor sabe o que é melhor para Seus servos e para Sua obra. O evangelista, em tal cenário, correria o risco de sentir sua própria importância pessoal. Daí o valor, se não a necessidade, da mudança do lugar de serviço.

"Levanta-te", falou o anjo do Senhor a Filipe, "e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração, regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." (Atos 8:27-29)

É bela a obediência imediata e incondicional de Filipe nesse momento. Ele não faz nenhum questionamento sobre a diferença entre Samaria e Gaza - entre sair de um amplo campo de trabalho e partir para um lugar deserto para falar com uma única pessoa sobre a salvação. Mas o Espírito de Deus estava com Filipe. E o único desejo do evangelista deveria ser de sempre seguir a direção do Espírito. A partir da falta de discernimento espiritual, um pregador poderia permanecer no mesmo lugar após o Espírito ter terminado seu trabalho ali, e assim o serviço é vão.

Deus, em Sua providência, cuida de Seu servo. Ele envia um anjo para direcioná-lo quanto à estrada que ele havia de tomar. Mas quando se trata do evangelho e do lidar com almas, o Espírito toma a direção. "E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro." Não sabemos de nada, em toda a história da igreja, mais interessante que essa cena no caminho para Gaza. O anjo e o Espírito de Deus acompanham o evangelista: o primeiro representando a providência de Deus em indicar exatamente a estrada a tomar, e o último representando o poder espiritual direcionando o lidar com as almas. Assim como era, assim é agora, embora tendemos a adotar mais o hábito de pensar na orientação do Espírito do que na direção de providência. Que possamos confiar em Deus para tudo! Ele nunca muda!

O evangelho agora encontra seu caminho, na pessoa do tesoureiro da rainha, para o centro da Abissínia. O eunuco crê, é batizado, e segue seu caminho cheio de alegria. O que ele procurava, em vão, em Jerusalém, tendo seguido uma longa jornada até lá, ele encontra no deserto. Um belo exemplo da graça do evangelho! A ovelha perdida é encontrada no deserto, e águas vivas brotam de lá. O eunuco é também um belo exemplo de uma alma ansiosa. Quando sozinho e ocioso, ele lê o profeta Isaías.  Ele reflete sobre a profecia do sofrimento sem resistência do Cordeiro de Deus. Mas o momento de luz e libertação era chegado. Filipe explica o profeta: o eunuco é ensinado por Deus - ele crê: imediatamente deseja o batismo e retorna para casa, cheio das novas alegrias da salvação. Será que ele ficaria calado sobre o que encontrou quando lá chegasse? Certamente não, um homem de tal caráter e influência teria muitas oportunidades de disseminar a verdade. Mas, como tanto as Escrituras quanto a história são omissas quanto aos resultados de sua missão, não nos aventuremos além.

SUSTRIS, Lambert. "The Baptism of the Ethiopian Eunuch by the Deacon Philip"

O Espírito é ainda visto em companhia de Filipe e o leva para longe. Ele se encontra, então, em Azoto, e evangeliza todas as cidades até Cesareia.

Mas uma nova era na história da igreja começa a despontar. Um novo obreiro entra em cena: o mais notável, em muitos aspectos, que já serviu ao Senhor e à Sua igreja.

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