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domingo, 22 de novembro de 2020

A Captura de Constantinopla

Capítulo 32: A Palavra de Deus Impressa (1397-1516 d.C.)

No ano de 1453, após um cerco fechado de 53 dias, a capital da Cristandade oriental caiu nas mãos dos vitoriosos turcos. O imperador, que tinha o nome do fundador de Constantinopla, demonstrou grande bravura durante o cerco; ele jogou fora sua púrpura e lutou na brecha, até que ele, com os nobres que o cercavam, caiu entre os mortos. Este foi o último dos Constantinos e o último imperador cristão de Constantinopla. A maioria dos habitantes que restaram foi vendida como escravos ou massacrada, e cinco mil famílias turcas foram trazidas para a cidade como colonos. Seguiram-se destruição, violência e palavrões, excedendo em muito nossa capacidade de descrevê-los. A antiga igreja de Santa Sofia foi despojada de todas as valiosas oferendas de séculos, as imagens foram quebradas em pedaços e, depois de ter sido palco de grosseiras profanações, foi transformada em uma mesquita. Os tesouros da erudição grega – que alguns dizem terem chegado a cento e vinte mil livros manuscritos – foram destruídos ou dispersos. A conquista estava completa, e Maomé II imediatamente transferiu a sede de seu governo para Constantinopla.

Mas a ambição ilimitada do feroz otomano estava longe de ser satisfeita: ele contemplava nada menos do que a conquista de toda a Cristandade. E de suas vitórias rápidas e fáceis sobre muitos dos principados cristãos menores no Oriente, pareceria que, se a morte não tivesse livrado o mundo de tal tirano, ele poderia ter seguido seu caminho de conquista através do coração da Europa. Que cidade, que reino, que poder, iria prender o invasor feroz? Toda a Europa estremeceu, especialmente a Itália. Dizem que a morte de Nicolau V foi antecipada pela notícia da captura de Constantinopla. A tristeza e o medo partiram o coração do velho. Mas depois de derrubar impérios, reinos e cidades sem número, Maomé II morreu, aos cinquenta anos, de dores internas, supostamente efeitos de veneno.

As notícias sobre essas pesadas calamidades no Oriente espalharam uma profunda escuridão sobre todo o Ocidente. Mas aquilo que ameaçava deter o progresso da civilização e a propagação do Cristianismo foi sobrepujado por uma Providência sábia e boa para o avanço de ambos de uma maneira maravilhosa. A queda de Constantinopla nas mãos dos infiéis levou muitos gregos eruditos para a Itália, e da Itália para muitos outros países da Europa. Aconteceu, justamente nessa época, que o papa reinante, Nicolau V, se distinguiu por seu amor pela literatura, o que ele muito promoveu por sua posição e riqueza. Os refugiados trouxeram os livros que conseguiram resgatar das ruínas de seu império caído. O estudo do grego foi revivido por esses meios e se tornou extremamente popular. Entre esses alunos, aprouve a Deus suscitar homens de mente altamente cultivada e coração devoto, que muito fizeram no preparo do caminho para a grande Reforma.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O Cerco de Antioquia

No dia 18 de outubro de 1097, os "guerreiros da cruz" sitiaram a Antioquia, onde os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos, e que logo depois tornou-se o centro dos labores missionários do grande apóstolo. Mas que mudança de espírito, objetivo e modos do seu assim chamado sucessor -- daquele que assumia o blasfemo título de vigário de Cristo, mas em quem cuja porta a culpa e o derramamento de sangue desta, a maior de todas as ilusões populares, para sempre repousará. Jezabel ainda pode reinar tanto na igreja quanto no Estado, e amigos, assim como inimigos, devem ser sacrificados para atingir seu objetivo e gratificar sua ambição. Mas o dia rapidamente se aproxima quando a requisição pelo sangue será feita, e o juízo será dado, de acordo com os motivos, assim como com as ações. O testemunho agradecido a Deus, que saiu da Antioquia no primeiro século, é tão simples e verdadeiro agora como era então, e de igual autoridade sobre o coração e a consciência, não obstante o fluxo corrupto de dez mil que professamente fluíam da mesma fonte. É na doutrina dos apóstolos que temos que confiar, e não na tradição dos Pais. Em todas as épocas o credo cristão deveria ser: a pessoa de Cristo para o coração, a obra de Cristo para a consciência, e a palavra de Deus para o caminho.

O cerco de Antioquia durou oito meses. As dificuldades sofridas durante esse período foram terríveis. Por um tempo, as condições do solo e do clima foram apreciadas, até mesmo em excesso, mas o inverno chegou e a alegria deles acabou. As chuvas fortes inundaram seus acampamentos, e os ventos derrubaram suas tendas. Fome e pestilência, com suas muitas consequências, prevaleceram. A carne de cavalos, cachorros, e até mesmo de inimigos abatidos era avidamente devorada. No início do cerco, seus cavalos contavam 70.000, e no final contavam apenas 2.000, e dificilmente 200 davam para o serviço. Com o tempo, no entanto, o auxílio veio, ou teriam perecido até o último homem. Por meio da traição de um oficial sírio da cidade, que tinha o favor do emir*, e que comandava três torres, um portão foi aberto. O exército invadiu a cidade devota, gritando o grito de guerra dos cruzados, "Deus o quer!", e a Antioquia caiu mais uma vez nas mãos dos cristãos. Mas a vitória não estava completa. A cidadela recusou-se a se render, e logo após essa aparente vitória, uma força esmagadora de turcos apareceu, sob Cerboga, Príncipe de Mosul. Durante vinte e cinco dias, os cruzados estiveram novamente à beira da completa destruição entre Cerboga e a guarnição da fortaleza.

{* emir: título de nobreza equivalente a príncipe.}

Quandos os corações de todos começaram a desistir, e uma indiferença generalizada à vida prevaleceu, um astuto monge de nome Bartolomeu apresentou-se à porta da câmara do conselho, e declarou que tinha-lhe sido reveleado do céu em um sonho que sob o grande altar da igreja de São Pedro seria encontrada a lança que perfurou o Salvador na cruz. O chão foi aberto, mas após cavarem uma profundidade de vinte pés eles não encontraram o objeto. À noite, com os pés descalços e em vestes de penitência, o próprio Bartolomeu desceu no poço; e logo encontrou a ponta de uma lança. O anel de aço foi ouvido, era a arma sagrada. Ao primeiro relance da lança sagrada os desanimados cruzados passaram do desespero ao entusiasmo. Um salmo marcial foi cantado pelos padres e monges: "Que Deus se levante, e que seus inimigos sejam espalhados". Os portões de Antioquia foram escancarados, e então os guerreiros fanáticos precipitaram-se, com a lança sagrada sendo carregada pelo capelão do legado. O ataque foi irresistível; os sarracenos fugiram diante do ataque inesperado, deixando para trás uma imensa quantidade de espólios. Boemundo foi proclamado Príncipe da Antioquia, sob a condição de que ele deveria acompanhá-los até Jerusalém.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Os Lugares Sagrados

Desde os primórdios da cristandade, peregrinações à Terra Santa tornaram-se uma paixão dominante entre os mais devotos e supersticiosos. Jerome fala de multidões que, vindos de todos os lados, se aglomeravam nos lugares sagrados. Mas a suposta descoberta do verdadeiro sepulcro, o local de enterro da verdadeira cruz, e a magnifica igreja construída sobre o sepulcro pela devota Helena e seu filho Constantino, despertaram em todas as classes um entusiasmo selvagem de visitar a Terra Santa. Desde essa época (326 d.C.), o fluxo de peregrinações continuou, aumentando cada vez mais, até o período em que Jerusalém foi capturada pelos muçulmanos sob o califa Omar, em 637. Os peregrinos eram protegidos e cuidados pelo caminho quando encontravam as privações e perigos de uma longa viagem. Mas sob o governo muçulmano eles foram impedidos de entrarem na cidade santa, a menos que comprassem o privilégio pagando tributo aos califas. A partir desse momento, os piedosos logo começaram a se juntar em números reduzidos para realizar suas devoções no santo sepulcro.

Por volta do ano 1067, uma nova raça de conquistadores ganhou a posse da Palestina, que provaram ser mestres ainda mais duros que os sarracenos. Estes eram os seljúcidas, uma tribo de tártaros, hoje familiarmente conhecidos como turcos. Eles vieram originalmente de Tartária. Eles abraçaram a religião islâmica, e tornaram-se então islâmicos mais fanáticos do que os árabes que seguiam o 'profeta'. No entanto, ao zelo intolerante de recém-convertidos ao Islã eles combinaram a tirania e desumanidade dos bárbaros. Sob esses novos senhores da Palestina, a condição dos habitantes e peregrinos cristãos foi grandemente alterada para pior. No lugar de serem tratados meramente como súditos tributários, eles foram desprezados como escravos, e os peregrinos expostos a severas perseguições.

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