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domingo, 13 de setembro de 2020

O Cristianismo na Irlanda

Séculos se passaram desde que vimos pela última vez o estado de coisas nessa ilha. São Patrício deixou para trás, quando morreu em 492, um grupo de homens bem educados e devotos, que veneravam muito seu mestre e procuravam seguir seus passos. A fama da Irlanda por seus mosteiros, escolas missionárias e como sede do ensino puro das Escrituras cresceu tanto que recebeu o honroso título de "Ilha dos Santos". No testemunho de Beda, aprendemos que, por volta da metade do século VII, muitos dos nobres e clérigos anglo-saxões se dirigiram à Irlanda, seja para receber instrução ou para ter a oportunidade de viver em mosteiros de disciplina mais rígida.

Já observamos o trabalho do clero irlandês como missionário*. Os Culdees de Iona devem sua origem como comunidade cristã à pregação do apóstolo irlandês Columba. A Grã-Bretanha, a França, a Alemanha, os países baixos e diferentes partes do continente europeu ficaram em dívida principalmente com os missionários irlandeses por seu primeiro contato com a verdade divina. Carlos Magno, ele próprio um homem de letras, convidou para sua corte vários estudiosos eminentes de diferentes países, mas especialmente da Irlanda. Por muitas eras, ela manteve sua independência de Roma, rejeitou todo controle estrangeiro e reconheceu a Cristo somente como Cabeça da igreja. Mas a invasão dos dinamarqueses no início do século IX e a ocupação do país apagaram a luz e mudaram o caráter da "ilha dos santos". Essas hordas piráticas e predatórias devastaram seus campos, mataram seus filhos ou os despojaram de sua herança, demoliram seus colégios e se mantiveram no país com a crueldade e arrogância de usurpadores. Escuridão moral, espiritual e literária se seguiram e prepararam o caminho para o romanismo. Até então, as instituições religiosas e os trabalhos dos eclesiásticos constituíam os principais temas de sua história; mas desde então, guerras internas, turbulência, crime e desolação.

{* Veja Os Primeiros Pregadores do Cristianismo na Irlanda}

Várias tentativas foram feitas por pontífices romanos para sujeitar a Igreja Irlandesa à Sé de Roma, mas sem sucesso até o reinado do Papa Adriano IV. Ele era um inglês, conhecido pelo nome de Nicolas Breakspear; nascido na pobreza e na obscuridade, tornou-se um monge de Santo Albano, e depois elevou-se nos assuntos humanos até à dignidade pontifícia. Embora subitamente elevado da indigência à opulência, seu orgulho e arrogância eram extremos. Ele ficou muito ofendido com o imperador Frederico Barbarossa por não o apoiar e recusou-se a dar-lhe o beijo da paz. Frederico declarou que sua omissão era fruto da ignorância e, submetendo-se ao serviço como escudeiro de Sua Santidade, foi perdoado e recebeu o beijo.

Entre os primeiros atos desse “modesto” pontífice, estava a presunção de autoridade sobre a Irlanda e sua concessão a Henrique II, rei da Inglaterra. O fundamento sobre o qual o papa baseou seu direito de fazer esta concessão foi assim expresso: "Porque é inegável, e Vossa Majestade o reconhece, que todas as ilhas nas quais brilhou Cristo, o sol da justiça, e que receberam a fé cristã, pertencem de direito a São Pedro e à santíssima igreja romana." Em virtude desse “direito”, ele autoriza Henrique a invadir a Irlanda com o objetivo de ampliar a igreja, aumentar a religião e a virtude e erradicar o joio do vício do jardim do Senhor; com a condição de que um centavo seja pago anualmente de cada casa à Sé de Roma.

A partir desse período, em 1155, a igreja irlandesa passou a ser essencialmente romanista em suas doutrinas, constituição e disciplina. Muito antes da Reforma, "quase seiscentos estabelecimentos monásticos, pertencentes a dezoito ordens diferentes, estavam espalhados por toda a face do país. Frades fantasmagóricos, negros, brancos e cinzas, aglomeravam-se em incontáveis ​​multidões, praticando sua religião sobre um povo ignorante e iludido". Em 1172, Henrique completou sua conquista do país; uma assembleia do clero irlandês reunida em Waterford submeteu-se ao ditado papal, proclamou o título de Henrique ao domínio soberano da Irlanda e fez o juramento de fidelidade a ele e a seus sucessores. O rápido declínio agora marcava a igreja na Irlanda. Sua famosa espiritualidade e inteligência se foram. Antes ela tinha cerca de trezentos bispos; no alvorecer da Reforma, acreditamos que o número era inferior a trinta. Os ciúmes, contendas e rebeliões mancharam quase todas as páginas de sua história, tanto civil quanto eclesiástica, desde o século IX até o presente.*

{* Ver History of Ireland, de Froude; Faiths of the World, de Gardner, vol. 2, pág. 150; Variations of Popery, de Edgar, p. 153 e 192.}

domingo, 30 de abril de 2017

A Conversão das Nações do Norte

A disseminação do evangelho em direção às extremidades ao norte da Europa, durante os séculos IX e X, tem sido tão detalhada nas histórias gerais que faremos pouco mais do que nomear os principais lugares e os principais atores em conexão com a boa obra. Mas nos regozijamos em traçar os passos daqueles missionários abnegados, no próprio coração do reino [ou trono] de Satanás, onde por séculos ele já tinha reinado imperturbável. Já vimos que a espada de Carlos Magno tinha aberto o caminho para os frísios, os saxões, os hunos, e outras tribos.

Na primeira parte do reinado de seu filho Luís, o evangelho foi introduzido entre os dinamarqueses e suecos. Disputas quanto ao trono da Dinamarca entre Haroldo e Godofredo levaram Haroldo a buscar a proteção de Luís. O piedoso imperador pensou que isso poderia ser uma oportunidade conveniente para a introduzir o cristianismo entre os dinamarqueses. Ele, portanto, prometeu ajuda a Haroldo na condição de que ele próprio abraçasse o cristianismo e admitisse pregadores do evangelho em seu país. O rei aceitou os termos e foi batizado em Mentz, no ano 826 d.C., junto a sua rainha e uma numerosa comitiva de súditos. Luís apadrinhou Haroldo, a imperatriz apadrinhou sua rainha, e Lotário o seu filho; e padrinhos de classes adequados foram encontrados para os membros de sua comitiva. Assim cristianizados, como pensava-se naqueles dias, ele voltou para casa, levando consigo dois mestres do cristianismo. E, embora Haroldo não tenha conseguido recuperar seu reino, Luís designou-lhe um território na Frísia.

Ansgarius e Aubert, os dois monges franceses que o acompanharam, trabalharam com grande zelo e sucesso; mas Aubert, um monge de nobre nascimento, morreu dois anos depois entre os trabalhos de missionário.

O infatigável Ansgarius, na morte de seu companheiro, foi para a Suécia. Ele foi igualmente feliz e bem-sucedido em sua obra lá. Em 831, Luís recompensou seus grandes labores tornando-o arcebispo de Hamburgo e de todo o norte. Ele frequentemente encontrou grande oposição, mas comumente desarmava seus perseguidores pela bondade de suas intenções e pela retidão de sua conduta. Ele viveu até o ano 865, e trabalhou principalmente entre os dinamarqueses, os cimbrianos e os suecos.

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