sábado, 12 de julho de 2014

O Primeiro Apelo de Pedro aos Judeus

Então lemos: "E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, e Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia", ou, como devemos considerar, eram nove horas da manhã - a hora da oração no templo. (Atos 2:5-15)

Assim, Pedro toma a dianteira e explica aos judeus que as coisas maravilhosas que eles têm visto e ouvido naquela manhã não eram resultado de emoção, mas sim aquilo que deveria ser procurado segundo as suas próprias profecias das Escrituras. "Isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (Atos 2:16). É marcante o motivo pelo qual Pedro se levanta e prega com tal ousadia, que é o terreno da ressurreição e exaltação de Cristo. Isto deve ser cuidadosamente observado, uma vez que mostra o fundamento sobre o qual a igreja descansa, e quando e onde sua história começa. Este foi o primeiro dia de sua existência, a primeira página de sua história, e seus primeiros triunfos do dom (presente) inefável de Deus para o homem.

"Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo." (Atos 2:32-36)

Citamos agora as palavras de outro autor* sobre os benditos efeitos do primeiro sermão de Pedro, e da presença do Espírito Santo na Terra:

"Não foi meramente uma mudança moral, mas um poder que pôs de lado todos os motivos que individualizavam aqueles que O tinham recebido, unindo-os em uma só alma, e em uma só mente. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, eles estavam em comunhão uns com os outros, eles partiam o pão, eles passavam o tempo em oração: a consciência da presença de Deus era poderosa entre eles, e muitos sinais e maravilhas eram operados pelas mãos dos apóstolos. Eles estavam unidos pelos laços mais fortes, onde ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todos dividiam suas possessões com aqueles que necessitavam. Eles estavam diariamente no templo, o local público de Israel para os exercícios religiosos, ao mesmo tempo em que tinham seu próprio local, fora daquilo, quando partiam o pão nas casas diariamente. Eles comiam com alegria e júbilo de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo ao seu redor. Assim a assembleia foi formada, e o Senhor acrescentava todos os dias a ela o remanescente de Israel que seria salvo dos juízos que cairiam sobre a nação que havia rejeitado o Filho de Deus, seu próprio Messias. Deus trouxe à assembleia - assim propriedade dEle pela presença do Espírito Santo - aqueles a quem Ele poupou em Israel. Aqui se encontrava a presença e a casa de Deus, apesar da antiga ordem de coisas ainda existir até a execução do juízo sobre Israel {*Nota do tradutor: invasão romana e destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C.}.

"A igreja foi formada, portanto, pelo poder do Espírito Santo que desceu do Céu, sobre o testemunho de que Jesus, que tinha sido rejeitado, foi elevado ao Céu, tendo sido feito, de Deus, Senhor e Cristo. Ela foi composta do remanescente judeu que seria poupado, com a reserva de acrescentar também os gentios sempre que Deus fosse chamá-los." *

{* Trecho extraído das Sinopses dos Livros da Bíblia, de J. N. Darby, vol. 4, p. 8.}


Esta é, então, a igreja de Deus: a união daqueles a quem Deus chamou para o nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito Santo. O amor governa e caracteriza a recém-formada assembleia. As poderosas vitórias que a graça alcançou naquele memorável dia comprovou totalmente o poder do exaltado Senhor, e a presença do Espírito Santo na Terra. Três mil almas foram convertidas por meio de um único sermão. Aqueles que haviam sido inimigos declarados do Senhor, e que tinham participação na culpa de Seu assassinato, agora agonizavam sob o poder das palavras de Pedro. Alarmados pelo terrível pensamento de terem matado seu próprio Messias, e que Deus, em cuja presença eles estavam agora, O tinha exaltado à Sua própria destra no Céu, eles clamaram: "Que faremos, homens irmãos?"

Pedro agora procura aprofundar as boas obras em suas almas - Ele [o Senhor], procura humilhar os judeus, uma vez orgulhosos e desdenhosos. "Arrependei-vos", diz Pedro, "e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo". Ele não diz simplesmente "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo", embora, é claro, a fé e o arrependimento devem andar juntos onde quer que a obra é genuína. Mas Pedro, neste caso, pressiona ao arrependimento. A culpa deles tinha sido grande demais, e uma obra moral profunda em suas consciências era necessária para o arrependimento deles. Eles devem ver sua culpa diante de Deus, e receber a remissão de seus pecados aos pés daquEle que eles tinham rejeitado e crucificado. No entanto, tudo era graça. Seus corações foram tocados. Trocaram de lado, para o lado de Deus, contra eles mesmos - realmente se arrependeram, foram perdoados, e receberam a dádiva do Espírito Santo. Agora eles são filhos de Deus e têm a vida eterna: o Espírito Santo habita neles.

A realidade da mudança foi manifesta por uma completa mudança de caráter. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:41-42)

Batismo, na confissão de fé; recepção na assembleia; a ceia do Senhor, a comunhão dos santos, a oração; estas eram suas observâncias distintivas. Nesse momento, a oração do Senhor, "que todos sejam um", foi respondida, como lemos no capítulo 4. "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns." (Atos 4:32). Vamos pular agora, a fim de continuar nossa linha de raciocínio, para o capítulo 10 de Atos.

domingo, 6 de julho de 2014

A Descida do Espírito Santo

O tempo chegou. A redenção foi consumada, Deus foi glorificado - Cristo está à Sua direita no Céu, e o Espírito Santo desce à Terra. Deus inaugura a igreja, fazendo isto de maneira adequada à Sua própria sabedoria, poder e glória. Um poderoso milagre é operado, um sinal do alto é dado. O grandioso evento é assim registrado:

Atos 2: "E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar. E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." Talvez seja bom fazer uma pausa por um momento e observar algumas coisas conectadas à descida do Espírito Santo e à demonstração de Seu poder nesse importante dia.

Havia, em primeiro lugar, o cumprimento da promessa do Pai: o próprio Espírito Santo foi enviado do Céu. Esta era a grande verdade do Pentecostes. Ele veio das alturas para habitar na igreja - o lugar preparado para Ele pela aspersão do sangue de Jesus Cristo. Havia também o cumprimento da palavra do Senhor aos apóstolos: "Vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias." (Atos 1:5). Talvez os discípulos não soubessem o significado dessas palavras, mas o fato é que agora estavam cumpridas. A revelação completa da doutrina do "um só corpo" aguardava o ministério de Paulo: "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito." (1 Coríntios 12:13)

Mas, além disso, além dos vários dons dispensados para a obra do Senhor, temos algo mais benditamente pessoal, e bastante novo na Terra. O próprio Espírito Santo veio habitar, não apenas na igreja coletivamente, mas também em cada indivíduo que crê no Senhor Jesus. E, graças ao Senhor, este tão bendito fato é tão verdadeiro hoje quanto era naqueles dias. Ele habita agora em cada crente que descansa na obra consumada (finalizada) de Cristo. O Senhor tinha dito, predizendo esse dia: "Porque [o Espírito Santo] habita convosco, e estará em vós" (João 14:17). Esses dois grandes aspectos da presença do Espírito foram totalmente alcançados no dia de Pentecostes. Ele veio para habitar em cada cristão e na igreja; e agora - que bendita verdade - sabemos que Deus não é apenas para nós, mas em nós, e conosco.

Quando "Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude", Ele apareceu na forma de uma pomba - um belo símbolo da imaculada pureza, da mansidão e da humildade de Jesus. Ele não veio fazer Sua voz ecoar pelas ruas, ou quebrar o caniço rachado, ou apagar o pavio que se queima. Porém, no caso dos discípulos que esperavam em Jerusalém, foi completamente diferente. O Espírito Santo desceu sobre eles como línguas repartidas - línguas como que de fogo que pousaram sobre cada um deles. Isto foi característico. Era o poder de Deus dando testemunho de que aquilo deveria ir além, não apenas para Israel, mas para todas as nações da Terra. A palavra de Deus também julgaria a todos que viriam depois - ela era como línguas de fogo {* ver nota de rodapé}. O juízo de Deus sobre o homem por causa do pecado tinha sido judicialmente expresso na cruz, e agora tal fato solene deve ser tornado público a todos pelo poder do Espírito Santo. No entanto, a graça reina - reina através da justiça, para a vida eterna, por Cristo Jesus. O perdão é proclamado aos culpados, salvação aos perdidos, paz aos conturbados, e descanso aos cansados. Todos os que creem são, e serão para sempre, abençoados em - e com - um Cristo rescussitado e glorificado.

O espanto e consternação do Sinédrio e do povo judeu deve ter sido realmente grande na reaparição, em tal poder, dos seguidores do Jesus crucificado. Eles tinham, sem dúvida, concluído que, como o Mestre tinha partido, os discípulos não poderiam fazer nada por si mesmos. Para a maioria, os discípulos eram simples homens iletrados. Mas qual deveria ter sido o espanto das pessoas quando ouviram que aqueles homens simples estavam pregando corajosamente nas ruas de Jerusalém, e fazendo convertidos aos milhares para a religião de Jesus! Mesmo vista apenas historicamente, a cena é cheia do mais emocionante interesse, não havendo paralelo nos anais do tempo.

Jesus foi crucificado. Suas alegações de ser o Messias, à vista popular, tinham sido enterradas em Seu túmulo. Os soldados que guardavam Seu sepulcro tinham sido subornados para espalhar um falso relato quando à Sua ressurreição; a excitação popular tinha, sem dúvida, passado, e a cidade e a adoração no templo tinham retornado a seu curso normal, como se nada tivesse acontecido. Mas da parte de Deus as coisas não iriam ser deixadas passar quietamente. Ele estava esperando o tempo certo para reivindicar Seu Filho, e reivindicá-Lo no mesmo cenário de Sua humilhação. Isso aconteceu cedo de manhã, no dia de Pentecostes. Repentina e inesperadamente, Seus dispersos seguidores reapareceram em um poder miraculoso. Eles ousadamente acusaram os governantes e as pessoas culpadas de Sua apreensão, julgamento e crucificação - que eles haviam matado seu próprio Messias - mas que Deus O havia ressuscitado para ser Príncipe e Salvador, e para colocá-Lo em Seu lugar de direito no Céu. "Onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Romanos 5:20)

A sentença de Babel, podemos também mencionar, foi revertida naquele maravilhoso dia. Nas diferentes línguas, pelas quais o homem tinha sido condenado por ter desobedecido a Deus, a salvação é proclamada. Essa poderosa e maravilhosa obra de Deus atraiu a multidão. Eles são surpreendidos, e especulam sobre o estranho acontecimento. Cada um, em sua própria língua do país de onde vieram, ouve dos lábios dos pobres galileus sobre as maravilhosas obras de Deus. Os judeus que habitavam em Jerusalém, não entendendo essas línguas estrangeiras, zombavam. Então Pedro se pôs de pé, e declarou a eles em sua própria língua, provando pelas suas próprias Escrituras, o verdadeiro caráter do que havia ocorrido.

{* Nota do tradutor: fogo, na Bíblia, sempre aparece com a conotação de juízo de Deus. Podemos refletir sobre a diferença na forma como o Espírito Santo pousou sobre o Senhor (pomba, simbolizando paz, pureza, mansidão), e como Ele se manifestou ao descer sobre a igreja (línguas como que de fogo, simbolizando juízo). Os crentes, embora sejam completamente salvos do juízo de Deus e feitos perfeitos - pelo novo nascimento - aos olhos de Deus pela obra consumada de Cristo, ainda possuem em si a velha natureza - a carne - enquanto neste mundo. A semelhança das línguas com fogo, no dia de Pentecostes, provavelmente simboliza que o Espírito Santo, em juízo, luta contra a carne, conforme Gálatas 5:17: "Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis." }

A Ressurreição e Ascensão de Cristo

Encarnação, Crucificação, Ressurreição, são os grandes fatos ou verdades fundamentais da igreja - do cristianismo. A encarnação era necessária para a crucificação, e ambos para a ressurreição. É a bendita verdade de que Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados, mas é igualmente verdade que o crente morreu em Sua morte (Veja Romanos 8; Colossenses 2). A vida cristã é vida em ressurreição. A igreja é edificada sobre o Cristo ressuscitado. Nenhuma verdade pode ser mais bendita e maravilhosa do que a encarnação e crucificação, mas a igreja está associada com aquEle que está, agora, ressuscitado e glorificado.

Em Atos 1 temos aquilo que está conectado à ressurreição e ascensão do Senhor, e também com as ações dos apóstolos após a descida do Espírito Santo. O bendito Senhor, mesmo em ressurreição, ainda fala e age por meio do Espírito Santo. Foi "através do Espírito Santo" que Ele deu ordens aos apóstolos que Ele escolheu. Isso é digno de nota especial, pois nos ensina duas coisas:

1. O caráter de nossa união com Cristo; o Espírito Santo no cristão, e no Senhor ressurreto, une a ambos. "O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito." Pelo "mesmo Espírito" eles são unidos.

2. Esse importante fato aponta para a bendita verdade do Espírito Santo habitando e agindo no cristão, até mesmo depois que realmente ocorrer a ressurreição. Então não haverá mais - como há agora - a carne em nós para Ele combater, mas irá, calma e desimpedidamente, nos levar à completa alegria do Céu - a feliz adoração, o bendito serviço, e a completa vontade de Deus.

O Senhor ressurreto, a seguir, exorta os apóstolos, que esperam em Jerusalém pela "promessa do Pai" que, diz Ele, ouviste de Mim. "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias." (Atos 1:5) Não é mais uma questão de promessas temporais a Israel; estas devem ser deixadas de lado até um dia futuro. A promessa do Pai sobre o Espírito Santo era algo inteiramente distinto, e grandemente diferente em seus resultados.

Muitas coisas "concernentes ao reino de Deus" foram conversadas entre o Senhor e Seus apóstolos, então Ele ascende (sobe) ao Céu, e uma nuvem O recebe, fora da vista dos discípulos. O retorno do Senhor é, então, mais clara e distintamente revelada: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." (Atos 1:9-11) É bem evidente, a partir dessas palavras, que Ele subiu pessoalmente, visivelmente, corporalmente, e que Ele também virá de novo da mesma maneira - que Ele, novamente, aparecerá entre as nuvens, e será manifesto às pessoas na Terra, pessoalmente, visivelmente e corporalmente; mas, nesse dia, será com poder e grande glória.

Os apóstolos e discípulos agora aprenderam duas coisas:

1. Que Jesus foi tirado deste mundo para o Céu;

2. Que Ele estaria voltando novamente a este mundo. 

Com base nesses dois grandes fatos o testemunho deles foi fundamentado. Mas Jerusalém seria o ponto inicial de seu ministério, e eles deveriam esperar pelo poder do alto. Chegamos, agora, ao segundo grande evento, de extrema importância no que diz respeito à condição do homem neste mundo - o dom (dádiva) do Espírito Santo. Agora seria não apenas Deus por nós, mas Deus em nós. Isto aconteceu no dia de Pentecostes.

domingo, 29 de junho de 2014

Capítulo 2: O Dia de Pentecostes

A festa judaica de Pentecostes pode ser chamada de dia do nascimento da igreja cristã. Era também o aniversário da entrega da lei no Monte Sinai, embora aparentemente não havia um dia observado pelos judeus para comemorar o evento. Cinquenta dias depois da ressurreição de nosso Senhor a igreja foi formada - deu-se início à sua história. Os santos do Antigo Testamento não fazem parte da igreja do Novo Testamento. Ela não existia, de fato, até o dia de Pentecostes.

Todos os santos, desde o início, possuem a mesma vida eterna, são filhos do mesmo Deus e Pai, e o mesmo Céu será a casa deles para sempre. No entanto, os santos do Antigo Testamento pertencem a outra dispensação* (isto é, uma maneira de Deus tratar com o homem em uma determinada época), ou a diferentes dispensações que ocorreram antes da vinda de Cristo. Cada dispensação tem sua própria origem, progresso, declínio e queda nas Escrituras, e terá seu próprio reflexo no Céu. Nem as pessoas nem as dispensações serão indistinguíveis lá.

Por isso, o apóstolo em Hebreus 11, ao falar dos antigos santos, diz: "E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados." (Hebreus 11:39-40). Certamente, se Deus proveu algo melhor para nós, deve ser também algo diferente. Não vamos nos opor à própria palavra de Deus. Além disso, nosso Senhor, em Mateus 16, diz: "Sobre esta pedra edificarei a Minha igreja". E ao mesmo tempo, Ele deu as chaves para abrir as portas da nova dispensação a Pedro. Até então Ele ainda não tinha começado a edificar Sua igreja, e as portas do reino ainda não estavam abertas. Mas a diferença entre o velho e o novo é vista mais distintamente quando falamos dos grandes eventos do dia de Pentecostes. Vamos começar com os tipos, ou figuras, de Levítico, capítulo 23.

Os filhos de Israel eram ordenados a levar uma porção das primícias de suas colheitas ao sacerdote, que deveria movê-las perante o Senhor, para que o povo fosse aceito por Deus. Cremos que esse rito prefigurava a ressurreição de nosso Senhor na manhã seguinte ao sábado judaico. A base da aceitação dos cristãos diante de Deus é o Cristo ressuscitado. "Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote. E ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá." (Levítico 23:10-11) (Ver também Mateus 28 e Marcos 16)

Sete semanas completas após o mover das primícias, a festa de Pentecostes era celebrada. O primeiro era reconhecido como o primeiro dia da colheita na Judeia, e no último supostamente o milho estaria completamente colhido. Então eles faziam um festival solene de ações de graça. Dois pães feitos com a farinha da nova colheita caracterizavam os festejos. Eles deviam ser assados com fermento e tirados de suas casas. Alguns pensam que os dois pães prefiguravam o chamado da igreja, sendo composta de judeus e gentios. Seja como for, o número é significante. Duas testemunhas eram necessárias para prestar testemunho em Israel.  O fermento indica, sem dúvidas, o pecado que habita no crente e, é claro, na igreja, vista em sua atual condição terrena.

Como o mover do feixe das primícias - uma bela figura do Cristo ressuscitado puro e santo - sacrifícios de cheiro suave eram oferecidos, mas nenhum sacrifício pelo pecado. Com o mover dos dois pães - figura daqueles que são de Cristo - uma oferta pelo pecado era apresentada. Estando lá o pecado, era necessária uma oferta para cobrí-lo. Embora o perfeito sacrifício de Cristo satisfez a Deus tanto pelo pecado que habita no homem quanto pelos muitos pecados cometidos durante a vida, ainda assim, na prática e na experiência, o pecado habita em nós, e assim será enquanto estivermos neste mundo. Todos reconhecem isso, embora nem todos possam ver a completude, a integridade, da obra de Cristo. O cristão foi, por uma única oferta, feito perfeito para sempre, apesar de poder se humilhar a si mesmo e fazer confissão a Deus por cada falha.

O significado típico do Pentecostes foi notavelmente cumprido na descida do Espírito Santo. Ele veio para reunir os filhos de Deus que andavam dispersos (João 11:52). Por esse grande evento o sistema do judaísmo foi deixado de lado, e um novo vaso de testemunho - a igreja de Deus - foi introduzido. Agora, vamos observar a ordem dos eventos, começando pela ressurreição e ascensão de Cristo.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Princípio de Receber Pessoas no Início da Igreja

Como o princípio apresentado é a base adequada para todas as reuniões cristãs, pode ser interessante olhar por um momento para sua operação nos dias dos apóstolos. Certamente eles entendiam seu significado e como aplicá-lo.

No dia de Pentecostes, e algum tempo depois, não parecia que os jovens convertidos eram submetidos a qualquer prova quanto à realidade de sua fé. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas" (Atos 2:41). Assim, receber a palavra já os colocavam no terreno do batismo e da comunhão; mas a obra estava, até então, inteiramente nas próprias mãos de Cristo. "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." (Atos 2:47). Podemos também mencionar a tentativa de enganar os apóstolos por Ananias e Safira, que foi detectada de imediato. Pedro age em seu lugar de direito, mas o Espírito Santo estava lá em majestade e poder. Por isso ele diz a Ananias: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?" (Atos 5:3)

Mas tal estado virgem das coisas logo acabou. A falha se instala - o Espírito Santo foi entristecido, e tornou-se necessário examinar aqueles interessados em estar em comunhão a fim de verificar se seus motivos, objetivos e estado de alma estavam de acordo com a mente de Cristo. Estamos agora na condição das coisas descrita em 2 Timóteo 2. Devemos estar em comunhão apenas com "os que, com um coração puro, invocam o Senhor" (2 Timóteo 2:22).

Depois que a igreja se tornou tão misturada com adeptos meramente nominais, um grande cuidado tornou-se necessário ao receber pessoas à comunhão. Não é suficiente que a pessoa diga que é convertida e exija admissão na assembleia com base em suas próprias declarações: ela deve se submeter ao exame por parte de cristãos experientes. Quando alguém professa ter sido despertado para a consciência do pecado, e ter sido levado ao arrependimento diante de Deus, e fé no Senhor Jesus Cristo, sua confissão deve ser examinada por aqueles que passaram, eles próprios, pelos mesmos tipos de experiência. E mesmo onde a conversão é manifestamente genuína, um cuidado piedoso e gentil deve ser exercido na recepção, pois algo desonroso para Cristo, prejudicial e enfraquecedor para a assembleia, pode acabar entrando, mesmo inconscientemente. É necessário discernimento espiritual aqui. E esta é a mais verdadeira demonstração de bondade para com o requerente, e nada mais do que um cuidado necessário para a honra de Cristo e a pureza da comunhão. A comunhão cristã acabaria se pessoas fossem recebidas com base apenas em suas próprias opiniões sobre elas mesmas.

Em Atos 9 vemos esse princípio na prática no caso do próprio apóstolo Paulo. E, certamente, se ele não podia ser aceito sem testemunho adequado, quem deveria reclamar? É verdade que seu caso foi peculiar, porém ainda assim pode ser tomado como uma ilustração prática do nosso assunto.

Encontramos aqui tanto Ananias em Damasco, quanto a igreja em Jerusalém questionando a realidade da conversão de Saulo, mesmo tendo sido miraculosa. É claro que ele tinha sido um inimigo aberto do nome de Cristo, e isto deve ter tornado os discípulos ainda mais cuidadosos. Ananias hesitou em batizá-lo até que estivesse plenamente convencido de sua conversão. Ele consulta o Senhor sobre o assunto, e depois de ouvir Sua vontade, ele vai diretamente a Saulo, e garante a ele que foi enviado pelo mesmo Jesus que lhe tinha aparecido no caminho para Damasco, confirmando a verdade sobre o que tinha acontecido. Saulo é grandemente confortado, volta a ver, e é batizado.

Então, sobre a ação da igreja em Jerusalém lemos: "E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus." (Atos 9:26-27) Paulo é um modelo de homem para a igreja em muitas coisas, e também nisso. Ele é recebido na assembleia - como todos os requerentes deveriam ser recebidos - com base no testemunho adequado quanto à genuinidade de seu cristianismo. Mas, enquanto todo o cuidado piedoso deve ser tomado para que os "Simãos Magos" {*ver Atos 8} possam ser detectados, toda a ternura e paciência devem ser exercidas com os mais tímidos e hesitantes. De qualquer modo, a vida em Cristo e a consistência com a mesma deve ser sempre procurada (Veja Rom 14, 15;... 1 Cor 5 e 2 Cor 2). O caminho da igreja é sempre estreito.

O papado tem demonstrado sua desesperada iniquidade no mau uso que tem feito da prerrogativa da igreja de reter ou remir pecados, resultando em todas as abominações da absolvição sacerdotal. O protestantismo tomou o outro extremo - provavelmente temendo a própria aparência do papado - e tem praticamente posto de lado completamente a disciplina. O caminho da fé, por outro lado, é somente seguir a palavra do Senhor.

Tendo sido, então, apurado o terreno dos grandes princípios fundamentais da igreja e do reino, chegamos ao dia de Pentecostes - o primeiro momento da história da igreja na Terra. A menos que entendamos os princípios do cristianismo, jamais poderemos compreender sua história.

Esse Princípio do Governo na Igreja Ainda é Aplicável

Mas "como esses princípios podem ser realizados em nossos dias?" é ainda a questão e a dificuldade de muitos. Bem, basta voltarmos à palavra de Deus. Devemos ser capazes e dispostos a dizer: "Nada podemos contra a verdade, senão pela verdade." (2 Coríntios 13:8)

A autoridade e poder administrativos da qual falamos não foram dados apenas a Pedro e aos outros apóstolos, mas também à igreja. Em Mateus 18 temos a elaboração do princípio estabelecido no capítulo 16: "... dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu... Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mateus 18:17-20)

Assim aprendemos que os atos de dois ou três reunidos ao nome de Cristo têm a mesma aprovação divina que a administração de Pedro. E novamente, em João 20, o Senhor ressurreto apresenta o mesmo princípio do governo aos discípulos, e não apenas aos apóstolos, onde a assembleia está vividamente unida a Cristo como o Homem ressuscitado. Isto é totalmente importante. O espírito da vida de Jesus Cristo torna os discípulos livres - todos eles - da lei do pecado e da morte. A igreja é construída sobre "esta pedra" - Cristo em ressurreição, e as portas do hades* não podem prevalecer contra ela. "Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos." (João 20:19-23)

Podemos dizer que aqui o Senhor estabelece e dá início à nova criação. Os discípulos estão cheios e vestidos de paz, e com o Espírito da vida de Cristo Jesus. Eles devem seguir adiante como Seus mensageiros, partindo de Seu túmulo vazio devido à ressurreição, levando a bendita mensagem de paz e vida eterna a um mundo inclinado ao pecado, à tristeza e à morte. O princípio de seu próprio governo interno é também claramente estabelecido, e sua devida administração sempre dará à assembleia cristã um caráter distintivo e celestial, tanto na presença de Deus quanto na presença do homem.

{* Leia mais sobre o hades e outros termos relacionados à vida após a morte aqui: http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2013/05/a-morte-o-estado-intermediario.html }

sábado, 21 de junho de 2014

O Princípio Divino do Governo na Igreja

Deus não apenas dá a Pedro as chaves que poderiam abrir as portas da nova dispensação, mas também lhe confia sua administração interna. Esse princípio é totalmente importante  no que tange à igreja de Deus. As palavras da comissão são estas: "E tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." A questão é, o que estas palavras significam? Claramente cremos que é a autoridade e o poder do Senhor a ser exercitada na igreja, porém limitada, em seu resultado, a este mundo. Não há nas palavras do Senhor pensamentos sobre a igreja decidindo qualquer coisa nos céus. Esta é a falsa interpretação e o poder nefasto da apostasia. A igreja na terra pode não ter nada a dizer ou fazer sobre o que é feito nos céus no que diz respeito a ligar e desligar. A esfera de sua ação está dentro de seus próprios limites e, quando feita de acordo com a comissão de Cristo, há a promessa da ratificação nos céus.

Também não há aqui qualquer pensamento sobre a igreja, ou qualquer de seus oficiais, estando no papel de intermediários entre uma alma e Deus no que diz respeito ao perdão eterno ou juízo eterno. Essa é a ousada blasfêmia de Roma. "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" Ele reserva esse poder somente a Ele mesmo. Além disso, os indivíduos que estão sujeitos ao governo da igreja já são perdoados, ou, ao menos, têm direito ao perdão. "Não julgais vós os que estão dentro?" Isto apenas se aplica àqueles que estão dentro dos limites da igreja. "Mas Deus julga os que estão fora" (1 Coríntios 5:12-13). De cada crente no amplo campo da Cristandade é dito: "Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados." (Hebreus 10:14). Assim, a retenção ou remissão dos pecados por parte da igreja vale apenas para o tempo presente, e é estritamente administrativa em seu caráter. É o princípio divino de receber pessoas na assembleia de Deus {*aqui no sentido da igreja de Deus, e não de uma denominação que possa levar esse nome}, com base no testemunho adequado de suas conversões, solidez na doutrina e santidade de vida; e também de colocar para fora os ofensores impenitentes até que sejam restaurados pelo verdadeiro arrependimento.

Mas alguns de nossos leitores podem ter a comum impressão de que esse poder foi dado apenas a Pedro e ao resto dos apóstolos, e consequentemente deixou de existir após eles. Isto é um erro. Realmente, isso foi dado a Pedro em primeira instância, como já vimos, e sem dúvida um poder maior foi exercitado durante os dias dos apóstolos como nunca foi visto depois, mas não havia uma autoridade maior. A igreja possui a mesma autoridade agora, em relação à disciplina na assembleia, embora com menos poder. A palavra do Senhor permanece intacta. Apenas um apóstolos, nós cremos, poderia falar como Paulo falou em 1 Coríntios 5: "Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus." Isto era poder espiritual em um indivíduo, e não o julgamento da igreja {* ver nota de rodapé}. O mesmo apóstolo, em referência ao mesmo caso, diz à assembleia: "Tirai pois dentre vós a esse iníquo." (1 Coríntios 5:13). O ato de tirar foi o ato, não somente do apóstolo, mas de toda a assembleia. Nesse caso, e dessa maneira, os pecados da pessoa excomungada foram retidos, embora seja, evidentemente, um homem convertido. Na Segunda Epístola, capítulo 2, o encontramos totalmente restaurado. Seu arrependimento é aceito pela assembleia e seus pecados são remidos. O transbordamento do coração do apóstolo nessa ocasião, e suas exortações à igreja, são lições valiosas para todos os que estão envolvidos com o governo da igreja, e se destinam a remover a terrível desconfiança com a qual na maioria das vezes que os irmãos que erraram são recebidos de volta aos privilégios da assembleia. "Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor." (2 Coríntios 2:6-8). Aqui temos um caso pontual, ilustrativo do governo da assembleia de acordo com a vontade de Cristo. "Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".

{* "Entregar a Satanás é um ato de poder; expulsar uma pessoa é um dever ligado à fidelidade da assembleia. Sem dúvida, a exclusão da assembleia de Deus é algo muito sério e nos deixa expostos à tristeza e vários transtornos vindos do inimigo. Mas entregar diretamente a Satanás é um ato de poder positivo. Isso foi feito no caso de Jó para seu bem. Também foi feito por Paulo em 1 Coríntios 5, embora agindo no contexto de uma assembleia estabelecida, e para a destruição da carne. E outra vez, sem referência à assembleia, em 1 Timóteo 1, quanto à Himeneu e Alexandre, para que aprendessem a não blasfemar. Toda a disciplina é para a correção do indivíduo, e também para a manutenção da santidade da casa de Deus, e da pureza da consciência dos próprios santos" - trecho extraído do livro Present Testimony, volume 1}

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