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domingo, 20 de dezembro de 2015

Os Lugares Visitados por Paulo Durante sua Liberdade

Tendo conhecido essas diferentes teorias para examinação própria por parte do leitor, vamos tomar nota dos lugares visitados por Paulo mencionados nas Epístolas.

1. Algum tempo depois de ter deixado Roma, Paulo e seus companheiros devem ter visitado a Ásia Menor e a Grécia. "Como te roguei, quando parti para a macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina." (1 Timóteo 1:3). Sentindo-se, talvez, um pouco ansioso por seu filho Timóteo e pelo peso das responsabilidades de sua posição em Éfeso, ele envia uma carta de encorajamento, conforto e autoridade, enquanto estava ainda na Macedônia - A Primeira Epístola a Timóteo.

2. Algum tempo depois, Paulo visitou a ilha de Creta em companhia de Tito, e o deixou lá. Ele também, algum tempo depois, envia a ele uma carta de instrução e autoridade, a Epístola a Tito. Timóteo e Tito podem ser considerados como delegados ou representantes do apóstolo. "Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei." (Tito 1:5)

3. Paulo pretendia passar o inverno em um lugar chamado Nicópolis: "Quando te enviar Ártemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis; porque deliberei invernar ali." (Tito 3:12)

4. Ele visitou Trôade, Corinto e Mileto. "Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos... Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto." (2 Timóteo 4:13,20)

domingo, 2 de agosto de 2015

Paulo deixa Corinto

A obra do apóstolo tinha agora sido terminada em Corinto, e ele se prepara para ir embora. Sua mente se inclinava a ir a Roma, mas havia uma missão de caridade em seu coração a qual ele devia acatar primeiro. Somos favorecidos com suas próprias palavras sobre esses diferentes pontos: "Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém." (Romanos 15:23-26). Quanto à sequência de nomes em Atos 20:4 - Sópater, Aristarco, Segundo, Gaio, Tíquico e Trófimo - supõe-se que sejam irmãos que tinham em mãos as coletas que tinham sido feitas nos diferentes lugares mencionados. Em vez de velejar direto para a Síria, ele rodeia a Macedônia, por causa dos judeus que estavam à espreita. Seus companheiros o esperavam em Trôade. Lá ele passou o dia do Senhor (domingo) e uma semana inteira, a fim de ver os irmãos.

Devemos observar brevemente o que aconteceu nesse estágio de sua jornada. Duas coisas, de imensa importância para os cristãos, estão ligadas a isso - o dia do Senhor e a Ceia do Senhor. O historiador, que estava com Paulo nesse tempo, entra com incomum minúcia sobre os detalhes daquele dia.

É evidente, a partir desta incidental observação, que era o estabelecido costume dos primeiros cristãos se reunirem no "primeiro dia da semana" com a compreendida finalidade do "partir o pão". Temos aqui o principal objetivo e o momento normal da reunião deles. "E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão" (Atos 20:7; Veja também 1 Coríntios 16:2, João 20:19, Apocalipse 1:10). Mesmo o discurso do apóstolo, precioso como era, é mencionado como algo secundário. A lembrança do amor do Senhor ao morrer por nós, e tudo aquilo que Ele nos deu ao ressuscitar, era, e continua sendo, o principal. Se houver uma oportunidade também para o ministério da Palavra, assim como para reunir os pensamentos e afeições dos adoradores de Cristo, é bom que haja; mas o partimento do pão deve ser a primeira consideração, e o principal objetivo da assembleia. A celebração da Ceia do Senhor nessa ocasião foi à noite. No início, o partimento do pão também era observado em alguns lugares antes do amanhecer, e em outros, após o pôr do sol. Mas aqui os discípulos não eram obrigados a se reunirem em segredo. "E havia muitas luzes no cenáculo onde estavam juntos." (Atos 20:8). E Paulo continuou sua fala até a meia-noite, pois deveria partir no dia seguinte. Foi uma ocasião extraordinária, e Paulo aproveita a oportunidade de conversar com eles a noite toda. Ainda não havia chegado o tempo, como disse alguém, em que os ternos discursos do coração seriam cronometrados, quando a duração da ardente agonia do pregador pelas almas perdidas seria contada no relógio pela frieza dos meros professos, ou pela descuidada indiferença dos cristãos mundanos. Êutico, um rapaz, caiu no sono e "caiu do terceiro andar... e foi levantado morto." (Atos 20:9). Isto foi visto por alguns como um castigo pela sua falta de atenção, mas foi um milagre; o rapaz foi levantado de um estado de morte pelo poder e bondade de Deus através de Seu servo Paulo, e todos ficaram grandemente reconfortados.

sábado, 25 de julho de 2015

A Partida de Paulo de Éfeso para a Macedônia

Atos 20. Após o tumulto ter cessado, o perigo acabado e os manifestantes dispersos, Paulo se despede dos discípulos, os abraça, e parte para a Macedônia. Dois dos irmãos efésios, Tíquico e Trófimo, parecem tê-lo acompanhado, mantendo-se fiéis a ele em meio a todas as suas aflições. Eles são mencionados com frequência, e inclusive aparecem no último capítulo de sua última epístola, em 2 Timóteo 4.

O historiador sagrado é extremamente breve em seu registro sobre o proceder de Paulo neste momento. Toda a informação que ele dá é comprimida nas seguintes palavras: "Saiu para a macedônia. E, havendo andado por aquelas terras, exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. E, passando ali três meses..." (Atos 20:1-3). É geralmente suposto que essas poucas palavras abrangem um período de nove ou dez meses - do começo do verão de 57 d.C. até a primavera de 58 d.C. Mas esta falta de informação é, felizmente, suprida nas cartas do apóstolo. Aquelas que foram escritas durante essa jornada nos suprem com vários detalhes históricos e, o que é melhor, elas nos dão, da sua própria caneta, uma imagem viva dos profundos e dolorosos exercícios da mente e do coração pelas quais ele estava passando.

Parece que Paulo tinha combinado de se encontrar com Tito em Trôade, que lhe traria notícias direto de Corinto sobre o estado das coisas por lá. Mas semana após semana se passou, e Tito não aparecia. Sabemos alguma coisa sobre as obras dessa grande mente e coração nesse tempo pelo que ele mesmo diz: "Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor, não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a macedônia." (2 Coríntios 2:12,13). Sua ansiedade pessoal, no entanto, não o impediu de ir em frente com a grandiosa obra do evangelho. Isto é evidente nos versículos de 14 a 17.

Finalmente o há muito esperado Tito chega à Macedônia, provavelmente em Filipos. E agora a mente de Paulo é aliviada e seu coração confortado. Tito lhe traz melhores notícias de Corinto do que ele esperava ouvir. A reação é manifesta: ele se enche de louvor a Deus: "Grande é a ousadia da minha fala para convosco", diz ele, "grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações. Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito." (2 Coríntios 7:4-6)

Logo após isso, Paulo escreve sua Segunda Epístola aos Coríntios, que descobrimos ser dirigida não apenas a eles, mas a todas as igrejas em toda a Acaia. Todas elas podiam ter sido mais ou menos afetadas pela condição das coisas em Corinto. Tito é novamente o servo voluntário do apóstolo, não apenas como portador da segunda carta à igreja em Corinto, mas também tendo um papel especial nas coletas que eles faziam para os pobres. Paulo não apenas dá a Tito estritas instruções sobre as coletas, como também escreve dois capítulos sobre o assunto (capítulos 8 e 9), embora este fosse mais o trabalho de diáconos do que de apóstolos. Mas, como tinha dito ele em resposta à sugestão de Tiago, Cefas e João, de que ele deveria se lembrar dos pobres - "Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência." (Gálatas 2:10)

O espaço que o apóstolo dedica aos assuntos relacionados às coletas para os pobres é notável e merece nossa cuidadosa consideração. Pode ser que alguns de nós tenhamos ignorado este fato até agora. Observe, por exemplo, o que ele diz de uma igreja em particular. Temos boas razões para acreditar que os filipenses, desde o começo, se importavam com o apóstolo - eles o pressionaram a aceitar suas contribuições para ajudá-lo, desde sua primeira visita a Tessalônica até seu aprisionamento em Roma, além de sua generosidade para com os outros (2 Coríntios 8:1-4). Mas alguns podem imaginar, a partir disso, que eles eram uma igreja rica. Pelo contrário. Paulo nos diz: "Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade." (2 Coríntios 8:2). Eles doavam com tanta generosidade o que tinham de sua própria pobreza.

O que os filipenses são nas Epístolas, a viúva pobre é nos Evangelhos - duas moedinhas era tudo o que ela tinha. Ela podia ter dado uma e ficado com a outra; mas ela tinha um coração não dividido, e ela deu as duas. Ela, também, deu o que tinha de sua pobreza, e onde quer que o evangelho seja pregado por todo o mundo, essas coisas hão de ser contadas como um memorial da generosidade deles.

Após Paulo ter enviado a Tito e os que estavam com ele com a Epístola, ele permaneceu "naquelas partes" da Grécia fazendo a obra de um evangelista. Sua mente, no entanto, almejava fazer uma visita pessoal aos coríntios. Mas ele concedeu tempo para que sua carta produzisse seus próprios efeitos sob a bênção de Deus. Um dos objetivos do apóstolo era preparar o caminho para seu ministério pessoal entre eles. É comum o pensamento de que foi durante este período que ele pregou plenamente o evangelho de Cristo aos arredores até o Ilírico (Romanos 15:19). É provável que ele tenha alcançado Corinto no inverno, de acordo com sua expressa intensão: "E bem pode ser que fique convosco, e passe também o inverno" (1 Coríntios 16:6). Lá ele ficou por três meses.

Todos estão de acordo, podemos dizer, que foi durante esses meses de inverno que ele escreveu sua grande Epístola aos Romanos. Alguns dizem que ele também escreveu sua Epístola aos Gálatas neste mesmo período. Mas há grande diversidade de opiniões entre os cronologistas sobre este ponto. Pela ausência de nomes e saudações, como temos na Epístola aos Romanos, é difícil determinar sua data. Mas se ela não foi escrita neste tempo em particular, mesmo assim devemos mencioná-la mais cedo, e não mais tarde. O apóstolo ficou surpreso pelo antecipado abandono da verdade. "Maravilho-me", diz ele, "de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho" (Gálatas 1:6). Seu grande desapontamento é manifesto no calor do espírito no qual escreve essa Epístola.

Mas devemos retornar à história do nosso apóstolo: não nos adentraremos mais a fundo nas sutilezas da cronologia. Mas após compararmos as últimos escritos, relataremos o que acreditamos serem as datas mais confiáveis.

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