Os principais dessa classe eram homens como Dante, Petrarca, Boccaccio e Chaucer. Logo após a fundação de faculdades e a grande revolta da mente humana, essas quatro “estrelas da literatura” surgiram quase simultaneamente. Aprouve a Deus, em Sua infinita sabedoria, usar os escritos desses homens, e de muitos outros, para expor os males do sistema romanista e para enfraquecer seu poder. E enquanto muitos de menor nota, e por crimes menores, sofreram cadeias, prisão e morte, foi permitido a esses escritores não apenas escapar da vingança da igreja, como também seguir seu próprio rumo. Suas atraentes produções literárias davam-lhes tamanho favor, em geral, que os padres temiam molestá-los. Assim, na providência de Deus, a até então semioculta corrupção da moral que prevalecia entre o clero, monges e todas as ordens do sistema, foi trazida à luz do dia; sob o véu de poemas populares, contos agradáveis e sátiras, o estado corrupto de todo o sistema eclesiástico foi exposto. As paixões desenfreadas e as imoralidades descaradas da corte de Avignon, e os vícios do clero em geral, tornaram-se o principal tema de canções e gracejos em quase todos os países da Europa. Mas nem a poesia nem a prosa de tais escritores convêm ser repetidas nas páginas deste livro.
Dante, considerado o pai da poesia italiana e célebre
principalmente por sua descrição imaginativa do purgatório, do inferno e do
céu, morreu em 1321 d.C. Petrarca, que era alguns anos mais jovem, tinha uma
reputação ainda maior pela prosa; menos se diz de Boccaccio, sendo seus
escritos de caráter mais grosseiro. Chaucer é bem conhecido na Inglaterra como
o autor de "Contos de Cantuária". Ele nasceu em 1328 e morreu em
1400. Mas não precisamos nos delongar mais sobre essa classe de pessoas, e nos voltaremos
agora para os teólogos.
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