segunda-feira, 21 de abril de 2025

As Assembleias dos Protestantes

As apreensões dos príncipes quanto às intenções do Imperador estavam agora confirmadas. O tratamento violento dispensado aos deputados, bem como a amizade então cultivada com o papa, eram sinais evidentes das severas medidas que Carlos meditava adotar. Os líderes protestantes julgaram, portanto, que era mais do que tempo de se reunirem para deliberar sobre sua própria proteção contra o ofendido e indignado monarca. Realizaram-se encontros, no verão de 1529, em Rottach, Schwabach, Nurembergue e Esmalcalda; contudo, nada de definitivo pôde ser acordado, em virtude da divergência de opiniões que prevalecia sobre a Ceia do Senhor. Decidiu-se formalmente, em uma dessas reuniões, “que a unidade quanto aos sacramentos do batismo e da Eucaristia era condição essencial para qualquer aliança religiosa entre cristãos.” Mas, ai de nós! Os Reformadores já se achavam divididos em dois campos por força da controvérsia sacramentária.

O partido papista bem conhecia os ásperos panfletos que Lutero e Zuínglio haviam escrito sobre o assunto, e os utilizava com astúcia para alargar ainda mais a cisão entre os respectivos seguidores. Durante as sessões da Dieta de Espira, os católicos não cessavam de escarnecer dos Reformadores neste ponto: “Gabam-se de sua fidelidade à pura palavra de Deus, e no entanto acham-se desunidos!” O landgrave de Hesse sentiu-se profundamente ferido por tais escárnios públicos, e resolveu empregar todos os meios ao seu alcance para lograr uma reconciliação entre os Reformadores suíços e saxões. Com este intento, convocou uma Conferência a ser realizada em Marburgo, no ano de 1529, e convidou Lutero e Zwínglio, bem como outros doutores e teólogos eminentes de ambos os partidos.

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