Quinhentos e setenta e dois anos passaram desde que Bonifácio morreu por seu próprio curso suicida*. Que tempo para reflexão, reprovação, remorso, desespero! Por que, oh, por que os homens, homens inteligentes, arriscariam uma eternidade de miséria por alguns poucos anos de glória terrena, ou gratificação própria, ou qualquer forma de amor a si mesmos? Mas, infelizmente, as advertências mais solenes são desconsideradas; os mais graciosos convites de misericórdia são rejeitados, na busca ansiosa de seu próprio objetivo egoísta. E quando eles o alcançam, o que é? Quanto eles desfrutam disso? Por quanto tempo eles o possuem? Apenas nove anos Bonifácio reinou como supremo pontífice e, para garantir aquele brilho sombrio de glória, ele executou em particular o assassinato de seu predecessor Celestino, a quem ele havia suplantado. Mas, assim como o homem semeia, também deve colher. Celestino tem a compaixão e a simpatia da posteridade; mas sobre o túmulo de Bonifácio toda a posteridade escreveu: "Ele subiu na cadeira como uma raposa, reinou como um leão, morreu como um cachorro". E assim foi, sem as consolações da misericórdia de Deus e sem os ternos ministérios do homem, ele morreu. Quando a porta do quarto foi aberta, ele foi encontrado frio e rígido. Seus cabelos brancos estavam manchados de sangue, a ponta de seu cetro tinha as marcas de seus dentes e estava coberto de espuma.
{* Este livro foi escrito no século XIX}
Quão bem-aventurados -- estamos prontos a exclamar -- os que
têm uma herança incorruptível, imaculada e que não se desvanece, reservada no
céu para todos cuja fé e esperança estão firmemente fixadas em Cristo somente.
Eles são filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; eles pertencem à família real
do céu; eles não precisam buscar glória terrena; eles são herdeiros de Deus e coerdeiros
de Cristo. Eles têm um trono que nunca pode ser abalado, uma coroa que nunca
pode ser lançada ao chão, um cetro que nunca pode ser arrancado de suas mãos,
uma herança que nunca pode ser alienada. Mesmo assim, eles são capazes de lamentar o fim melancólico de um companheiro pecador com profunda piedade, e procurar
transformar aquela cena de tristeza tão sombria e profunda em uma ocasião de ganho
espiritual para outros. Um olhar de fé para o Salvador teria sido vida para sua
alma, embora ele fosse o principal pecador, e o primeiro olhar de fé é a vida
eterna para o principal dos pecadores hoje. "Olhai para mim, e sereis
salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro."
(Isaías 45:22)
Mas devemos agora retornar à nossa história.
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