domingo, 26 de junho de 2016

Constantino como "Cabeça da Igreja" e Sumo Sacerdote dos Pagãos

Após a total derrota de Licínio, à qual já nos referimos, todo o mundo romano estava reunido sob o cetro de Constantino. Em sua proclamação emitida aos seus novos súditos no Oriente, ele declara a si mesmo como o instrumento de Deus para a disseminação da verdadeira fé, e que Deus tinha lhe dado a vitória sobre todos os poderes das trevas, de modo que sua própria adoração por seus próprios meios fosse universalmente estabelecida. "Liberdade", diz ele, em uma carta a Eusébio, "sendo mais uma vez restaurada e, pela providência do grande Deus e de meu próprio ministério, o dragão sendo expulso da ministração do Estado, eu confio que o poder divino tenha se tornado manifesto a todos, e que aqueles que, através do medo ou incredulidade tenham caído em muitos crimes, chegarão ao conhecimento do verdadeiro Deus, e à correta e verdadeira ordem em suas vidas." Constantino tinha então tomado seu lugar mais abertamente a todo o mundo como a "cabeça da igreja"; mas ao mesmo tempo retinha o ofício de Pontifex Maximus - o sumo sacerdote do paganismo; a isto ele nunca renunciou, tendo morrido como "cabeça da igreja" e sumo sacerdote do paganismo.

Esta aliança profana, ou mistura profana da qual já falamos, e que é mencionada e lamentada na carta a Pérgamo, se encontra em todos os passos na história desse grande príncipe histórico. Mas tendo já visto algumas explicações sobre a carta, deixaremos que o próprio leitor compare a verdade e a história de forma piedosa. Que misericórdia termos tal guia ao estudarmos esse marcante período da história da igreja!

Dentre os primeiros atos do agora único imperador do mundo estava a revogação de todos os decretos de Licínio contra os cristãos. Ele libertou todos os prisioneiros das masmorras e das minas, ou da servil e humilhante ocupação a qual eles tivessem sido desdenhosamente condenados. Todos os que foram privados de seus postos no exército ou no serviço civil foram restaurados, e restituições foram feitas para as propriedades das quais tinham sido despojados. Ele emitiu um decreto endereçado a todos os seus súditos, aconselhando-lhes a abraçar o evangelho, mas não pressionando ninguém; ele desejava que fosse uma questão de convicção. Ele esforçou-se, no entanto, em torná-lo atraente concedendo lugares e honras a prosélitos das mais altas classes e doações aos pobres - uma atitude que, como reconhece Eusébio, produziu uma grande quantidade de hipocrisia e conversão fingida. Ele ordenou que "igrejas" fossem construídas em todos os lugares, e que tivessem o tamanho suficiente para acomodar toda a população. Ele proibiu a construção de estátuas aos deuses, e não permitia que sua própria estátua fosse colocada nos templos. Todos os sacrifícios oficiais foram proibidos, e de muitas formas ele se esforçou em elevar o cristianismo e suprimir o paganismo.

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