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sábado, 18 de outubro de 2014

O Apóstolo Tiago

Zebedeu e seus dois filhos, Tiago e João, estavam seguindo sua ocupação habitual no mar da Galileia quando Jesus passava por ali. Vendo os dois irmãos, "logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram após ele." (Marcos 1:20). Pedro e André também estavam lá. Foi nessa ocasião que o Senhor pediu a Pedro para se lançar às águas profundas e tentar, mais uma vez, pegar peixes. Pedro se inclina à razão: eles tinham sido muito mal sucedidos na noite anterior. Mesmo assim, pela palavra do Senhor, a rede foi lançada. "E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede." (Lucas 5:6) Espantado, Pedro acenou a seus parceiros para que fossem e o ajudassem a trazer os peixes à terra.

Uma plena convicção de que Jesus era o verdadeiro Messias foi, então, levada às mentes daqueles quatro jovens. Eles podem ter tido dúvidas antes, mas não têm nenhuma agora. Ao chamado de Jesus eles deixam tudo e se tornam, de uma vez para sempre, Seus discípulos. Daí em diante se tornariam "pescadores de homens". Em toda lista que temos dos apóstolos estes quatro nobres homens são citados primeiro (Mateus 4:17-20; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11)

Esse é o chamado de Tiago ao discipulado. Mais ou menos um ano depois ele é chamado ao apostolado com seus onze irmãos (Mateus 10, Marcos 3, Lucas 6, Atos 1)

Pedro, Tiago, João e ocasionalmente André sempre foram os companheiros mais íntimos do bendito Senhor. Somente os três primeiros foram convidados a testemunhar da ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5; Lucas 8). Os mesmos três apóstolos foram, somente eles, permitidos a estarem presentes na cena da transfiguração (Mateus 17, Marcos 9, Lucas 9). Foram os mesmos três que testemunharam Sua agonia no Getsêmani (Mateus 26, Marcos 14, Lucas 22). Mas os quatro, Pedro, Tiago, João e André, estão juntos quando perguntam ao Senhor em particular sobre a destruição do templo (Marcos 13).

Assim como a mudança - ou acréscimo - ao nome de Pedro, os filhos de Zebedeu são apelidados de Boanerges, ou "filhos do trovão".  Grande ousadia e fidelidade pode ter apontado Tiago para Herodes como o primeiro a ser detido e silenciado. Não é estranho que "o filho do trovão" e o "homem-pedra" sejam os primeiros a serem apreendidos. Mas Tiago tem a honra de ser o primeiro dos apóstolos que receberam a coroa do martírio em 44 d.C., tendo Pedro sido resgatado por um milagre.

A inveja de uma mãe e a ambição de seus filhos levam Salomé a pedir por lugares distintos no reino para seus dois filhos. O Senhor permitiu que o pedido passasse por uma repreensão muito leve, mas disse aos irmãos que eles deveriam tomar de Seu cálice e serem batizados com Seu batismo. Tiago foi chamado bem cedo para cumprir esta predição. Após a ascensão, ele é visto em companhia dos outros apóstolos em Atos 1. Então ele desaparece da narrativa sagrada até sua apreensão e morte em Atos 12. E lá é simplesmente dito, na breve linguagem do historiador inspirado, que o rei Herodes matou Tiago, irmão de João, com a espada.

Clemente de Alexandria relata uma tradição sobre o martírio de Tiago que não é algo improvável de ter realmente ocorrido. Enquanto era levado para o lugar de execução, o soldado ou oficial que o tinha guardado para o tribunal, ou melhor, seu acusador, estava tão comovido pela coragem e ousada confissão de Tiago no momento de seu julgamento que se arrependeu do que tinha feito. Então ele foi e prostrou-se ao pé do apóstolo, pedindo perdão pelo que tinha dito contra ele. Tiago, um pouco surpreso, o levantou, o abraçou e o beijou, e disse: "Paz, meu filho, paz seja contigo, e o perdão de tuas falhas." Antes disso, ele publicamente tinha professado ser um cristão, e assim ambos foram decapitados ao mesmo tempo. Assim caiu Tiago, o proto-mártir apostólico, alegremente tomando o cálice que ele tinha a muito tempo dito ao seu Senhor que estaria pronto para beber. *{Veja William CAVE, Lives o f the Apostles.}

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Apóstolo Pedro (Parte 2)

Chegamos agora à última seção na narrativa sagrada da história de Pedro. Do versículo 32 do capítulo 9 ao versículo 18 do capítulo 11 de Atos temos um relato de suas pregações e milagres. Ali o vemos mais uma vez em plena autoridade apostólica, e o Espírito Santo trabalhando com ele. Sua missão nesse momento foi grandemente abençoada, tanto nas cidades de Israel quanto na Cesareia. Toda a cidade de Lida e o distrito de Sarona parecem ter sido despertados. Os milagres feitos por Pedro, e o evangelho por ele pregado, foram usados por Deus para a conversão de muitos. Assim, lemos: "E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor." (Atos 9:35). A benção era geral. "Se converter ao Senhor" é a ideia de conversão encontrada nas Escrituras. E em Jope também, pela ressurreição de Dorcas, havia grande agitação e benção. "E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor." (Atos 9:42)

No capítulo 10 - que já consideramos - os gentios são trazidos à igreja. E agora Pedro, tendo terminado sua missão por essas bandas, retorna a Jerusalém. Após o relato de sua libertação do poder de Herodes no capítulo 12, não temos mais relatos sobre a história do apóstolo da circuncisão em Atos.

Como Herodes Agripa, o rei idumeu, tem papel tão proeminente nessa história, pode ser interessante tomar nota sobre ele. Ele professava grande zelo pela lei de Moisés e mantinha um certo respeito para com sua observância externa. Desse modo, ele ficou do lado dos judeus contra os discípulos de Cristo, sob um fingido zelo religioso. Esta era sua política. Era uma figura do rei adversário.

Foi por volta de 44 d.C. que Herodes buscou se insinuar com seus súditos judeus, perseguindo os inofensivos cristãos. Não que houvesse qualquer amor entre Herodes e os judeus, posto que se odiavam de coração; mas aqui eles se uniram, pois ambos odiavam o testemunho celestial. Herodes matou Tiago com a espada e lançou Pedro na prisão. Era sua intenção perversa mantê-lo lá até depois da Páscoa, e então, quando uma grande quantidade de judeus de todas as partes estivessem em Jerusalém, fariam um espetáculo público de sua execução.  Mas Deus preservou e libertou Seu servo em resposta às orações dos santos. Eles têm armas de guerra que os governantes do mundo não conhecem. Deus permitiu que Tiago selasse seu testemunho com seu sangue, mas preservou Pedro para que pudesse ser testemunha na Terra por mais tempo. Assim nosso Deus governa sobre tudo. Ele é o Governador entre as nações, seja qual for o orgulho e a vontade do homem. O poder pertence a Ele. Débil, de fato, é o poder de cada inimigo quando Ele interfere. Herodes, tornando-se perplexo e confuso diante das manifestações de um poder que ele não podia entender, condena os guardas da prisão à morte, e deixa Jerusalém. Mas ele nem imaginava que sua própria morte precederia a de seus próprios prisioneiros.

Em Cesareia, a sede gentia de sua autoridade, ele ordenou que se fizesse uma festa magnífica em honra ao Imperador Cláudio. Somos informados de que multidões da mais alta hierarquia, vindas de todos os cantos, foram reunidas. Na segunda manhã de festividades, o rei apareceu em um manto prateado de grande esplendor, que brilhava com os raios do sol, de modo que ofuscava os olhos de toda a assembleia e provocava admiração geral. Ao fazer um discurso ao povo, de seu trono, alguns de seus bajuladores levantaram um grito: "É a voz de um deus!". Herodes, em vez de reprimir tal ímpia adulação, que se espalhou pelo teatro, a aceitou. Mas um senso do julgamento de Deus, naquele momento, atravessou o coração do rei. Em tom de profunda melancolia ele disse: "Seu deus irá, em breve, sofrer da comum sina da mortalidade". Na força da linguagem das Escrituras, está escrito assim: "E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou." (Atos 12:23). Ele foi, então, tomado de intensas dores violentas, e levado do teatro a seu palácio. Ali ele permaneceu por cinco dias, e morreu na maior agonia, e na mais humilhante e repugnante condição possível. 

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