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sábado, 20 de dezembro de 2014

O Apóstolo Matias

Matias - o apóstolo eleito para ficar no lugar do traidor Judas. Ele não era um apóstolo da primeira eleição - isto é, ele não tinha sido imediatamente chamado e escolhido pelo próprio Senhor. É mais do que provável que ele era um dos setenta discípulos, e que tenha sido um acompanhante constante do Senhor Jesus durante todo o curso de seu ministério. Isto era uma qualificação necessária, conforme declarado por Pedro, para alguém que deveria ser uma testemunha da ressurreição. Até onde sabemos, o nome de Matias não aparece em nenhum outro lugar no Novo Testamento.

De acordo com algumas tradições antigas, ele pregou o evangelho e sofreu o martírio na Etiópia, e outros acreditam que isto ocorreu na Capadócia. Assim permitiu-se que os grandes fundadores da igreja passassem da Terra para o Céu sem que uma caneta confiável narrasse seus trabalhos - seus últimos dias - suas últimas palavras, ou mesmo o lugar de descanso de seus corpos. Mas todos serão narrados no Céu, e serão guardados em uma memória eterna. Quão maravilhosos são os caminhos de Deus, e quão contrários aos caminhos dos homens!

O modo pelo qual este apóstolo foi eleito foi por sorteio - um antigo costume judaico. As sortes foram colocadas em uma urna e o nome de Matias foi retirado e, desse modo, ele foi o apóstolo escolhido por Deus. "E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos." (Atos 1:23-26). O modo solene com o qual o sorteio foi realizado foi considerado como uma forma de se referir à decisão de Deus. "E Arão lançará sortes sobre os dois bodes; uma pelo Senhor, e a outra pelo bode emissário." "A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a determinação." (Levítico 16:8; Provérbios 16:33). Os apóstolos, é bom lembrar, ainda não tinham recebido o dom do Espírito Santo. O sorteio nunca mais foi repetido após o dia de Pentecostes.

sábado, 18 de outubro de 2014

O Apóstolo Tiago

Zebedeu e seus dois filhos, Tiago e João, estavam seguindo sua ocupação habitual no mar da Galileia quando Jesus passava por ali. Vendo os dois irmãos, "logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram após ele." (Marcos 1:20). Pedro e André também estavam lá. Foi nessa ocasião que o Senhor pediu a Pedro para se lançar às águas profundas e tentar, mais uma vez, pegar peixes. Pedro se inclina à razão: eles tinham sido muito mal sucedidos na noite anterior. Mesmo assim, pela palavra do Senhor, a rede foi lançada. "E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede." (Lucas 5:6) Espantado, Pedro acenou a seus parceiros para que fossem e o ajudassem a trazer os peixes à terra.

Uma plena convicção de que Jesus era o verdadeiro Messias foi, então, levada às mentes daqueles quatro jovens. Eles podem ter tido dúvidas antes, mas não têm nenhuma agora. Ao chamado de Jesus eles deixam tudo e se tornam, de uma vez para sempre, Seus discípulos. Daí em diante se tornariam "pescadores de homens". Em toda lista que temos dos apóstolos estes quatro nobres homens são citados primeiro (Mateus 4:17-20; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11)

Esse é o chamado de Tiago ao discipulado. Mais ou menos um ano depois ele é chamado ao apostolado com seus onze irmãos (Mateus 10, Marcos 3, Lucas 6, Atos 1)

Pedro, Tiago, João e ocasionalmente André sempre foram os companheiros mais íntimos do bendito Senhor. Somente os três primeiros foram convidados a testemunhar da ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5; Lucas 8). Os mesmos três apóstolos foram, somente eles, permitidos a estarem presentes na cena da transfiguração (Mateus 17, Marcos 9, Lucas 9). Foram os mesmos três que testemunharam Sua agonia no Getsêmani (Mateus 26, Marcos 14, Lucas 22). Mas os quatro, Pedro, Tiago, João e André, estão juntos quando perguntam ao Senhor em particular sobre a destruição do templo (Marcos 13).

Assim como a mudança - ou acréscimo - ao nome de Pedro, os filhos de Zebedeu são apelidados de Boanerges, ou "filhos do trovão".  Grande ousadia e fidelidade pode ter apontado Tiago para Herodes como o primeiro a ser detido e silenciado. Não é estranho que "o filho do trovão" e o "homem-pedra" sejam os primeiros a serem apreendidos. Mas Tiago tem a honra de ser o primeiro dos apóstolos que receberam a coroa do martírio em 44 d.C., tendo Pedro sido resgatado por um milagre.

A inveja de uma mãe e a ambição de seus filhos levam Salomé a pedir por lugares distintos no reino para seus dois filhos. O Senhor permitiu que o pedido passasse por uma repreensão muito leve, mas disse aos irmãos que eles deveriam tomar de Seu cálice e serem batizados com Seu batismo. Tiago foi chamado bem cedo para cumprir esta predição. Após a ascensão, ele é visto em companhia dos outros apóstolos em Atos 1. Então ele desaparece da narrativa sagrada até sua apreensão e morte em Atos 12. E lá é simplesmente dito, na breve linguagem do historiador inspirado, que o rei Herodes matou Tiago, irmão de João, com a espada.

Clemente de Alexandria relata uma tradição sobre o martírio de Tiago que não é algo improvável de ter realmente ocorrido. Enquanto era levado para o lugar de execução, o soldado ou oficial que o tinha guardado para o tribunal, ou melhor, seu acusador, estava tão comovido pela coragem e ousada confissão de Tiago no momento de seu julgamento que se arrependeu do que tinha feito. Então ele foi e prostrou-se ao pé do apóstolo, pedindo perdão pelo que tinha dito contra ele. Tiago, um pouco surpreso, o levantou, o abraçou e o beijou, e disse: "Paz, meu filho, paz seja contigo, e o perdão de tuas falhas." Antes disso, ele publicamente tinha professado ser um cristão, e assim ambos foram decapitados ao mesmo tempo. Assim caiu Tiago, o proto-mártir apostólico, alegremente tomando o cálice que ele tinha a muito tempo dito ao seu Senhor que estaria pronto para beber. *{Veja William CAVE, Lives o f the Apostles.}

sábado, 13 de setembro de 2014

Os Doze Apóstolos

Eram eles: Simão Pedro, André, Tiago e João (filhos de Zebedeu), Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão o Zelote, e Matias, que foi escolhido para substituir Judas Iscariotes. Veja Mateus 10, Lucas 6, Marcos 3 e Atos 1.

Paulo também foi um apóstolo por chamado direto do Senhor, no sentido mais elevado, como já vimos. Havia outros que eram chamados de apóstolos, mas eram mais especificamente apóstolos das igrejas. Os doze e Paulo eram proeminentemente os apóstolos do Senhor. Compare 2 Coríntios 8:23, Filipenses 2:25 e Romanos 16:7.

O nome oficial, "apóstolo", significa "enviado". "Jesus enviou estes doze." (Mateus 10:5). Esse nome foi dado aos doze pelo próprio Senhor. "Chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos" (Lucas 6:13). Conhecê-Lo pessoalmente e tê-Lo acompanhado por todo o seu ministério era a original e necessária qualificação de um apóstolo. Isso foi afirmado por Pedro antes da eleição de um sucessor para o traidor Judas. "É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição." (Atos 1:21-22). Por essa relação pessoal com o Senhor eles foram particularmente indicados para serem as testemunhas de Sua trajetória sobre a Terra. Ele mesmo os descreve como "os que têm permanecido comigo nas minhas tentações" (Lucas 22:28)

Acreditamos que o número doze marca nitidamente sua relação com as doze tribos de Israel. As fantasias dos pais (cristãos proeminentes do início da história da igreja) quanto ao significado do número aqui escolhido mostra o quão pouco suas mentes eram governadas pelo contexto. Santo Agostinho "acha que a menção de nosso Senhor aos quatro cantos do mundo, aos quais os apóstolos foram chamados a pregar o evangelho, e que, ao multiplicar por três, como denotando a Trindade, resulta em doze." Ao não enxergar a distinção entre Israel e a igreja, existe muita confusão por parte de tais escritores.
 
Cremos que o número doze nas Escrituras significa a completude administrativa no homem. Daí as doze tribos, os doze apóstolos, e a promessa a estes, de que se sentariam em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mateus 19:28). Mas aqui, nos termos mais claros possíveis, o Senhor limita a missão dos doze às ovelhas perdidas da casa de Israel. Não era nem mesmo para eles irem visitar os samaritanos, nem os gentios. A missão se restringia aos judeus. "Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 10:5-6). Certamente nada poderia ser mais claro. O chamado da igreja não é mencionado aqui. Isto aconteceu depois, quando um outro extraordinário apóstolo foi escolhido, tendo em vista especialmente os gentios. Depois os doze teriam seu próprio lugar na igreja, mas Paulo foi seu divinamente chamado e qualificado ministro.

Há uma noção geral de que os doze eram completamente analfabetos, com a qual não podemos concordar. A expressão "homens sem letras e indoutos", como usada pelo conselho em Atos 4:13, apenas denotava pessoas que não tinham sido ensinadas na tradição rabínica dos judeus. Seria a mesma ideia do termo "leigo", isto é, homens de educação regular, em contrate com aqueles que foram especialmente treinados nas escolas de eruditos, ou homens que não participam de "ordens sagradas". Assim, Pedro e João podem ter sido completamente familiarizados com as Sagradas Escrituras e com a história de seu país e de seu povo, e ainda assim serem considerados, pelo conselho, como "homens iletrados e indoutos". Tiago e João, pelo menos, tinham todas as vantagens do ensinamento de uma mãe fiel e devota, que muitas vezes fez grandes coisas para a igreja de Deus.

Vamos, agora, passar brevemente as vistas a cada um dos doze.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Capítulo 4: Os Primeiros Missionários da Cruz

Em vez de passar por cima dos capítulos restantes de Atos, achamos que pode ser mais interessante e igualmente instrutivo para nossos leitores considerá-los em conexão com a história dos apóstolos, especialmente com a história dos dois grandes apóstolos. O livro de Atos é quase inteiramente ocupado com os atos de Pedro e de Paulo, embora, é claro, sob a direção do Espírito Santo: o primeiro como o grande apóstolo dos judeus, e o segundo como o grande apóstolo dos gentios. Mas seria também de interesse abraçar a presente oportunidade para observar brevemente os primeiros companheiros e missionários pessoalmente escolhidos por nosso bendito Senhor - os doze apóstolos.

Mas, antes de tentarmos um esboço dessas interessantes vidas, parece bem declarar qual objetivo temos em vista ao fazê-lo. Estamos saindo um pouco do curso que estávamos seguindo. Em nenhuma das publicações sobre a história da igreja que conhecemos a vida dos apóstolos é apresentada de forma ordenada, e é estranho que os grandes fundadores da igreja não achem seus lugares em sua história. 

Ao mesmo tempo, no que diz respeito aos apóstolos, temos que ter em mente que, além da narrativa sagrada, há bem pouco material sobre o qual possamos nos apoiar. O tradicional e o bíblico, o certo e o incerto, são quase desamparadamente misturados nos escritos dos Pais da Igreja. Cada raio de luz histórico distinto é de grande valor, mas são somente as Escrituras que podemos tomar por totalmente corretas. Ainda assim, as poucas notas que temos ali espalhadas, de alguns dos apóstolos, quando reunidas, podem dar ao leitor uma ideia da pessoa e individualidade de cada um. Outros, também notamos, além dos apóstolos, aparecerão em conexão com eles, especialmente com Paulo. Assim nossos leitores terão, de maneira conveniente, um breve resumo de quase todos os nobres pregadores, professores, confessores e mártires do Senhor Jesus que são mencionados no Novo Testamento.

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