sábado, 29 de agosto de 2015

A Quinta Visita de Paulo a Jerusalém (por volta de 58 d.C.)

O apóstolo e seus companheiros foram recebidos com agrado ao chegarem em Jerusalém. "E, logo que chegamos a Jerusalém", observa Lucas, "os irmãos nos receberam de muito boa vontade." (Atos 21:17). No dia seguinte, Paulo e seus companheiros visitaram Tiago, em cuja casa os anciãos estavam presentes. Paulo, como orador principal, declarou particularmente as coisas que Deus fizera entre os gentios por seu ministério. Mas embora estivessem muito interessados, e louvassem ao Senhor pelas boas notícias, eles evidentemente se sentiram desconfortáveis. Eles imediatamente chamaram a atenção de Paulo para o fato de que um grande número de judeus que criam em Jesus como o Messias eram observadores zelosos da lei de Moisés e eram fortemente preconceituosos contra Paulo.

Como satisfazer os preconceitos desses judeus cristãos era agora a importante questão entre Paulo e os anciãos. Eles sabiam que multidões de judeus, convertidos e não convertidos, se ajuntariam quando ouvissem da chegada de Paulo. Por muito tempo eles acreditavam nas mais sérias e pesadas acusações contra ele - "e já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei." (Atos 21:21). O que deveria agora ser feito? Os anciãos propuseram que Paulo deveria se mostrar publicamente como alguém que era obediente à lei. Esta foi a mais dolorosa e desconcertante posição do apóstolo dos gentios. O que ele poderia fazer agora? Será que o mensageiro do evangelho da glória - o ministro do chamado celestial - se inclinaria às regras dos votos nazireus? Foi uma questão séria e solene. Se ele se recusasse a ceder à vontade deles, a suspeita dos judeus seria confirmada; se ele agisse de acordo com o desejo deles, ele deveria se humilhar - colocar seu elevado chamado em segundo plano, e se render à ignorância, preconceito e orgulho dos judaizantes. Mas o que mais podia fazer? Ele estava no centro de um judaísmo fanático, e desejava honestamente conquistar a igreja de Jerusalém para um cristianismo mais puro e mais nobre.
 
Alguns tomaram muita liberdade em seu criticismo sobre o apóstolo no decorrer desse tempo. Mas embora seja nosso privilégio humildemente examinar tudo o que o historiador sagrado escreveu, tememos que alguns se aventuraram longe demais em dizer coisas duras sobre o apóstolo. Podemos perguntar reverentemente quão longe o desejo e a afeição de Paulo o influenciaram nesta ocasião, além das advertências do Espírito através dos irmãos; mas certamente devemos nos manter entre os limites do que o Próprio Espírito Santo disse pelas Escrituras. Vamos agora cuidadosamente observar os fatos exteriores que conduziram o apóstolo a essa memorável época de sua vida.

Roma tinha estado por muito tempo em sua mente. Ele tinha um grande desejo de pregar o evangelho naquele lugar. Isto estava correto - estava de acordo com Deus - não era algo de si mesmo: ele era o apóstolo dos gentios. Deus vinha trabalhando em Roma de modo abençoado mesmo sem Paulo ou Pedro, pois ainda nenhum apóstolo tinha visitado Roma. Paulo tinha sido privilegiado por escrever uma epístola aos romanos, e nessa carta ele expressa o mais ardente desejo de vê-los, e de trabalhar entre eles. "Porque desejo ver-vos", diz ele, "para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados" (Romanos 1:11). Este era seu estado mental e o objetivo que tinha diante de si, o que também devemos ter em vista quando estudamos esta parte de sua história. Compare Romanos 1:7-15; 15:15-33.

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