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sábado, 13 de dezembro de 2014

O Apóstolo Judas, irmão de Tiago

Este apóstolo também é chamado de Judas Tadeu, ou Lebeu. Estes diferentes nomes têm diferentes nuances quanto ao significado, mas o exame de tais sutilezas está fora do escopo deste livro. Judas era filho de Alfeu, e um dos parentes de nosso Senhor, como lemos em Mateus 13:55: "não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?"

Quando, ou como, ele foi chamado para o apostolado, disto não somos informados; e não há praticamente nenhuma menção a ele no Novo Testamento, exceto nas várias vezes em que os doze apóstolos são nomeados. Seu nome só aparece uma vez na narrativa do Evangelho, quando ele faz a seguinte pergunta: "Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?" (João 14:22). É evidente, a partir desta pergunta, que ele ainda imaginava, assim como seus condiscípulos, a ideia de um reino temporal, ou a manifestação do poder de Cristo na terra de modo que o mundo pudesse percebê-lo. Mas eles não entendiam ainda a dignidade de seu próprio Messias. Eles eram estranhos à grandeza do Seu poder, à glória da Sua Pessoa, e à espiritualidade do Seu reino. Seus súditos são libertos, não apenas deste mundo perverso, mas do poder de Satanás e do domínio da morte e da sepultura: "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13). A resposta de Cristo para a questão de Judas é o mais importante. Ele fala das bênçãos da obediência. O discípulo verdadeiramente obediente certamente conhece a doçura da comunhão com o Pai e com o Filho, na luz e no poder do Espírito Santo. Aqui não se trata da questão do amor de Deus em graça soberana para com um pecador, mas das relações do Pai com Seus filhos. Por isso, é no caminho da obediência que a manifestação do amor do Pai e do amor de Cristo são encontrados. (Veja João 14:23-26)

Mas devemos ter em mente, quando comentamos sobre as perguntas ou sobre as palavras dos apóstolos, que o Espírito Santo ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado. Os pensamentos, sentimentos e expectativas dos apóstolos, depois desse evento, foram completamente alterados. Assim, encontramos nosso apóstolo, assim como seu irmão Tiago, intitulando-se "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago" (Judas 1:1). Ele não chama a si mesmo de apóstolo, nem de irmão do Senhor. Isto é humildade verdadeira, fundada em um verdadeiro senso da mudança de relacionamento com o Senhor exaltado. No dia de Pentecostes foi proclamado: "Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo." (Atos 2:36)

Nada é sabido com certeza sobre o restante da história de nosso apóstolo. Alguns dizem que ele pregou primeiramente na Judeia e na Galileia, e depois da Samaria até a Idumeia, e em cidades da Arábia. Mas, próximo ao fim de sua jornada, a Pérsia foi o local de seus labores e o cenário de seu martírio.

Com base em 1 Coríntios 9:5, podemos razoavelmente inferir que ele era um dos apóstolos que eram casados: "Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?"
Existe uma tradição sobre dois de seus netos, que é interessante e aparentemente verdadeira. Tal tradição foi transmitida por Eusébio de Hegésipo, um judeu convertido. Domiciano, o Imperador, tendo ouvido sobre a existência de alguns da linhagem de Davi, e parentes de Cristo ainda vivos, movido pela inveja, ordenou que fossem apreendidos e levados a Roma. Dois netos de Judas foram trazidos diante dele. Eles confessaram francamente que eram da linhagem de Davi, e parentes de Cristo. Ele os questionou sobre suas possessões e propriedades. Eles lhe contaram que não tinham nada além de alguns hectares de terra, cuja produção servia para o pagamento de impostos e para sustento próprio. Suas mãos foram examinadas, sendo encontradas ásperas e cheias de calos por causa do trabalho. Ele, então, perguntou-lhes acerca do reino de Cristo, e quando e onde ele viria. Então eles responderam que se tratava de um reino celestial e espiritual, e não de um reino temporal, e que ele não seria manifesto até que chegasse o fim deste mundo. O Imperador, satisfeito pelo fato de que eles eram homens pobres e inofensivos, os dispensou e cessou sua perseguição geral contra a igreja. Quando retornaram à Palestina, foram recebidos pela igreja com muito carinho, por serem parentes do Senhor e por terem confessado nobremente Seu nome - Seu reino, poder e glória.

sábado, 15 de novembro de 2014

O Apóstolo Mateus

Mateus - também chamado Levi, o filho de Alfeu; mas não o mesmo Alfeu, acreditamos, que o Alfeu pai de Tiago (Mateus 10:3; Marcos 2:14; Lucas 5:27-29). Embora fosse um oficial romano, ele era "um hebreu de hebreus", e provavelmente um galileu; mas de qual cidade ou tribo não somos informados. Antes do seu chamado para seguir o Messias, ele era um publicano, ou coletor de impostos, sob o comando romano. Ele parece ter sido alocado em Cafarnaum, uma cidade marítima  no Mar da Galileia. Ali ele era o que podemos chamar de um oficial de alfândega. Era nesta qualidade que Jesus o encontrou. Quando Ele passou, Ele o viu "sentado na alfândega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu." (Marcos 2:14) Mas antes de prosseguirmos com a história de Mateus, vamos considerar algumas palavras sobre o caráter de sua ocupação, uma vez que é tão frequentemente mencionada no Novo Testamento, e por ser um termo realmente genérico.

Os publicanos propriamente ditos eram pessoas que coletavam os impostos ou rendimentos públicos para Roma. Eles eram, geralmente, pessoas de riqueza e crédito. Era considerada, ente os romanos, uma posição de honra, e geralmente conferida a cavaleiros romanos. Sabino (segundo a história, o pai do Imperador Vespasiano), era o publicano das províncias asiáticas. Eles tinham sob eles oficiais inferiores, e estes, geralmente, eram nativos das províncias das quais os impostos eram coletados; sem dúvida, Mateus pertencia a esta classe de oficial.

Estes suboficiais eram, por toda a parte, notórios por suas cobranças fraudulentas. Mas para os judeus, eles eram especialmente odiosos. Os judeus olhavam para si mesmos como um povo nascido livre que tinha privilégios concedidos diretamente do Próprio Deus. "Somos descendência de Abraão," diziam eles, "e nunca servimos a ninguém" (João 8:33). Consequentemente, os coletores de impostos romanos eram a prova visível da escravidão deles, e do estado de degradação de sua nação. Esse era o grilhão que os afligia e os incitava a muitos atos de rebelião contra os romanos. Por isso que os publicanos eram abominados pelos judeus. Eles os viam como traidores e apóstatas, e como ferramentas do opressor. Além disso, os publicanos eram, na maioria, injustos em suas cobranças; e tendo a lei do seu lado, eles podiam forçar os pagamentos. Estava sob o poder deles examinar cada caso de bens exportados ou importados, e de avaliar o alegado valor da maneira mais vexatória. Podemos saber, baseado no que João disse a eles, que eles cobravam injustamente sempre que tinham a oportunidade. "E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado." (Lucas 3:13). Veja também o caso de Zaqueu (Lucas 19:9)

Certamente essas coisas eram mais do que suficientes para trazer toda essa classe de oficiais à maior repulsa, em todo lugar. Mas vamos nos limitar ao que aprendemos deles no Novo Testamento. O espírito da verdade nunca exagera. Ali os encontramos associados a pecadores (Mateus 9:11; 11:19), a prostitutas (Mateus 21:31, 32), e a pagãos (Mateus 18:17). Como classe, eles eram considerados como estando fora, não somente dos privilégios do santuário, mas também dos privilégios da sociedade civil. E ainda assim, apesar de todas essas desvantagens, eles são contados entre alguns dos primeiros discípulos tanto de João quanto de nosso Senhor. Eles tinham menos hipocrisia do que aqueles que eram melhor estimados; eles não tinham uma moralidade convencional, e não tinham uma falsa religião para desaprender. Estas coisas podem ser bastante discutidas a partir da parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18). A bondade convencional é um grande obstáculo à salvação da alma. É difícil, para tais, tomar o lugar de um pecador perdido e arruinado, para que a graça possa ter livre curso para fazer sua bendita, salvífica e graciosa obra. Aquele que seria justificado diante de Deus deveria tomar o lugar de um publicano e fazer a mesma oração do publicano: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, um pecador!" (Lucas 18:13). Retornemos agora à história de nosso apóstolo.

Com grande prontidão Mateus obedeceu ao chamado de Jesus. Sua situação lucrativa logo foi deixada para trás, e sua conversão, tão completa e manifesta, foi acompanhada de muita bênção para outros. Havia um grande despertar e interesse entre sua própria classe. "E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa." (Lucas 5:29) Um banquete é o símbolo de alegria e regozijo - o efeito imediato de um coração rendido a Cristo. É digno de nota que em seu próprio Evangelho ele torna seu nome bem conhecido, mas nenhum dos outros evangelistas falam do "Mateus, o publicano". Junto com os outros ele foi escolhido como um dos doze. Daquele tempo em diante ele continuou com o Senhor como o restante dos apóstolos. Que bendito privilégio! - "um acompanhante familiar de Sua pessoa, um espectador de Sua vida pública e privada, um ouvinte de Suas palavras e discursos, um observador de Seus milagres, uma testemunha de Sua ressurreição e ascensão à glória." Isto ele não testifica, embora tenha visto. Mateus estava com os outros apóstolos no dia de Pentecostes e recebeu o dom do Espírito Santo. Quanto tempo ele continuou na Judeia após aquele evento, disto não somos informados. Supõe-se que seu Evangelho seja o primeiro que foi escrito, e contém uma referência especial a Israel.

À Etiópia é geralmente atribuída a cena de seus trabalhos apostólicos. Ali, dizem alguns, pela pregação e milagres, ele triunfou poderosamente sobre o erro e a idolatria, foi o meio de conversão de muitos, nomeou guias e pastores espirituais para os confirmar e edificar, e para levar outros à fé; e ali terminou seu curso. Mas as fontes de informação sobre esses pontos não podem ser confiadas com muita certeza.

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