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domingo, 9 de fevereiro de 2020

A Batalha de Muret

O papa passava por dificuldades, e assim cedeu à necessidade. Ele sozinho tinha convocado o movimento; mas o poder de controlá-lo escapou de suas mãos. Seus agentes estavam apenas cumprindo suas instruções, e ele não tinha o direito de reclamar. Por necessidade, ele repreendeu severamente o rei de Aragão, o principal apoiador da causa católica na Espanha -- acusou-o de falsas declarações, ameaçando-o com uma cruzada, e confirmando sua sentença de excomunhão contra Raimundo e seus aliados. De Monforte foi proclamado o servo ativo de Jesus Cristo e o invencível defensor da fé católica, e assim foi autorizado a manter suas conquistas. A paciência do longânimo rei de Aragão então se acabou, e, provocado pela insolência do clero, correu para a guerra. À frente de mil cavaleiros e um grande exército, ele cruzou os Pireneus e encontrou os cruzados na pequena cidade de Muret, a cerca de nove milhas de Toulouse. À frente dos guerreiros da cruz com mais sete bispos, apareceu Simão de Monforte, pronto para a guerra. "Seu exército", diz Greenwood, "embora menor em números, consistia na cavalaria pesada da França, ansiosa pela vitória sobre o exército de hereges, visando ganhar, com isso, honra imortal, ou pelo martírio serem levados à presença dos santos no paraíso." A batalha que se seguiu foi feroz, curta e decisiva. Dom Pedro II de Aragão, com muitos de seus nobres, foi contado com os mortos. O remanescente de seu exército, privado de seu comando, dispersou-se, e toda a milícia bruta e mal armada de Raimundo e seus aliados ou foram mortos ao fio da espada ou afogados no rio Garona, até o último homem.

A causa dos albigenses, em consequência da grande vitória de Muret, tornara-se desesperada, e o destino daquela terra devota parecia ter sido decidida para sempre. Raimundo foi despojado de seus territórios; De Monforte foi reconhecido príncipe do feudo e da cidade de Toulouse, assim como dos outros condados conquistados pelos cruzados sob seu comando. Sobrepujado por seus infortúnios e pelas censuras da igreja, Raimundo não ofereceu oposição. Fouquet, o bispo do papa, tomou posse do palácio de seus ancestrais, e, com uma impudência cruel que é difícil de descrever em palavras, ordenou que o nobre conde e sua família se retirassem para a obscuridade. Tais eram, e ainda são, as ternas misericórdias do sacerdócio católico, até mesmo para com seu próprio rebanho, se tido por desobediente, pois o próprio Raimundo nunca foi acusado de heresia, mas sim de apenas abrigar hereges em seus domínios -- ou, em outras palavras, de recusar massacrar a sangue frio seus súditos mais obedientes e leais: esse foi todo o seu crime aos olhos de Roma, e isso o céu certamente um dia julgará.

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