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domingo, 20 de setembro de 2020

O Declínio do Poder Papal

Capítulo 28: O Declínio do Poder Papal (1216-1314 d.C.)

Da época de Inocêncio III até a época da Reforma, o Senhor estava preparando o caminho para esse grande evento ao enfraquecer o poder dos papas sobre os governos humanos e sobre as mentes dos homens em geral. O declínio foi lento, pelo menos por cerca de cem anos, pois Satanás desenvolveu todo o seu poder para apoiar o "mistério da iniquidade"; mas aprouve a Deus enfraquecer seu poder, levantando homens de habilidade e integridade para expor seus muitos males. São essas testemunhas que propomos examinar em nosso próximo capítulo. Nesse ínterim, podemos acrescentar que toda a mente da Europa se tornou tão familiarizada com as afirmações das reivindicações papais que elas acabaram sendo aceitas como uma parte essencial do Cristianismo. A ideia dominante deste grande esquema teocrático era a supremacia absoluta do espiritual sobre o poder temporal, "como da alma sobre o corpo, como da eternidade sobre o tempo, como de Cristo sobre César, como de Deus sobre o homem -- que todo poder terreno está subordinado ao poder espiritual em todos os aspectos, seja imediatamente ou não, tocando ou afetando a religião ou seu chefe." Este princípio, primeiramente afirmado em toda a sua plenitude por Hildebrando, adquiriu seu "estabelecimento mais firme e maior expansão" nas mãos habilidosas de Inocêncio. Ele estava no ápice do poder e glória pontifícia. O que tinha sido o sonho de muitos de seus predecessores foi plenamente realizado durante seu pontificado; mas deste pináculo o sacerdote coroado começaria agora a descer.

Os detalhes das longas e ruinosas guerras entre o papado e o império que se seguiram de imediato, especialmente entre Gregório IX, Inocêncio IV e Frederico II, seriam inadequados para nossas páginas e desnecessários para o propósito de nosso relato histórico. Portanto, nos contentaremos com um rápido resumo sobre os principais pontífices durante este período de declínio papal.

No ano de 1216, Honório III sucedeu a Inocêncio. Toda a atenção do novo pontífice foi dedicada à promoção da guerra santa. As Cruzadas haviam se tornado um artigo tão estabelecido no credo papal, e tão necessário para a manutenção do poder papal, que nenhum cardeal que não fosse de coração e alma um cruzado poderia ser elevado à cadeira de São Pedro. Esta era a mais alta qualificação do sumo sacerdote da religião cristã. Portanto, o primeiro ato de Honório após sua instalação foi enviar uma carta circular a toda a cristandade, exortando os cristãos, cheio de apelos às emoções, a contribuir em dinheiro ou pessoalmente para a nova campanha. Frederico II, o imperador eleito, em seu ardor juvenil fez uma promessa solene a Inocêncio de se engajar sem perda de tempo em uma nova cruzada; não contra os albigenses já esmagados, cujas cinzas ainda fumegavam, mas pela destruição dos muçulmanos e pela libertação do santo sepulcro da profanação dos infiéis. E ninguém naquela época que tivesse feito o voto tinha permissão para se escusar disso. Se não pudessem realizar a expedição pessoalmente, deveriam encontrar substitutos ou colaborar com dinheiro. Cartas foram imediatamente enviadas a Frederico, lembrando-o de seu antigo voto de cruzado e pressionando sua partida imediata para a Terra Santa. Mas Frederico ainda era um jovem, seu rival Otão ainda estava vivo, seu reino no estado mais instável; de modo que ele não poderia partir por enquanto. Nem a ameaça nem a persuasão puderam fazer Frederico mudar de ideia, embora as esperanças papais estivessem principalmente nele centradas.

domingo, 29 de julho de 2018

O Culto às Relíquias

Pelo fato da história do culto às relíquias ser muito similar em seu caráter àquela do culto aos santos, uma breve observação será suficiente. Sua origem é a mesma. A paixão e a fraqueza, talvez, da nossa natureza, por guardar memoriais de pessoas amadas, foi usada pelo inimigo para trair os cristãos ao mais degradante tipo de adoração. Se, argumentava-se, o nosso gosto pelos memoriais da afeição humana é tão desculpável e tão amável, "quanto mais deveriam ser objetos de sagrado amor os santos, a bendita Virgem, e o Próprio Salvador!" Mas, por mais capcioso que possa ser tal raciocínio, não é nem justo nem verdadeiro. A profunda ilusão, o poder satânico, e a terrível iniquidade da adoração a relíquias residem principalmente no fato de que a igreja de Roma mantém a ideia de que há um poder de operar milagres inerente e irrevogável nas relíquias; e, como tal, são usadas e devotamente adoradas, tanto pelo papa quanto pelo mais baixo em sua comunhão.

Já nos dias de Constantino, a reverência pelas relíquias dos santos e mártires tinham assumido uma forma mais definida de adoração. A imperatriz Helena, mãe de Constantino, eu seu zelo supersticioso de honrar os lugares na Palestina que tinham sido "santificados" pela vida e morte do Salvador, erigiu esplêndidas igrejas sobre os supostos lugares de Seu nascimento, Sua morte e ascensão. Durante as escavações, afirmou-se que o Santo Sepulcro veio à luz, e que no sepulcro foram encontradas as três cruzes e a tábua com as inscrições originalmente escritas por Pilatos em três línguas. As notícias dessa maravilhosa descoberta rapidamente se espalharam por toda a Cristandade, gerando grande excitação. Como havia dúvidas sobre a qual das cruzes a tábua pertencia, um milagre decidira as reivindicações da verdadeira cruz. Singularmente, os cravos da paixão do Salvador também foram encontrados no santo sepulcro. Esses preciosos tesouros, como nem precisaríamos dizer, provaram ser um capital inesgotável para o comércio de relíquias. Partes da verdadeira cruz foram transformadas em crucifixos para os ricos, e partes foram consagradas às principais igrejas, tanto no Oriente (Ortodoxa) quanto no Ocidente (Católica). Tão rapidamente "se multiplicou" os pedaços de madeira da cruz que logo podia-se fazer uma floresta a partir deles.

A paixão pelas relíquias, que aumentara a cada século, foi grandemente nutrida pelas cruzadas. Muitos santos antes desconhecidos, e inumeráveis relíquias, foram então introduzidos aos cristãos do Ocidente. Passando pela vasta quantidade de ossos velhos de santos de reputação e outras relíquias menores, que eram trazidas do Oriente, e que se tornaram uma importante ramificação do comércio de relíquias, notamos dois ou três dos mais famosos. O principal entre eles era o "Sacro Catino" ("bacia sagrada") -- um recipiente de vidro verde, que dizem ser de esmeralda -- trazido da Cesareia, e venerado como tendo sido usado na última ceia. Outra relíquia de grande fama é a túnica sagrada de nosso Senhor encontrada em Argenteuil em 1156; há também uma outra túnica sagrada que dizem ter sido presenteado pela imperatriz Helena ao Arcebispo de Treves.

Precisamos apenas acrescentar, como uma ilustração prática de adoração a relíquias, que na semana santa, todos os anos*, o papa e os cardeais partem em procissão a São Pedro em Roma, com o propósito de adorar as três grandes relíquias. Ao realizarem a cerimônia, eles se ajoelham na nave da igreja, e as relíquias, que são exibidas da sacada acima da estátua de Santa Verônica, consistem em uma parte da madeira da verdadeira cruz, a metade da lança que perfurou o lado do Salvador, e o santo sudário. Esta última relíquia é um pedaço de tecido no qual conta-se que nosso Senhor miraculosamente imprimiu Seu semblante, e que tinha sido levado à Itália para curar o imperador Tiberíades quando afligido pela lepra. A cerimônia acontece em silêncio solene. Externamente, nenhum ato de adoração é mais profundo na Igreja Católica Romana. Poderia a loucura -- podemos perguntar -- ou o absurdo, ou as fraquezas humanas, ou o poder satânico, serem elevados a uma altura maior? Pois para que homens de educação e, em muitos casos, homens de cultivo e piedade, possam se curvar na mais profunda adoração diante de um pedaço de madeira quebrada, de uma lança quebrada, e de um trapo pintado, só pode ser possível sobre o princípio da mais solene cegueira judicial. As densas trevas há muito tinham se estabelecido tanto sobre os padres quanto sobre o povo através de sua deliberada negligência para com a Palavra de Deus e extinção da luz do Espírito Santo. E assim sempre será, em maior ou menor grau, quer para o católico ou para o protestante, quando Deus e Sua Palavra são desconsiderados, como disse o profeta: "Dai glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte, e a reduza à escuridão" (Jeremias 13:16).

{* N. do T.: o tradutor não pôde confirmar se tal prática ainda continua a ser realizada dessa maneira até os dias de hoje. }

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Os Triunfos do Evangelho em Samaria

Filipe, o diácono, evidentemente próximo a Estêvão em zelo e energia, desce à Samaria. O Espírito Santo opera por meio dele. Na sabedoria dos caminhos do Senhor, a desprezada Samaria é o primeiro lugar, fora da Judeia, onde o Evangelho foi pregado por Suas testemunhas escolhidas. "E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. E havia grande alegria naquela cidade." (Atos 8:5-6,8). Muitos creram e foram batizados, tanto homens quanto mulheres. Até mesmo Simão Mago, o feiticeiro, experimentou a presença de um poder muito acima do seu próprio, e se curvou à força e corrente da obra do Espírito nos outros, embora a verdade não houvesse penetrado em seu próprio coração e consciência. Mas, como agora já viajamos a essa outra parte do país, este pode ser o momento apropriado para dizermos algumas palavras sobre sua história.

A Terra Santa, uma nação interessante, que se destaca entre as outras nações da Terra, tanto moral quanto historicamente, é em tamanho muito pequena. "É como um pedaço de um país, de tamanho próximo ao do País de Gales, com menos de 225 quilômetros de comprimento, e quase 64 quilômetros, em média, de largura"*. A parte norte é a Galileia; o centro, Samaria; o sul, a Judeia. Mas embora fisicamente tão pequena, ela foi o teatro dos acontecimentos mais importantes na história do mundo. Lá, o Salvador nasceu, viveu e foi crucificado - e lá Ele foi sepultado e ressuscitado. E lá, também, Seus apóstolos e mártires viveram, testificaram e sofreram. E lá o evangelho foi pregado pela primeira vez, e lá a primeira igreja foi plantada.

{*Dicionário Bíblico de Smith}

A terra ocupada por Israel se encontra entre os antigos impérios da Assíria e do Egito. Daí a frequente referência no Antigo Testamento ao "rei do Norte" e ao "rei do Sul". Devido a essa posição, Israel foi muitas vezes o campo de batalha desses dois poderosos impérios, e sabemos que ainda será o cenário de seu último e mortal conflito (Daniel 11). Os homens têm sido tão supersticiosos sobre a Terra Santa que ela tem sido objeto de ambição nacional, e quase sempre motivo de guerras religiosas desde os dias dos apóstolos. Quem poderia estimar quanto sangue foi derramado, e o tesouro que foi desperdiçado por essas planícies sagradas? - e tudo, podemos acrescentar, sob o nome do zelo religioso, ou melhor, sob as bandeiras da cruz e da lua crescente. Para ali os peregrinos de todas as eras têm viajado para que pudessem adorar no "santo sepulcro" e cumprir seus votos. Também tem sido a grande atração para viajantes de todo tipo e de todas as nações, e o grande empório de "relíquias milagrosas". O cristão, o historiador e o antiquário têm procurado diligentemente e feito conhecidas suas descobertas. Desde os dias de Abraão, esse tem sido o lugar mais interessante e atraente da face da Terra. E para o estudante da profecia, sua história futura é ainda mais interessante que seu passado. Ele sabe que o dia se aproxima, quando toda aquela terra será povoada pelas doze tribos de Israel, e cheia da glória e majestade de seu Messias. Então eles serão conhecidos como o povo metropolitano da Terra. Retornemos, agora, a Samaria, com sua nova vida e alegria.

Os samaritanos, por meio da bênção de Deus, prontamente creram no Evangelho pregado por Filipe. O efeito da verdade, recebida com simplicidade, foi imediato e do mais bendito caráter. "Havia grande alegria naquela cidade", e muitos foram batizados. Tais devem ser sempre os efeitos do Evangelho, quando crido, a menos que haja algum obstáculo com relação a nós mesmos. Onde há genuína simplicidade de fé, deve haver paz e alegria genuínas, e uma feliz obediência. O poder do Evangelho sobre um povo que tinha, durante séculos, resistido às reivindicações do judaísmo, foi então demonstrado. O que a lei não podia fazer a este respeito, o Evangelho realizou. "Samaria foi uma 'conquista'", disse alguém, "que toda a energia do judaísmo não tinha sido capaz de fazer. Foi um novo e esplêndido triunfo do Evangelho. O domínio espiritual do mundo pertencia à igreja."

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