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domingo, 10 de novembro de 2019

A Magna Carta

João, tendo assim triunfado sobre seu amargo inimigo, e assegurado a aliança com a Santa Sé, continuou com as mesmas medidas cruéis e tirânicas que até então o tinham colocado em uma posição odiosa perante seus súditos. Seu longo e inadequado governo e suas imprudentes indulgências em excessos de todos os tipos de hábitos viciosos tinham exaurido a paciência de todas as classes de pessoas, tanto na Igreja quanto no Estado. Começou-se a expressar um desejo geral por privilégios e pelo controle resultantes de uma lei estabelecida.

A história da Magna Carta é tão verdadeiramente inglesa, tão bem conhecida e tão intimamente conectada à igreja, assim como à história civil, que devemos fornecer uma breve observação sobre ela neste livro. Além disso, dizem os historiadores que nenhum evento de igual importância ocorreu em qualquer outro país da Europa durante o século XIII, e que os resultados de qualquer outro incidente jamais foram tão duradouros ou tão sabiamente disseminados como aqueles da reunião dos barões em Runnymede e da convocação dos burgueses ao Parlamento. Enquanto a monarquia fazia rápidos avanços na França, um poder de contrapeso havia se formado na Inglaterra pela combinação da nobreza e a ascensão da Câmara dos Comuns.

O arcebispo Langton, a quem Inocêncio tinha levantado como primaz, a fim de que, por seus próprios meios, mantivesse todas as exorbitantes pretensões de Roma sobre a Inglaterra, era ele próprio inglês, e em todas as ocasiões demonstrou uma sincera preocupação pelos interesses do reino, para o total desapontamento do papa. Tendo encontrado, em meio ao lixo de um monastério obscuro, uma cópia da carta de Henrique I, ele conferenciou em privado com os barões, exortando-os a renová-la. Aqueles dentre os barões que sentiram profundamente a degradação a que João tinha infligido todo o reino por suas submissões abjetas ao papa receberam o documento com altas aclamações e fizeram um juramento solene de conquistar ou de morrer em defesa de suas liberdades. Após várias conferências e atrasos, quarenta e cinco barões, armados, bem montados em seus cavalos de guerra e cercados de seus cavaleiros, servos e soldados, apresentam ao rei uma petição, rogando-lhe que renovasse e ratificasse a carta. João a princípio se ressentiu da presunção deles em um ataque de fúria, e jurou "que jamais lhes daria liberdades que tornariam ele próprio um escravo". Mas os barões estavam firmes e unidos, e a corte de João rapidamente diminuiu. Ele eventualmente se submeteu e concordou em participar de uma conferência amigável. Os barões nomearam Runnymede como o local apropriado para a reunião. Era um prado situado entre Staines e Windsor -- o terreno é até hoje venerado como o lugar em que o padrão da liberdade inglesa foi primeiramente concebido. No dia 15 de junho de 1215, ambas as partes se encontraram ali, e o rei assinou a carta -- a grande carta das liberdades da Inglaterra.

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