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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Carta à Igreja de Éfeso (Apocalipse 2:1-7)

O grande objetivo da igreja neste mundo era ser "a coluna e firmeza da verdade" (1 Timóteo 3:15). Ela foi criada para ser a portadora da luz de Deus. Ela é assim simbolizada por um "castiçal de ouro" - um suporte de luz. Ela deveria ser uma testemunha verdadeira do que Deus tinha manifestado em Jesus na terra, e do que Ele é agora quando Cristo está no céu. Aprendemos também, dessa carta, que a igreja, sendo um portador do testemunho neste mundo, é ameaçada de ser deixada de lado, a menos que seu primeiro estado seja mantido. Mas infelizmente ela falha, como sempre faz a criatura! Os anjos, Adão, Israel e a igreja não mantiveram seu primeiro estado. "Tenho, porém, contra ti", disse o Senhor, "que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." (Apocalipse 2:4,5)

Havia ainda, no entanto, muito do que Ele podia elogiar, e Ele elogia tudo o que pode. Como uma assembleia, eles tinham paciência, eles tinham trabalhado e não se cansaram, eles não podiam suportar os "{homens} maus", ou aqueles que buscavam os lugares mais elevados na igreja. Mesmo assim, Ele sente que estão abandonando Ele mesmo: "deixaste o teu primeiro amor". Ele fala como alguém desapontado. Eles tinham deixado de se deleitarem no Seu amor por eles, e assim o próprio amor deles por Ele declinou. "Primeiro amor" é o feliz fruto de nossa apreciação do amor do Senhor por nós. "O testemunho externo pode continuar", disse alguém, "mas não é isso o que o Senhor mais valoriza, embora o valorize desde que seja simples, genuíno e fiel. Ainda assim, Ele não pode deixar de apreciar, acima de tudo, os corações devotos a Ele, o fruto de Seu próprio amor pessoal, perfeito e de auto-sacrifício. Ele tem uma esposa sobre a terra, a quem Ele deseja ver tendo como único objeto de afeição Ele Próprio, e mantida pura, para Ele, do mundo e de seus caminhos. Deus nos chamou para isso: não apenas para salvação e para um testemunho para Ele mesmo em piedade, por mais verdadeiro e importante que isso seja; mas acima de tudo, Deus nos chamou para Cristo - uma noiva para Seu Filho! Certamente isto deveria ser nosso primeiro e último pensamento, nosso pensamento constante e terno; pois estamos compromissados com Cristo, e Ele provou a plenitude e fidelidade de Seu amor por nós! Mas e o nosso por Ele?"*

{* Sermões em Apocalipse, por W. Kelly}


Era esse o estado das coisas em Éfeso, e na igreja em geral, que pedia a intervenção do Senhor em fiel disciplina. Aquela igreja, tendo sido plantada por Paulo, já tinha caído de seu primeiro estado. O apóstolo disse: "Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus” (Filipenses 2:21); e “Os que estão na Ásia todos se apartaram de mim” (2 Timóteo 1:15). Esta é a causa da tribulação da qual fala a carta à igreja de Esmirna. Embora o Senhor seja cheio de graça e amor em todos os Seus modos para com Sua caída e falha igreja, ainda assim Ele é justo e deve julgar o mal. Ele não é visto, nessas cartas, como a Cabeça no céu do "um só corpo", nem como o Noivo de Sua igreja; mas Ele é visto em Seu caráter judicial, andando no meio dos castiçais, tendo os atributos de um juiz. Veja o capítulo 1.

O leitor deve observar que há uma certa distância e reserva no estilo de Seu discurso à igreja em Éfeso. Isto está de acordo com o lugar que Ele toma no meio dos castiçais de ouro. Ele escreve ao anjo da igreja, e não "aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus", como na Epístola de Paulo aos Efésios.

Há muita discussão sobre quem seria o anjo. Ele era uma pessoa, acreditamos, tão identificada moralmente com a assembleia, que a representava e caracterizava. O Senhor se dirige ao anjo, e não imediatamente à igreja. "O anjo", portanto, dá a ideia de representação. Por exemplo, no Antigo Testamento temos o anjo de Jeová (ou anjo do Senhor), o anjo da aliança, e no Novo Testamento temos os anjos das crianças, e em Atos 12 é dito de Pedro: "É o seu anjo".

Vamos agora dar uma olhada na carta à igreja de Esmirna.

domingo, 10 de janeiro de 2016

A Verdadeira Causa da Perseguição

Embora diferentes razões possam ser dadas por diferentes pessoas e governos para perseguir os cristãos, ainda assim cremos que a verdadeira causa é a inimizade do coração contra Cristo e Sua verdade, como vista nas vidas piedosas de Seu povo. Além disso, a luz deles torna manifesta a escuridão ao redor, e expõe e reprova as inconsistências dos falsos professos e as vidas ímpias dos malignos. O inimigo, tomando ocasião por essas coisas, desperta as paixões cruéis daqueles que tinham o poder para apagar a luz ao perseguirem os portadores da luz. "Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz" (João 3:20). Tal tem sido a experiência de todos os cristãos, em todas as épocas, tanto em tempos de paz quanto em tempos de angústia. Não há isenção de perseguição, secreta ou abertamente, se vivermos de acordo com o Espírito e a verdade de Cristo. Dentre as últimas palavras que o grande apóstolo escreveu estavam estas: "E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." (2 Timóteo 3:12)

Estas verdades divinas, dadas para a instrução e direção da igreja em todas as eras, foram admiravelmente ilustradas no caso de Plínio e dos cristãos da Bitínia. Ele é citado por todos os historiadores como um dos mais esclarecidos, virtuosos e realizados homens da antiguidade. Ele foi também possuidor de grandes riquezas, e tinha a reputação de ser muito liberal e benevolente em sua vida privada. Por que então, podemos perguntar, sendo um estadista e governador romano, ele se tornou um tal perseguidor dos cristãos? Esta pergunta ele responde em sua própria carta. Foi simplesmente pela fé deles em Cristo - nada mais. Tinha sido provado a ele, tanto por amigos quanto por inimigos, que os cristãos não eram culpados de mal algum, nem moralmente, socialmente e politicamente. Fazendo três vezes a pergunta "Vocês são cristãos?", e se eles firmemente afirmassem que eram, ele os condenava à morte. O único pretexto que ele deu para cobrir a injustiça de sua conduta como governador era o fato de que os cristãos professavam obstinadamente uma religião não estabelecida pelas leis do império.

Muitos, por causa de malícia privada e outras razões, eram nesse tempo anonimamente acusados de serem cristãos, sendo que de fato não eram. Estes eram testados sendo chamados para negar sua fé, oferecer incenso aos deuses, adorar a imagem do imperador, e insultar a Cristo. Todos os que se conformavam a esses termos eram dispensados. Mas a nenhuma dessas coisas, como o próprio Plínio dá testemunho, podiam ser os verdadeiros cristãos compelidos a fazer. Ele, em seguida, recorreu ao costume brutal de examinar pessoas inocentes por tortura. Duas mulheres, notáveis servas da igreja, foram então examinadas. Mas, em vez da esperada confissão sobre o rumoroso caráter sedicioso (revoltoso) e licencioso (desregrado) de suas reuniões, nada desfavorável à comunidade cristã podia ser extraído delas por tortura. O governador não podia detectar nada por quaisquer meios tentados, exceto o que ele chama de "uma superstição perversa e extravagante".

Também deve-se ter em mente, tanto pelo crédito como também pela culpa mais profunda de Plínio, que ele não procedeu contra os cristãos por mero preconceito popular - ao contrário de seu amigo Tácito, que se deixou levar pelos rumores e, sem qualquer investigação mais profunda, escreveu contra o cristianismo da maneira mais irracional e desgraçada. Mas Plínio considerou como dever entrar em cuidadosa investigação sobre toda a questão antes de dar seu julgamento. Como, então, podemos explicar que tal homem, aparentemente desejoso de agir de forma imparcial, pudesse perseguir até a morte pessoas inocentes? Para responder esta pergunta, devemos investigar as causas externas ou ostensivas da perseguição.

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